sexta-feira, 2 de agosto de 2024

3 de Agosto/Ex-Secretário-geral da UNTG Júlio Mendonça anuncia realização de  “marcha pacífica” para assinalar a data

Bissau,02 Ago 24(ANG) – O ex-secretário-geral  da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné(UNTG) Júlio Mendonça, anunciou a realização de uma “macha pacifica” para assinalar os 65 anos do massacre de Pindjiguiti celebrado como Dia dos Mártires de Pindjiguiti.

Segundo a Rádio Capital FM, Mendonça fez este anúncio, quinta-feira, numa conferência de imprensa, em Bissau.

Disse que as celebrações do 03 de agosto com a realização de uma marcha pacífica é a forma encontrada para lamentar a forma como o país está a ser dirigido.

O sindicalista desferiu duros ataques contra a forma como o país está a ser dirigido e acusa o Governo de Iniciativa Presidencial  de nada estar a fazer a favor das populações. 

"A Assembleia Nacional Popular (ANP) tem a missão de legislar e fiscalizar a ação governativa. Mas quando não há parlamento há cerca de um ano, como podemos mudar a vida dos cidadãos, tendo um governo sem programa nem orçamento", questionou. 

Mendonça disse que a Guiné-Bissau não pode ser chamada de Estado, frisando que os poderes importantes da República não estão a funcionar.

Para o ex-Secretário-geral da UNTG, nenhum país pode desenvolver-se sem a justiça e nem pode haver investimento. 

"Assistimos à corrupção generalizada neste pais. Hoje, todo mundo quer fazer a política, porque não há justiça. Pode comprar mansões e roubar o que é do povo, e sabe que não há justiça. Quando a pessoa é chamada à justiça, dizem que é perseguição política", atirou. 

Júlio Mendonça protesta no tribunal a forma como foi retirado das funções de Secretário-geral da UNTG, atualmente exercida por Laureano Pereira da Costa, que diz ter sido eleito num congresso, que foi polémico. ANG/CFM

quinta-feira, 1 de agosto de 2024

Jogos Olímpicos França-2024/Nadador guineense Pedro Rogery vence  a primeira eliminatória da categoria masculina de natação 50 metros livre

Bissau, 01 Ago 24 (ANG) – O jovem nadador guineense Pedro Rogery

venceu hoje a primeira eliminatória da modalidade de natação 50 metros livre, da categoria masculina nos Jogos Olímpicos Paris.2024.

De acordo com informações veiculadas pelo Comité Olímpico da Guiné-Bissau, na sua página na facebook, visitada pela ANG, Rogery registrou o tempo de 28' e 34", colocando-se em primeiro lugar na primeira bateria de eliminatórias da categoria masculina.

 O Comité Olímpico da Guiné-Bissau refere que a  vitória de Pedro Rogery nesta modalidade demonstra a potencial capacidade dos atletas nacionais nessa competição, e releva as corres nacionais ao mais alto nível.

A Guiné-Bissau participa nos Jogos Olímpicos Paris 2024, com seis atletas em cinco modalidades, nomeadamente, luta livre, atletismo, natação, judo e taekwondo.ANG/LLA/ÂC//SG

Comunicação Social/ LGDH exige fim da "diabolização" da imprensa guineense

Bissau, 01 Agot 24 (ANG) – A Liga Guineense dos Direitos Humanos(LGDH)  exige, em comunicado, o fim do que chama de  “diabolização” permanente da imprensa independente, por “prejudicar gravemente” a imagem e reputação da Guiné-Bissau.

A organização que defende os direitos humanos na Guiné-Bissau usou a sua página na facebook para fazer essa exigência condenou a violência policial contra duas jornalistas ocorrida quarta-feira, em Bissau, quando as duas profissionais de órgãos privados faziam a cobertura de uma vigília em frente ao Ministério da Educação de um grupo de professores que exige o pagamento de salários atrasados.

No comunicado, a LGDH qualifica de "nojenta" a agressão de duas jornalistas guineenses, em pleno exercício das suas funções por elementos da polícia.

Além de exigir que os responsáveis sejam traduzidos à justiça, a LGDH reclama  das autoridades judiciárias a abertura de inquéritos  com vista a responsabilização criminal e disciplinar dos autores.

A LGDH manifestou o seu profundo apoio e solidariedade às vítimas e ao SINJOTECS.

As duas jornalistas das rádios privadas vítimas de agressões estavam a acompanhar a vigília de um grupo de professores contratados em frente do Ministério da Educação Nacional, altura em que uma delas foi surpreendida e agredida com cassetete, e a outra escapou a uma tentativa de atropelamento com a viatura da polícia, noticiu uma rádio em Bissau.

A Liga destaca que os “atos repugnantes de agressão” da jornalista da Rádio Capital FM e da tentativa deliberada de atropelamento da outra da Rádio Popular, ocorridos hoje dia 31 de Julho de 2024,  revelam o contexto nefasto em que labutam, diariamente, os profissionais da comunicação social na Guiné-Bissau.

Conforme a organização, este episódio é mais um caso que vem se juntar a tantos outros protagonizados pelos mais altos responsáveis políticos com o objetivo de intimidar, condicionar e limitar o livre exercício da liberdade de imprensa na Guiné-Bissau.

