Suíça/ONU pede ajuda para a Etiópia acolher refugiados em novos campos
Bissau,12 Abr 23 (ANG) - A Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) apelou terça-feira à comunidade internacional para apoiar a Etiópia no acolhimento de refugiados, país onde estão a ser criados novos campos para abrigar milhares de pessoas.
Segundo um comunicado
emitido hoje após uma conferência de imprensa que decorreu no Palácio das
Nações, em Genebra, Suíça, a porta-voz do ACNUR, Olga Sarrado, disse que está a
ser feita uma deslocalização dos refugiados recém-chegados à região somali da
Etiópia, que fugiram dos confrontos na cidade somali de Lascanood.
Referiu que ao todo,
"1.036 das pessoas mais vulneráveis foram transferidas das zonas
fronteiriças para uma nova povoação nos últimos três dias".
O responsável do ACNUR
avançou que o transporte para o novo local, localizado a cerca de 50
quilómetros da fronteira em Mirqaan, distrito de Bokh, está a ser organizado
pelo Serviço de Refugiados e Regressos (RRS, na sigla inglesa) da Etiópia com
aquela agência das Nações Unidas e outros parceiros.
À chegada, as famílias
de refugiados são registadas biometricamente e recebem uma tenda e outros
artigos essenciais de emergência para a construção de uma nova casa.
Já o ACNUR continua a
colaborar com as autoridades e líderes locais para "avaliar as lacunas nos
serviços básicos, pelo que o apoio beneficia tanto os refugiados como os
etíopes".
O local está a ser
construído com a ajuda de voluntários da comunidade local e o ACNUR está também
a aumentar o seu pessoal na área.
Desde que os confrontos
começaram, em meados de Fevereiro, milhares de pessoas chegaram à região somali
da Etiópia procurando segurança.
Mas, desde a semana
passada, 91 mil pessoas foram registadas pela RRS com o apoio do ACNUR. Os
refugiados continuam a chegar, fugindo da violência em curso no país de origem
e a maioria são mulheres, crianças e pessoas mais velhas, realça o comunicado.
Segundo o ACNUR, há mais
de 3.400 crianças e adolescentes sem acompanhamento de familiares ou separados
destes, que contam histórias assustadoras de como se separaram da família
quando os confrontos começaram e não conseguiram desde então restabelecer o
contacto com familiares ou tutores.
A criação do sítio
Mirqaan irá responder às necessidades, cada vez maiores, e facilitará a
assistência, incluindo abrigo, artigos de primeira necessidade, comida e água,
aos que não têm laços com a comunidade.
Os serviços existentes
na cidade vizinha serão reforçados para servir tanto os refugiados como as
comunidades de acolhimento e aqueles que desejarem permanecer nas comunidades
de acolhimento serão apoiados através de assistência específica, assegurou.
Até porque no mês
passado, o ACNUR e os parceiros humanitários lançaram um plano de resposta de
emergência para refugiados no valor de 116 milhões de dólares para responder às
necessidades críticas imediatas dos refugiados e comunidades de acolhimento
nesta área.
Porém, a agência das
Nações Unidas "continua a apelar à comunidade internacional para apoiar o
governo etíope, o ACNUR e outras organizações a prestar ajuda e serviços
básicos para salvar vidas", frisa a responsável no comunicado.
A Etiópia há décadas que
acolhe refugiados e neste momento tem quase 990 mil refugiados de países
vizinhos como o Sudão do Sul, Somália, Eritreia e Sudão. ANG/Angop
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