China riposta a
taxas alfandegárias dos Estados Unidos
Bissau, 04 Abr 18 (ANG)-A
China anunciou segunda-feira que irá introduzir taxas sobre a importação de 128
produtos americanos. É esta a resposta de Pequim à medida que tinha sido
introduzida pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no início de
Março, quando anunciou que iria levantar barreiras alfandegárias ao aço e de
alumínio.
Produtos americanos, um total de 128, vão ter agora mais
dificuldade em entrar em terrritório chinês. Após o anúncio de medidas de
Donald Trump, qualificadas de "proteccionistas" pela comunidade internacional,
Pequim decidiu ripostar no que parece
marcar o prelúdio de uma verdadeira guerra comercial.
A 22 de Março, o Presidente dos Estados Unidos decidiu adoptar
novas tarifas sobre uma série de produtos chineses, no valor de 60 bilhões de
euros. Ao invocar "a segurança nacional dos Estados Unidos", Trump
levantou as taxas de importação do aço (em 25 por cento) e
do alumínio (10 por cento).
Foram várias as críticas da comunidade internacional,
nomeadamente da União Europeia e do Canadá, que acabaram por ficar isentas
destas novas medidas económicas. Não foi o caso de Pequim, optando Trump por
cumprir uma das suas promessas da campanha eleitoral, em que prometia
equilibrar a balança comercial entre a China e os Estados Unidos, já que Pequim
tem um défice de 375,2 bilhões relativamente a Washington.
Após esta medida, foram várias as semanas de tensões entre os
dois países, com o ministro chinês do comércio, Zhon Chang, a afirmar que as
medidas de Trump eram "um abuso das normas da Organização Mundial do
Comércio (OMC)" e que esperava "que os Estados Unidos abandonassem, o
mais rapidamente possível, as medidas para a retomada normal do comércio
sino-americano".
Tendo em conta que Trump decidiu não arredar pé, a China
anunciou hoje que iria introduzir novas taxas sobre 128 produtos americanos.
Por enquanto, são produtos oriundos sobretudo da indústria alimentar (como
frutas ou carne de porco) mas, ainda assim, Pequim promete aumentar a fasquia
caso Washington não recue.
Com várias empresas americanas de renome presentes em solo
chinês, como a Boeing, a China pode realmente lançar uma guerra comercial caso
decida taxá-las.
Ainda assim, o ministro do Comércio americano, Wilbur Ross,
afirmou que estas primeiras medidas de Washington são meramente "um
prelúdio para um início de negociações".
Arnaldo Gonçalves, professor no Instituto Politécnico de Macau, considera que
estas medidas se assemelham muito ao cenário de há 10 anos, em que também houve
um confronto entre a Europa e a China. ANG/RFI
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