Unicef/Pandemia atrasou desenvolvimento infantil e ameaça uma geração
Bissau, 11 Mar 21 (ANG) – O UNICEF alerta que após um ano de pandemia,
todos os indicadores que medem o desenvolvimento infantil e adolescente
recuaram, um revés que anuncia um estigma duradouro para toda uma geração.
A agência da ONU sustenta que escolas fecharam, a pobreza cresceu, e que se registaram mais casamentos forçados e depressão.
“Aumentou o número de crianças com fome, isoladas, abusadas, ansiosas, que vivem na pobreza e são forçadas a casar-se”, revelou Henrietta Fore, directora executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), em nota divulgada no aniversário de um ano da declaração da pandemia de covid-19 pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
“O acesso à educação, socialização e serviços essenciais, incluindo saúde, nutrição e protecção diminuiu. Os sinais de que as crianças carregarão as cicatrizes da pandemia nos próximos anos são inconfundíveis”, prosseguiu Fore na nota.
Diante de tais efeitos "devastadores", o conselho do UNICEF instou a colocar as crianças "no centro dos esforços de recuperação", em particular "priorizando escolas nos planos de reabertura".
O UNICEF citou uma
série de números preocupantes em apoio às observações de Fore.
Embora a pandemia tenha atingido principalmente adultos mais velhos, crianças e adolescentes com menos de 20 anos respondem por 13% dos 71 milhões de casos de coronavírus relatados nos 107 países que forneceram dados específicos de idade.
Nos países em desenvolvimento, as projecções mostram um aumento de 15% na pobreza infantil. Entre seis e sete milhões de crianças a mais podem sofrer de desnutrição em 2020, um aumento de 14% que pode se traduzir em mais de 10.000 mortes adicionais por mês, principalmente na África Subsaariana e no Sul da Ásia.
Para 168 milhões de
alunos no mundo, as escolas estão fechadas há quase um ano. Um terço deles não
tem acesso a educação online.
Como resultado do
encerramento de escolas e da pior situação económica, a pandemia também pode
levar ao casamento de 10 milhões de crianças até 2030, somando-se às 100
milhões de meninas já consideradas em risco de casamento até então.
Além disso, pelo
menos uma em cada sete crianças ou adolescentes passou a maior parte do último
ano sob ordens de confinamento, aumentando a ansiedade, a depressão e o
isolamento.
O coronavírus também
tem causado a suspensão das campanhas de vacinação contra outras doenças, como
o sarampo, em 26 países, elevando as ameaças à saúde dos não imunizados.ANG/Angop
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