Moçambique/Renamo contesta Junta Militar
e estratégia do governo
Bissau, 23 Dez 20 (ANG) - As
Forças de Defesa e Segurança de Moçambique capturaram três homens próximos do
líder do grupo dissidente da Renamo, Mariano Nhongo. PR de Moçambique
A Renamo lembra que
"sempre se distanciou do movimento da Junta Militar" e que não
"apoia o uso de armas para se fazer valer".
"Depois de a Junta Militar da Renamo
ter atacado no dia 11 de Dezembro, sem vítimas, as Forças de Defesa e
Segurança capturaram, na zona de Mafambisse, em Sofala, três homens da junta,
sendo um ajudante de campo de Mariano Nhongo e outros dois seus
cozinheiros", anunciou o chefe de Estado, Filipe
Nyusi.
Segundo o Presidente moçambicano, os três
homens capturados confessaram que fazem parte do grupo dissidente da Renamo, o
principal partido da oposição do país, acusado de protagonizar ataques
armados no centro de Moçambique.
"Os jovens as Forças de Defesa e Segurança continuam no terreno
a vasculhar o inimigo", declarou Filipe Nyusi, lembrando que as tentativas de negociar
com a Junta Militar da Renamo fracassaram.
O Porta-voz da
Renamo, José Manteigas, sublinhou que a Renamo sempre se distanciou do
movimento da Junta Militar, "o Presidente Ossufo Momade
e a Renamo sempre se posicionaram de forma a distanciar-se deste movimento. A
forma de resolver qualquer problema dentro do pas ou dentro das instituições,
como é o caso de um partido político, não é usar as armas para se fazer
valer", afirmou.
"A captura
destes três homens entristece-nos porque não é esta via que nós gostaríamos que
pusesse fim a esta onda de contestação que surge por parte da Junta
Militar", defende o Porta-voz da Renamo. A via do
grupo de Mariano Nhongo "voltar
à razão seria a via desejável", frisou José Manteigas.
A Junta Militar da Renamo, liderada por
Mariano Nhongo, exige a demissão do actual líder da Renamo, Ossufo Momade,
acusando-o de ter desviado o processo negocial dos ideais do seu antecessor,
Afonso Dhlakama, líder histórico que morreu em Maio de 2018. Um pedido é
"inconcebível" para José Manteigas, uma vez que "o
Presidente Ossufo Momade foi
eleito democraticamente em congresso. Se são, de facto membros da Renamo, sabem
que na Renamo há órgãos e é nesses órgãos que devem ser apresentados
quaisquer inquietações de membros ou simpatizantes", defendeu
ainda. ANG/RFI
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