sexta-feira, 10 de julho de 2015

Tráfico de drogas




Inaugurado laboratório de análise e de identificação das drogas

Bissau, 10 Jul 15 (ANG) - Um laboratório de análise e de identificação das  drogas, notas e documentos falsos foi inaugurado recentemente em Bissau, em cerimónia presidida pela  ministra da Justiça, Carmelita Pires.  

Falando na cerimónia, a ministra  disse que o referido laboratório reflecte os esforços do governo na execução de políticas estruturais para  consolidação do novo modelo da Justiça criminal na Guiné-Bissau.

Carmelita Pires realçou a  importância e  urgência da criação de condições necessária e eficaz para o combate ao tráfico de drogas, assim como adoptar o sistema judiciário de dispositivos modernos de prossecução criminal. 

Segundo a  Directoria Nacional da Polícia Judiciária, Filomena Mendes Lopes, o laboratório vai permitir a PJ apresentar ao Ministério publica resultados fiáveis e credíveis para acusação dos processos, assim como para a defesa dos cidadãos. Permitindo igualmente que o tribunal tenha elementos credíveis para a deliberação das sentenças sólidas, acrescentou.

Por sua vez, o Embaixador da União Europeia na Guiné-Bissau, Victor Madeira disse que os materiais foram adquiridos no âmbito do projecto integrado do programa de combate ao crime transnacional, financiado pela União Europeia em cerca de 620 mil Euros.

Acrescentou que o laboratório representa para a PJ um emblema de luta contra os crimes transnacionais, em especial ao tráfico da drogas e ao mesmo tempo um ponto de partida de apoio que a União Europeia pretende dar as autoridades guineenses nos seus empenhos para estabelecer um verdadeiro Estado de direito.

Os equipamentos do laboratório estavam guardados na sede da União Europeia em Bissau desde de 2012 e com eleição das novas autoridades em 2014 os materiais foram entregados no final do mesmo ano e desde então decorre uma acção de formação dos agentes da PJ no domínio de análise e de identificação das drogas no laboratório.
 
ANG/LPG/JAM/SG

Saúde




Rede de Associaçöes Juvenis doa materiais para prevenção de cólera e ébola

Bissau, 10 Jul 15 (ANG) - A Rede de Associaçöes Juvenis (RAJ) doou esta quinta-feira diversos materiais às organizações de desenvolvimento comunitária para a prevenção da doença de cólera e ébola. 

O presidente do RAJ, Amatidjane Seide, explicou na ocasião, que o donativo é constitituido de lixívia, sabão comprimido desinfetante chamado Aquatab, bidões plásticos para conservação da água, lonas, entre outras. 

Amatidjane garantiu que este ano os trabalhos do RAJ na limpeza e sensibilizações não vão ser só nos bairros, mas também nos mercados, sublinhando que o mercado é o centro das contaminações.

“Temos fronteira com o país contaminado pelo vírus de ébola e a cólera é frequente nas épocas das chuvas.Assim sendo, devemos tomar muito cuidado no sentido de maior prevenção para se evitar a contaminação”disse o Presidente do RAJ.

Acrescentou que a zona sul do país vive momentos de ameaça de contaminação do vírus de ébola, sublinhando que é por isso que o RAJ decidiu doar apoio aos mais carenciados.

«Nesta primeira fase só beneficiamos organizações comunitárias de Bissau, mas a segunda vai ser para os diferentes regiões e diferentes centros de saúde do país», explicou Amatidjane Seide. 

O presidente do RAJ pediu para que os materiais doados não sejam comercializadas, acrescentando que o objectivo é atingir e proteger as camadas mais vulneráveis. 

Por sua vez, o porta-voz dos beneficiários, Ivanildo Bacurím agradeceu o gesto do RAJ e prometeu fazer com que os materiais recebidos cheguem ao destino previsto. 

“Neste momento o ébola é uma preocupação à nível mundial, a Guiné-Bissau sendo um país em alerta máxima todo cuidado é pouco, sendo assim a oferta chegou no momento propício e desejamos que o gesto continuasse”, disse Ivanildo Bacurím. 

A iniciativa foi realizada com apoio da UNICEF, dos parceiros tradicionais e dos parceiros de desenvolvimento. 

ANG/AALS/JAM/SG

quinta-feira, 9 de julho de 2015

São Tomé e Príncipe




Instabilidade política prejudica governação

Bissau, 09 Jul 15(ANG) - O processo democrático em São Tomé e Príncipe ainda não está consolidado e a instabilidade política prejudica a governação, principalmente na aplicação efetiva e completa de programas do governo.

A conclusão é da coordenadora adjunta do Observatório dos Países de Língua Oficial Portuguesa (OPLOP), um centro de pesquisa ligado à Universidade Federal Fluminense (UFF), no Rio de Janeiro, Naiara Alves. 