“Sendo um dos principais alicerces da democracia, os regimes autoritários e ditatoriais tendem a reduzir o espaço de intervenção ao jornalismo livre e independente, através do recurso aos métodos ilegais e arbitrários, tal como tem sucedido na Guiné-Bissau”, refere a liga no comunicado.ANG/LPG/ÂC//SG

Desporto-futebol/Sport Bissau e Benfica sagra-se campeão nacional da Guinéss- Liga época 2023/2024

Bissau, 01 Ago 24 (ANG) – O Sport Bissau e Benfica sagrou-se, quarta-feira , campeão da Guinéss-Liga a empatar   0-0 com a sua congénere  Sporting Clube de Bafatá, no Estádio Inum Embaló, numa partida referente à 29ª jornada da prova .

As Águias de Bissau necessitavam  apenas  de um empate para se tornar campeão, o que acabou por ser uma realidade, e somam agora 70 pontos contra 63 do seu rival direto, o FC de Canchungo, campeão em título.

À uma jornada do fim do campeonato, o Benfica já é campeão e recebe em casa na proxima jornada, a última, Os Hipopótamos de Sonaco.

 Com este triunfo o Sport Bissau e benfica  soma 14 títulos conquistados os mesmo que seu rival eterno, O Sporting Clube da Guiné-Bissau. ANG/LLA/ÂC//SG



Portugal/Humanidade esgotou recursos deste ano, a partir de hoje começa a usar "cartão de crédito"

Bissau,01 Ago 24 (ANG) – A humanidade começa a usar a partir de hoje o “cartão de crédito ambiental”, tendo esgotado os recursos do planeta disponíveis para este ano, alerta a organização internacional “Global Footprint Network”.

O chamado Dia da Sobrecarga do Planeta (Overshoot Day), este ano um dia mais cedo do que no ano passado, assinala o momento em que a necessidade de recursos e serviços ambientais por parte da Humanidade excede a capacidade do Planeta Terra para regenerar esses mesmos recursos.

Assim, como explica em comunicado a associação ambientalista Zero, a partir de hoje é preciso usar recursos naturais que só deveriam ser usados a partir de 01 de janeiro de 2025, o que significa que os humanos estão a usar 1,7 planetas, ou seja, mais 70% do que a natureza oferece anualmente.

Na análise dos dados da organização a “Global Footprint Network” a Zero nota que há uma tendência de estagnação no Dia da Sobrecarga do Planeta, que se pode dever aos esforços de descarbonização, mas avisa que para se reduzirem as emissões mundiais em 43% até 2030 era preciso recuar no “Overshoot Day” 19 dias por ano.

“O que os dados nos indicam é que a Humanidade tem de acelerar o passo e promover as mudanças necessárias de forma a reduzir o impacte que as suas atividades e necessidades têm sobre a capacidade de carga do planeta”, diz a Zero, dando exemplos de como reduzir cada vez mais esse impacto.

Alimentar 75% das necessidades mundiais de eletricidade com fontes renováveis fazia recuar o “Overshoot Day” em 25 dias. E reduzindo para metade o desperdício alimentar seriam mais 13 dias de recuo. Mas ao reduzir para metade a pegada carbónica o recuo seria de 93 dias, para o início de novembro.

A associação ambientalista, além de destacar o desafio de acelerar a transição, salienta a realização pela ONU da Cimeira do Futuro, em setembro, centrada em estratégias que permitam a integração dos efeitos futuros nas decisões do presente.

No comunicado a Zero diz ter esperança de mudança na Cimeira do Futuro, um evento que reúne os líderes mundiais e que visa a adoção do Pacto para o Futuro.

A “Global Footprint Network”, uma organização internacional de sustentabilidade pioneira da pegada ecológica, diz que a utilização excessiva de recursos compromete os oceanos, leva à desflorestação, à erosão do solos, à perda de biodiversidade e ao aumento de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, responsável pelo aquecimento global, que provoca fenómenos meteorológicos extremos e o aumento da insegurança alimentar.

Lewis Akenji, da direção da “Global Footprint Network”, garantiu, citado em comunicado alusivo ao dia que o “Overshoot Day”, que o futuro vai passar por uma transição planeada ou por um desastre provocado por um planeta desequilibrado.

Fazendo uma analogia com os Jogos Olímpicos que estão a decorrer em Paris a organização diz que tal como os atletas alcançam avanços através da concentração, da inovação e do esforço, a humanidade precisa de fazer o mesmo para conseguir acabar com o Dia da Sobrecarga do Planeta.

Nos dados da “Global Footprint Network” Portugal esgotou os seus próprios recursos muito mais cedo, este ano a 28 de maio.

Segundo os números, se cada pessoa no planeta vivesse como uma pessoa média portuguesa, a humanidade exigiria cerca de 2,9 planetas para sustentar a sua utilização de recursos. Mas se todas as pessoas vivessem como um norte-americano seriam precisos cinco planetas.

A Pegada Ecológica avalia as necessidades humanas de recursos renováveis e serviços essenciais e compara-as com a capacidade da Terra para fornecer tais recursos e serviços (biocapacidade).

