Moura destaca"desarmamento de espíritos" na sua missão à Bissau
Bissau, 13 Jan. 14 (ANG) - O representante especial da CPLP para a Guiné-Bissau afirmou na quarta-feira, em Lisboa, que o primeiro passo da sua missão é o “desarmamento dos espíritos” para compreender a necessidade de concertação política no país.
Carlos Alves Moura falava no final da reunião extraordinária do Comité de Concertação Permanente (CCP) dos Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Esta é “uma missão de diálogo, em função de uma participação política da Guiné-Bissau, Estado-membro da CPLP, que procura encontrar os caminhos da democracia e do progresso”, sublinhou o responsável brasileiro.
“É com este espírito que acabo de assumir este cargo, de diálogo e concertação com a sociedade guineense, seguindo as orientações dos Estados-membros da CPLP”, afirmou Carlos Moura, que partiu no sábado para Bissau.
“O Comité de Concertação Permanente deu um claro apoio” a esta missão temporária, mas sem um prazo definido, sendo que este trabalho deve ser desenvolvido “em concertação com todas as organizações internacionais (ONU, CEDEAO e União Africana) e com as representações diplomáticas acreditadas na Guiné-Bissau”, acrescentou.
Carlos Alves Moura disse acreditar “na realização das eleições gerais na data prevista” de 16 de Março, apesar de as autoridades guineenses terem alargado o prazo para o recenseamento eleitoral.
O escrutínio esteve previsto para 24 de Novembro passado, mas foi adiado devido a atrasos no financiamento e no recenseamento.
O Conselho de Ministros da CPLP realizado em Julho de 2013 em Maputo decidiu designar um representante especial da CPLP para a Guiné-Bissau para acompanhar no terreno a evolução da situação até à conclusão do processo eleitoral.
A resolução determinava que o representante especial deve “acompanhar no terreno a evolução da situação na Guiné-Bissau até à conclusão do processo eleitoral” e submeter, para avaliação dos Estados, um relatório sobre a possibilidade de criar uma representação permanente na Guiné-Bissau.
Carlos Moura chefiou a Representação Temporária da CPLP em Bissau entre 2004 e 2006, tendo sido o seu trabalho reconhecido pela Declaração de Apreço adoptada pelo XI Conselho de Ministros da CPLP, realizado em 2006 em Bissau. Em representação da CPLP, Carlos Alves Moura chefiou também a missão de observação eleitoral às legislativas de 2012 em Timor-Leste.
A Guiné-Bissau vive desde 12 de Abril de 2012 um período de transição após o golpe de Estado e está prevista a realização de eleições gerais a 16 de Março.
O governo de transição da Guiné-Bissau pediu sexta-feira a Portugal que apoie os técnicos que se encontram em Lisboa para recensear os emigrantes guineenses para as eleições gerais.
O apelo foi feito por Baptista Té, ministro da Administração do Território do governo de transição, que coordena os preparativos para as eleições gerais de Março ao comentar o andamento do recenseamento eleitoral.
Angop
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