quarta-feira, 14 de setembro de 2022

São Tomé e Príncipe-Eleições/ Filipe Nascimento quer quinta maioria absoluta no Príncipe

Bissau, 14 Set 22(ANG) – Filipe Nascimento, filho de pais cabo-verdianos com raízes no concelho da Ribeira Grande, Santo Antão, candidato da UMPP nas eleições regionais de 25 de Setembro, diz estar convicto de que o seu partido alcançará a quinta maioria absoluta consecutiva.

Dezasseis anos depois do primeiro acto eleitoral livre na região, os naturais da ilha do Príncipe vão decidir se querem continuar a ser governados pela União para a Mudança e Progresso do Príncipe (UMPP), no poder há 16 anos, ou pelo MLSTP/PSD, que nunca venceu uma eleição no Príncipe, e que para esta corrida eleitoral se apresenta em coligação com o Movimento Verde para o Desenvolvimento do Príncipe (MVDP), de Nestor Umbelina, um dissidente da UMPP.

Filipe Nascimento, 32 anos, advogado, formado em Portugal, actual presidente do Governo Regional do Príncipe e líder da UMPP, a quem os críticos acusam de ter recebido o executivo numa bandeja de prata servida pelo ex-presidente, Tozé Cassandra, tem agora a oportunidade de testar a sua popularidade na urna.

Em entrevista exclusiva à Inforpress, no Príncipe, no terceiro dia de campanha para as eleições regionais de 25 Setembro, Filipe Nascimento apresentou os argumentos com os quais pretende convencer os habitantes da Região Autónoma do Príncipe a votar no seu projecto eleitoral.

Os habitantes do Príncipe, sublinhou, sabem bem o trabalho que foi feito pelo governo nestes últimos 16 anos, mas o jovem jurista apresenta-se a estas eleições não pelo passado, mas pelo futuro, pelo que falta fazer e inovar, nas mais diversas áreas, consolidando, cada vez mais, os indicadores positivos.

“Parto para estas eleições com a expectativa de uma vez mais, ganhar com a maioria absoluta, para concretizar os muitos projectos que estão em carteira. A população tem percebido a nossa vontade, o nosso querer de continuar a transformar o Príncipe e resolver os problemas estruturantes ligados à condição de uma ilha duplamente insular”, lançou.

O candidato salientou que, além deste trabalho, o executivo do Príncipe tudo fará para tentar conseguir o engajamento do Governo Central de forma mais “colaborativa e interventiva”, para em conjunto se conseguir resolver as grandes questões.

Uma das principais prioridades para a ilha do Príncipe, para os próximos quatro anos, pelas quais Filipe Nascimento vai se bater, será a adopção de medidas para baixar o custo de vida para os cerca de dez mil habitantes, na sua maioria de ascendência cabo-verdiana e que vive nas antigas empresas agrícolas em condições de precariedade.

“As grandes prioridades para o próximo mandato passam, primeiro, por baixar o custo de vida da população. Isso passa por um conjunto de medidas, nomeadamente a melhoria do Porto do Príncipe, tornando-o atracável e a construção de um reservatório de combustível, como serviço complementar”, especificou.

Filipe Nascimento indica também como grande objectivo, no sector da saúde, concluir as obras do bloco operatório do hospital local e a edificação, na capital São Tomé, de uma residência para acolher os doentes transferidos do Príncipe para tratamento médico.

O reforço da rede de postos sanitários comunitários, a criação de um sistema moderno de bolsa de medicamento, o reforço do quadro médico para atendimento especializado, bem como promover consultas médicas por teleassistência são outras propostas no sector para os próximos quatro anos.

Também para o novo mandato, o candidato da UMPP à presidência do Governo Regional do Príncipe pretende concretizar o projecto de energias renováveis no Príncipe, nomeadamente a Barragem Hidroeléctrica do Papagaio, que já conta com parte de financiamento do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e a amarração de fibra óptica à ilha, num financiamento do Banco Mundial.

Relativamente à educação, Filipe Nascimento garantiu que o Governo não se conformará enquanto não construir o Liceu Regional, cujo orçamento será suportado, segundo o candidato, pelas câmaras municipais portuguesas de Amadora, Oeiras e Lisboa.

Ainda no sector da educação, o executivo da UMPP promete não baixar os braços na capacitação dos professores, educadores, supervisores e inspectores, bem como no reforço do ensino técnico e profissional na região.

Filipe Nascimento defende também “maiores investimentos nos sectores produtivos”, na agricultura, pecuária e pescas, com a criação de um “plano de intervenção muito intenso”, apostando no empreendedorismo para fomentar iniciativas que possam gerar riqueza, rendimento e emprego.

“Vamos reforçar a nossa intervenção na melhoria de condições para atrair mais e melhores investidores para fomentar oportunidades do emprego e trabalhamos o turismo de seguimento ecológico, para continuarmos a diversificar a economia regional”, referiu.

Nas pescas, disse o líder regional, a ideia passa pela criação de um centro de conservação do pescado e criação de um estaleiro para fabrico e reparação de embarcação de pesca e desenvolve condições para a pesca semi-industrial.

O presidente do Governo Regional considerou que, apesar de os seus dois primeiros anos de mandato terem sido “difíceis”, a ilha do Príncipe “tem grandes possibilidades de crescer”, apostando na diversificação da economia e na atração de mais investimentos, para fomentar o emprego.

Filipe Nascimento, que lidera o Governo Regional desde 2020, é um jovem quadro natural do Príncipe, de ascendência cabo-verdiana e formado em Direito em Portugal, que durante vários anos trabalhou na Câmara Municipal de Oeiras.

