quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Luta contra Raiva


Direcção Geral da Veterinária vacinou cerca de 8 mil animais de estimação ao nível nacional

Bissau, 19 dez 19(ANG) - A  Direcção Geral da Veterinária  conseguiu vacinar cerca de 8 mil animais domésticos e de estimação entre os quais cães, gatos e macacos, ao nível nacional, no âmbito do combate à Raiva no país.

A campanha se insere nas celebrações do Dia Mundial de Luta Contra a Raiva, assinalada a 28 de setembro passado.

A revelação foi feita por  Bernardo Cassamá, o Director-geral desse serviço em declarações  à Agência de Notícias da Guiné (ANG), em jeito de balanço da campanha gratuita de vacinação contra a Raiva que decorreu durante um mês ou seja de 28 de setembro à 28 de outubro de 2019, e  que foi considerado de positiva.

Cassama revelou que foram vacinados  7.823 animais, dos quais  5.331 da capital Bissau e 2.492 das regiões.

Segundo Bernardo Cassama, a campanha foi levada a cabo por duas brigadas móveis que se deslocavam diariamente aos diferentes bairros de Bissau, não só para vacinar os animais mas também para  sensibilizar, com antecedência, os  moradores desses bairros, para possibilitarem que os seus animais fossem vacinados. 

Em relação as regiões, disse que conseguiram vacinar 2.492 entre cães, gatos e macacos, número que considera pouco, devido a  falta de hábito da parte das populações  nas regiões.

Por esta razão, segundo Cassamá, a Direcção Geral da Veterinária prevê a realização, dentro em breve, de uma nova campanha de sensibilização popular nas regiões sobre as vantagens de vacinação de animais contra a Raiva.

Segundo Bernardo Cassamá, dos  2.492 animais vacinados nas regiões, 162 são da região de Biombo, Quinara 120, Tombali 428, Bolama/Bijagós 124, Gabu 551, Oio 166, Cacheu 591 e a região de Bafatá, 350 animais domésticos.

Aquele responsável apela à população para não desperdiçar as campanha de vacinação gratuita dos seus animais, a fim de contribuir  para a eliminação da doença de Raiva.

Acrescentou  que ainda há vacinais disponíveis, e que a campanha de vacinação dos  animais continua, de forma gratuita,nos serviços veterinários em todo o país.

 “A Raiva é uma doença que não tem cura, quando uma pessoa é mordida por um cão deve imediatamente recorrer aos serviços veterinários mais próximo para receber orientações para salvar a sua vida”,disse Bernardo Cassama.

Questionado sobre a situação de animais vadíos que diambolam na cidade de Bissau, disse que cabe à Câmara Municipal de Bissau, enquanto gestor de cidade,  implementar a código de postura para resolver esta situação, tal como se fazia antes, em que estes animais são apanhados e levados para os serviços de veterinária para serem vacinados.

Disse que a Organização Mundial para a Saúde Animal e Aliança Global contra a Raiva lançaram uma iniciativa, que prevê a erradicação da doença até 2030 para que  não morram mais pessoas devido ao vírus da Raiva. ANG/LPG/ÂC//SG

