FMI
considera satisfatório crescimento económico do país
Bissau,
09.Mai.013 (ANG) - O Chefe da Missão do Fundo Monetário
Internacional (FMI) que visitou o país entre os dias 29 de Abril e 9 de Maio,
considerou satisfatório o crescimento económico da Guiné-Bissau.
Maurício Villafuerte que
falava hoje, em conferência de imprensa conjunta com o Ministro das Finanças,
disse que apesar das incertezas políticas, por falta de definição da agenda política
por parte do Governo, houve, em 2013,recuperação do crescimento económico no
país.
O chefe da missão do FMI
referiu que a economia do país atravessou momentos muito difíceis em 2012, com
a queda bruta nos volumes e preços de exportação da castanha de caju, assim
como da queda de apoios dados pelos parceiros de desenvolvimento.
Villafuerte salientou que a
recuperação nas exportações de caju e o apoio orçamental por parte dos
parceiros regionais deverão contribuir para o crescimento do Produto Interno Bruto
(PIB) real em cerca de 3,5 porcento, em 2013.
De acordo com a constatação
do FMI, a demora do arranque da campanha de exportação de caju, aliada aos constrangimentos
no seu financiamento, representa um risco.
De acordo com o chefe da
missão do FMI prevê-se a continuação de uma inflação controlada, em valores
baixos de um só dígito, em linha com um crédito de convergência da União
Económica e Monetário Oeste Africana (UEMOA).
Prevê-se ainda que, o actual
défice de conta corrente baixe ligeiramente em 2013, como resultado de um
aumento das exportações de caju.
A Missão considera que, os
baixos níveis de receitas e subsídios, conjuntamente com as limitadas opções de
financiamento, implicam a necessidade de um aperto no envelope das despesas e maior
controlo das finanças públicas para evitar atrasados internos, embora
protegendo a despesa social e prioritária.
A este respeito, a Missão
saúda os principais parâmetros do projecto de orçamento para 2013 e recomenda a
sua urgente aprovação legislativa assim como a rápida implementação das medidas
preventivas no orçamento para as receitas.
A Missão constata que as
perspectivas a médio prazo dependem da estabilização do enquadramento político
e maior apoio por parte dos parceiros de desenvolvimento tradicionais. A
ausência dessas condições complicaria a capacidade do governo para assegurar a
despesa corrente e prover as grandes carências infra-estruturais nacionais.
A Missão considerou que a
criação de margens de manobra nas finanças públicas depende das reformas
institucionais sociais, nomeadamente para aumentar os baixos níveis de
arrecadação de receitas fiscais.
Disse que uma concentração
prudente de empréstimos e gestão reforçada da dívida serão cruciais para
preservar a sustentabilidade a médio prazo das finanças públicas. Precisou que
um enquadramento conducente ao crescimento impulsionado pelo sector privado
carece também de remoção de grandes obstáculos à actividade económica, além de
estratégias capazes de potencializar o sector financeiro e o acesso da
população à esses serviços.
O Chefe da Missão manifestou
a disponibilidade para trabalhar com a Guiné-Bissau para fazer face aos seus
desafios inclusive através da assistência técnica.
Por sua vez, o Ministro das
Finanças admitiu que com os esforços do executivo de transição e em colaboração
com a população todas as incertezas poderão ser ultrapassadas.
Bubacar Demba Dahaba garantiu que o Governo
vai trabalhar para que a presente campanha de castanha de caju possa decorrer
bem e que as reformas sejam concluídas como forma de permitir o melhor controlo
das receitas tributárias.
ANG/
AI/PFC
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