quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Ambiente


Ministro  defende necessidade de conservação de zonas húmidas do país

Bissau, 02 Fev 17 (ANG) - O ministro do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável defendeu hoje em Bissau  a necessidade de conservação das zonas húmidas do país de modo à promover o crescimento industrial.

António Serifo Embaló falava por ocasião da celebração da Jornada Mundial das zonas húmidas que se assinalou junto ao parque natural de N’batonha sob o lema “ As Zonas Húmidas para Educação de Catástrofes”.

“A Guiné-Bissau conheceu nos últimos tempos uma forte pressão sobre os seus recursos naturais e essa pressão vem ganhando proporções preocupantes transformando-se na ameaça a existência humana”, refere o governante.

Serifo Embaló disse que o perigo de extinção de algumas espécies e a perda da diversidade biológica estão ligadas as mudanças climáticas tais como o aumento do nível médio do mar tendo como consequência a erosão costeira e inundações, aumento de temperaturas nas épocas tradicionalmente mais frescas.

Acrescentou que estão igualmente ligados a diminuição da pluviométrica evidenciada por uma baixa considerável de meses de chuva e surgimento de ventos fortes.

“A política do actual governo reconhece a importância das zonas húmidas no que concerne a diversidade biológica, por isso a luta para a garantia da  conservação do meio ambiente e das zonas húmidas seria impossível caso não existisse esforços coordenados dos sectores público e privado”, disse o ministro do Ambiente.

António Serifo Embaló prometeu não poupar  esforços no sentido de desbloquear os fundos disponibilizados para a execução das actividades a favor das zonas húmidas, tendo recomendado mais empenho para a defesa e conservação de uma fonte de riqueza que são as zonas húmidas do país.

Por sua vez, o director-geral do Instituto de Biodiversidade e das Áreas Protegidas (IBAP), Alfredo Simão da Silva desacou que uma zona húmida deve ser considerada como um factor de desenvolvimento por motivo da sua riqueza em biodiversidades.

“Na Guiné-Bissau, a primeira actividade deste carácter foi realizada em Lagoa de Cufada em 2002, sob o lema -  “Organização do Gabinete de Planificação Costeira”, facto que tornou numa prática anual ao longo dos anos”, recordou aquele responsável.

A iniciativa foi do Gabinete de Planificação Costeira, a Wetlands Internacional, o Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas, ONGs Monte Ace, a Organização para Defesa de Conservação das Zonas Húmidas em estreita colaboração com a Câmara Municipal de Bissau.

E conta com  apoios dos parceiros de desenvolvimento tais como Banco Mundial, União Europeia, Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO)  entre outras.

ANG/AALS/JAM-SG









Etiópia


União Africana apela ao abandono coletivo do TPI

Bissau, 02 Fev 17(ANG) - A 28ª cimeira da União Africana(UA) terminou com a adoção de uma estratégia que apela à saída dos Estados-membros do Tribunal Penal Internacional.

Segundo o site DW África a proposta reflete descontentamento com TPI, frequentemente acusado de perseguir africanos.

Aprovada na passada terça-feira (31.01), em Addis Abeba, a capital da Etiópia, quase no final da 28ª cimeira da União Africana (UA), a proposta não vinculativa apela aos Estados-membros a reforçarem os seus mecanismos do sistema judicial e a expandirem a jurisdição do Tribunal Africano de Justiça e Direitos Humanos.

Essa poderá vir a ser uma das mudanças no novo ciclo da organização, agora sob a liderança do chadiano Moussa Faki Mahamat, que substitui a sul-africana Nkosazana Dlamini Zuma na presidência da Comissão da UA.

A necessidade de reformas no seio da União Africana é já antiga. Críticos acusam a organização de não ter poder político e militar para impor decisões. A organização é "cara, ineficaz e complexa", acrescenta Liesl Louw-Vaudran, do Instituto de Estudos de Segurança, com sede na África do Sul.

A especialista, que esteve, mais uma vez, em Addis Abeba, para participar na cimeira, vê sinais positivos de mudança, desde logo com a reentrada de Marrocos na organização pan-africana. "Os marroquinos fizeram um grande lobby para voltarem a entrar na UA, o que mostra que a organização se tornou mais relevante que no passado", conclui.

Liesl Louw-Vaudran sublinha que houve um grande debate em torno da qeustao, "porque os outros Estados-membros consideram que a independência do Sahara Ocidental devia ser garantida antes da reentrada de Marrocos. Mas houve uma grande maioria a apoiar a sua inclusão."