EUA


                          Congresso  aprova destituição de Trump

Bissau, 19 dez 19 (ANG) – O Congresso (câmara baixa) dos Estados Unidos aprovou uma das acusações para a destituição do Presidente, Donald Trump, um processo que será agora julgado no Senado (câmara alta).
Até às 01:40 de Lisboa (20:40 em Washington), a maioria democrata aprovou a acusação de abuso de poder, seguindo-se agora uma votação sobre a acusação de obstrução ao Congresso, que também deverá ser aprovada.
Na sessão, a líder democrata da Câmara de Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, disse que Donald Trump é uma “ameaça constante” à “segurança nacional” dos EUA, durante o debate para votação dos artigos de destituição do Presidente.
“Os actos irresponsáveis do Presidente tornaram necessário o seu ‘impeachment’. Ele não nos deixou outra escolha”, afirmou Nancy Pelosi, referindo-se à decisão dos democratas de levarem artigos de destituição para aprovação no plenário da Câmara de Representantes.
Segundo Pelosi, o Presidente agiu como uma “ameaça constante à segurança nacional e à integridade das eleições”, ao tentar pressionar um líder estrangeiro a investigar um rival político de Trump.
Durante o dia, Donald Trump voltou a declarar-se inocente no inquérito para destituição, que arrancou no início de Outubro, com acusações de que o Presidente teria pressionado o seu homólogo da Ucrânia, Volodymyz Zelensky, para investigar a actividade, junto de uma empresa ucraniana envolvida em casos de corrupção, do filho de um rival político, Joe Biden.
À mesma hora que os congressistas votavam, Trump realizava um comício em Battle Creek, Michigan e comentou o caso: “não sinto verdadeiramente que esteja a ser destituído”.
Antes, escreveu no Twitter: “Querem acreditar que eu vou ser hoje destituído pela esquerda radical, pelos democratas que nada fazem, quando eu não fiz nada errado!”
Mas os democratas insistem nas provas angariadas nas audições do Comité de Informações, primeiro, e Comité Judiciário, depois, para legitimar a decisão de considerar que a actividade do Presidente no caso ucraniano é passível de destituição.
“É trágico que as acções imprudentes do Presidente tornem o ‘impeachment’ necessário”, disse Pelosi, acrescentando que Trump violou a Constituição e merece ser destituído.
Donald Trump torna-se assim no terceiro Presidente norte-americano a passar a fase seguinte do processo para ser destituído, depois de Andrew Johnson (1868) e de Bill Clinton (1998).
Nesse caso, o processo passará para o Senado, que se constituirá com um tribunal para o julgamento político de Donald Trump, de acordo com a Constituição.
Democratas e republicanos já estão em negociações sobre os termos do julgamento político, que analisará se o Presidente cometeu um crime passível de levar à demissão, o que nunca sucedeu na história dos EUA, já que Andrew Johnson e Bill Clinton foram absolvidos no Senado.
O julgamento será conduzido pelo juiz John Roberts, mas serão os senadores quem servirá de juízes, perante os advogados nomeados pelo Presidente.
Se houver uma maioria de 2/3 de votos favoráveis no Senado, Donald Trump será o primeiro Presidente dos EUA a ser demitido.
Contudo, este cenário é pouco provável, já que os republicanos têm uma maioria confortável no Senado e já manifestaram a intenção de se unir na rejeição da pretensão de rejeitarem o processo espoletado pelos democratas.ANG/Inforpress/Lusa

Quadra festiva


Associação de Consumidores recomenda “cuidado máximo” na compra de alimentos 

Bissau, 19 dez 19 (ANG) – O Secretário-geral da Associação dos Consumidores de Bens e Serviços(Acobes),recomendou hoje aos consumidores  “cuidados máximos” na compra  e consumo dos produtos alimentícios nesta quadra festiva de Natal e Novo Ano.

Bambo Sanhà que falava no programa matinal da Rádio Bombolom FM denominado “Aló Guiné”, pediu à população a verificarem bem os produtos antes de os comprar, frisando que, em casos de carnes, só devem comprar o que tem carimbo da Câmara Municipal de Bissau(CMB) porque, segundo ele, podem ser de proveniência duvidosa.

“Esses carnes podem ainda ser de animais com doenças que são comercializados  nos diferentes mercados do país, de uma forma ilegal, porque há muitos abates clandestinos no país e o dinheiro é do consumidor, e ele deve observar bem os produtos antes de comprar para não levar a doença para a sua mesa”,disse.

Sanhá disse que os consumidores são “os patrões” dos comerciantes porque são eles os donos do dinheiro, por isso, devem exigir a qualidade, tendo lamentado a proliferação de produtos congelados no país.

A propósito, pede aos consumidores para adquirirem apenas, os que estiveram bem embalados e dentro do prazo de validade.

O Secretário-geral da Acobes aconselhou aos comerciantes a venderem os produtos que  estão dentro do prazo e de se abdicarem de comercializar  produtos mal conservados e fora de prazo.

“Como sabemos, neste momento são postos no mercados  produtos de todo o tipo e qualidade. Devido a afluência dos clientes  os comerciantes aproveitam o momento para enganar e roubar do consumidor, por isso não se deve comprar só porque é barato “,aconselhou.

Sanhá pede aos comerciantes a evitarem a especulação de preços dos produtos neste período de festas porque o Governo não aumentou nenhum impostos, pelo que  “não há motivo para haver aumento do preço dos produtos”.

 Aquele responsável disse que qualquer comerciante que foi apanhado a especular o preço dos produtos será severamente sancionado através das instituições competentes dentre as quais,  os Ministérios do Comercio, Saúde e a própria Câmara Municipal de Bissau (CMB).


O líder da Acobes pediu maior  controle sobre os produtos expostos no chão que diz ser um risco  para a saúde pública, tendo pedido a abolição dos boutiques tipo contentores por parte da Câmara Municipal de Bissau, que considera fonte de intoxicação dos produtos alimentícios por não terem condições mínimas de conservação.