Este ano o país que primeiro esgotou os recursos foi o Qatar, logo em 11 de fevereiro, seguindo-se o Luxemburgo, no dia 20. Os últimos países a esgotar os seus recursos serão o Equador e a Indonésia, em 24 de novembro.

ANG/Lusa

Argentina/Brasil assume hoje a Embaixada da Argentina em Caracas fechada por Maduro

Bissau,  01 Ago 24 (ANG) – O Brasil vai assumir formalmente a partir de hoje a representação diplomática da Argentina em Caracas a partir de hoje, depois de os diplomatas argentinos em Caracas, expulsos pelo regime de Nicolás Maduro, deixarem a Venezuela.

A informação foi confirmada à Lusa por fontes da Chancelaria argentina em Buenos Aires e celebrada em Caracas pela líder opositora, María Corina Machado.

“Agradecemos ao Governo do Brasil pela sua disposição de assumir a representação diplomática e consular da República Argentina na Venezuela e a proteção da sua sede e residência, assim como a integridade física dos nossos companheiros asilados naquela residência. Isso poderia contribuir para avançar num processo de negociação construtiva e efetiva como a que o Brasil apoiou”, publicou Maria Corina Machado nas redes sociais.

A responsabilidade que o Brasil assume a pedido do Presidente argentino, Javier Milei, visa garantir os direitos de cidadãos argentinos e de firmas de capitais argentinos em território venezuelano, proteger os seis venezuelanos asilados na residência diplomática argentina e intermediar entre a Venezuela e a Argentina, que ficaram sem um canal de diálogo direto após o regime de Maduro expulsar do país os diplomatas argentinos.

A custódia do Brasil sobre os asilados políticos deverá ser provisória até que um terceiro país aceite receber esses membros da equipa de María Corina Machado refugiados na Embaixada da Argentina desde 20 de março.

Na segunda-feira (29), o regime de Maduro deu um ultimato para que todos os diplomatas argentinos abandonassem o país em 72 horas, mas não permitiu que os refugiados venezuelanos partissem juntamente com os diplomatas expulsos.

“Dada a total falta de garantias, sem proteção da liberdade ou da integridade física dos nossos requerentes de asilo, a República Argentina alerta sobre as consequências desta situação. Apelo à solidariedade de todos os países para que colaborem com os esforços diplomáticos e com a proteção dos requerentes de asilo. A Argentina solicita à comunidade internacional que se esforce pelo cumprimento das normas internacionais que regem as relações diplomáticas entre os Estados”, pediu a ministra argentina das Relações Exteriores, Diana Mondino, na quarta-feira à noite num discurso numa sessão de emergência da Organização dos Estados Americanos (OEA), onde a situação na Venezuela foi tratada.

Enquanto os asilados venezuelanos continuarem sem um salvo-conduto, o Brasil poderá erguer uma bandeira brasileira na Embaixada argentina, dando-lhe caráter diplomático, apesar da ausência de diplomatas argentinos.

Esta não é a primeira vez que o Brasil representa os interesses diplomáticos da Argentina. Em 1982, quando a Argentina e a Inglaterra romperam relações no contexto da Guerra das Malvinas, o Brasil assumiu a representação argentina em Londres, criando a Seção de Interesses Argentinos na Embaixada do Brasil, onde um diplomata argentino atendia os seus cidadãos.

Apesar do pedido da Argentina, o presidente Javier Milei criticou os presidentes de Brasil, Colômbia e México por não condenarem o regime de Nicolás Maduro no Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) reunido nesta quarta-feira (31) em Washington.

Maduro reclamou vitória nas eleições presidenciais de domingo passado, após um escrutínio contestado pela oposição, que acusa o regime de fraude.

Por um voto, não passou na sessão da OEA uma resolução condenando a alegada fraude eleitoral, com abstenções do Brasil e Colômbia. A resolução recolheu 17 votos a favor, 11 abstenções e cinco países estiveram ausentes.

Milei acusou os presidentes Lula, Gustavo Petro (Colômbia) e Andrés Manuel López Obrador (México) de serem cúmplices de Nicolás Maduro.

“Alguns imbecis acusaram-me de ser louco por ver comunismo em todos os lados. Fica claro que esses são cúmplices, por serem ignorantes e/ou estúpidos”, escreveu Milei nas redes sociais. ANG/Lusa

 

Angola/ Ruanda e RDC alcançam cessar-fogo, a partir de 4 de Agosto

Bissau, 01 Ago 24(ANG) – Angola anunciou , terça-feira,  que a República Democrática do Congo e o Ruanda chegaram a um acordo para um cessar-fogo que deve entrar em vigor no próximo fim-de-semana.

A  decisão surge depois de uma reunião em Luanda, mediada pelo Ministro angolano das Relações Exteriores. 

Este acordo de cessar-fogo abrangido no chamado "processo de Luanda" visa, a prazo, calar as armas no leste da RDC que está há largos anos à mercê de grupos armados que, segundo Kinshasa, são apoiados pelo Ruanda. 

Téte António, o chefe da diplomacia angolana, especificou que o memorando de entendimento entre Lusaka e Kinshasa será supervisionado pelo Mecanismo de Verificação Ad Hoc reforçado.

