Guiné Equatorial/Balanço de vítimas mortais em explosões de domingo sobe para 98
Bissau, 09 Mar 21 (ANG)
– Pelo m
enos 98 pessoas morreram e 615 ficaram feridas nas explosões de domingo
em Bata, na Guiné Equatorial, segundo o mais recente balanço anunciado segunda-feira
pelo vice-presidente do país, Teodoro Nguema Obiang Mangue.
“Hoje fomos informados de que, até ao momento, temos 98 mortos e 615 feridos”, escreveu o vice-presidente, filho do chefe de Estado, Teodoro Obiang Nguema, na plataforma social Twitter, acrescentando que o país “continua muito consternado”.
Numa conferência de
imprensa citada pela revista Real Equatorial Guinea, o vice-presidente, também
encarregado da Defesa e Segurança do Estado, afirmou que dos 615 feridos, 316
receberam alta enquanto 299 continuam distribuídos por vários hospitais na
cidade de Bata, a maior da parte continental do país.
Segundo o mesmo portal,
Obiang sublinhou que já não há perigo para as pessoas que vivem perto da zona
das explosões e que estas podem regressar às suas casas.
O vice-presidente apelou
aos moradores para não tocarem em objetos estranhos que possam encontrar e que
alertem as autoridades caso isso aconteça.
O governante disse ainda
esperar que os trabalhos de limpeza do local do incidente podem ficar
concluídos no prazo de 10 dias.
Várias explosões nos
depósitos de armamento de um quartel na cidade portuária de Bata, na parte
continental da Guiné Equatorial, destruíram quase totalmente as casas e
edifícios num raio de cerca de mais de dois quilómetros.
Na sequência das
explosões, consideradas acidentais, o chefe de Estado, Teodoro Obiang, lançou
um apelo à comunidade internacional para que ajude a Guiné Equatorial, numa altura
em que o país vive uma crise sanitária devido à pandemia de covid-19 e uma
crise económica por causa da quebra dos preços do petróleo.
O Presidente
equato-guineense anunciou hoje que irá reunir de emergência o Governo para
analisar as medidas de apoio às vítimas destas explosões, segundo a comunicação
social próxima do executivo.
No comunicado de
domingo, o Presidente disse que o acidente tinha sido causado “pela negligência
e descuido” da unidade responsável pela proteção dos depósitos de dinamite e explosivos
anexos ao paiol de munições do quartel militar de Nkuatama, localizado numa
zona residencial de Bata.
Os tais depósitos de
dinamite ter-se-ão incendiado devido a queimadas que estariam a ser realizadas
por agricultores em quintas nas proximidades e que provocaram a explosão.
O chefe de Estado
garantiu que os responsáveis serão investigados e punidos, assinalando a
devastação que as explosões vão custar ao país, com perdas humanas, económicas
e materiais significativas.
A Comunidade dos Países
de Língua Portuguesa (CPLP), da qual a Guiné Equatorial é Estado-membro,
manifestou hoje apoio e solidariedade às autoridades do país, numa carta
dirigida ao ministro das Relações Exteriores e Cooperação da Guiné Equatorial.
Por seu lado, o
embaixador equato-guineense em Lisboa, Tito Mba Ada, disse à Lusa que
formalizou, esta manhã, o pedido de ajuda junto da CPLP e das autoridades
portuguesas.
Portugal indicou que o
apoio à Guiné Equatorial “será equacionado em coordenação com a comunidade
internacional, nomeadamente no quadro das Nações Unidas e da União Europeia”.
Antiga colónia espanhola, governada há 42 anos por Teodoro Obiang, a Guiné Equatorial, um país rico em recursos, mas com largas franjas da população abaixo do limiar da pobreza, integra a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) desde 2014. ANG/Inforpress/Lusa
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