Disse que o papel da sua organização é de informar a população sobre os seus direitos mas que é ao Estado que compete  tomar medidas através dos serviços de inspecção dos ministérios do Comercio, Saúde e outros.
ANG/MSC/ÂC//SG

Portugal


                      Brasileiros, principal comunidade de imigrantes
Bissau, 19 dez 19 (ANG) - Os brasileiros continuam a ser a maior comunidade de imigrantes em Portugal, com 105.423 residentes (21,9% do total de estrangeiros), segundo os indicadores de 2018.
Esta é a conclusão do Relatório de Indicadores de Integração de Imigrantes, lançado pelo Observatório das Migrações, em Lisboa, nesta quarta-feira (18) quando se comemora o Dia Internacional dos Migrantes.
A data, criada pela Assembleia Geral das Nações Unidas há 19 anos, marca o lançamento pelo governo português das suas mais recentes publicações, com destaque para o documento, que traz informações relativas aos dois últimos anos.
Depois do Brasil, os outros nove países com as comunidades mais numerosas em Portugal são: Cabo Verde (7,2%), Roménia (6,4%), Ucrânia (6,1%), Reino Unido (5,5%), China (5,3%), França (4,1%), Itália (3,9%), Angola (3,8%) e Guiné-Bissau (3,4%).
Quanto ao volume de novos títulos de autorização de residência emitidos pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), os brasileiros detêm o maior número: 28.210 títulos em 2018, o que representa um acréscimo de 143,7%, se comparado ao registado em 2017. Somos seguidos dos italianos (6.989 em 2018) e dos franceses (5.306 em 2018).
As razões de entrada mudam de país para país. Segundo o relatório, somente no ano passado, grande parte dos nacionais do Brasil, de Angola, Cabo Verde e da Guiné-Bissau veio para estudar em Portugal.
No caso dos chineses e nepaleses, é o reagrupamento familiar a principal razão para a concessão de vistos de residência. Já a entrada de aposentados estrangeiros está mais associada a nacionais da União Europeia, embora os brasileiros aposentados venham ganhando importância nos últimos anos.
O relatório também mostra que houve aumento do número de imigrantes - no final de 2018, residiam em Portugal 480.300 estrangeiros com título de residência válido, representando 4,7% do total da população do país.
No ano anterior, os estrangeiros somavam 422 mil. Apesar da elevação dos números, entre os países da União Europeia, Portugal continua a ocupar o 21º lugar quanto à importância relativa de estrangeiros no total de residentes.
Os indicadores também revelam que a recuperação do saldo migratório registrada em 2017 e 2018 ainda não chega para compensar o valor negativo do saldo natural. Portugal permanece, portanto, com diminuição da população residente no país - uma das marcas profundas deixadas pela crise financeira de 2008,  que forçou a emigração de portugueses, principalmente jovens. O país também aparece como o terceiro mais envelhecido da União Europeia. Por cada grupo de 100 jovens, há 159 pessoas com 65 anos ou mais.
Foi observado, por exemplo, que a população estrangeira residente tende a ser mais jovem que a portuguesa, com destaque para grupos etários ativos e em idade fértil.
Ao abordar a demografia, o Relatório chama a atenção, inclusive, para a contribuição positiva dos imigrantes. Nesse sentido, revela que os indicadores confirmam maior taxa de fecundidade dos estrangeiros residentes quando comparada a dos portugueses. As mães de nacionalidade brasileira e angolana detêm o maior número de nascimentos entre os estrangeiros.
O Observatório das Migrações ressaltou que os imigrantes tendem a apresentar mais dificuldades em obter bons resultados na escola, quando comparados com os nacionais dos países de acolhimento. Apesar disso, sublinhou que houve uma evolução positiva no desempenho escolar dos estrangeiros matriculados no ensino básico e no secundário.
No ano letivo de 2017/2018, cerca de um terço dos alunos estrangeiros tinha nacionalidade de um país da América do Sul, com destaque para o Brasil, com 15.626 alunos.
Em números, a nacionalidade brasileira também é a mais expressiva no ensino superior.         São 16.125 brasileiros, o que corresponde a 38,4% do total de estudantes estrangeiros nas universidades portuguesas.

Em Portugal, há mais estrangeiros que portugueses que não usam as suas habilitações nas funções que ocupam.
Em 2017, 10% dos estrangeiros com habilitações superiores ocupavam postos de trabalho associados à construção, indústria e transportes. Os dados revelam que os a média dos salários dos trabalhadores brasileiros e angolanos era mais baixa que a dos portugueses, mas não tanto como a dos outros grupos de nacionalidades.
Ainda no âmbito do mercado de trabalho, os brasileiros são citados como imigrantes que mostram forte propensão à iniciativa empresarial em Portugal, ao lado de chineses, ingleses e alemães. Do total de empregadores estrangeiros registrados em 2017, os brasileiros representavam 22,8%; os chineses, 18,3%.
O Observatório das Migrações faz parte do Alto Comissariado para as Migrações, que é um instituto público português. A missão do Observatório é estudar e fazer o acompanhamento científico das migrações. É responsável por recolher e analisar informação estatística e administrativa de fontes nacionais e internacionais.
O resultado desse trabalho é a publicação de centenas de estudos que ajudam a entender os fenómenos migratórios em Portugal.
Por estar baseado em dados concretos, o relatório pode contribuir para a integração dos imigrantes, considerando que o acesso a informações precisas ajuda o poder público na definição de políticas para a integração dos estrangeiros residentes em Portugal.ANG/RFI

