quinta-feira, 6 de abril de 2023

China/Macron e Xi pedem diálogo e rejeitam armas nucleares em mensagem conjunta

Bissau, 06 Abr 23 (ANG) - Os presidentes de França e da China, Emmanuel Macron e Xi Jinping, respectivamente, apelaram hoje à realização de negociações o "mais rápido possível" para pôr fim à guerra em curso na Ucrânia e rejeitaram o uso de armas nucleares.


Em declarações conjuntas após uma reunião bilateral no Grande Palácio do Povo, em Beijing, Macron defendeu ser necessário "retomar as discussões o mais rápido possível para construir uma paz duradoura".

Por sua vez, Xi disse que "armas nucleares não podem ser usadas" e condenou qualquer "ataque contra civis".

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de Fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

No entanto, O presidente chinês saudou hoje os laços com a França, num mundo que está a passar por "profundas mudanças históricas", durante um encontro com o homólogo francês, Emmanuel Macron.

"O mundo está a passar por profundas mudanças históricas", disse Xi, observando que as relações entre Paris e Beijing têm registado um "desenvolvimento positivo e constante".

Macron está a realizar uma visita de três dias à China, visando abordar as relações económicas bilaterais e a guerra na Ucrânia.

O presidente chinês, Xi Jinping, disse hoje ao seu homólogo francês, Emmanuel Macron, que França e China têm a "capacidade e a responsabilidade" de "superar as diferenças entre si" e apostar na cooperação para a paz mundial.

"Temos a capacidade e a responsabilidade de superar diferenças e obstáculos para manter uma parceria estável, mutuamente benéfica, empreendedora e dinâmica", disse Xi a Macron, durante um encontro no Grande Palácio do Povo, em Beijing, segundo um comunicado divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

"Desta forma, praticaremos o verdadeiro multilateralismo, em defesa da paz, estabilidade e prosperidade mundiais", acrescentou o chefe de Estado chinês.

De acordo com o texto oficial, Xi Jinping não mencionou a guerra em curso na Ucrânia, afirmando apenas que, como membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (com poder de veto), China e França deveriam ser "firmes defensores de um mundo multipolar" e de "maior democracia nas relações internacionais".

"Apesar de um lapso de mais de três anos e apesar de um cenário internacional instável e em mudança, a China e a França trabalharam para manter um ímpeto de relações positivo e sólido. Confiámos na luta contra a pandemia de covid-19 e assistimos a um crescimento sólido do comércio bilateral e da cooperação nos sectores aeroespacial, aeronáutico, agrícola e alimentar", referiu.

Xi Jinping também destacou a coordenação entre os dois países em questões como as alterações climáticas, a biodiversidade e o desenvolvimento de África.

De acordo com o comunicado da diplomacia chinesa, a visita de Macron é "a primeira de um chefe de Estado europeu desde a retoma dos intercâmbios da China com o mundo" após a pandemia, e "injectará um novo impulso e uma nova vitalidade nas relações China-Europa".

O Presidente francês chegou na quarta-feira a Pequim, onde, além do encontro bilateral com Xi, manterá um encontro conjunto com o chefe de Estado chinês e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que também está no país asiático.

Macron é o segundo líder europeu a visitar a China - depois do primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez na semana passada,  desde que Xi se reuniu em Moscovo com o Presidente russo, Vladimir Putin, para explicar a sua proposta de paz para a guerra na Ucrânia e mostrar a força da relação sino-russa.

Na sexta-feira, Macron vai viajar para a cidade de Cantão, no sul do país, onde irá reunir-se com estudantes chineses da Universidade Sun Yat-Sen e investidores chineses.

A imprensa local destacou que esta é a primeira vez que um Presidente francês visita a cidade, indicando que grande parte da delegação que acompanha o chefe de Estado tem interesses económicos na região, como as empresas Airbus, EDF, Alstom ou Veolia, e ambiciona fechar novos acordos comerciais.ANG/Angop

 

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