Morreu Winnie
Mandela, ex-mulher de Nelson Mandela
Bissau, 04 Abr 18 (ANG) – Winnie Mandela,
ex-mulher do antigo presidente sul-africano Nelson Mandela, morreu segunda-feira
com 81 anos num hospital de Joanesburgo, após “doença prolongada”, anunciou o
seu porta-voz.
“É com grande tristeza que informamos o
público de que a senhora Winnie Madikizela Mandela morreu no hospital de
Milkpark de Joanesburgo segunda-feira 2 de Abril”, anunciou Victor Dlamini num
comunicado.
“Morreu após uma longa doença, pela qual
foi hospitalizada várias vezes desde o princípio do ano. Morreu pacificamente
às primeiras horas da tarde de segunda-feira, rodeada da família e dos entes
queridos”, acrescentou o porta-voz.
“Lutou corajosamente contra o
‘apartheid’ e sacrificou a sua vida pela liberdade do país. Manteve viva a
memória do marido, Nelson Mandela, enquanto esteve preso em Robben Island e
ajudou a dar à luta pela justiça na África do Sul uma das suas faces mais
reconhecíveis”, afirmou.
Nomzamo Winifred Zanyiwe Madizikela,
conhecida como Winnie, foi uma das figuras destacadas do activismo
anti-‘apartheid’ após a prisão do então marido Nelson Madela, mas caiu em
desgraça após o fim do regime, com acusações de tortura e um processo por
fraude.
O percurso de Winnie é indissociável do
de Nelson Mandela, com quem esteve casada 38 anos, entre os quais os 27 que ele
passou na prisão.
A imagem dos dois, caminhando de mãos
dadas no dia da libertação do herói sul-africano em 1990, correu mundo, mas o
casal não voltou a estar junto e acabou por se divorciar em 1996, no final de
um longo processo de revelação de infidelidades de Winnie.
Nascida a 26 de Setembro de 1936 na
província do Cabo Oriental (sul), obteve aos 19 anos um diploma como assistente
social, uma excepção para uma mulher negra na altura.
Casou-se com Nelson Mandela em Junho de
1958, ela com 21 anos, ele um divorciado e pai de família com quase 40.
Com a prisão do marido, assume a
liderança da luta ao ‘apartheid’ e do Congresso Nacional Africano (ANC), mas
divide pelo estilo autoritário, com membros do partido a acusarem-na de tortura
e incitamento ao ódio.
Em 1991 é julgada e condenada a seis
anos de prisão, posteriormente comutados numa multa, pelo rapto de um jovem
militante, Stompie Seipei.
Em 1998, a Comissão de Verdade e
Reconciliação, encarregada de julgar os crimes políticos no ‘apartheid’, considerou
Winnie “politicamente e moralmente culpada de enormes violações dos direitos
humanos” ANG/Inforpress/Lusa
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