Presidenciais 2019/2ªvolta


Candidato Úmaro Sissoco Embalo promete “relação saudável” entre órgãos da soberania   

Bissau, 19 Dez 19(ANG) – O candidato suportado pelo Movimento para Alternância Democrática(MADEM-G15) à segunda volta das presidenciais  garantiu que se for eleito  chefe de Estado vai criar as condições para um “relacionamento saudável” ente os órgãos da soberania do país.

Umaro Sissoco Embaló que falava num comício na quarta-feira, no Espaço Verde do Bairro de Ajuda, em Bissau, afirmou que será um  Presidente de todos os guineenses, ao contrário daqueles que quando chegam numa comunidade ou tabanca identificam com um grupo étnico ou seja ”sou balanta ou  mandinga.

“Durante a minha magistratura vou trabalhar para manter boas relações com todas as instituições da República, nomeadamente a Assembleia Nacional Popular, o Governo, Supremo Tribunal de Justiça e uma relação mútua com o sindicato dos jornalistas porque eles são o quarto poder”, prometeu.

Sissoco Embaló afirmou que o Presidente de Comité de Sanções da ONU para a Guiné-Bissau Anatoly Ndonghba tinha lhe informado que pediu a organização para levantar sanções contra os doze militares guineenses envolvidos no golpe militar de 12 de Abril de 2012.

Disse que se for eleito Presidente da República, o povo será seu conselheiro, acrescentando que não precisará do conselhos de um Chefe de Estado sanguinário, que tortura  seu povo, fazendo referência ao Presidente da Guiné-Conacri, Alpha Condé.

Sissoco lembrou que quando era primeiro-ministro deu orientações ao ministros dos Negócios Estrangeiros e das Finanças para irem à Guiné- Conacri reparar a casa e o carro  do pai e fundador da nacionalidade  guineense, Amílcar Lopes Cabral, para dignificar a sua memória.

Prometeu que se ganhar as eleições, durante o primeiro ano de mandato, ocupará o cargo do  presidente em exercício  da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e seguidamente do presidente da União Africana.ANG/JD/ÂC//SG

Angola/caso 500 milhões


              “JES autorizou transferência milionária”, diz Vater Filipe

Bissau, 19 dez 19 (ANG) - O antigo governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Valter Filipe, réu no caso "500 milhões", confirmou, hoje (quarta-feira), em tribunal, que o antigo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, liderou a comissão das negociações e autorizou a transferência dos USD 500 milhões.