Pelo menos 50 candidatos de origem cabo-verdiana estão na corrida às eleições legislativas, autárquicas e regionais santomenses de 25 de Setembro.

Mais de 120 mil eleitores, incluindo a diáspora,  estão recenseados para votar nestas eleições, às quais concorrem dez partidos e uma coligação: Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe / Partido Social Democrata (MLSTP/PSD), Ação Democrática Independente (ADI), Basta, Movimento Democrático Força da Mudança/União Liberal (MDFM/UL), União para a Democracia e Desenvolvimento (UDD), CID-STP, Muda, Partido Novo, Movimento Partido Verde, Partido de Todos os Santomenses (PTS) e a coligação Movimento de Cidadãos Independentes/Partido Socialista/Partido da Unidade Nacional.

As eleições legislativas elegem 55 deputados à Assembleia Nacional de São Tomé e Príncipe. A ADI foi o partido mais votado nas eleições de 2018, elegendo 25 deputados, seguida pelo MLSTP/PSD, que conseguiu 23 assentos.

ANG/Inforpress


                         Nuclear iraniano/ Negociações de novo bloqueadas

Bissau, 14 Set 22 (ANG) - O programa nuclear iraniano volta a ser discutido esta semana em Viena, durante o conselho da Agência Internacional de Energia Atómica.

Teerão quer o encerramento dos dossiers seguidos pela AIEA para reelançar o acordo. Paris, Berlim e Londres lamentam que o Irão tenha escolhido «não aproveitar esta oportunidade diplomática decisiva».

Se, nas últimas semanas, a reforma das negociações sobre o acordo nuclear iraniano de 2015 parecia ser uma realidade, agora várias fontes dizem que essa perspectiva está cada vez mais longe.

O dossier será analisado esta semana em Viena, durante o conselho da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA). A organização sublinha que não consegue garantir que o programa nuclear do Irão seja «exclusivamente pacífico».

Um comunicado conjunto de Paris, Berlim e Londres veio deitar por terra as especulações sobre uma possível relação do acordo de 2015 sobre o nuclear iraniano: «Infelizmente, o Irão escolheu não aproveitar esta oportunidade diplomática decisiva. Em vez disso, continua a desenvolver o seu programa nuclear muito além de toda e qualquer justificação civil plausível».

Desde o ano passado que intensas negociações acontecem em Viena com um duplo objectivo: primeiro, de trazer de volta os Estados Unidos da América ao acordo – do qual Donald Trump saiu em 2018 - e, segundo, estabelecer os parâmetros do compromisso: garantia do carácter civil do programa nuclear iraniano em troca do levantamento das sanções. Um desafio titânico, na medida em que Teerão respondeu à decisão do ex-presidente norte-americano ao acelerar os trabalhos nucleares, ultrapassando recorrentemente todos os limites.

Durante o verão, as últimas sessões foram consagradas a um documento-compromisso redigido pela União Europeia. A resposta de Teerão chegou a 1 de Setembro, «um passo atrás», segundo o chefe da diplomacia norte-americana, Anthony Blinken. «Uma situação de bloqueio, uma situação crítica» alerta uma fonte diplomática francesa.

O principal ponto de discórdia aparece no relatório da AIEA, publicado na semana passada, no qual a agência diz não poder garantir que o programa nuclear iraniano é «exclusivamente pacífico». A AIEA continua sem informação a propósito de três locais, que Teerão não declarou no seu programa, mas onde foram misteriosamente detectados vestígios de urânio no seu estado não-natural.

Para relançar o acordo nuclear de 2015, o Irão pede o encerramento dos dossiers seguidos pela AIEA. Impossível, diz a Agência Internacional de Energia Atómica que levanta a bandeira das «obrigações legais» ao estado islâmico. ANG/RFI

 Religião/Papa pede aos líderes religiosos para que nunca justifiquem a violência

 Bissau, 14 Set 22(ANG) – O papa Francisco apelou hoje às religiões para que nunca justifiquem a violência, especialmente “quando o mundo ainda está marcado pelo flagelo da guerra”.


“Nunca devemos justificar a violência. Não permitamos que o sagrado seja instrumentalizado pelo profano, que o sagrado não seja um suporte para o poder, e que o poder não confie na sacralidade”, sublinhou.

“Deus é paz e conduz sempre à paz, nunca à guerra”, foi a mensagem do papa, na abertura do sétimo Congresso de Líderes das Religiões Mundiais e Tradicionais, em Nursultan, onde chegou na terça-feira para uma visita de três dias.

Sentado numa mesa redonda com 80 outros líderes religiosos e representantes de organizações internacionais, o papa falou dos desafios globais que as religiões enfrentam e explicou que um deles é alcançar a paz.

“Nas últimas décadas, o diálogo entre os líderes das religiões tem-se centrado principalmente nesta questão. Contudo, vemos que os nossos dias ainda são marcados pelo flagelo da guerra, por um clima de exasperação, pela incapacidade de recuar e estender a mão ao outro”, disse o líder católico, sem referir a guerra na Ucrânia.

Na abertura do congresso, no qual participam cerca de 100 delegações de 50 países, a guerra foi um dos temas abordado.

Nesta reunião era também esperado um encontro entre o papa e o patriarca ortodoxo russo, numa possível tentativa de mediar o conflito, mas Cirilo, que em numerosas ocasiões justificou a guerra e a invasão russa da Ucrânia, não se deslocou ao Cazaquistão.

