Etiópia/UA pede responsabilidade colectiva na prevenção de genocídios
Bissau, 06 Abr 3 (ANG) - A União Africana (UA) defendeu esta quinta-feira que o genocídio no Rwanda, que assinala sexta-feira o 29º aniversário, deve ser recordado como uma "responsabilidade colectiva" da comunidade internacional na prevenção de massacres semelhantes.
"Esta comemoração
anual é uma ocasião importante para pagar homenagens individuais e colectivas
às vítimas e recorda aos povos africanos e à comunidade internacional o valor
da vida e da humanidade", escreveu a vice-presidente da Comissão da UA,
Monique Nsanzabaganwa, na conta da organização no Twitter.
"É um momento para
um compromisso com a responsabilidade colectiva de prevenir e combater a
ideologia do genocídio e a sua negação", acrescentou.
O Presidente do Rwanda,
Paul Kagame, deverá dirigir uma cerimónia em Kigali na sexta-feira para
assinalar o início dos massacres de 1994.
O evento terá lugar no
Memorial do Genocídio, na capital rwandesa, onde estão enterradas mais de 250
mil pessoas mortas durante os massacres.
Além disso, até 15 de
Julho, o aniversário do momento em que os rebeldes rwandeses derrubaram o
Governo que liderou o genocídio, numerosos eventos comemorativos conhecidos
como Kwibuka ("Recordar", em Kiñarwanda) serão realizados em todo o
país.
As tensões que
desencadearam o genocídio remontam ao final do século XIX, quando os governos
coloniais alemão e mais tarde belga separaram a população do Rwanda em dois
grupos fechados: Os tutsis, que representavam 14%, e a maioria, hutu.
As tensões entre estes
dois grupos, que em momentos diferentes da sua história tiveram mais ou menos
privilégios graças à marginalização ou exploração do outro, levaram a uma
guerra civil nos anos 90 entre o governo pró-Hutu Rwandês e os rebeldes da
Frente Patriótica Rwandesa (RPF), liderada por Kagame.
Na noite de 06 de Abril
de 1994, a queda do avião que transportava os então presidentes do RWanda,
Juvénal Habyarimana, e do Burundi, Cyprien Ntaryamira, ambos hutus, matou os
dois líderes e desencadeou um genocídio contra os tutsis.
Pelo menos 800 mil
pessoas morreram no massacre, que durou cerca de 100 dias.
ANG/Angop
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