Segundo o réu, José Eduardo dos Santos passou a liderar o grupo de negociações pela parte do governo angolano com um suposto sindicato de bancos internacionais, após o afastamento do ex-ministro das Finanças, Archer Mangueira, que dirigia o processo.
O aludido sindicato negociava um suposto financiamento de 30 mil milhões de euros, mas como garantia Angola teria de desembolsar 500 USD milhões.
No processo, que envolve outros três réus, Valter Filipe é acusado de peculato, branqueamento de capitais e burla por defraudação.
É a Valter Filipe atribuída a responsabilidade da transferência ilegal do BNA para o Banco Credit Suisse, em Londres, como garantia da pretensa obtenção de financiamento de 30 mil milhões de euros para a economia angolana.
“O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, aprovou o programa e era ele que estava a dirigir todo o trabalho das operações de investimento. Eu (Valter Filipe) era, tão-somente, o coordenador técnico da comissão”, assumiu.
O arguido admitiu ter sido subscritor do contrato de transferência dos USD 500 milhões, a 10 de Agosto de 2017, cumprindo uma ordem do então Chefe de Estado, que pretendia deixar dinheiro para o país, em véspera da sua saída da presidência.  
“Governador Valter, depois desses anos aqui (no cargo), só lhe peço uma coisa: Tenha sucesso nessa missão e reze muito, para dar certo. Esse processo depende de muita oração”, disse o réu ao citar as palavras que lhe foram ditas pelo ex-Presidente, durante as negociações do milionário contrato.
Valter Filipe afirmou que o ex-Presidente conhecia todo o processo, porque era discutido, questionado, e, às vezes, solicitava pareceres jurídicos a sua assessoria.
A dado momento da audiência, o juiz questionou ao réu se tinha alertado o então Presidente da República sobre os riscos da operação.
 “O PR tinha essa preocupação. Da minha parte havia a questão da reputação. Era uma missão de risco”, respondeu.
Sobre as circunstâncias em que assumiu o comando técnico das operações das negociações com o aludido sindicato de bancos, afirmou que tudo ocorreu durante uma audiência que solicitou ao então Presidente da República, para emitir um parecer conjunto com o ex-ministro das Finanças, em relação à idoneidade das pessoas e do processo.
“Quando fui ao gabinete presidencial, José Eduardo dos Santos disse-me que o titular das Finanças não podia comparecer à reunião por sobreposição de agenda”, continuou.
Explicou que, nesta ocasião, recebeu orientações do então Chefe do Estado para assumir as negociações, não obstante, ser uma actividade do Governo.
 “Fiquei parado à frente do PR, porque fiquei pasmo, devido a complexidade do processo e por estar fora da órbita do Banco Nacional de Angola”, justificou.
Sobre as vantagens do financiamento, considerou que seria promissor por representar uma “grande oportunidade” para Angola, porque o BNA estava numa situação cada vez mais degradante, em termos financeiros.
Em vésperas das eleições (2017), explicou, o país entraria, nos seis meses seguintes, numa grave crise cambial, igual a que vive a Venezuela. Não conseguiria sequer importar produtos básicos, porque “estávamos num período em que o preço do barril do petróleo custava USD 40”, referiu.
Valter Filipe informou que a ideia do ex-Presidente era permitir que o governo a sair das eleições de Agosto de 2017, encontrasse dinheiro nos Cofres do Estado, para que  conseguisse recapitalizar a economia e proporcionar o bem-estar da população.
“Isso evitaria culpar-lhe por uma possível degradação económica”, realçou.   
O réu Valter Filipe declarou que o processo de transferência dos USD 500 milhões, por si efectuado a mando de José Eduardo Santos foi lícito, não houve camuflagem, nem foi fraudulento.
Informou que as hipóteses que se levantam de ilegalidade nessa operação se devem ao facto de ter sido um processo ultra-secreto, orientado, nesse sentido, pelo ex-Presidente.
Nessa senda, os detalhes do processo eram conhecidos por José Eduardo dos Santos, Archer Mangueira, Valter Filipe, José Filomeno dos Santos, Jorge Gaudens Sebastião e mais dois quadros do Banco Nacional de Angola.
“Eu estava a perder a confiança de alguns membros do Conselho de Administração do BNA, por vazão à imprensa de informações confidenciais. Depois desse processo eu ia exonerá-los”, afirmou.
Na óptica de Valter Filipe, essa situação levou aos membros do Conselho de Administração do BNA a prestar declarações à PGR, durante a fase de instrução preparatória, com informações fora do contexto, alegando que o processo havia sido ilegal.
Com base nessas declarações, segundo Valter Filipe, a PGR fez uma acusação falsa.
O antigo dirigente do banco central referiu que a transferência dos USD 500 milhões, enquadrada no quesito emissão de títulos de garantia, é de sua competência estatutária, sendo que a operação está registada no departamento de contabilidade, das operações e do fundo do BNA.
“Do ponto de vista operacional, eu tinha competência de transferir os USD 500 milhões”, ressaltou.
Depois do “sucesso” da operação da transferência, Valter Filipe disse que o BNA, através da Unidade de Informação Financeira (UIF), recebeu um alerta das autoridades financeiras de Londres sobre o movimento decorrido no BNA.
“Isso fez-me bem”, disse, sob lágrimas, afirmando que o alerta demonstrava a licitude do processo.
Valter Filipe considerou falsas as declarações do actual governador do BNA, José de Lima Massano, feitas durante a fase de instrução preparatória, segundo as quais a operação de transferência foi registada pela contabilidade apenas em Dezembro de 2017.
“Foi por isso que a PGR pensou que foi uma camuflagem da operação dirigida e orientada pelo PR”, assumiu, lamentando que explicou a Lima Massano, durante a passagem de pastas, sobre esse processo e manifestou-se disponível para mais esclarecimento. ANG/Angop


quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Função Pública


UNTG exige ao Governo pagamento integral de dois meses de salários aos servidores públicos

Bissau,18 Dez 19(ANG) – A União Nacional dos Trabalhadores da Guiné(UNTG) exige ao Governo o pagamento integral de dois meses de salário aos servidores de Estado, relacionados ao Novembro e Dezembro, o mais tardar  até 23 do corrente mês.

Em nota à imprensa enviada hoje à ANG, sobre  a decisão tomada na reunião do seu secretariado nacional, realizada terça-feira, na qual se analisou o impacto do cumprimento do Memorando de Entendimento assinado com  o Governo, em Agosto, a UNTG prevê a  entrega,  na próxima segunda-feira, de um pré aviso de greve ao executivo , para a paralisação das actividades laborais entre os dias 7 e 9 de Janeiro de 2020.

