Alemanha exige libertação
da capitã do “Sea Watch 3”
Bissau, 03 jul 19 (ANG) - As autoridades alemãs se
mobilizam a favor de Carola Rackete, capitã do navio humanitário
"Sea-Watch 3" presa por tê-lo atracado na ilha italiana de Lampedusa
no último sábado (29) para o desembarque de 40 migrantes.
O ministro alemão das Relações Exteriores, Heiko Maas,
afirmou segunda-feira que a Itália deve
libertar a ativista.. "Do nosso ponto de vista, o processo judicial só
pode ser concluído com a libertação de Carola Rackete", escreveu Maas no
Twitter. "Nós nos opomos à criminalização do resgate marítimo",
acrescentou.
O chefe da diplomacia alemã ainda declarou que é preciso
encontrar uma solução urgente para a questão dos migrantes regatados no
mar. "A comercialização da distribuição dos refugiados é indigna e deve cessar",
concluiu Maas.
A libertação de Carola Rackete, de 31 anos , também foi
discutida durante a cúpula europeia, em Bruxelas, nesta segunda-feira. O
presidente do Conselho Italiano, Giuseppe Conte, explicou à chanceler alemã,
Angela Merkel, que o caso da ambientalista está nas mãos da justiça italiana e
que o executivo não pode interferir.
A jovem pode ser libertada à espera de julgamento e rapidamente
expulsa, já que o ministro italiano do Interior, Matteo Salvini, disse que já
havia assinado um decreto de expulsão. O juiz terá 48 horas para se pronunciar
sobre o destino da capitã.
Carola Rackete violou na madrugada do último sábado o cerco
imposto à embarcação "Sea-Watch 3", bloqueado na costa italiana com
40 migrantes a bordo. A jovem resolveu atracar no porto de Lampedusa, onde foi
detida.
O ministro italiano do Interior, Matteo Salvini, chamou a jovem
de "pirata" e denunciou um "ato criminoso, um ato de
guerra". Ele ordenou a prisão da alemã, prometendo embargar o navio, além
de impor uma forte multa para a ONG.
Os migrantes estavam na embarcação desde 12 de junho, depois de
terem sido salvos perto da costa da Líbia pelo "Sea-Watch 3". Segundo
a capitã, a situação dentro do navio estava "extremamente tensa, com
"pessoas exaustas e desesperadas", após aguardar semanas por uma
decisão do governo italiano.
"Sou branca, nasci em um país rico e tenho o passaporte
adequado", respondeu a alemã a um jornalista italiano do diário La
Reppublica que perguntou o que teria levado uma pesquisadora ambiental a se
tornar capitã de um navio humanitário.
Irritado com as declarações da jovem, Salvini reagiu no Twitter:
"Por que todos aqueles que nascem 'brancos, alemães e ricos' devem vir
encher o saco da Itália? O que o governo de Berlim pensa? É normal que um dos
seus cidadãos venha até nós e diga: não estou nem aí para as leis
italianas?", publicou.
De acordo com fontes policiais citadas pela imprensa italiana,
Carola Rackete estava calma na delegacia e pediu perdão pelos riscos que
provocou para o pequeno barco das forças da ordem, ao forçar a entrada no porto
de Lampedusa. Se for considerada culpada, Carola Rackete pode ser condenada a
até 10 anos de prisão.
ANG/RFI
ANG/RFI
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