Acordou-se sobre a necessidade de cessação das hostilidades. Um cessar-fogo acompanhado por um desengajamento das forças. Acordou-se, igualmente, que o Governo da RDC apresentaria um plano e um cronograma para neutralização das Forças Democráticas de Libertação do Ruanda (FDLR), mediante o qual o Governo do Ruanda reagiu oportunamente”, disse o governante. 

Segundo o governante, as propostas saídas da reunião de Luanda vão ser levadas em consideração no próximo encontro dos Chefes de Estado e governo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).

Estamos convencidos que seremos capazes de reunir consenso, formulando propostas concretas que visam ao restabelecimento da paz e do calar das armas no leste da RDC, devendo estas propostas serem apresentadas, para consideração de uma cimeira de chefes de Estado a ser convocada oportunamente”, lembrou Téte António.

Antes do início das conversações, as delegações chefiadas pelos chefes das diplomacias da RDC e do Ruanda estiveram, no período da manhã, no Palácio Presidencial, onde foram recebidas pelo Presidente da República, João Lourenço, também medianeiro mandatado pela União Africana para o processo de paz da República Democrática do Congo. 

Trata-se da   ministra do Estado e dos Negócios  Estrangeiros, da Cooperação Internacional e Francofonia da República Democrática do CongoThérèse Wagner, e o ministro dos Negócios Estrangeiros do RuandaOlivier Nduhungirehe.ANG/RFI

Paris/"França posicionou-se no conflito sarauí por ter vindo a ser empurrada para fora de África"

Bissau, 01 Ago 24 (ANG) - O chefe da diplomacia francesa considerou quarta-feira à noite que o apoio da França ao plano de autonomia marroquino para o Sahara Ocidental é um passo "natural" e existe um "consenso internacional" em torno da iniciativa que Marrocos apresentou em 2007, isto depois de o Presidente Francês ter dirigido uma carta ao rei de Marrocos formalizando o seu apoio às pretensões territoriais de Rabat sobre esse território também reclamado pelos independentistas sarauís.

Com clareza e constância, a França sempre reconheceu o carácter existencial do Saara Ocidental para Marrocos. Sempre nos mantivemos ao lado do Reino nesta questão de segurança nacional", disse Stéphane Séjourné durante uma recepção dada pela embaixada de Marrocos em Paris por ocasião dos 25 anos da chegada ao poder do rei Mohammed VI.

Esta não é contudo a opinião de todos em França: embora esta postura tenha recebido o apoio da direita francesa, ela foi criticada pela esquerda que considera que o "Presidente francês traiu a posição histórica de equilíbrio" da França.

João Henriques, Vice-Presidente do Observatório do Mundo Islâmico na Universidade Autónoma de Lisboa, considera que esta reviravolta francesa deve-se ao imperativo para a França de não perder totalmente a sua influência num continente onde está em recuo.

"A França posicionou-se relativamente à sua política externa no caso do conflito sarauí por razões naturalmente de geoestratégia, porque a França tem vindo a ser empurrada para fora do continente africano pelos governos locais. E para França, é importante ter uma enorme representação, tanto sob o ponto de vista geopolítico, geoestratégico, como também sob o ponto de vista comercial", começa por considerar o especialista.

"Esta reviravolta é consequência daquilo que foram as ameaças de Marrocos às posições assumidas por Paris e, nesta altura, aquilo que se está a verificar é que o número de países vai crescendo relativamente ao apoio que é dado a Marrocos e à sua alegada soberania sobre aquele território", acrescenta o estudioso para quem esta inflexão da posição francesa relativamente ao estatuto do Saara Ocidental pode marcar igualmente uma perda progressiva da influência da Argélia neste dossier em que tem sido um apoio constante dos separatistas sarauís da Frente Polisario.

Indício da violência com que foi acolhida na Argélia a mudança da posição de Paris, as autoridades argelinas anunciaram ontem a retirada do seu embaixador acreditado em Paris, o chefe da diplomacia desse país, Ahmed Attaf, garantindo hoje que este "é um primeiro passo que será seguido por outros". O Saara Ocidental "continua a ser um território não-autónomo segundo a ONU e a decisão francesa não vai mudar nada", assegurou ainda o governante ao referir que a "Missão das Nações Unidas para a organização de um referendo no Saara Ocidental (Minurso) permanecerá" no local.

O Saara Ocidental, território rico em pescado e fosfatos, está em conflito com Rabat há 50 anos. Marrocos que controla cerca de 80% Saara Ocidental, propõe um plano de autonomia sob a sua soberania, enquanto os independentistas da Frente Polisario, apoiados pela Argélia, bem como os Estados-Membros da UE pedem um referendo de autodeterminação, previsto pela ONU quando foi assinado em 1991 um cessar-fogo, mas nunca concretizado.

Depois de uma relativa acalmia observada durante cerca de 30 anos na sequência desse cessar-fogo, Marrocos invadiu em 2021 esse território, pouco depois do então Presidente americano, Donald Trump, e de Israel terem reconhecido a soberania marroquina sobre o Saara Ocidental em finais de 2020. Em 2022, foi a vez de a Espanha, antiga potência colonial, sair da sua neutralidade, sendo seguida no mesmo caminho por uma série de países árabes.ANG/RFI

Moçambique-Dívidas ocultas/ "A pessoa-chave é o Presidente Guebuza e a sua cúpula"- analista

Bissau, 01 Ago 24(ANG) - Na sequência do veredicto pronunciado na segunda-feira pelo Tribunal Comercial de Londres que condenou o grupo naval francês Privinvest a pagar cerca de 2 mil milhões de Dólares de compensações a Moçambique por corrupção no âmbito do caso das "dívidas ocultas", a empresa informou que vai recorrer da sentença e que não descarta a possibilidade de processar Filipe Nyusi, quando deixar de ser chefe de Estado e já não beneficiar da imunidade presidencial, dentro de alguns meses.