No comunicado, a UNTG afirma  que foi bastante tolerante para com o Governo, dando-lhe moratória mesmo depois de não ter cumprido vários pontos constantes no Memorando e que deveriam ser concretizados  no passado mês de Setembro do ano em curso.

Denunciou ainda na nota as violações constantes dos diplomas relacionados com ingresso na Função Pública, factos que diz terem sido verificados em quase na maioria  dos Ministérios e Secretarias  de Estado.

“A actuação arbitrária da ministra da Justiça que colocou mais de 20 pessoas naquela instituição sem respeitar as regras basilares de ingresso, o comportamento arbitrário do Director Geral das Alfândegas em colaboração com a dita empresa Gru-SA, a qual  foi adjudicada um contrato de prestação de serviço sem concurso público e que suspendeu mais de 11 mulheres que durante vários anos prestavam serviço de limpeza naquela instituição”, exemplificou.

A UNTG diz ainda no comunicado que o Ministério da Economia e Finanças, em colaboração com o Ministério da Educação Nacional violaram flagrantemente o Estatuto de Carreira Docente promulgado e publicado no passado mês de Janeiro do ano em curso no Boletim Oficial, abdicando de implementar a parte mais relevante do mesmo, relacionada  a progressão na carreira docente.ANG/ÂC//SG

Ensino


CAAEPP-GB considera de “roubo”  cobranças de 4 mil francos CFA aos alunos  do Liceu Samora Machel

Bissau, 18 Dez 19(ANG) – O Presidente da Confederação das Associações dos Alunos das Escolas Públicas e Privadas da Guiné-Bissau (CAAEPP-GB), considerou esta quarta-feira de “roubo” as cobranças de quatro mil francos CFA para exames de segunda época aos alunos,  pela direcção do Liceu Samora Moisés Machel.

Alfa Umaro Sow que falava em conferência de imprensa afirmou que tiveram informação que o referido Liceu, depois de publicar os resultados finais, fez uma cobrança de quatro mil francos CFA para exame de segunda época que habitualmente era somente de dois mil fcfa.

Aquele responsável revelou que fizeram um inquérito em todas as escolas públicas da capital, e descobriram  que o  Liceu Samora Machel é o único que cobrou o referido montante,razão pela qual denunciaram essas cobranças ao  Ministério da Educação.

Sow criticou também o prazo limite de menos de 24 horas  dado aos alunos para que  fizessem  reclamações, frisando que a maioria ficou de fora mesmo tendo notas para transitar de classe.

“A escola não é lugar de buscar lucros ou de tirar proveitos. Em algumas escolas os professores estão a cobrar explicações  no valor de mil até cinco mil francos CFA por cada aluno, por dia, para provas de segunda época. Os que não pagarem estão sujeitos a reprovação e os que pagaram têm garantia de aprovação automática,”afirmou.

Acrescentou  que este tipo de comportamento   de alguns professores só contribui para a  degradação do sistema de ensino no país.

“Os certificados também fazem parte dessas  cobranças ilícitas por parte  das direcções das escolas públicas. Descobrimos que  cobram cinco mil francos aos alunos, enquanto que a confecção de um certificado nas gráficas não custa mais que dois mil fcfa,” frisou.

O presidente da CAAEPP-GB chamou a atenção ao Ministério da Educação para cumprir com o  Plano de Estabilização do Sistema de Ensino na Guiné-Bissau e de gestão educativo, no que tange com a matricula automática.

Em relação ao ano lectivo 2018/2019, aquele responsável estudantil disse que não foi cumprido como previsto no Plano porque devia terminar no dia vinte de Dezembro, mas que felizmente os alunos concluíram  todas as avaliações continuas  e as escolas estão prontos para publicar os resultados, porque  as provas globais não serão realizadas.

Exortou a direcção do Liceu Samora Moisés Machel a devolver dois mil francos à todos os alunos que pagaram a quantia de quatro mil,desde os de sétimo até ao nono  ano de escolaridade, “o mais rápido possível”.

 Alfa Umaro Sow pediu à todos para resolverem o problema da greve nas escolas públicas, sem guerras, mas com um diálogo franco e sério, a fim de se garantir  um sistema de ensino de qualidade.