“A governabilidade do país fica muito prejudicada por conta desta fragilidade do que seriam procedimentos naturais da democracia, que é um regime que pressupõe conflitos de ideias e a resolução destes no momento do processo decisório”, disse a investigadora à Lusa.

Naiara Alves destacou que mesmo após a democratização do país, em 1990, São Tomé e Príncipe já sofreu duas tentativas de golpe militar (em 1995 e em 2003).

O regime monopartidário, subordinado ao Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe (MLSTP), que se instalou em 1975 após a independência de Portugal, só deu lugar ao multipartidarismo na década de 1990.

Para a investigadora, os 40 anos pós-independência são ainda um período muito curto em termos de experiência política, o que resulta na fragilidade das instituições públicas e do processo democrático, referindo-se também ao excesso de poder que o Presidente da República possui neste regime semipresidencialista e os conflitos que já gerou no panorama político são-tomense.

“A estrutura autoritária do pós-independência, do período de 1975, na verdade não se rompeu a partir do momento em que é promulgada a Constituição de 1990”, disse a académica, licenciada em Ciências Políticas.

“O processo de conflitos políticos, que num primeiro momento encontrava-se completamente sufocado dentro da esfera do Estado-partido, continuou nesta fase do multipartidarismo e perdura até hoje”, disse.

A investigadora sublinhou ainda que esta fragilidade no processo democrático reflete-se também na queda sucessiva de governos após 1990, pois nenhum deles conseguiu cumprir o seu mandato por completo. 

Sobre a eleição do atual primeiro-ministro, Patrice Trovoada, líder da Acção Democrática Independente (ADI), então na oposição, em outubro de 2014, com maioria absoluta no parlamento, Naira Alves disse que “este é um primeiro passo para um começo de estabilidade em termos de sucessão de mandatos”. 

Segundo a coordenadora adjunta do OPLOP, as políticas públicas, principalmente aquelas de combate ao subdesenvolvimento e à pobreza, ficam muito prejudicadas com esta fragilidade democrática, pois nunca são aplicadas na sua totalidade.

“São Tomé e Príncipe, de acordo com os institutos internacionais, tem um índice de pobreza muito elevado e a pobreza grave gira em torno dos 10%, segundo o relatório de 2011 sobre o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da ONU”, referiu.

Segundo a investigadora, “no primeiro momento da independência de São Tomé e Príncipe não havia uma agenda clara e concreta para resolver os problemas do subdesenvolvimento”.

“No momento da independência, a estrutura de produção económica da época colonial se manteve. A produção agrícola, fundamentada sobretudo na cultura de cacau, manteve-se. A diferença é que o Estado passou a ser o gestor”, afirmou.

Daí que conclua que “a economia de São Tomé é marcada também por este primeiro vazio de resoluções, do vazio de possíveis caminhos diferenciados para fortalecer a economia".

“Em 25 anos de democracia, tivemos vários governos. A democracia foi profundamente marcada pela instabilidade política e isto influenciou o próprio desenvolvimento do país”, também avaliou Eduardo Elba, secretário permanente da Federação de Organizações Não-Governamentais em São Tomé e Príncipe (FONG-STP).

Embora reconheça que se registaram melhorias em vários setores da sociedade, persistem “grandes desafios para o futuro”.

“Há coisas por melhorar, como o acesso à água potável, acesso à energia, à habitação condigna. Creio que os nossos dirigentes devem colocar estes temas e ainda outros na sua agenda para o futuro”, concluiu.

ANG/LUSA

Infraestruturas




Porto de Bissau  procura parceria privada

Bissau, 09 Jul 15(ANG) - O Governo  abriu o concurso de concessão da gestão do porto comercial de Bissau para encontrar um parceiro que ajude a financiar a requalificação da estrutura, disse quarta-feira  à Lusa o Secretário de Estado dos Transportes e Comunicações, João Bernardo Vieira.

A administração dos Portos de Bissau "não tem capacidade de autofinanciamento daí a necessidade de avançar com essa parceria para fazer a dragagem e sinalização do porto", entre outras obras, referiu.

João Bernardo Vieira acrescenta que "não é uma decisão fácil".

O Porto de Bissau é a principal porta de entrada de mercadorias na Guiné-Bissau e uma das maiores empresas públicas do país.

No entanto, a falta de obras está a condicionar o seu funcionamento, a entrada de cargueiros e a gestão de contentores.

"Corríamos o risco de fechar se não avançássemos com esta parceria", sublinhou o governante, referindo que a decisão de avançar para a concessão surge após "um ano de avaliação" e "vários relatórios do Banco Mundial e outros organismos institucionais".

Na análise à situação, as organizações externas são unânimes: "há mais de 10 anos que indicam que o caminho certo é a parceria público-privada".

O processo irá permitir que o porto comercial de Bissau "seja tão competitivo como o de Banjul e de Dacar", concluiu João Bernardo Vieira.

De acordo com o anúncio do concurso público internacional, as propostas devem ser entregues até 10 de Agosto, sendo abertas no mesmo dia.
 
ANG/Lusa