Na intervenção, Francisco exortou os líderes das várias religiões a comprometerem-se ainda mais “a promover e reforçar a necessidade de os conflitos serem resolvidos não pelos meios ineficazes da força, das armas e das ameaças, mas pelo único meio abençoado pelo céu e digno do homem: o encontro, o diálogo, as negociações pacientes, que são levadas a cabo com as crianças e a geração mais jovem em mente”.

O papa defendeu “que as religiões não são um problema, mas parte da solução para uma coexistência mais harmoniosa” e acrescentou que “por esta razão, uma condição essencial para um desenvolvimento verdadeiramente humano e integral é a liberdade religiosa”.

Francisco lembrou também a forma como a pandemia da covid-19 mostrou que “toda a gente precisa de assistência; ninguém é totalmente autónomo, ninguém é completamente autossuficiente”, pedindo solidariedade. ANG/Inforpress/Lusa

 

terça-feira, 13 de setembro de 2022

Defesa/CEMGFA adverte os Fuzileiros Navais para abdicarem de criar instabilidade no país

Bissau, 13 Set 22(ANG) – O Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas(CEMGFA) advertiu  esta segunda-feira aos fuzileiros navais para abdicarem de criar instabilidade  no país.

Biaguê Na Ntan falava na cerimônia comemorativa do 53º aniversário dos Fuzileiros Navais sob lema “Fuzileiro presente no mar para combate a criminalidade Marítima e em terra para garantir a segurança interna”.

Na ocasião, acusou os Fuzileiros Navais de serem mentores de mais de cinquenta por cento dos golpes perpretrados no país, tendo afirmado a título de exemplo que o  caso 1 de fevereiro foi perpetrado  pelos Fuzileiros.

 Biaguê  Na Ntan pediu aos mesmos para lhe acompanhar na mudança de mentalidade e optar pela formação a fim de estarem mais aptos e preparados para participarem em missões de paz.

Por sua vez, o Chefe de Estado Maior da Armada(CEMA), disse que todos os percursos têm momentos altos e baixos, tendo prometido que os Fuzileiros Navais vão empenhar-se na salvaguarda dos interesses superiores da Nação no mar.

Hélder Nhanque lamentou o estado de degradação físico em que se encontra o aquartelamento da Marinha, frisando contudo esperar que o representante do Governo na cerimônia vai levar em conta as necessidades e dificuldades com que a Marinha e os Fusileiros debatem.

Revelou que o Corpo da Marinha debate com falta de meios materiais para fiscalizar as águas, afirmando que, tudo tem haver com a conjuntura do país.

Helder Nhanque aconselhou o Governo a envidar mais esforço para equipar a Marinha de Guerra.

Questionado sobre a acusação do CEMGFA de que  os Fuzileiros são factor de instabilidade no país respondeu que não tem nada para contrariar ao admitir, frisando que,  Biaguê Na Ntam conhece muito bem as Forças Armadas.

No final da cerimônia foram entregues certificados de louvor a cinco antigos Fuzileiros sendo quatro homens e uma mulher.

De recordar que o corpo de “Fuzileiros Navais” foi fundado em 1969 por Amílcar Lopes Cabral fundador da nacionalidade guineense, onde enviou  76 militares para a ex. União Soviética e Portugal para se formarem na área de Mar e Guerra.ANG/JD/ÂC  

 

Cooperação/Presidente da República participa na tomada de posse dos presidentes do Quénia e de Angola

Bissau,13 set 22(ANG) - O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, viajou segunda-feira para o Quénia para participar na cerimónia da tomada de posse do novo Presidente William Ruto e seguirá depois para Angola para assistir a investidura de João Lourenço.

Segundo uma nota do Gabinete de Comunicação e Relações Públicas da Presidência da República, enviada à ANG, Umaro Sissoco Embaló, que é também presidente em exercício da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), vai estar ausente do país até sexta-feira.

O vice-presidente cessante e Presidente eleito do Quénia, William Ruto, será empossado terça-feira como novo chefe de Estado.

João Lourenço, que foi reeleito para mais um mandato de cinco anos como Presidente de Angola, toma posse na quinta-feira.ANG/ÂC

 

Finanças/Missão de Diágnóstico do Sistema Financeiro Descentralizado(SFD), encontra-se no país para inteirar-se da situação de microfinanças

Bissau,13 set 22(ANG) - O Secretário de Estado do Tesouro, Mamadu Baldé manteve esta segunda-feira, um encontro de cortesia com a missão de Diagnóstico do Sistema Financeiro Descentralizado, (SFD) que se encontra no país para se inteirar da situação do sector de microfinanças.

De acordo com uma nota do gabinete de Assessoria de Imprensa do Ministério das Finanças a que ANG teve acesso, a missão do SFD irá fazer igualmente  o diagnóstico similar já realizado noutros Estados membros da União Econõmica e Monetária Oeste Africana (UEMOA).

Informa que, a missão vai permanecer no país durante vinte e um dias e, tem vários encontros agendados com organizações que operam no sector de microfinanças.

Chefiada pela Soukeyna Mbengue DIENG, Chefe de Serviço das Atividades de Microfinanças na Direção das Actividades Bancárias e Financiamentos Alternativos, com sede em Dakar, é integrada igualmente por Maxime KAMBOU, Chefe de Serviço da Regulamentação Geral dos Estabelecimentos de Crédito e dos Sistemas Financeiros Descentralizados na Direção de Estabilidade Financeira.ANG/ÂC

 

 

Finanças/Movimento da sociedade civil guineense contra suspensão de isenções fiscais

Bissau,13 set 22(ANG) - O presidente do Movimento da Sociedade Civil para a Paz, Democracia e Desenvolvimento, Carambá Sanhá, insurgiu-se segunda-feira contra a medida do Governo de suspender temporariamente as isenções fiscais e aduaneiras às organizações não-governamentais (ONG) e às entidades religiosas.