Os professores observam uma paralisação de cinco dias iniciada segunda-feira. Reivindicam entre outros compromissos assumidos pelo governo, a implementação da Carreira Docente, já promulgado e publicado no Boletim Oficial. ANG/JD/ÂC//SG


Soberania nacional

          Simões Pereira admite que Senegal possa temer a sua eleição

Bissau, 18 dez 19 (ANG) -  O candidato às eleições presidenciais na Guiné-Bissau Domingos Simões Pereira admite que o Senegal possa temer a sua eleição por saber que a sua capacidade de defender o país “é incomparavelmente superior” à do seu adversário.
Em entrevista à agência Lusa em Lisboa, o candidato apoiado pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) refere que “provavelmente o Presidente do Senegal [Macky Sall] e o próprio Senegal” poderão ficar “bastante mais tranquilos” se for eleito o seu adversário, Umaro Sissoco Embaló, na segunda volta das presidenciais, em 29 de Dezembro.
“Se for o caso, será exclusivamente por eles perceberem que a minha capacidade de defender a Guiné-Bissau é incomparavelmente superior àquela do meu adversário, que olha para o Governo e olha para o Estado numa perspectiva completamente folclórica”, diz.
Questionado sobre se considera que o alegado apoio do Senegal ao seu adversário pode ser uma ameaça à soberania da Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira refere que a ameaça “não é necessariamente aquilo que é a posição e a visão das autoridades senegalesas”, mas “a ignorância que pode haver por parte das autoridades guineenses”.
“É medonho pensar que nós podemos ter um chefe de Estado que não sabe rigorosamente nada sobre a história dessas relações”, diz, referindo-se a Sissoco Embaló, a quem acusa de nunca ter ouvido falar de questões como a definição da plataforma continental ou a delimitação de fronteiras, que dominam as relações entre a Guiné-Bissau e o Senegal.
Segundo o candidato do PAIGC, os guineenses “precisam saber dessas questões” para perceberem “o risco que paira” sobre a Guiné-Bissau.
Neste sentido, Simões Pereira defende que a questão que se coloca actualmente é perceber se “a delimitação da fronteira marítima entre o Senegal e a Guiné-Bissau está abrangida pelo acordo que foi assinado antes da proclamação da independência dos dois países e portanto os dois reconhecem esse traçado e a inalterabilidade dos limites que foram fixados ou se é algo posterior a essa proclamação” e deve ser reavaliado.
Ressalvando que não está a propor nenhuma revisão dos tratados existentes, o candidato defende, no entanto, que esta questão deve ser “um objecto de estudo” e de “um trabalho consistente”, sobretudo agora que o Senegal anunciou a descoberta de petróleo.
“O Senegal descobriu petróleo, descobriu gás, mas descobriu petróleo onde? Descobriu gás onde?” – questiona, referindo-se ao traçado que delimita a fronteira marítima entre os dois países e a zona conjunta, bem como os azimutes que levaram à definição desse traçado.
A Zona Económica Conjunta tem cerca de 25 mil quilómetros quadrados da plataforma continental e é gerida por uma agência de gestão e cooperação, baseada em Dacar, actualmente presidida pelo antigo primeiro-ministro guineense Artur Silva.
A ZEC é considerada rica em recursos haliêuticos, cuja exploração determina 50% para cada um dos Estados, e ainda hidrocarbonetos (petróleo e gás), mas cuja divisão é 15% para a Guiné-Bissau e 85% para o Senegal.
Sob orientação do Presidente cessante, José Mário Vaz, o Estado guineense disse pretender uma nova partilha em relação ao petróleo, mas as negociações que começaram em 2014 ainda não foram conclusivas.
Várias personalidades da sociedade civil guineense e o ex-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas Zamora Induta defendem que estas negociações devem ser suspensas até que o Senegal aceite renegociar a delimitação de fronteiras marítimas e terrestres.
Domingos Simões Pereira considera que as suas partes devem respeitar as regras que foram definidas e que “não pode ser o Senegal a interpretar as regras” pela Guiné-Bissau.
“Nós vamos continuar a ser a periferia dos outros Estados que nos deixam migalhas e nós temos que nos contentar com isso”, questiona.
O candidato defende ainda que se as interpretações dos acordos não forem coincidentes, será necessária a intervenção de “entidades terceiras”, mas não como em negociações anteriores em que o Senegal foi assistido pela França, ex-potência colonial, enquanto a Guiné-Bissau foi assistida pela Argélia.
“Não compreendo e certamente enquanto chefe de Estado irei querer compreender, mas na base de um diálogo franco, de um diálogo sem comprometimento porque os chefes de Estado africanos que me conhecem hoje sabem que eu falo sem restrições porque a minha única responsabilidade é defender a verdade e o meu país”, diz.
“Isto não pode ser folclore, isto não pode ser brincadeira. Isso pode pôr em causa a nossa soberania”, remata. ANG/Inforpress/Lusa

Sociedade


“Redes sociais deixaram de aproximar cidadãos e são espaço de cobardes” diz António Nhaga