Agora, acrescenta, a ideia é continuar a discussão sobre o Sahara Ocidental e Marrocos dentro da organização.

O reino marroquinho tinha abandonado a organização há 33 anos, depois da admissão da República Árabe Saharaui Democrática, território ocupado e reivindicado por Marrocos.

El Mamun Ahmed Brahim, da Frente Polisário, movimento a favor da independência do Sahara Ocidental, saudou a readmissão de Marrocos: "Acreditamos que esta será a oportunidade para Marrocos para abordar este conflito no seio da União African , juntamente com a Frente Polisário e a família africana.

Uma família que passa a ser liderada pelo chefe da diplomacia do Chade, Moussa Faki Mahamat, um conhecedor dos meandros da organização e que no ano passado foi membro do Conselho de Ministros da União.

O nome de Moussa Faki Mahamat gera controvérsia. É visto como uma extensão do Presidente do Chade, Idriss Deby, que governa o país com mão de ferro há 27 anos. Mas o novo presidente da Comissão é um defensor de reformas no seio da UA, lembra Liesl Louw-Vaudran.

"O primeiro passo deve ser assegurar que a União Africana tem poderes e que pode intervir, por exemplo, quando há problemas eleitorais ou quando os Estados bloqueiam a internet para  evitar protestos", afirma a especialista do Instituto de Estudos de Segurança.

Permanecem, no entanto, dúvidas sobre reformas na organização pan-africana. Já em 2007, uma cimeira decidiu avançar com reformas. No entanto, os problemas persistem até hoje.


ANG/Site DW África

Portugal


Parlamento debate hoje alterações à Lei da Nacionalidade

Bissau, 02 Fev  17 (ANG) - O Parlamento português debate esta quinta-feira alterações à Lei da Nacionalidade, com o PSD a propor a eliminação da “efetiva ligação à comunidade” para netos de portugueses, e o Bloco de Esquerda a sugerir cidadania portuguesa para crianças nascidas em Portugal.

Em maio de 2015, PSD/CDS-PP e PS aprovaram um diploma que alargou a possibilidade de aquisição da nacionalidade portuguesa originária aos netos de portugueses nascidos no estrangeiro. No entanto, a lei aguarda regulamentação, que deveria ter sido apresentada em finais de agosto passado.

Os deputados vão discutir um projeto de lei que pretende “eliminar os obstáculos burocráticos inúteis, os incidentes dilatórios, a discricionariedade na condução dos processos, bem como custos de natureza emocional, material e de decomposição familiar que o atual regime potencia nos processos de aquisição da nacionalidade por aqueles que optaram por constituir família com cidadãos portugueses”.

No caso de netos, o PSD propõe que seja eliminada da lei a expressão “possuírem efetiva ligação à comunidade, considerando que a “efetiva ligação à comunidade decorre da efetiva descendência em segundo grau na linha reta”.

Quanto aos cônjuges de portugueses, o PSD pretende que deixem de precisar de ter advogado e que o processo de aquisição de nacionalidade passe pelo Ministério Público, defendendo que baste o casamento ou união de facto há, pelo menos, seis anos.

No mesmo sentido, o projeto do Bloco de Esquerda pede que a aquisição da nacionalidade por estrangeiro casado ou unido de facto exija apenas a declaração do matrimónio ou do reconhecimento, pela respetiva junta de freguesia, da união de facto.

Ambos os partidos defendem a eliminação da menção “plena” na expressão “adoção plena”, porque a “adoção em Portugal reveste hoje uma única modalidade”.

Já o Bloco reitera a sua proposta de atribuição da nacionalidade portuguesa às crianças, nascidas em Portugal, filhos de estrangeiros que não se encontrem ao serviço do respetivo Estado”.

Por outro lado, os deputados do BE Esquerda propõem que, para contagem do tempo para a aquisição da nacionalidade por naturalização, deve ser contemplado o tempo de residência efetivo no país e não apenas o período correspondente à ‘residência legal’, conforme prevê a atual redação da lei.

Em janeiro, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, considerou “muito importante” que os vários grupos parlamentares e o Governo “trabalhem no sentido de desbloquear alguns problemas e também contrariar alguns abusos” desta lei, mas avisou que este é um “esforço que só se pode fazer em clima de unidade, sem trazer para isto o combate partidário”. 

ANG/ Lusa


ONU


Guterres critica “visão parcial” sobre o continente africano

Bissau, 02 Fev 17 (ANG) - O Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, deixou a 28ª Cimeira da União Africana com um forte apelo para a mudança na forma como o continente berço da humanidade é caracterizado pela comunidade internacional e com a promessa de o apoiar na construção do desenvolvimento e da paz sustentáveis.