O despacho do novo ministro das Finanças, Ilídio Vieira Té, indica que doravante estão suspensas as isenções sobre os bens e produtos de qualquer natureza, importados ou adquiridos no país, por aquelas entidades.

Para o presidente do Movimento da Sociedade Civil, plataforma que congrega cerca de 100 organizações, "a medida é inexistente por falta de enquadramento legal".

"Recebemos com muita consternação esta informação deste despacho. A institucionalização de isenções fiscais e aduaneiras para as ONG e entidades religiosas é da lei número 26/93 e ainda da lei número 02/95 que regula tudo isso", observou Carambá Sanhá.

"São diplomas, leis produzidos em Conselho de Ministros e publicados em forma de leis em Boletim Oficial que em nenhum momento podem ser substituídos por um mero despacho", defendeu Sanhá.

O presidente do Movimento da Sociedade Civil considera que o Governo "não se pode esquecer do papel filantrópico" das ONG e entidades religiosas junto da população o que, disse, lhes dá "estatuto de parceiros incontornáveis".

O dirigente da sociedade civil afirmou ainda que a medida do ministro das Finanças "pecou na sua tomada de decisão" que, observou, poderá resultar no descrédito dos parceiros internacionais que apoiam as ONG e as entidades religiosas na Guiné-Bissau.

"O impacto de tudo isso vai ser sentido pela população. As ONG e as entidades religiosas ocupam um grande vazio que o Estado não consegue cobrir", sublinhou Carambá Sanhá.

O presidente do Movimento da Sociedade Civil dá o exemplo de hospitais, escolas e centros de produção, geridos por ONG e entidades religiosas, que, disse, poderão ressentir-se com a medida do Governo.

Carambá Sanhá questionou ainda a legalidade do despacho do ministro das Finanças ao afirmar que a decisão devia merecer um parecer vinculativo dos ministérios dos Negócios Estrangeiros e o da Economia, Plano e Integração Regional.

Sanhá acha "estranho e caricato" que seja o Ministério das Finanças, última entidade que aplica as isenções fiscais e aduaneiras, a decidir-se pela suspensão, sem antes ter ouvido o Ministério dos Negócios Estrangeiros, proponente da medida nos anos de 1990.


"Queremos aconselhar o ministro (das Finanças) a rever a sua posição e a proporcionar mais controlo de acordo com a lei", na aplicação de isenções, sublinhou Carambá Sanhá.
ANG/Lusa

 

Sociedade/Sindicatos do sector de Saúde e Educação assinam acordo  inter-sindical denominado “Frente Social”

Bissau, 13 set 22 (ANG) – Os sindicatos do sectores da Saúde e da Educação assinaram um acordo inter-sindical, denominado “Frente Social”, que visa acções conjuntas contra a suspenção da colocação de novos ingressos nesses sectores por parte do Governo.

No documento a que ANG teve acesso hoje, o referido acordo foi rubricado pelos Presidentes do  Sindicato  Nacional de Enfermeiros Técnicos de Saúde e Afins(Sinetsa), do Sindicato Nacional dos Quadros  Superiores da Saúde(Sinquass), da Frente Nacional dos Professores(Frenaprofe) e do Sindicato Democrático dos Professores(Sindeprof), agrupados na “Frente Social” no qual acordaram em estabelecer relações de colaboração no campo sindical.

As partes comprometeram a promover intercâmbio nos dominios de permuta de informação e documentos, gestão de conflitos e  outras formas de colaboração mediante acordo das partes.

Em  matéria de greve, os quatro sindicatos dos sectores da saúde e da educação comprometem-se em organizar as acções de reivindicações em conjunto, sempre que esgotam todos os meios pacificos de resolução de conflitos.

“A constituição das comissões ou estruturas coordenadoras de greve, cujo  recurso à greve é decidido pelas partes mediante a subcrição conjunta do pré-aviso de greve, nas matérias consideradas de interesse comum”, são outros pontos constantes no documento.

Ainda no capitulo de greve, informa que, as partes devem procurar assegurar a coordenação das suas ações de reivindicação, incluindo os processos negociais e constituição de comissões negociais conjuntas.

No documento, os quatro sindicatos afirmam que o presente acordo inter-sindical tem como fundamento na definição da politica comum de atuação na resolução de diferentes problemas que afetam os interesses das suas classes.

Os sindicatos dizem estar convitos de que no campo das relações laborais, o acordo vai contribuir para o reforçar as relações existentes, nomeadamente na promoção dos  seus legitimos direitos e interesses socioprofissionais. 


O Governo anunciou em Conselho de Ministros, do dia 25 de Agosto, a suspensão de admissão de novos ingressos de professores
  e técnicos de saúde na função pública. ANG/LPG/ÂC

 


Finanças/
Governo suspende “isenções fiscais” às entidades Religiosas e ONGs do país

Bissau, 13 Set 22 (ANG) – O Governo decidiu suspender temporariamente as “isenções fiscais” às entidades Religiosas e Organizações Não Governamentais do país.

