SINJOTECS denuncia restrições à liberdade de imprensa na
Guiné-Bissau
Bissau, 21 Mar.13 (ANG) – O Sindicato dos
jornalistas e Técnicos da Comunicação Social (SINJOTECS) denunciou que, nos
últimos tempos, os jornalistas tem alvos de actos de intimidação e de
perseguição por abordagem a assuntos considerados por certos quadrantes
políticos, judiciais e da sociedade castrense como “delicados”.
Mamadú Candé, Presidente do SINJOTECS |
Em comunicado distribuído a imprensa esta
quarta-feira, O SINJOTECS manifestou sua “estranheza e indignação” face a
atitude do Governo em mandar suspender a cobertura jornalística dos repórteres
dos órgãos públicos das actividades dos candidatos à liderança do PAIGC, no
passado dia 14.
“A posição do Governo revela uma clara
tentativa de interferência do poder político nos órgãos de comunicação social
estatais e que não passa de um atentado a liberdade de imprensa e do direito à
informação”, evocou a organização dos jornalistas no seu comunicado.
No documento, o SINJOTECS informa ainda que o
Ministro Fernando Vaz teria considerado que o assunto não se trata de censura,
mas sim da aplicação da lei que não prevê a campanha a nível interno e não
admite tempos de antena para candidatos a liderança dos partidos políticos nos órgãos
públicos.
Para o SINJOTECS, segundo o comunicado, tais
argumentos carecem de fundamentos e demonstram uma certa intolerância no
pluralismo de ideias por parte do executivo.
Aquela organização da classe dos mídias
lembrou que o facto não contribui para o reforço da democracia, paz e
estabilidade, sobretudo neste período de transição em curso no país em que o
papel da imprensa é fundamental para restauração da ordem constitucional.
O Sindicato dos jornalistas apelou o executivo
e demais órgãos de soberania para criarem condições de trabalho aos médias e
accionarem mecanismos de protecção aos jornalistas e, ainda, de se distanciarem
de comportamentos que possam por em causa a actividade dos profissionais da
comunicação social.
A concluir, o SINJOTECS alerta a Sociedade
Civil, a Liga Guineense dos Direitos Humanos, a Confederação Geral dos
Sindicatos Independentes e a Comunidade Internacional, particularmente o
Representante do Secretário-geral da ONU no país, CEDEAO, União Africana, União
Europeia, a CPLP, a Federação Internacional de Jornalistas e União de
Jornalistas da África Ocidental, bem como Repórteres Sem Fronteira de que a
liberdade de imprensa está ameaçada na Guiné-Bissau.
ANG
Sem comentários:
Enviar um comentário