Ao falar a jornalistas à margem da cimeira que juntou em Addis Abeba dezenas de líderes do continente africano, antes de deixar a capital Etíope, António Guterres defendeu que África deve ser reconhecida pelo potencial de desenvolvimento, economia e governação.

António Guterres lamentou a forma como África é descrita na Europa, Américas e Ásia, denunciou o que chamou de “uma visão parcial de África”, disse ser preciso mudar a narrativa sobre o continente na comunidade internacional e que este deve ser reconhecido “pelo seu enorme potencial.”

O Secretário-Geral das Nações Unidas recordou que África teve o maior crescimento económico do mundo nos últimos 10 anos e “histórias de sucesso extraordinárias do ponto de vista do desenvolvimento económico e de governação.”

Uma dessas histórias, prosseguiu, ocorreu há dias com a reacção “exemplar” da Comunidade Económica dos Países da África Ocidental (CEDEAO) na Gâmbia, que demonstrou “a capacidade de os países africanos se unirem e resolverem os problemas no continente.”

António Guterres lembrou que “o apoio da União Africana e das Nações Unidas ajudou a resolver a crise pós-eleitoral” e disse esperar que esse exemplo “seja seguido noutras partes do mundo.”

O Secretário-Geral da ONU elogiou a União Africana pelo “trabalho muito importante em nome do continente”, manifestou “disposição total da ONU em apoiar plenamente as suas actividades” e destacou “o entendimento integral” entre a ONU, a União Africana e a Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (Igad) sobre a necessidade de se trabalhar “numa só voz” para pacificar o Sudão do Sul.

António Guterres passou das promessas à prática ao liberar, na segunda-feira, 100 milhões de dólares da verba do Fundo Central de Resposta de Emergência para mais de nove países, oito dos quais Estados africanos. 

O Secretário-Geral da ONU disponibilizou o dinheiro para operações humanitárias em nove países com o que considera “crises negligenciadas”, ajudando deste modo mais de 6 milhões de pessoas nos Camarões, na Coreia do Norte, na Líbia, no Madagáscar, no Mali, no Níger, na Nigéria, na Somália e no Uganda.


Ao justificar a medida, António Guterres disse que o financiamento é crucial para que agências da ONU e parceiros continuem a apoiar “pessoas que precisam de ajuda tão desesperadamente.” 

Boa parte dos 100 milhões de dólares vão para pessoas deslocadas e o financiamento vai ajudar  a garantir cuidados de saúde, abrigo e alimentos para milhões de pessoas que escapam da violência do Boko Haram na Nigéria, no Níger e nos Camarões, explicou.

No Madagáscar, no Mali e na Coreia do Norte, o apoio da ONU segue para os civis que sofrem de desnutrição e com a insegurança alimentar, acrescentou.

ANG/JA




quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Economia


Governo e operadores fixam taxa de importação de mercadorias em sete milhões de francos CFA

Bissau,01 Fev 17(ANG) – O governo e os operadores de transportes terrestres acordaram hoje o pagamento de  sete milhões de francos CFA(cerca de 11 mil Euros) para cada frete de importação de mercadorias para o país.
 
Num encontro mantido  com os cerca de uma centena de operadores de transporte terrestre, o ministro de Estado do Interior, em representação do Primeiro-ministro louvou o consenso alcançado entre as partes após cerca de uma semana de negociações.

“Considero os operadores de transportes aqui presentes como homens de Estado e que , de facto, tirar as nossas populações das dificuldades com que se deparam actualmente”, referiu Botche Candé.

O governante disse que a taxa de importação de mercadorias era de um milhão e meio e o governo fez o acréscimo para dois milhões e meio e posteriormente quatro e meio e agora foi fixado em sete milhões de francos CFA.

“O governo está consciente da actual crise em que está mergulhado o país e para o efeito aposta na política de apertar cintos na procura de receitas em todos os sentidos”, sublinhou.

O titular da pasta do Ministério do Interior salientou que o executivo tinha decidido anteriormente fixar uma taxa de importação no valor de dez milhões de francos CFA e com base nas negociações com os operadores de transporte decidiu-se baixar para os sete milhões tendo em conta as dificuldades  que  enfrentam.

“ Apelo  as partes para respeitem o acordo e exorto aos operadores de transporte para não aproveitarem da situação para misturar os produtos ilícitos: drogas e armas com mercadorias que vão importar”, aconselhou.