Na sequência de um julgamento que qualificou de "estranho", no qual Moçambique "falhou de forma tão completa em cumprir com as suas próprias obrigações e ignorou as ordens do Tribunal" no sentido de fornecer a totalidade dos documentos que comprovam a sua posição neste processo, o grupo naval pertencente ao empresário franco-libanês Iskandar Safa, falecido no início deste ano, acusa as autoridades moçambicanas de terem optado pela estratégia de "documentos ocultos", inviabilizando a possibilidade de um julgamento justo.

Neste sentido, a Privinvest deu conta da intenção de recorrer da sentença e também de processar Filipe Nyusi, logo que deixar o cargo de Chefe de Estado, no começo do ano que vem. Nyusi era ministro da Defesa na altura dos acontecimentos e a Privinvest argumenta que o Presidente actualmente em exercício é quem deve ser responsabilizado. 

"Ao contrário de todas as outras partes envolvidas nessa disputa, a Privinvest não fez acordo com Moçambique. A Privinvest optou por não ceder à pressão implacável de um estado soberano imerso em segredos e apoiado pelos seus apoiantes internacionais e seu exército de advogados caros", refere no seu comunicado a empresa antes de acrescentar que "se manteve comprometida em tentar fazer com que o Presidente Nyusi reconhecesse a verdade sobre o que ele fez e sobre o que aconteceu quando a Privinvest embarcou nos Projectos com a República muitos anos atrás." 

De acordo com a Privinvest "todas as alegações feitas por Moçambique de corrompimento do ex-presidente Guebuza, seu filho, do ex-chefe do serviço de segurança de Moçambique, de um funcionário sénior do serviço de segurança de Moçambique, da ex-directora nacional do Tesouro, de ex-funcionários do Credit Suisse (condenados criminalmente) e de outros não foram comprovadas. No entanto, a Privinvest está alarmada com a conclusão oposta do Juiz relativamente ao ex-Ministro das Finanças de Moçambique, Manuel Chang. Essa conclusão, da qual a Privinvest pretende recorrer, baseia-se em grande parte em inferências e não é apoiada por uma análise confiável."

Na óptica do grupo naval francês, "essa é uma consequência directa do facto de Nyusi e sua elite terem desafiado despachos do Tribunal Inglês e se terem recusado a prestar depoimento em apoio aos argumentos do seu próprio país, ou a entregar os documentos necessários".

Reagindo a este comunicado, Borges Nhamire, pesquisador do Centro de Integridade Pública (CIP), começa por constatar que a reputação da Privinvest ficou seriamente abalada. 

"É natural que a Privinvest não se conforme com a decisão. Esta decisão é muito pesada para a Privinvest, não muito necessariamente do ponto de vista financeiro. O dinheiro que está em causa é muito, mas sobretudo do ponto de vista reputacional. A sentença do juiz é uma afirmação muito forte, que diz que é um grupo de pessoas de países desenvolvidos que se organizaram para defraudar um governo ou um povo de um país em desenvolvimento", considera Borges Nhamire ao realçar que "do ponto de vista reputacional, todo o governo de um Estado democrático que receber sobre a mesa uma proposta de negócio com a Privinvest, vai dizer 'não, nós não podemos fazer negócio' com uma empresa que foi condenada em tribunal de uma nação desenvolvida, com um poder judicial independente, que foi condenada por corrupção num país africano."

Por outro lado, o investigador que tem acompanhado de perto este dossier considera que a reacção de "ira" da Privinvest contra o chefe de Estado Moçambicano é "compreensível", dado que, a seu ver, o principal arquitecto da condenação da Privinvest foi o Presidente Nyusi, mas que uma acção contra ele terá um impacto limitado.

"Quem é o responsável principal desta condenação é o Presidente Filipe Nyusi porque o Presidente é a pessoa que autorizou o governo de Moçambique, através do Ministério Público, a iniciar esse processo em Londres. (...) Então compreende-se esta ira que a Privinvest tem contra o Presidente. Agora, daí a dizer que vai processar o Presidente, até pode processá-lo. Mas não creio que um processo contra o cidadão Filipe Nyusi, que já não será Presidente da República, tenha o mesmo impacto que teria um processo contra um Presidente em exercício. Porque o cidadão Filipe Jacinto Nyusi, depois de sair da Presidência, não carrega consigo uma Nação de mais de 30 milhões de pessoas, não dirige um Estado, é um simples cidadão", comenta o pesquisador.

