CPLP/Guiné Equatorial realiza
“Cimeira de Negócios” em Fevereiro
A cimeira,
patrocinada pelo Governo equato-guineense e pelo secretariado executivo da
CPLP, e organizada pela Confederação Empresarial da CPLP, tem como objectivo
“impulsionar, desenvolver e fortalecer a cooperação económica e empresarial”
entre os Estados-membros da organização dos países de língua portuguesa e
observadores associados.
Segundo um
comunicado da embaixada equato-guineense, o encontro da CPLP deverá levar “à
Guiné Equatorial grandes empresas de todos os nove países, espalhados por
quatro continentes”.
Empresas dos
sectores do petróleo e gás, indústria, pesca, agricultura, transformação
alimentar, meio ambiente, turismo, transportes, saúde e formação dos nove
países da CPLP vão ter acesso a um menu de “oportunidades de negócio no país”,
a ser apresentado pelo governo anfitrião, assim como conhecer as instituições
locais de suporte ao investimento internacional, ainda segundo o texto.
A queda dos preços
do petróleo, em consequência da violenta quebra de consumo mundial provocada
pela pandemia de covid-19, teve um forte impacto na economia da Guiné
Equatorial, que em Agosto remodelou o Governo, e em Outubro substituiu o
ministro das Finanças, como recurso de combate à crise, assumido pelo próprio
Presidente Teodoro Obiang Nguema.
O chefe de Estado
declarou na altura ter sido obrigado “a tomar medidas rigorosas para mitigar os
efeitos de uma grave recessão económica e prevenir a instabilidade política e
social”.
Obiang sublinhou
então que “razões económicas” justificaram a dissolução do Governo anterior e
que o novo executivo – ainda que fundamentalmente com o mesmo elenco – devia
“procurar soluções específicas e viáveis para resolver os actuais problemas
enfrentados pelos países do mundo e os problemas económicos”.
A consultora
Economist Intelligence Unit (EIU) considerou no início do quarto trimestre
deste ano que a Guiné Equatorial vai necessitar de mais ajuda financeira além
do programa do Fundo Monetário Internacional (FMI), antevendo uma queda de 5,5%
no PIB em 2021.
“Antevemos que a
Guiné Equatorial vá pedir mais assistência além do seu actual pacote de
financiamento, e cumprir as condições prévias de financiamento dos credores
será uma das principais prioridades políticas, com o Governo a tentar encontrar
maneiras de gerir o forte choque nas receitas causado pela pandemia”,
escreveram os peritos da unidade de análise económica da revista britânica The
Economist.
Numa nota sobre a
economia do país enviada aos clientes, os analistas da EIU estimaram que a
Guiné Equatorial enfrentará uma recessão de 12,7% do PIB este ano e que em 2021
a economia volte a quebrar, ao contrário do que prevê o FMI, que antecipa um
crescimento da economia equato-guineense no próximo ano.
Desde a sua
independência de Espanha, em 1968, a Guiné Equatorial tem sido considerada
pelos grupos de direitos humanos como um dos países mais repressivos do mundo,
devido a alegações de detenção e tortura de dissidentes e de fraude eleitoral.
Obiang, que tem
liderado o país desde 1979, quando derrubou o seu tio, Francisco Macias, num
golpe de Estado, é o Presidente em funções há mais tempo em todo o mundo.
A Guiné Equatorial
integra a CPLP desde 2014, que é ainda composta por Angola, Brasil, Cabo Verde,
Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.ANG/Inforpress/Lusa
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