quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

Rep Popular China/Beijing exorta Washington a encontrar caminho para a recuperação global

Bissau, 02 Fev 23 (ANG) - A China e os Estados Unidos devem "encontrar um terreno comum para a recuperação económica global", defendeu quarta-feira o jornal oficial do Partido Comunista Chinês, a poucos dias de uma anunciada visita a Pequim do chefe da diplomacia norte-americana.

"Os Estados Unidos não abandonaram a sua obsessão em tratar a China como um suposto rival estratégico. Mas, o que o lado americano deve entender é que a competição serve para aprender uns com os outros, recuperar e progredir em conjunto", apontou o Diário do Povo, num editorial.

Apesar de Pequim não ter confirmado a visita, vários órgãos de comunicação social norte-americanos têm apontado, nas últimas semanas, que o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, poderá chegar a Pequim no próximo domingo e permanecer na capital chinesa até segunda-feira.

Trata-se da primeira viagem à China por um secretário de Estado norte-americano desde a deslocação realizada pelo então titular daquela pasta, Mike Pompeo, em 2018.

O Diário do Povo sublinhou que os dois países devem "encontrar forma de se darem bem", visando "desempenhar um papel mais decisivo na promoção da recuperação económica global, após a pandemia de covid-19".

O jornal apelou a que as duas partes se concentrem em tornar visíveis "políticas práticas e acções concretas", após o consenso alcançado em Bali, por ocasião da última reunião entre o líder chinês, Xi Jinping, e o homólogo norte-americano, Joe Biden, à margem da cimeira do G20 (o grupo das 20 maiores economias do mundo).

Os dois líderes concordaram então em definir 'linhas vermelhas' para evitar que as tensões conduzam a um confronto militar.

O jornal sublinhou que Washington vê a China como um "inimigo imaginário" e que, para "evitar conflitos e confrontos", os Estados Unidos devem "compreender a importância da questão de Taiwan" para Pequim.

A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Mao Ning, disse, esta semana, que Pequim está "pronta" para dialogar, mas que a "comunicação ou cooperação não pode ser exigida à China, enquanto o outro lado continua a interferir nos assuntos internos da China ou a prejudicar os interesses da China", referindo-se a Taiwan.

Nos últimos anos, as relações entre Pequim e Washington deterioraram-se rapidamente, devido a uma guerra comercial e tecnológica e a diferendos em questões de direitos humanos, mas também por causa do estatuto de Hong Kong e de Taiwan ou da soberania do mar do Sul da China.

Os Estados Unidos são o principal fornecedor de armas de Taiwan e seriam o principal aliado do território insular, em caso de guerra contra a China.

Em Agosto passado, a visita a Taipé da ex-presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos Nancy Pelosi gerou fortes protestos por parte do Governo chinês, que considerou a viagem uma provocação e lançou exercícios militares em torno da ilha, numa escala sem precedentes. ANG/Angop

 

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