Bissau,
26 Abr 18 (ANG) - O presidente francês, Emmanuel Macron, criticou quarta-feira
no Congresso norte-americano a tentação do “nacionalismo e do isolacionismo” e
pediu aos Estados Unidos para “reinventarem o multilateralismo”, aplaudido
pelos parlamentares norte-americanos.
Macron
disse ainda estar confiante de que os Estados Unidos voltarão a integrar o
acordo de Paris sobre as alterações climáticas, lembrando que “não há planeta
B”.
O chefe
de Estado francês considerou ainda que “uma guerra comercial entre aliados não
é coerente”, numa referência às taxas que os Estados Unidos pretendem impor às
importações de aço e alumínio e em relação às quais pediu uma isenção para a
União Europeia.
“É uma
honra para a França, para o povo francês e para mim ser recebido neste
santuário da democracia, onde foi escrita parte da história dos Estados Unidos”,
declarou o presidente francês, após ter sido saudado por uma ovação em pé à sua
chegada ao hemiciclo.
Macron
chamou a atenção para a “ligação partilhada” pela França e pelos Estados Unidos
para apelar a uma rejeição do isolacionismo e defender uma nova unidade dos
países em prol de um século XXI mais seguro.
Dirigindo-se
quase directamente ao presidente Donald Trump, Macron falou da Síria, do
comércio livre e do acordo de Paris – assuntos onde regista divergências com o
presidente norte-americano – e pediu aos Estados Unidos para não se retirarem
dos assuntos mundiais e abraçarem o seu papel histórico.
“Vivemos
num tempo de raiva e medo devido às actuais ameaças globais”, declarou Macron,
considerando haver “dois caminhos”.
“Podemos
escolher o isolacionismo, a retirada e o nacionalismo. Pode ser tentador (…) um
remédio temporário para os nossos medos (…) Mas fechar a porta ao mundo não vai
parar a evolução do mundo”, disse aos parlamentares.
Nesse
sentido, pediu aos Estados Unidos para “reinventarem o multilateralismo”,
considerou que uma “guerra comercial (…) só conseguirá destruir emprego,
aumentar os preços” e propôs um acordo mais ambicioso do que o actual com o
Irão.
“O Irão
nunca deverá ter a arma nuclear. Nem agora, nem em cinco anos, nem em dez.
Nunca”, disse o presidente francês, que na véspera indicou querer trabalhar com
Trump sobre um novo acordo.
Macron
dirigiu-se ao Congresso no âmbito da visita oficial que efectua aos Estados
Unidos. ANG/Inforpress/Lusa
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