Ruanda/África precisa de USD 95
mil milhões para desenvolver agro parques
Bissau,04 Out 23 (ANG) - Pelo menos 95 mil
milhões de dólares americanos serão empregues, nos próximos três anos, em atividades
prioritárias do Programa Comum Africano de Agro Parques ( CAAP), para
fortalecer o ambiente de negócios propício, revelou segunda-feira, em Kigali, a
comissária da UA, Josefa Correia Sacko.
A diplomata que intervinha no Retiro
Ministerial da UA, na capital ruandesa, disse que o Banco
Africano para a Exportação e Importação (AFREXIMBANK, sigla em
inglês) assume a liderança na mobilização dos recursos necessários.
Josefa Sacko, comissária da UA para a
Agricultura e Economia Rural, precisou que a instituição financeira africana
vai mobilizar os 20 mil milhões de dólares necessários para iniciar o primeiro
conjunto de atividades do CAAP.
“A nossa prioridade no momento é realizar
estudos de preparação de projetos de viabilidade e planos diretores, e
promoção de investimentos para os 10 projetos de demonstração do CAAP,
começando com o CAAP Zâmbia-Zimbabwe e o CAAP Cacau Cote d'Ivoire-Ghana”,
frisou.
Ao mesmo tempo, prosseguiu, serão
implementadas as atividades de apoio para fortalecer o ambiente político e de
negócios para que os CAAPs decolem.
Disse ainda que a conclusão dos 10
projetos estabelecerá a base para a criação de cinco grandes zonas
agroindustriais comuns, uma por região, com mega agroindústrias
transfronteiriças associadas aos corredores de abastecimento de
alimentos.
Segundo a diplomata angolana ao serviço da
UA, estes projetos concretos da organização pan-africana vão permitir
iniciar uma “ revolução agroindustrial “ no continente, em resposta às ambições
estabelecidas na Agenda 2063 da UA.
Nesta vertente, o programa vai concentrar
as suas ações no mapeamento de parques agrícolas, reservas de alimentos e
corredores de alimentos atuais e futuros em África , bem como o
processo de averiguação de pequenos agricultores, possibilitando um
ambiente natural e comercial para a produção sustentável no âmbito dos
CAAPs.
A terceira fase do programa seria liderada
pela AUDA-NEPAD no envolvimento com as Comunidades Económicas Regionais (CER),
no âmbito deste processo, disse, acrescentando que a natureza
transfronteiriça dos CAAPs é a panaceia (remédio para todas as curas ), para a
atual “situação deplorável” da agricultura de África.
Os CAAPs são grandes zonas agroindustriais
comuns com mega agroindústrias transfronteiriças e corredores de abastecimento
de alimentos, que serão estabelecidos em áreas agroecológicas em cada uma
das cinco regiões geográficas de África.
Cada zona será dominada por commodities
agrícolas estratégicas específicas, das quais serão desenvolvidas cadeias de
valor continentais para produzir e processar o “quantum
commodities” selecionadas, que irão ser comercializadas entre os
Estados-membros da UA.
O objetivo é compensar gradualmente a conta
de importação destes produtos estratégicos, tais como o arroz, o milho, o
trigo, o inhame, a mandioca, a horticultura, a avicultura, a pecuária e o
cacau, esclareceu.
Na cimeira da UA sobre Industrialização e
Diversificação Económica, realizada em novembro de 2022, no Níger, a Declaração
Conjunta das Partes Interessadas da UA sobre a mobilização de parcerias para a
implementação dos CAAPs recomendou a implementação de 10 Projetos de
Demonstração dos CAAPs por regiões. ANG/Angop
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