Por sua vez, o ministro de Estado da Economia e Finanças João Alaje Mamadú Fadia reiterou   que  a situação financeira do país não é das melhores.

O governante sublinhou que nesta situação, o executivo está a fazer todos os esforços para conseguir mais receitas de forma a ter mais capacidades de fazer as despesas públicas que satisfazem o interesse de todos os guineenses.

“Temos problemas na saúde, educação, infraestruturas, estradas, investimento no sector agrícola, melhoria de condições de vida das populações entre outros e que só podem ser superadas com meios financeiros”, disse.

Mamadú Fadia agradeceu o consenso alcançado entre as partes e disse que  só foi possível graças ao diálogo franco.  
ANG/ÂC/SG  

Regiões


                                Rádio  Voz de Tombali retoma  emissões

Bissau,01 Fev 17 (ANG) – A Emissora da Rádio Educativa Voz de Tombali retomou as suas emissões a partir de hoje, graças ao financiamento do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP), através da iniciativa H4+ /SIDA e que serviu para a aquisição do equipamento.
Vista da cidade de Catió

Na cerimónia de relançamento, a representante da FNUAP, Kourtoum Nacro, disse que a retoma da emissão vai proporcionar um serviço público importante aos populares da região, tal como a rádio  tem feito desde 2010.

Nacro afirmou que a sua organização investiu mais de dois milhões de francos para aquisição da nova emissora.

Lembrou ainda que a emissora emitia conteúdos informativos e educativos, visando,nomeadamente,  a promoção da saúde materno e infantil, e a sensibilização das populações sobre o papel que a rádio tem para o desenvolvimento das comunidades, através de emissões em  diferentes línguas locais.

Nacro explicou que o FNUAP e a Rádio Educativa Voz de Tombali assinaram um acordo que estabelece a emissão de programas radiofónicos educativos sobre saúde sexual e reprodutiva e a igualdade do gênero, que visam  a mudança de comportamentos  com vista a melhoria das condições de vida das populações da região de Tombali.

Anunciou que brevemente irão inaugurar a Casa das Mães de Catió, destinada a apoiar mulheres grávidas que apresentam gravidezes de risco, para que possam aguardar em segurança o nascimento dos seus bebés.

Pediu a população da região para colaborarem e participaram nos programas que serão difundidos. 
ANG/JD/SG

Ambiente


Ministro Embaló admite possibilidades de suspensão das obras  da Central Elétrica de Lagoa de Cufada 

Bissau, 01 Fev 17 (ANG) – O Ministro do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável admitiu  terça-feira a possibilidade de mandar suspender a construção da  Central Elétrica perto da  Lagoa de Cufada, em Buba, uma zona de reserva da Biosfera, situada no Sul do país.

Obras de construcao da Central Electrica
Citado pela Rádio Jovem, António Serifo Embaló que falava à imprensa disse que o seu Ministério não está contra o projecto,  mas  alertou que é fundamental  proteger o meio ambiente e a vida dos populares daquela região.  
    
Embalo acrescentou que há uma equipa de técnicos do Ministério do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável que está no terreno a fazer os trabalhos de estudos ambientais para depois produzir um relatório com resultados concretos na base do qual o governo vai tomar uma decisao sobre essa construção contestada pelos ambientalistas.

Caso se decidir pela suspensão das obras, segundo Serifo Embaló, o projecto será transferido para outro lacal.

Numa visita recente às obras da referida Central, o ministro da Energia e Industria, Florentino Mendes Pereira declarou ser tarde para a suspensão das obras, pelo que, contra os protestos de técnicos de instituições ligadas a proteção do ambiente, a central eléctrica vai mesmo ser construida, à  escassos metros da Lagoa de Cufada.

Perante esta situação, Antonio Serifo Embaló assegurou que o executivo  está a trabalhar no sentido de encontrar uma solução mais viável e estável para  o problema.

O Parque da Lagoa de Kufada considerada maior bacia da água doce do país têm uma superfície estimada em 89 mil hectares e  foi criado em Dezembro 2000 e é supervisionado pelo Instituto de Biodiversidade e Áreas Protegidas ( IBAP). 

ANG/ PFC/SG      


    

Política


PAIGC acusa Ministério Público de ter plano para detenção de seu Presidente

Bissau, 01 Jan 17 (ANG) – O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) acusa a Procuradoria Geral da República de ter um plano para “detenção” do seu Presidente, Domingos Simões Pereira, mal este chegue ao país.

De acordo com o Comunicado de Imprensa do seu secretariado, esta formação política afirma ainda que o Ministério Público pretende transformar os processos em que Simões Pereira “consta como  testimunha, em arguido”.