De acordo com o Despacho publicado no facebook pelo Gabinete de Assessoria de Imprensa do Ministério das Finanças a que ANG teve acesso hoje,  a referida retirada de isenções a essas entidades, enquadra-se num processo de levantamento e de balização das insenções concedidas no quadro de regime geral das isenções atribuidas pelo Ministério das Finanças.

O mesmo documento acrescenta que na primeira fase da sua aplicação, os trabalhos visaram as franquias diplomáticas sobre os combustíveis, que permitiram que fosse fixadas quantidades dentro dos limites de consumo considerados asseverativos.

Informa que, o referido Despacho produzido no dia 02 de Setembro, ordenou temporariamente a suspensão das isenções aduaneiras e fiscais sobre os bens e produtos de qualquer natureza importados ou adquiridos no país, pela Entidades Religiosas e Organizações Não Governamentais.ANG/LLA/ÂC   

 

Tecnologias de comunicação/Relatórios chineses revelam detalhes de ataques
cibernéticos por agência de segurança dos EUA

Bissau,13 set 22(ANG) - – A China divulgou hoje relatórios de investigação com detalhes de ataques cibernéticos a uma universidade chinesa, lançados pela Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, em inglês).

De acordo com o Centro Nacional de Resposta Emergencial contra Vírus de Computador da China (CVERC), citado pela Xinhua, 41 tipos de armas cibernéticas foram usadas pelo Escritório de Operações de Acesso Adaptadas (TAO), afiliado à NSA, nos ataques recentemente expostos contra a Universidade Politécnica do Noroeste da China.

Entre elas, a arma cibernética “Suctionchar” para ‘farejamento’ e roubo é uma das principais ferramentas usadas para o roubo de uma grande quantidade de dados confidenciais, disse o CVERC.

Sendo altamente furtivo e adaptável ao ambiente, “Suctionchar” pode roubar contas e senhas de uma variedade de serviços de gerenciamento remoto e transferência de arquivos em servidores-alvo, de acordo com o relatório divulgado pelo CVERC em colaboração com a empresa de cibersegurança Beijing Qi’an Pangu Laboratory Technology Co., Ltd.

A análise técnica mostra que “Suctionchar” pode efectivamente trabalhar com outras armas cibernéticas implantadas pela NSA, de acordo com especialistas em segurança cibernética citados pelo CVERC.

“Suctionchar” pode ser empregado pelo TAO para atingir servidores-alvo com a ajuda da plataforma de armas de ataque de vulnerabilidade “Acid Fox”, o NOPEN Trojan e outras armas cibernéticas com ataques de vulnerabilidade e controlo persistente sobre dispositivos infectados, observaram especialistas.

Foi descoberto que “Suctionchar” pode ser executado furtivamente em servidores-alvo, monitorar em tempo real a entrada dos usuários no programa de terminal do console do sistema operacional e interceptar todos os tipos de nomes de usuário e senhas.

Uma vez obtidos pelo TAO, esses nomes de usuário e senhas podem ser usados para acessar outros servidores e dispositivos de rede para roubar arquivos ou implantar outras armas cibernéticas, disseram os especialistas.

Segundo a mesma fonte, nos ataques cibernéticos do TAO contra a universidade chinesa foi descoberto que “Suctionchar” funcionou em conjunto com outros componentes do programa de troia Bvp47, uma arma de alto nível do Equation Group de Hackers da NSA.

De acordo com um relatório separado divulgado pelo Laboratório Pangu nesta terça-feira, o Bvp47 foi implantado para atingir alvos em 45 países e regiões ao redor do mundo durante um período de mais de 10 anos.

O laboratório destacou ainda que os Estados Unidos lançaram ataques cibernéticos indiscriminados em todo o mundo, em vez de direccionar selectivamente países que considera concorrentes estratégicos.

De acordo com a entidade, 64 sistemas na China foram hackeados pelo Bvp47, tornando o país a maior vítima dos mais recentes ataques cibernéticos expostos, seguido por 32 sistemas no Japão, 30 na República da Coreia e 16 na Alemanha.ANG/Inforpress/Xinhua

 

Política/William Ruto, 55 anos, tomou posse como novo Presidente do Quénia

Bissau,13 set 22(ANG) - William Ruto, novo Presidente eleito do Quénia to
mou hoje oficialmente posse perante 60 mil pessoas reunidas no estádio de Kasarani, o maior de Nairobi, a capital.

Aos 55 anos, William Ruto é o quinto responsável político a chegar ao cargo supremo desde a independência do Quénia em 1963. Ele chega ao poder ao cabo de um processo eleitoral marcado pela contestação e tem pela frente a tarefa de unir um país profundamente dividido e em situação económica precária.

William Ruto, foi oficialmente investido esta manhã perante numerosos convidados, entre os quais chefes de Estado e de governo de países vizinhos, nomeadamente da Etiópia, Uganda, Somália e Tanzânia ou ainda de outros países do continente, tais como o Zimbabué, a RDC e o Chade.

Antes mesmo do horário da sua investidura, às 9 horas, o estádio onde decorreu a cerimónia estava totalmente lotado, muitos apoiantes tendo chegado durante a madrugada ao recinto, onde inclusivamente se registaram alguns feridos quando uma multidão tentou forçar o acesso ao estádio.

O novo chefe de Estado chega ao poder num contexto de extrema polarização política e ao cabo de um processo eleitoral marcado pela contestação. Aquele que foi antigo vice-presidente de Uhuru Kenyatta, seu antecessor, ganhou as eleições do passado dia 9 de Agosto com apenas 233 mil votos a mais do que seu o seu adversário, Raila Odinga, 77 anos, que concorria pela quinta vez ao cargo e que, como em anteriores eleições, contestou os resultados.

