Covid-19/Se África não chegar a 70% de vacinação, covid-19 será endémica – Africa CDC
Bissau, 06 Jan 22(ANG)– O director do Africa CDC alertou hoje que se o continente africano não chegar a 70% da vacinação até final do ano, a covid-19 poderá tornar-se endémica, como a tuberculose ou o VIH.
“Tenho receio que possamos estar a caminhar para a covid-19 se tornar uma doença endémica, por causa da lentidão das vacinas; se o continente não aumentar a taxa de vacinação para mais de 70% no final do ano, receio que entremos num cenário em que a covid-19 será endémica, espero que não cheguemos lá, mas estamos a ir nessa direcção”, disse John Nkengasong durante a habitual conferência de imprensa para apresentação da situação epidemiológica em África.“Temos,
em África, cerca de 10% das pessoas vacinadas, e o objectivo da Organização
Mundial da Saúde é chegar ao final do ano com uma taxa de 70% de imunização, o
que temos de fazer, mesmo com a taxa baixa que temos hoje, senão a consequência
será viver com a covid-19 como doença endémica, como acontece hoje com a
malária, a tuberculose ou o VIH”, alertou o director do Centro de Controlo e
Prevenção de Doenças da União Africana (Africa CDC).
Na
conferência de imprensa, Nkengasong admitiu que haverá outras variantes depois
da Ómicron, o que é natural dado que o vírus continua a circular: “As variantes
emergem se o vírus continuar a circular, portanto sim, absolutamente, haverá
outras variantes, e o que temos de fazer é garantir a implementação de medidas
de saúde pública, como usar máscara, lavar as mãos e praticar o distanciamento,
e depois vacinar com rapidez e em escala”.
O ano
de 2022, continuou, será marcado por três grandes objectivos, que são a
expansão dos testes, a propagação da vacinação e o aumento do acesso ao
tratamento que está a ser testado pelas companhias farmacêuticas, elencou
Nkengasong, apontando que a prioridade é o aumento das vacinas, agora que as
doses estão a chegar de forma consistente ao continente, permitindo que 326
milhões das 547 milhões de doses recebidas já tenham sido administradas.
“Nós
podemos estar cansados, mas não podemos baixar a guarda, a Ómicron está a
aumentar, muito jovens foram infectados, e o meu conselho é que não desistam de
cumprir as medidas nem sejam complacentes, porque o vírus não se vai cansar,
por muito que nós estejamos cansados”, concluiu.
A
covid-19 provocou 5.456.207 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia,
segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A
doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detectado no final
de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e actualmente com variantes identificadas
em diversos países.
Uma
nova variante, a Ómicron, considerada preocupante e muito contagiosa pela
Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detectada na África Austral, mas desde
que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, em 24 de Novembro,
foram notificadas infecções em pelo menos 110 países, sendo dominante em
Portugal. ANG/Inforpress/Lusa
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