“O PAIGC tem vindo a receber informações provenientes de diferentes fontes segundo as quais estas manobras surgiram em consequência de um plano urdido, sob a clara orientação de quem tem a obrigação constitucional de velar pela paz e estabilidade no país, envolvendo o chamado “Grupo dos 15” na sua formalização efectiva”, refere o documento.

Conforme o Comunicado da Procuradoria Geral da República, tornado público em Janeiro último, o Presidente do PAIGC e antigo Primeiro Ministro, deve ser ouvido nesta instância judiciária como “testemunha”, nomeadamente em processos relacionados a  um suposto desvios de fundos para o pagamento das obras de reparação das embaixadas da Guiné-Bissau na Bélgica e em Portugal.

Ainda segundo o  Ministério Público, Domingos Simões Pereira deve ser ouvido por alegada compra de créditos junto de bancos comerciais no país, e por “denúncia” de um suposto envolvimento do Presidente da República, José Mário Vaz, em negócios ilícitos nas pescas, madeira e areias pesadas de Varela (norte da Guiné).

Processos esses que o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde  considera de viciados por alegada interferência de opositores políticos.

Por isso, no seu comunicado, o PAIGC que volta a acusar o Presidente da República de “conduzir o país ao caos”, “ apela seus militantes e simpatizantes para estarem em alerta e não se deixarem aliciar por aqueles que usam os recursos do Estado para fins ilícitos”.


Segundo o comunicao do PAIGC,  Domingos Simões Pereira, se encontra,neste momento, em Addis Abeba, Etiópia, desenvolvendo contactos políticos com Presidentes africanos que participam na Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo, sob a organização da União Africana. 

ANG/QC/SG

CMB


Declaração de bens do Presidente e seu vice é doravante obrigatória

Bissau, 01 Fev 17 (ANG) – “Futuramente o presidente da Câmara Municipal de Bissau(CMB) e o seu  vice  terão que declarar pública e formalmente os seus bens antes de assumirem os respectivos cargos”, anunciou hoje o Ministro da Administração Territorial.

Sola Na Nquilim Na Bitchita proferiu estas afirmações  numa reunião com os tecnicos da edilidade de Bissau, justificando-as com a necessidade de implementação de uma gestão regorosa, responsável e transparente do bem público.

Na sua intervenção, o governante anunciou ainda a suspensão de autorização de concessão de terrenos para construção, até o esclarecimento do assunto com base em informações convincentes.

Igualmente, Na Nquilim solicitou ao Tribunal de Contas uma auditoria as contas da anterior direcção da CMB, e determinou a bancarização total das receitas da CMB, e deixou instrução para a produção de novas cadernetas de recibos mais seguros e confiáveis.

O governante anunciou  ainda a interdição  temporária da atribuição de alguns subsídios aos funcionarios da edil camarária, a reconfirmação do fim de alguns contratos com “pessoal dispensável” e em comissão de serviços,a  garantia da protecção social efectiva dos trabalhadores, e a revisão das estruturas orgânicas de serviço e do pessoal.

“Por isso reafirmo a nossa convicção de que apenas a materialização das medidas acima enunciadas farão da Câmara Minicipal o tal instrumento necessario e capaz de fazer da Cidade de Bissau um centro urbano organizado ,asseado ,confortavel ,bonito e desenvolvido “ disse Na Quilim.

Questionado pelos jornalistas sobre a continuidade das obras iniciadas pela  antiga direcção,  entre as quais, o Parque denominado “Nbatonha “ e as prespectivas de construção de 880 casas,  Sola Na Quilim disse que vão continuar e que o parque em causa será inaugurada amanhã, quinta-feira.

O ministro assegurou que as obras lançadas pela antiga direção vao prosseguir mas com algumas alterações.

Quanto ao conflito entre a empresa de telecomunições Guinetel e a CMB sobre o terreno na zona de Brá ,Na Quilin disse que, no momento certo o diferendo entre as partes será ultrapassada , tendo acrescentado  que está previsto a construção no local em causa  de casas atraves de uma Agência Imobiliária.

Em relação as obras do mercado central suspensas desde o golpe de estado de 12 de Abril de 2012, disse que contactos estão a ser desenvolvidos junto de parceiros com vista a conclusão daquele que foi o maior mercado do país.

