quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Política/ Partidos parlamentares negam existência de crise que justifique dissolução da ANP

Bissau, 17 Dez 20 (ANG) – Os partidos parlamentares  foram unânimes em afirmar que, de momento, não há nenhuma crise  que justifica a dissolução da Assembleia Nacional Popular.

Em declarações à imprensa a saída da audiência com o Chefe de Estado, o 1º Vice- presidente do PAIGC Cipriano Cassamá disse que o encontro foi cordial e que durante o qual foi analisado o comportamento tido por alguns deputados.

“De momento não há crise que justifique a dissolução da ANP, mas como sabem compete ao Presidente da República, no quadro das suas prorrogativas, de acordo com a nossa opinião, fazer uma análise sobre a decisão que vai tomar”, afirmou Cassamá.

Disse estar  disponível para continuar com o diálogo no sentido de encontrar solução para garantir a paz e estabilidade na Guiné-Bissau.

O Coordenador do Movimento para Alternância Democrática MADEM-G15 Braima Camará afirmou, por seu lado, que tudo o que está a acontecer no parlamento não passa de um exercício democrático, debate de ideias, mas admite que possa existir alguns excessos em ambas as bancadas.

“Nós de MADEM-G15  vamos pautar sempre para a boa relação entre  os órgãos da soberania e os seus titulares”, prometeu Camará, para depois afirmar que “não há nada de momento que justifique a dissolução da ANP”.

Sustentou  a sua opinião com a aprovação do OGE 2021,  visitas de Chefes de Estados africanos ao país, reabilitação de estradas e o projecto de Construção do novo Aeroporto de Bissau como motivos para a não dissolução do parlamento.

Braima Camara  disse que aconselhou ao chefe de Estado para não dissolver o parlamento e que o  Presidente mostrou-se disponível em reconsiderar a sua intenção.

O Secretário-geral do  Partido da Renovação Social(PRS), Florentino Mendes Pereira reconheceu a existência de algumas agitações politicas no país, sobretudo na sede da Assembleia Nacional Popular e disse que o Presidente está muito preocupado com isso.

Acrescentou que foi essa  a razão do encontro de concertação de ideias do Presidente Sissoco Embaló com os partidos políticos com assento parlamentar “para em conjunto se encontrar uma solução”.

Mendes Pereira defendeu  que deve haver um moderação da parte dos deputados para poderem continuar a trabalhar na perspectiva de estabilização do país.

Revelou que Umaro Embaló pediu aos parlamentares a focarem as suas ações em assuntos de interesse geral, deixando de lado as querelas partidárias e ataques pessoais que põe em causa a imagem da instituição e do país.

“Portanto, nós do grupo parlamentar do PRS não temos tido este tipo de comportamento enquanto deputados. Optamos sempre por um diálogo com base num debate construtivo. É essa a nossa postura e  que continuaremos a seguir. Convido aos colegas a seguirem o mesmo caminho”, disse Florentino Mendes.

Um dos líder do partido Assembleia do Povo Unido (APU-PDGB), Jorge Mandinga disse estar convencido de que todos os deputados  estão a fazer um conjunto de esforços para moderar a linguagem, pelo que acha  que é possível ultrapassar essas divergências relativamente ao relacionamento pessoal entre os deputados para se  concentrar em assuntos de interesse do país.

“Nós não achamos que haja motivo para dissolução da ANP, mas compete, constitucionalmente, ao Presidente da República avaliar se realmente há crise que diz  existir, e a partir daí tomar as respectivas medidas”, afirmou Jorge Mandinga.

O Presidente do Partido  Nova Democracia (PND), Iaia Djaló revelou que o chefe de Estado criticou o funcionamento do parlamento por causa da fricção interna e, sobretudo, alguns insultos que não contribuem para uma boa imagem de uma instituição da Republica.

“Para ser sincero, a ANP tem estado a funcionar num ambiente um pouco crítico, mas nós aconselhamos ao Presidente para ponderar a dissolução do parlamento, porque há tempo para acompanhar o funcionamento do hemiciclo ou seja ele é o garante para que o ambiente institucional prevaleça. Acredito que vai tomar em conta as recomendações do PND, para que o parlamento continue a funcionar com a promessa de melhor prestação, com foco nos assuntos do país”, vincou.ANG/LPG/ÂC//SG

 

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