Perante este cenário que no passado chegou a desembocar em violências, a comunidade internacional estava particularmente de sobreaviso. Todavia, desta vez isto não aconteceu e na semana passada, o Supremo Tribunal confirmou unanimemente a vitória de William Ruto. Embora discorde dos resultados, o seu rival disse respeitar a decisão da justiça do seu país, mas não assistiu hoje à investidura de Ruto.

Ao apelar à "unidade" no seu primeiro discurso na qualidade de Presidente, William Ruto recordou aos seus opositores que "não são inimigos" e que "são todos quenianos".

Todavia, para além dos antagonismos políticos e de promessas de campanha, como a abertura de um fundo de 410 milhões de Euros para impulsionar o sector económico, Ruto vai deparar-se agora com o país real e os seus 70 mil milhões de Euros de dívida, ou seja cerca de 67% do PIB nacional, bem como a pobreza extrema de cerca de 16 milhões dos seus concidadãos, um pouco mais de 30% da população queniana.ANG/RFI

Ambiente/Mais de 160 organizações pressionam Biden para actuar contra as alterações climáticas

Bissau,13 set 22(ANG) – Mais de 160 organizações iniciaram segunda-feira uma nova campanha de pressão dirigida ao Presidente dos EUA para que cumpra as promessas de redução para metade das emissões de gases com efeito de estufa no seu país para 2030.

As organizações apresentaram a campanha, designada “Soluções para a contaminação”, durante um evento no laboratório de ideias progressista Centro para o Progresso norte-americano, e enviaram uma carta a Biden para pedir que cumpra as suas promessas.

“O tempo está a acabar. Quando mais demorarmos, maior será o custo desta inação para os norte-americanos quer em vidas quer em dólares e na devastação do meio ambiente”, afirmam as organizações envolvidas, que dizem representar dezenas de milhares de pessoas nos EUA.

Em concreto, os grupos pediram a Biden que aplique 20 normas federais para reduzir a contaminação e proteger a saúde dos norte-americanos, em particular os membros das minorias afro-americana e hispânica, desproporcionalmente afectadas por este problema.

Nesta iniciativa, o vice-presidente da NextGen Education Fund, o afro-americano Harry Johnson II, explicou que se envolveu pessoalmente no combate contra as alterações climáticas, porque quando era criança sofria com frequência ataques de asma quando vivia numa zona de forte poluição do ar.

Por sua vez, a directora executiva do Poder Latinx, Yadira Sánchez, também pediu ao Governo que cumpra as suas promessas para proteger as comunidades mais vulneráveis.

Biden vai aprovar hoje a nova Lei para a Redução da Inflação, que prevê mais de 400 mil milhões de dólares (398 mil milhões de euros) em novos investimentos, quase todas centradas em fornecer um impulso à indústria da energia verde no país e na redução dos gases poluentes.

Esta medida constitui o maior investimento contra as alterações climáticas da história dos Estados Unidos. Os seus apoiantes consideram que poderá reduzir em 40% as emissões poluentes do país até 2030, em relação aos níveis de 2005.

No entanto, Biden prometeu que reduziria as emissões nos Estados Unidos entre 50 a 52% em 203º, em relação a 2005.

A Lei para a Redução da Inflação constitui uma das maiores medidas contra as alterações climáticas aprovadas por Biden desde a sua chegada à Casa Branca em Janeiro de 2021, quando anunciou o regresso dos EUA ao Acordo de Paris para as alterações climáticas e após a saída do seu antecessor Donald Trump (2017-2021).ANGInforpress/Lusa

 

Falecimento da Rainha Isabel II/Carlos III promete seguir o exemplo da mãe assegurando a governação constitucional no Reino Unido

Bissau,13 set 22(ANG) - O novo rei do Reino Unido, Carlos III, falou publicamente esta segunda-feira perante o Parlamento, em Westminster Hall, em Londres, recebendo as condolências dos eleitos nacionais e afirmando que seguirá o exemplo da mãe para assegurar a governação constitucional do país.

"Ainda muito jovem, a rainha comprometeu-se a servir o seu país e o seu povo, assim como manter os princípios de uma governação constitucional que são a base da nossa Nação. Ela manteve esta promessa com uma enorme devoção, ela foi um exemplo altruísta do cumprimento dos seus deveres. Com a ajuda de Deus e com a vossa ajuda, estou decidido a seguir este exemplo", afirmou Carlos III perante os deputados e outros eleitos britânicos.

O novo rei admitiu sentir o "peso da História" e que a sua mãe ainda está muito presente neste local mítico da democracia britânica, com diversas homenagens aos seus sucessivos jubileus.

O mais recente, que é uma homenagem para o jubileu de platina celebrado com grande pompa há apenas três meses, é a que a torre dodo Big Ben, carta de visita da cidade de Londres, se chama agora Torre Elizabeth.

Na Escócia, o caixão da rainha estará em câmara ardente durante 24 horas, com todos os escoceses a poderem prestar uma última homenagem à monarca.

O caixão deve chegar a Londres às 20 horas de terça-feira, sendo na quarta-feira transferido do Palácio de Buckingham para Westminster Hall, onde começará depois um período de quatro dias em que os ingleses se podem despedir de Isabel II.

As autoridades estão a avisar todos que queiram prestar a última homenagem à rainha em Londres, a preverem 30 horas espera, aconselhando a que quem fique na fila leve comida e carregadores portáteis de telefone, de forma a poderem carregar o telemóvel.