ANG/MSC/JAM/SG


Pescas


Presidente da República anuncia obrigatoriedade de  navios estrangeiros  descarregarem pescado no pais 

Bissau,01 Fev 17(ANG) - O Presidente da República, José Mário Vaz, anunciou que doravante, qualquer barco que pratique actividade de pesca nas águas territoriais da Guiné-Bissau deve descarregar uma parte do pescado no pais.

O Chefe de Estado guineense falava terça-feira perante vários operadores do sector, ao lado do ministro das Pescas, Orlando Viegas, na sua segunda visita consecutiva, em menos de uma semana, ao porto de pesca de Bandim.

"Sejam eles navios da União Europeia, da Rússia ou de outros países, as regras têm que ser estas", defendeu José Mário Vaz, que considerou inadmissível que navios estrangeiros, ao abrigo de licenças de pesca, trabalhem nas águas territoriais do país sem deixar algum pescado para o consumo da população.

O Presidente da República da Guiné-Bissau disse que as licenças de pesca marítima do país só serão atribuídas a quem descarregar pescado no mercado guineense ou ali comprar combustível para os navios.

 José Mário Vaz acredita que as receitas das licenças de pesca podem resolver alguns dos problemas de subdesenvolvimento da Guiné-Bissau.

O Presidente guineense acrescentou que a legislação terá que ser mudada para que os navios apanhados em pesca ilegal passem a ser confiscados a favor do Estado.

"Ministro, se o senhor não fizer isso,vou tirá-lo do lugar", avisou José Mário Vaz, dirigindo-se a Orlando Viegas, que detém a pasta do setor pesqueiro.

José Mário Vaz alerta, neste sentido, que os navios que não cumprirem com as orientações, serão retirados as respectivas licenças de pesca.

Para o Chefe de Estado, a Guiné-Bissau não pode ser diferente de outros países do mundo, tendo referido que para trabalhar no sector das pescas, em Marrocos, Mauritânia ou no Senegal é preciso cumprir com certas exigências destes países.

Para fazer avançar a ideia, Vaz recomenda, ao titular da pasta das Pescas para dirigir uma comissão a ser criada e que integrará representantes dos bancos comerciais que operam no país e os do sector privado com vista a apoiar os pescadores e mulheres peixeiras da Guiné-Bissau.

“Há incompatibilidade de ser um fiscalizador marítimo e ao mesmo tempo ser operador económico no sector das pescas. Isso tem que acabar no país. A partir de agora ninguém pode obter licença sem fazer investimento no país”, advertiu o Presidente da República.

Segundo o ministro das Pescas, Orlando Mendes Viegas,  os dados estatísticos indicam que o sector das pescas contribui com quatro por cento no produto interno bruto da Guiné-Bissau. 

ANG/ÂC/SG








Can2017


”Não tenho nenhum problema que me impede de jogar”, diz Bocundji Cá

Bissau,01 Fev 17(ANG) - O Capitão da seleção Nacional ‘Djurtus’, Bocundji Cá esclareceu terça-feira,   que não tem nenhuma lesão que o impediu  de jogar no Campeonato Africano das Nações, a decorrer no Gabão.

O capitão da seleção nacional de futebol, estranhamente, não disputou nenhum dos três jogos dos ‘Djurtus’ no CAN e a sua ausência na competição continua a suscitar polémica no país.

Solicitado a pronunciar-se sobre a sua relação com os elementos da equipa técnica, particularmente com o selecionador principal Baciro Candé, Bocundji Cá revela  que houve problema entre a equipa técnica e os jogadores, mas não especificou a natureza do alegado problema nem os elementos supostamente envolvidos no mesmo.

Assegurou que apesar de ter havido ‘problema’ no seio dos ‘Djurtus’, isso não refletiu no desempenho dos jogadores durante a prova.  Destacou  a dedicação dos seus colegas em três jogos disputados no Gabão.

“No Gabão fui deixado de fora em tudo que se fazia na seleção. Não fiz parte das escolhas dos técnicos por causa da opção técnica, mas eu garanto-vos que fisicamente estou bem. Preparei-me muito para esta competição, jogo na minha equipa Stade de Reims. 

Não tenho nenhum problema que me impossibilita jogar, até porque fui alinhado no último jogo de apuramento”, esclareceu em conferência de imprensa, em Bissau, referindo que nos jogos de apuramento sempre foi consultado sobre o onze a entrar em campo.

“Estou aqui não para contar os detalhes dos problemas que aconteceram no Gabão ou para atribuir culpa ou responsabilidade a alguém.

 Estou aqui para contar que esqueci o que se passou e pedir aos meus fãs a fazerem o mesmo. Eles devem esquecer que o Bucundji não jogou. Podem ter a certeza de que não abandonarei o barco por causa do que aconteceu no Gabão. Sou capitão da seleção nacional da Guiné-Bissau”, garante Bocundji.

