quarta-feira, 25 de abril de 2018

Cabo Verde


Liberdade de imprensa “beliscada”, mas ministro de tutela diz não haver violação nenhuma
Bissau, 25 Abr 18 (ANG) – A Liberdade de imprensa em Cabo Verde, divide o Ministro da Cultura que tutela a comunicação social e jornalistas caboverdianos, após críticas do relatório sobre os direitos humanos do departamento de estado americano de 2017.
O relatório afirma que a liberdade de imprensa foi beliscada, o que é reafirmada pelos jornalistas, enquanto o ministro não vê violação nenhuma e agride a imprensa.
Uma vez mais, há leituras diferentes, entre o Ministro caboverdiano da Cultura, que tutela a comunicação social, Abraão Vicente e jornalistas, sobre a liberdade de imprensa e o tratamento da informação por parte dos jornalistas.
O pomo da discórdia desta feita é o relatório do departamento de estado sobre os direitos humanos, em 2017, em Cabo Verde, que afirma que houve uma quebra da liberdade de imprensa naquele país, entre outras denúncias, como uma polícia agressiva, a corrupção ou violência infantil.
O jovem ministro da Cultura, Abraão Vicente, useiro e vezeiro nos seus ataques contra jornalistas, minimizou as denúncias relacionadas com a violência da polícia ou contra crianças, apontando as baterias a jornalistas que praticaram "manipulação de informação do relatório".
O ministro caboverdiano que tutela a comunicação social, acusou ainda os jornalistas caboverdianos, de terem retomado a notícia da agência portuguesa, Lusa, que se referia a "violação da liberdade de imprensa", expressão, que no seu entender, não figura no relatório do departamento de estado americano.
Abraão Vicente, preferiu destacar à TV de Cabo Verde "uma variedade de opiniões" na comunicação social, referida pelo relatório, que, aliás, diz não ser "factual".  
Para além das diferentes denúncias, figura preto no branco, no relatório, a expressão inglesa "infringement of freedom of the press", que num bom português, mais não é que "violação da liberdade de imprensa", "infração ou trangressão à liberdade de imprensa".
A RFI fez questão de saber como  estão a reagir os jornalistas caboverdianos aos ataques recorrentes à imprensa do Ministro Abraão Vicente, ocorridos em março do ano passado, em Cabo Verde.
Para a Presidente da AJOC, a Associação dos jornalistas de Cabo Verde, Carla Lima, o tratamento jornalístico dado ao relatório americano, respeita os cânones da profissão, sublinhando que o ministro Abraão Vicente "desrespeita" os jornalistas, que recorda-se pediram o ano passado a sua demissão.ANG/RFI


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