A rainha será transferida depois para a Abadia de Westminster e o funeral vai acontece rno dia 19 de Setembro.ANG/RFI

    Guerra na Ucránia/Zelensky agradece aos ucranianos pela defesa do país

Bissau,13 set 22(ANG) - O Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky agradeceu, este domingo, dia 11 do corrente à população pela defesa do país.

Segundo a RFI, a invasão russa da Ucrânia completou no sábado dia 10 de setembro  200 dias. Para marcar a data, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky elogiou o exército e agradeceu aos ucranianos a defesa do país. 

Na sua mensagem diária ao país, Zelensky sublinhou que os ucranianos já conseguiram muito, “mas  o mais importante, o mais complicado, está para chegar”.

O chefe de Estado elogiou a acção do exército “que heroicamente conteve o inimigo” e se manteve “de pé durante 200 dias, sendo o motivo exacto para que a Ucrânia esteja de pé”.

No sábado a Ucrânia reivindicou um dos seus principais êxitos desde o início da guerra, ao anunciar que as suas tropas estavam a registar importantes avanços na região de Kharkiv.

Zelensky aproveitou ainda o momento para agradecer a todos os que “escrevem a história da independência, a história da vitória, a história da Ucrânia”.

Por outro lado, esta segunda-feira, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, veio a público reforçar que a operação militar de Moscovo no país vizinho vai continuar “até que os objectivos inicialmente fixados sejam atingidos” e acrescentou que actualmente "não há perspectivas de negociações" entre Moscovo e Kyiv. 

A ofensiva militar lançada a 24 de Fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 13 milhões de pessoas, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).ANG/RFI

 

segunda-feira, 12 de setembro de 2022

Tempo/Meteorologia prevê ocorrência de chuva fraca a moderada por vezes forte nas próximas 24 horas

Bissau, 12 Set 22 (ANG) – O Instituto Nacional da Meteorologia(INM-GB), prevê para as próximas 24 horas a ocorrência de chuva fraca a moderada por vezes forte acompanhada de trovoadas.

A previsão consta no boletim meteorológico referente ao período entre 18H00 de domingo e 19H00 desta segunda-feira, à que a ANG teve acesso hoje, e refere ainda que haverá  vento moderado predominante de Sul com a velocidade até 21 km/h no continente e no mar até 29 km/h com a visibilidade boa, mas reduzida no momento da chuva.

De acordo com o mesmo boletim, as temperaturas máximas nas zonas Centro, Norte e leste vão variar de 29ᵒC (em Bissau e Cacheu), a 32ᵒC (em Bafatá, Gabu, Pirada e Buruntuma) e as mínimas devem variam de 22ᵒC (em Buruntuma), a 25ᵒC (em Bissau).

Nas zonas Sul e Ilhas, segundo a Meteorologia, as temperaturas máximas vão variar de 28ᵒC (em Cacine e Buba) e as mínimas  de 23ᵒC (em Buba, a 26ᵒC (em Bubaque). ANG/DMG/ÂC//SG

Saneamento urbano/Câmara Municipal de Bissau lança campanha de limpeza da capital

Bissau,12 Set 22(ANG) – A Câmara Municipal de Bissau(CMB), procedeu no último fim de semana ao lançamento oficial da campanha de limpeza da capital Bissau no itinerário, Praça dos Heróis Nacionais até a rotunda do Aeroporto.

Em declarações à imprensa, no ato, o Presidente da Câmara Municipal de Bissau disse que a campanha que decorre entre os dias 10 e 22 do corrente mês visa incentivar a participação dos guineenses sobretudo dos citadinos da capital no saneamento da cidade.

Fernando Mendes sustenta que Bissau constitui o rosto e principal cidade do país e que por isso todos os seus citadinos devem estar interessado em contribuir para dar-lhe um bom aspecto higiênico, tendo em conta que reflete na saúde pública dos seus moradores.

“Devemos todos participar para garantir a celebridade da nossa cidade capital porque é ali que vivemos todos. Por isso, essa iniciativa deve envolver todos os seus citadinos e aqueles que escolheram esta cidade para trabalhar”, disse.

Fernando Mendes sublinhou que todos devem estar implicados nesta tarefa de conservação e de dar a capital Bissau um aspecto de verdadeira cidade limpa e organizada tal como outrora.

Perguntado sobre a não participação dos elementos das forças de defesa e segurança no evento, contrariamente ao prevista, o Presidente da CMB, frisou que determinaram seis eixos de limpeza.

“Creio que as forças de defesa e segurança vão integrar a campanha à partir de segunda-feira, através de uma escala feita por eles, ou seja cada Batalhão vai ter o seu eixo de intervenção”, disse.

Apelou aos citadinos de Bissau para assumirem a sanidade da cidade todos os dias, de forma a mantê-la limpa. ANG/ÂC//SG

Efeméride/PAIGC agenda várias actividades para celebração da data natalícia de Amílcar Cabral  

Bissau, 12 Set 22 (ANG) - O Partido Africano da Independência de Guiné e Cabo-Verde (PAIGC) agendou várias actividades políticas, culturais e desportivas para assinalar a data natalícia do fundador do partido, Amílcar Cabral, dentre as quais, debates subordinados ao tema ”Setembro vitorioso”, entre os dias 12, 19 e 24 do mês em curso.

De acordo com o programa do evento, à  que a ANG teve acesso hoje, o PAIGC tomou a iniciativa de realizar essas actividades como forma de não se esquecer do pai fundador  da nação guineense e cabo-verdiana.