"A própria Privinvest sabe que andou a distribuir dinheiro a dirigentes moçambicanos, sabe que a Nyusi não deu absolutamente grandes quantidades comparativamente com aquilo que foi dado a Ndambi Guebuza, comparativamente com aquilo que foi pago a Manuel Chang, comparativamente com aquilo que foi pago para o partido Frelimo. (...) Isso mostra que Nyusi era um peão neste processo das 'dívidas ocultas'. Era um simples ministro de defesa num país com um sistema presidencialista onde os ministros são simplesmente ajudantes do Presidente. Então o Presidente Nyusi não é a pessoa-chave neste processo das 'dívidas ocultas'. Da parte do Estado moçambicano, a pessoa-chave é o Presidente Guebuza e a sua cúpula", considera ainda Borges Nhamire.

Na óptica do estudioso, os antigos dirigentes do país "fazem parte do esquema" e "essa perseguição notável ao Presidente Nyusi é o indício de que não aceitou fazer parte do esquema, antes pelo contrário". Contudo, Borges Nhamire considera que não do interesse da própria empresa atacar Filipe Nyusi em justiça, "porque se o Presidente tiver que responder a algum tribunal, então vai arrastar consigo outras pessoas em que a Privinvest não quer tocar, incluindo o Presidente Guebuza".

Recorde-se que a decisão anunciada na segunda-feira pela justiça britânica é o culminar de praticamente cinco anos de contencioso naquela jurisdição à qual Moçambique recorreu alegando corrupção, conspiração para lesar por meios ilícitos e assistência desonesta para anular dívidas e reclamar compensação financeira.

Maputo reclamava uma indemnização de um pouco mais de 3 milhões de Dólares ao grupo naval e ao seu proprietário Iskandar Safa, por alegadamente pagarem subornos a funcionários públicos, nomeadamente ao antigo ministro das Finanças Manuel Chang, actualmente detido nos Estados Unidos. 

Na altura dos acontecimentos, o governante assinou garantias estatais sobre os empréstimos contraídos -sem conhecimento do parlamento moçambicano- pelas empresas públicas Proindicus, Ematum e MAM entre 2013 e 2014.

Reveladas ao público em 2016, as dívidas foram estimadas em quase 3 mil milhões de Dólares e levaram instituições internacionais como o FMI e o Banco Mundial a deixarem de cooperar durante largos anos com este país considerado como um dos mais pobres do mundo. ANG/RFI

Luta/"Nestes Jogos Olímpicos poderá acontecer algo extraordinário" para a Guiné-Bissau

Bissau, 01 Ago 24 (ANG) - A luta é a grande esperança da Guiné-Bissau para uma medalha nos Jogos Olímpicos de Paris, numa altura que o país está a formar campeões africanos e está a promover um programa de recrutamento de novos lutadores.

Na capital francesa, o comité guineense procura agora apoios para continuar a formar atletas não só na luta, mas noutros desportos olímpicos.

Com mais atletas do que em Tóquio, a equipa da Guiné-Bissau é composta por seis elementos que vão actuar em cinco modalidades diferentes chegou a Paris com a possbilidade de, pela primeira vez, ter uma medalha olímpica. A grande esperança é na modalidade de luta.

Esta é uma ambição que o Sérgio Mané, presidente do Comité Olímpico da Guiné-Bissau não escondeu em entrevista à RFI, dizendo mesmo que tudo é possível para os guineenses na capital francesa.

A Guiné-Bissau sonha com uma medalha nestes Jogos Olímpicos? 

Não temos a tradição da medalha olímpica, mas tudo indica que nestes Jogos poderá acontecer algo extraordinário. Temos dois atletas de luta que fizeram uma preparação extraordinária, foram campeões africanos e revalidaram o título que dá direito a participar nos Jogos. Quer dizer que se qualificaram para os jogos através de duas provas seguidas e conseguiram revelar grandes qualidades nesta base. Podemos ter esperança porque tanto um como outro, em termos de ranking, estão bem posicionados. O Diamantino Fafé, por exemplo, é um atleta bolseiro olímpico que já esteve nos Jogos de Tóquio e desta vez voltou a qualificar-se. Está bem posicionado em termos de ranking e está no 16.º lugar. Sabemos que é uma é uma tarefa difícil, mas tudo está em aberto. O Bacar Ndum, na categoria de 74 kg está no sexto lugar do ranking e é um o atleta que ao longo da sua participação em diferentes competições, sempre trouxe medalhas para o país. E nesta base temos esperança. Sabemos que não é uma tarefa fácil, mas também não é impossível. Daí que continuamos a acreditar que poderá acontecer algo extraordinário.

E, neste caso, no caso da luta, ao contrário de outras modalidades, realmente é possível, porque basta que, por exemplo, do outro lado, o outro atleta tenha alguma desconcentração e os vossos atletas encontram uma maneira de conseguir penetrar na cabeça do adversário e podem ganhar.

Perfeitamente perfeitamente, porque no desporto de combate ali existe precisamente aquelas fragilidades. Se falhar na aplicação de uma técnica, o adversário pode aproveitar e fazer pontos que lhe dá a oportunidade de ganhar a competição.

Os atletas já estão aqui há alguns dias. O que é que eles estão a achar das condições de treino, das condições de alojamento na Aldeia Olímpica?

Até aqui está tudo tranquilo. Não há queixa. Estão bem e estamos a gostar. 

Quando é que os atletas guineenses vão entrar em acção?