Não tendo sido alinhado em nenhuma das partidas da seleção no Gabão, muitos amantes do desporto se interrogaram da ausência do capitão, aliás no regresso, o selecionador, Baciro Candé foi confrontado com a questão mas limitou-se a dizer que não tem explicações a dar sobre a não utilização de Bocundji Cá. 

ANG/O Democrata




África


Futuro dos jovens  discutido em Nova Iorque

Bissau, 01 Fev 17 (ANG) - Juventude Africana em Ascensão!” é o tema de um “encontro especial” sobre o continente a realizar na edição deste ano do Fórum da Juventude, que decorre esta semana na sede da ONU, em Nova Iorque.

Vão ser  debatidas no encontro as formas de aproveitar o potencial dos jovens africanos para a prosperidade para todos, o alcance da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 2063 da União Africana.

No encontro  vão também ser  discutidos os grandes desafios da juventude africana, como pobreza, desemprego, desigualdade, paz e segurança, e formas eficazes de os jovens contribuírem para a promoção da inclusão. 

Também vão ser apresentadas recomendações para a criação de oportunidades, especialmente para os mais vulneráveis de África.

Segundo a ONU, existem 1,2 mil milhões de pessoas no mundo com idades entre 15 e 24 anos, e África abriga 20 por cento destes. 

Até 2030, segundo a mesma fonte, o número de jovens no mundo vai subir para 1,3 mil milhões.

Do ponto de vista demográfico, África tem até quarenta por cento de população com idade entre os 15 e os 24 anos e mais de dois terços com menos de trinta anos.

Organizado pela União Africana, pela União dos Jovens Pan-africanos, pelo Escritório do Conselheiro Especial da ONU para África e pelo Programa da organização para o Desenvolvimento, o “encontro especial” sobre a juventude africana acontece depois de o relatório deste ano da “African Economic Outlook 2016” alertar que os jovens do continente correm “um sério risco de sofrer as consequências de um desenvolvimento humano lento” e que na África Subsariana, “nove em cada dez trabalhadores jovens são pobres ou estão no limiar da pobreza”.

Também o é numa altura em que académicos que defendem que a juventude em África seja vista “além de noções estereotipadas de rebelião e vulnerabilidade” afirmam que avanços na tecnologia e o consequente enfraquecimento do estado-nação trazem novas e complexas formas de se compreender “o que significa ser jovem em África hoje”. 

Por essa razão, era bom que neste encontro fossem respondidas questões sobre como podem os jovens ter uma palavra a dizer no exercício do poder e transformar o seu mundo e sobre qual o papel, se é que existe, dos jovens africanos na transformação das suas sociedades.

Também o era identificar as motivações, objectivos e o real papel de movimentos juvenis que pedem mudanças socioeconómicas e políticas nos seus países, se aos jovens são dadas condições “de facto” para transformar a sociedade, e formas de estes envolverem-se nos processos democráticos, numa altura em que é clara a tendência de jovens descontentes se insurgirem contra o poder instituído.

No ano passado, países da África Subsaariana como África do Sul, Burundi, República Democrática do Congo, Gabão, Guiné-Bissau e Zimbabwe, tiveram algum tipo de tensão com os jovens.

Muitos especialistas defendem que isto deve-se ao facto de os jovens africanos não terem vivido o colonialismo, mas sofrerem com o desemprego e a desigualdade, o que faz com que não pouca juventude no continente se sinta enganada pelos seus líderes, maioritariamente pertencentes à geração que os libertou do colono.

De acordo com a agenda do encontro, iniciativa do Conselho Económico e Social da Organização das Nações Unidas, no Fórum da Juventude deste ano os jovens vão compartilhar ideias sobre inovação e soluções para os problemas globais, com destaque para o seu papel na erradicação da pobreza e promoção dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável.

Especial atenção vai ser dada ao conceito de “prosperidade compartilhada”, que está no centro da Agenda 2030, ao problema do desemprego entre os jovens, à importância da igualdade de género e acções de combate à mudança climática. 

O Conselho Económico e Social da ONU tem denunciado que os jovens “estão entre os mais esquecidos do mundo”, especialmente entre os pobres e os desempregados, quando “são os que mais podem se beneficiar das inovações tecnológicas, porque costumam ser os primeiros a abraçar novas ideias”.