Amílcar Cabral nasceu a 12 de Setembro de 1924, em Bafatá e aos oito anos de idade sua família mudou-se para Cabo Verde, estabelecendo-se em Santa Catarina (ilha de Santiago), que passou a ser a cidade de sua infância, onde completou o ensino primário.

“De seguida mudou com a Mãe e os irmãos para Mindelo, São Vicente onde veio a terminar o curso liceal em 1943. No ano seguinte, mudou-se para a cidade de Praia, na ilha de Santiago, e começou a trabalhar na Imprensa Nacional, mas só por um ano, pois tendo conseguido uma bolsa de estudos, no ano de 1945 ingressou no Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa. Após graduar-se em 1950, trabalhou por dois anos na Estação Agronómica de Santarém”, refere  Arquivos do PAIGC.

A mesma fonte sublinhou que, Amilcar Lopes Cabral foi contratado pelo Ministério do Ultramar como adjunto dos Serviços Agrícolas e Florestais da Guiné e que por isso, regressou a Bissau em 1952 onde iniciou seu trabalho na granja experimental de Pessubé percorrendo grande parte do país, de porta em porta, durante o Recenseamento Agrícola de 1953 adquirindo um conhecimento profundo da realidade social vigente.

“As  actividades políticas de Amílcar Cabral , iniciadas já em Portugal, reservam-lhe a antipatia do Governador da colónia, Melo e Alvim, que o obriga a emigrar para Angola. Nesse país, une-se ao MPLA”, segundo  Arquivos do PAIGC.

Acresentou que, em 1959, Amílcar Cabral, juntamente com Rafael Barbosa, Aristides Pereira, João Rosa, Luís Cabral, Fernando Fortes, Júlio de Almeida, Elisée Turpin e outros nacionalistas funda, na clandestinamente, o Partido Africano para a Independência (PAI) e posteriormente, em Dakar, o PAIGC.


“Quatro anos mais tarde, o PAIGC sai da clandestinidade ao estabelecer uma delegação na cidade de Conacry, capital da República de Guiné-Cronacri. Em 23 de janeiro de1963 teve início a luta armada que culminaria com a proclamação da independência a 24 de Setembro de 1973. Amilcar Cabral foi assassinado em 20 de Janeiro de 1973 em Conacri(Guiné-Conacri)”, refere o programa das celebrações do 12 de Setembro..
ANG/AALS/ÂC//SG

 

 

União Africana/Especialista defende que a organização   deve decidir que país produz o quê para combater a fome

 

Bissau, 12 Set 22(ANG) – A diretora executiva do Centro Internacional de Comércio defende que os países africanos têm terra arável e capacidade suficiente para se alimentarem, pelo que a União Africana deve decidir “sobre que país vai produzir o quê e como”.

“Existe terra arável, existe capacidade. Portanto, deve haver uma decisão entre os países africanos sobre quem vai cultivar o quê e como e investir nessa capacidade para fazê-lo”, disse Pamela Coke-Hamilton, em entrevista à Lusa à margem do fórum afro-caribenho para o comércio e o investimento, que decorreu na semana passada em Barbados.

A diretora do Centro Internacional de Comércio, uma agência multilateral que opera sob o guarda-chuva das Nações Unidas, disse que África tem capacidade para se alimentar e só não o fez ainda porque existe um sistema que obriga a que tudo tenha de ser importado.

Lembrou que 42% das importações africanas de trigo provêm de um só país, a Ucrânia, pelo que apelou a uma decisão política e ao subsequente financiamento, através de instituições como o Banco Africano de Desenvolvimento ou o Banco Africano de Exportações e Importações (Afreximbank).

“Os líderes, a União Africana, devem tomar uma decisão, tal como a CARICOM [Comunidade das Caraíbas] tomou a decisão de reduzir a dependência da importação de alimentos em 25% até 2025. África tem de tomar uma decisão semelhante para garantir que não acontece novamente que uma crise possa provocar uma insegurança alimentar de forma tão súbita”, disse Coke-Hamilton.

A invasão em fevereiro da Ucrânia pela Rússia, dois dos maiores exportadores mundiais de cereais, contribuiu para agravar a escassez alimentar nas regiões mais pobres do mundo, algumas das quais vivem já uma situação de fome severa e subnutrição.

No Corno de África, uma das regiões mais afetadas do mundo, mais de 37 milhões de pessoas enfrentam uma situação de fome, com aproximadamente sete milhões de crianças menores de cinco anos a sofrer de malnutrição aguda, segundo alertou em agosto a Organização Mundial de Saúde.

Apesar dos esforços para retomar as entregas dos cereais ucranianos através do Mar Negro, desde o início do ano registou-se uma quebra de 46% das exportações destes bens, segundo a Cruz Vermelha internacional.

Organizado pelo Afreximbank e o Governo de Barbados sob o lema “Um Povo. Um Destino. Unir e Reimaginar o nosso Futuro”, o AfriCaribbean Trade and Investment Fórum (ACTIF2022), que decorreu em Barbados entre 01 e 03 de Setembro, visou fortalecer os laços económicos entre África e as Caraíbas, região que a União Africana considera a sexta região de África.

O Centro Internacional de Comércio (ITC, na sigla em inglês) é uma agência multilateral que possui um mandato conjunto com a Organização Mundial do Comércio e as Nações Unidas através da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento.

Com sede em Genebra, o ITC apoia os países menos desenvolvidos a melhorar a sua participação na economia mundial e a realizar os seus objetivos de desenvolvimento através das exportações.

ANG/Inforpress/Lusa