A partir do dia 01 de Agosto teremos natação, depois no dia 02 teremos judo, com o nosso atleta Bubacar Mané. Vamos ter o Seco Camará no atletismo no dia 03. Já o Diamantino Fafé começa na luta dia no dia oito e o Baca também na luta no dia 10. O Paicou no Taekwondo começa no dia 10.

E tendo em conta esta possibilidade de se chegar a medalhas, como é que os guineenses na Guiné-Bissau estão a acompanhar este jogos?

Há muita expectativa à volta dos atletas porque na verdade fizeram uma boa campanha. Nós sabemos que eles costumam brindar-nos com os títulos africanos. O desejo de todos os guineenses é ver o nosso atleta no pódio. Então, à volta disto, toda a gente está com esperança e vamos lá ver se conseguimos desta vez.

E esta expetativa é também uma possibilidade de desenvolver e trazer mais pessoas para o desporto, mais financiamento, por exemplo, mais financiamento internacional, mais ajuda ao desenvolvimento para o desporto na Guiné-Bissau?

Com certeza. Nos jogos anteriores tínhamos um menor número de atletas e nesses jogos aumentámos, o que significa que isso vai-nos permitir angariar meios e mobilizar recursos para pôr à disposição dos nossos atletas para poderem subir mais em termos de qualidade, em termos de performance.

Na equipa da Guiné-Bissau temos seis atletas e são todos homens. O que é que aconteceu na parte das mulheres? É uma preocupação sua trazer mais mulheres e mais meninas para o desporto na Guiné-Bissau?

Exactamente. Nós temos praticantes femininas, só que, lamentavelmente,  ainda não estão este nível. Tivemos um caso de uma menina que esteve em Marrocos, uma bolsa financiada pelo Comité Olímpico e ela conseguiu medalha a nível do continente. Só que não progrediu mais. Isto também tem a ver com a parte familiar, não é? Já tinha um filho menor e certamente deve ser a causa que acabou por contribuir negativamente. Tinha que juntar-se ao filho e acabou por desistir. Estou a falar da luta, mas já tivemos casos da nossa atleta campeã africana de judo, a Taciana, que também deixou e desta vez só tivemos rapazes, mas nos Jogos anteriores ainda tivemos menina.

Há também uma questão então de formação civica e informação para as famílias da importância de as mulheres participarem no mundo do desporto?

É também uma questão de oportunidade. Eu considero isso a oportunidade, porque nem sempre todos têm a mesma oportunidade e nós trabalhamos nessa visão. Procurar sempre ter o equilíbrio de género para fazer com que as meninas possam também aproveitar as oportunidades que nós oferecemos para poderem desenvolver os seus talentos.

Está aqui então, também não só para acompanhar a equipa olímpica, claro, mas também para ter vários encontros, para encontrar-se imagino aos mais altos níveis, incluindo com o Comité Olímpico Internacional. Que tipo de encontros é que vai ter e o que é que espera levar depois para a Guiné-Bissau?

Nos Jogos Olímpicos acabamos por fazer diplomacia desportiva, já que estão aqui 206 países e dentro desses seis países, independentemente da rotina que acabamos por ter, vamos tendo já alguns encontros. Mas também já trazemos alguma agenda. Temos a reunião, por exemplo, a nível do continente, temos a reunião com a Sociedade Olímpica, temos a reunião com a francofonia, portanto, temos uma agenda super apertada. Mas tudo isto é para tirar proveito da nossa participação, da nossa presença e tentar levar esses ganhos para o país.

E o que é que vi nos próximos anos para os atletas olímpicos e os atletas em geral na Guiné-Bissau? Que modalidades e que se vê a desenvolver? Parece que a luta realmente está a atrair muita gente. Mas que outras modalidades? Por exemplo, modalidades náuticas, já que a própria Guiné-Bissau tem condições extraordinárias para este tipo de modalidades? Quais é que são as vossas apostas?

Já temos um atleta que está a progredir na natação. Esse jovem já beneficiou de uma bolsa. Devia ir para Hungria, mas já por causa do número de candidatos, vai para Singapura. Portanto, isto certamente vai criar uma grande expectativa e eu tenho plena certeza estando ali em termos de resultados, certamente vai surpreender porque é um jovem com qualidades, com uma progressão que encoraja tudo. Então também há outras modalidades, como o caso de luta. Estamos a fazer um investimento porque ali temos um potencial. Temos já um projecto de captação de talentos que está em curso e provavelmente vamos ter mais número de atletas a representar o país e certamente o número de medalhas vão aumentar, não é? Está tudo em aberto.ANG/RFI

Electricidade/EAGB muda brevemente para novas instalações sita na sede da UDIB em Bissau

Bissau 01 Ago 24 (ANG) – A Empresa de Electricidade e Águas da Guiné-Bissau (EAGB),vai mudar em breve para uma nova instalação sita na sede da União Desportiva Internacional de Bissau(UDIB), na Avenida Amilcar Cabral.

De acordo com o Director-geral da empresa, Vasco Rodrigo citado pela TV Bantaba, a mudança  tem a ver com a necessidade de se criar  melhores condições de serviços e atendimento aos  clientes.

Aquele responsável disse que as condições em que funciona a EAGB na antiga sede, sita na Praça Che Guevara, “são pésimas”, com espaços sem ventilações que não permitem uma boa colaboração entre equipas de trabalho .