Bissau, 18 Dez (ANG) – O bastonário da Ordem dos Jornalistas da Guiné-Bissau, António Nhaga, considerou hoje que as redes sociais no país deixaram de aproximar os cidadãos para passarem a ser um espaço de cobardes ligados aos partidos políticos.
“As redes sociais já perderam há muito tempo o papel de aproximação dos cidadãos, ou seja, na Guiné-Bissau as redes sociais passaram a ser um meio de um grupinho de pessoas, cobardes, que insultam e mentem e isto não pode continuar assim”, lamentou António Nhaga, em declarações à agência Lusa.
As redes sociais na Guiné-Bissau, principalmente o Facebook, têm sido utilizadas para divulgar notícias falsas e muitas vezes associando às denominadas ‘fake news’ o nome de órgãos de comunicação social estrangeiros a trabalhar no país.
As notícias falsas aumentam conforme o momento político que o país vive e intensificam-se sempre com as campanhas eleitorais. O fenómeno já tinha sido registado durante a campanha eleitoral para as legislativas de Março e prosseguiu com a campanha eleitoral para as presidenciais, cuja segunda volta decorre no dia 29.
“O problema é que essas pessoas estão fora do nosso controlo e ligadas aos partidos políticos. Essas pessoas têm sempre alguém que transmite a mensagem e em função do dinheiro que recebe. Não há forma de controlar isso, por enquanto”, afirmou o Bastonário da Ordem dos Jornalistas guineense.
Sublinhando que a ordem está a tentar criar condições para monitorizar esse comportamento, António Nhaga disse que o facto é que continua a “haver uma avalanche nas redes sociais de pessoas que mentem” e há jornalistas que estão a “cair nessa área”.
“Se continuarmos a fazer informação de qualidade, com isenção e imparcialidade poderemos triunfar”, pediu aos jornalistas o bastonário.
Mas, segundo António Nhaga, o fenómeno está a ter mais impacto no interior do que em Bissau.
“No interior há muita gente, sobretudo jovens, que não conseguem saber nada. Qualquer coisa que lêem no telefone, consomem. O nível de informação e de conhecimento é insignificante”, afirmou, salientando que estão a ser vítimas das ‘fake news’, principalmente nesta altura de campanha eleitoral.
Questionado sobre se aquele tipo de abordagem pode prejudicar os candidatos à Presidência guineense, o bastonário disse que sim e “de que maneira”.
“Há pessoas que em vez de votarem num projecto claro, não vão ter a visão, porque as pessoas mentem e às vezes a pessoa que mente é alguém ligado à comunidade. O interior está a ser consumido por notícias falsas por falta de verificação”, disse, salientando que basta uma pessoa de Portugal ou Inglaterra enviar qualquer coisa que eles acreditam “piamente”.
Mais de 760.000 guineenses escolhem no dia 29 o próximo Presidente da Guiné-Bissau, entre Domingos Simões Pereira, apoiado pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), e Umaro Sissoco Embaló, apoiado pelo Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15). ANG/Inforpress/Lusa

Paquistão


           Musharraf, ex-presidente condenado à morte por alta traição
Bissau, 18 dez 19 (ANG) - O general Pervez Musharraf, antigo presidente do Paquistão, no exílio, em Dubai, foi hoje condenado à morte acusado de crime de alta traição. Doente, no exílio, em Dubai, o ex-presidente paquistanês foi condenado, por contumácia, pois, não esteve presente no julgamento.
O ex-presidente paquistanês, Pervez Musharraf, no exílio, em Dubaï, foi hoje condenado à morte por crime de alta traição, sentença pronunciada à revelia, porque não compareceu no julgamento, anunciou a rádio pública paquistanesa.
A condenação deste general, personagem central da história recente do Paquistão está relacionada com a decisão que ele tomou a 3 de novembro quando impos o estado de emergência no país.
Segundo o seu advogado, Akhtar Shah, o antigo presidente Musharraf, "não fez nada de mal". 
O general Pervez Musharraf, tinha então alegado a defesa da unidade nacional face ao terrorismo de radicais islâmicos, sublinhando que o "terrorismo e o extremismo" estavam no seu apogeu.
Mas a sua medida foi muito impopular  e condenada pelo Supremo Tribunal pelo que acabou por ser levantada em dezembro 2007 e provocar mesmo a sua queda em 2008.
"Ele tinha imunidade; ele era o chefe do estado maior, era o Presidente  e comandante em chefe das forças armadas", observou o seu advogado.
O presidente Pervez Musharraf, exilado e doente queria regressar ao Paquistão para testemunhar aguardando apenas que lhe fosse dada garantia de segurança, sublinhou o seu advogado, Akhtar Shah.
O general Musharraf, de 76 anos, chegou ao poder, através de um golpe de estado em outubro de 1999 e autoproclamou-se Presidente em junho de 2001, antes de ganhar em abril de 2002 um referendo muito controverso.ANG/RFI