A Agenda 2030 integra dezenas de objectivos de Desenvolvimento Sustentável, entre os quais erradicar a fome e a pobreza, consolidar a educação e saúde de qualidade e a igualdade de género, assegurar o acesso a água potável e saneamento e a energias renováveis e acessíveis para todos.

Promover o trabalho digno e o crescimento económico, a indústria, inovação e infra-estruturas e reduzir as desigualdades também são objectivos da Agenda 2030, ao lado da garantia de acesso à habitação segura, adequada e a preço acessível, de produção e consumo sustentáveis, sem descurar das questões climáticas e garantindo a protecção da vida marinha e terrestre. Promover a paz, Justiça e Instituições eficazes e parcerias para a implementação destes objectivos também são pretensões da Agenda 2030.

Para académicos, a Agenda 2063 da União Africana, anunciada em 2013, não é nada mais que uma proposta de renascimento do pan-africanismo, ou “neopan-africanismo” para os próximos 46 anos, assente nas aspirações, na união, na boa governação e na segurança. 

Do ponto de vista económico, a Agenda 2063 da União Africana defende a criação de condições para que até 2063 os africanos sejam cidadãos saudáveis, que as economias dos países do continente sejam/estejam transformadas, num ambiente sustentável, e uma agricultura moderna para o aumento da produção e produtividade. E uma economia azul para o crescimento económico acelerado e resiliente às mudanças climáticas.

No plano político, projecta um continente integrado politicamente, unido, portador de ideais do pan-africanismo e do renascimento africano alicerçado numa África Unida (Federação ou Confederação), com instituições monetárias e financeiras a nível continental criadas e funcionais e com infra-estruturas modernas interconectadas por toda a África.

Ainda no plano político, enfatiza-se a pretensão de se ter uma África de “boa governação”, democrática, respeitadora dos direitos do Homem, da justiça e de Estado de Direito, com instituições capazes e liderança transformadora. 

E uma África em que a preservação da paz, da segurança e da estabilidade seja um facto, ou seja, uma África estável e em paz.

ANG/JA



ANP


Cipriano Cassamá queixa-se de falta de segurança

Bissau,01 Fev 17(ANG) - O Presidente do Parlamento da Guiné-Bissau, Cipriano Cassamá, reuniu-se terça-feira com elementos da comunidade internacional aos quais transmitiu as suas preocupações sobre alegada falta de segurança  no edifício da Assembleia Nacional Popular (ANP).

Segundo a Lusa que cita Ansumane Sanhá, diretor de gabinete, numa reunião de cerca de hora e meia em casa de Cipriano Cassamá, onde está a exercer funções, o presidente da ANP transmitiu  as suas preocupações aos membros do grupo P5: representantes em Bissau da Comunidade Económica de Estados de África Ocidental (CEDEAO), União Africana, União Europeia, Comunidade de Países de Língua Portuguesa Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e Nações Unidas

A insegurança no parlamento é relacionada ao facto de o governo ter mandado  substituir o corpo de vigilância do edifício, segundo Sanhá, "sem o consentimento" de Cassamá, "como manda a lei".

.Ansumane Sanhá afirmou que a situação no Parlamento continua "numa indefinição total" e que Cipriano Cassamá quer que o P5 ajude na busca de uma solução que inclua a retirada do corpo de segurança colocado no local pelo Governo.

Sobre esse assunto, o primeiro-ministro, Umaro Sissoco Embaló, dissera numa certa ocasiao que compete ao ministro do Interior determinar a substituição do corpo de segurança em qualquer órgão de soberania e que a mudança operada no Parlamento obedeceu à lei.

Sissoco Embaló prometeu mesmo que irá mandar reabrir as portas do Parlamento, que têm estado fechadas há mais de um ano, devido às divergências entre o órgão legislativo e o Governo.

Cipriano Cassamá transmitiu também ao P5 a sua estranheza pelo facto de a CEDEAO ainda não ter disponibilizado soldados para garantir segurança no Parlamento como tem feito com outros órgãos de soberania.

O diretor do gabinete do líder do Parlamento assegurou que o P5 prometeu uma resposta às preocupações de Cipriano Cassamá.

Da parte da comunidade internacional ninguém prestou declarações no final do encontro.
Por alegada falta de condições de segurança no edifício do Parlamento, Cipriano Cassamá tem vindo a trabalhar na sua residência há cerca de duas semanas, facto considerado por deputados que apoiam o Governo de Sissoco Embaló como abandono de serviço.


Ansumane Sanhá refuta a acusação e afirma que a lei guineense prevê que o órgão funcione fora do edifício físico.

ANG/Lusa