Segundo o Director-geral,  trata-se do primeiro passo no sentido de  melhoria das condições de trabalho dos trabalhadores da EAGB, bem como a melhoria na recepção de atendimento dos clientes .

“Esta mudança também vai incluir, de uma forma paulatina, as diferentes agências. Estamos a andar para a modernização da empresa e com ajuda do Banco Mundial vai-se adquirir materiais informáticos. Esperamos que, ao fornecer melhores condições, os nossos trabalhadores poderão aumentar a eficácia profissional”,disse.

Vasco Rodrigo disse que está em curso a instalação dos contadores pré-pagos  e que vai se iniciar a instalação do da água, realçando que neste mês de Agosto vão receber 35 mil contadores pré-pagos, o que vai permitir acabar por completo  com contadores analógicos.

“Isso  vai permitir que os clientes possam gerir as suas contas, o aumento da  eficácia da EAGB e a diminuição das fraudes, entre outras vantagens”, disse.

O DG da EAGB anunciou que  está prevista para Novembro a mudança de tecnologia nos contadores pré-pagos, ou seja, todos os contadores pré-pagos vão ser atualizados, para eliminar funcionamentos dos referidos aparelhos que lesam o interesse da empresa.

 “Os clientes vão ser convidados a fazerem uma atualização dos seus contadores prê-pagos sem que isso lhes acarreta algum  custo”, assegurou.ANG/MSC//SG

Comunicação Social/ SINJOTECS condena  agressão fisica dos  agentes da PIR contra  jornalistas

Bissau, 01 Ago 24 (ANG) - O Sindicato dos Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social (SINJOTECS) condenou  o ato de agressão fisica praticado por agentes de Policia de Intervenção Rápida(PIR) contra a jornalistas da Rádio Capital FM, Djuma Culibali e da Rádio Popular, Ngouisam Casimiro Monteiro que foi atropelada com intenção pela policia.

As duas vitimas, de acordo com a nota de repúdio do Sindicato da classe, à que a ANG teve acesso hoje, faziam a cobertura jornalística de uma vigília organizada quarta-feira por um grupo dos professores em frente ao Ministério da Educação Nacional, exigindo o pagamento de cinco meses de salários em atraso.

Considerando a gravidade do ocorrido, o SINJOTECS renovou o seu apelo  ao boicote de todas as actividades públicas do Presidente da República, Umaro Sissoco Embalo, extensivo ao Governo.

Nessa nota, a organização que defende a classe jornalistica guineense exorta aos jornalistas e aos diretores dos órgãos de comunicação social a não comparecerem no encontro com o Presidente da República Umaro Sissoco Embalo agendado para dia 05 de Agosto deste ano.

Para além disso, o SINJOTECS apela a união no seio da classe jornalística na luta contra atropelos à liberdade de imprensa na Guiné-Bissau.

O sindicato manifestou a sua solidariedade para com as vitimas e  seus respectivos órgãos de comunicação social.

Instou igualmente a advocacia da Comunidade Internacional em defesa da liberdade de expressão e de imprensa na Guiné-Bissau.

O Sindicato dos Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social  da Guiné-Bissau lamenta a ocorrência do que diz ser “mais um episódio triste de brutalidade policial contra profissionais  de comunicação social no exercício laboral”.ANG/LPG/ÂC//SG

Censo/INE capacita jornalistas em matéria de  recenseamento geral da população

Bissau,01 Ago 24(ANG) – O Governo através do Instituto Nacional de Estatístas(INE), agrupou quarta-feira, cerca de três dezenas de jornalistas de órgãos públicos e privados numa ação de capacitação em matéria da realização do 4º Recenseamento Geral da População prevista para Abril do próximo ano.

Em declarações à imprensa na abertura do ato, o Director-geral do INE, Roberto Vieira disse que o seminário de capacitação dos jornalistas visa esclarecer a importância e grandeza de um recenseamento da população e também anunciar quais serão as principais etapas da sua realização.

O recenseamento,disse, irá produzir dados que iráo nortear a repartição dos recursos públicos, as ações estratégicas para economia do país, dados que iráo possibilitar que se conheça as  condições de vida da população e das famílias e os dados que irão transformar em informações sociodemográficas e económicas importantes para a produção de conhecimentos.

A Guiné-Bissau devia realizar o 4º Recenseamento Geral da População em 2019, o que não aconteceu por  razões, nomeadamente, da ordem financeira e técnica.

O 4º Recenseamento Geral da População e Habitação será um processo digitalizado em todas as suas fases, com uso de modernas tecnologias para assegurar a qualidade dos dados e a produção de informações precisas.

Por, isso, de acordo com o Director Geral do INE, para a concretização desse processo, a Guiné-Bissau recebeu um financiamento do Banco Mundial no valor de 15 milhões de dólares e que será dividida em duas partes: uma para apoiar o sistema estatístico nacional e a outra para o Recenseamento Geral da População.

A Guiné-Bissau realizou o seu primeiro Recenseamento Geral da População em 1979, o segundo foi em 1991 e o terceiro em 2009.

Segundo o último censo a população guineense era de 1.520.830 pessoas e estima-se que atualmente esse nível já ronda os dois milhões de habitantes. ANG/ÂC//SG