Mantida a redução da produção de petróleo mundial
Bissau, 03 jul 19 (ANG) - A Opep e seus aliados, reunidos em
Viena, aprovaram de forma unânime , segunda-feira (1°), a prorrogação por 9
meses da redução da produção em vigor.
Os 14 Estados da Organização dos Países Produtores de Petróleo
(Opep) e seus dez aliados (liderados pela Rússia) declararam, durante uma
reunião realizada em Viena, seu apoio unânime a esse compromisso, informou o
ministro russo de Energia, Alexander Novak.
Os 24 países, que extraem metade do petróleo mundial, decidiram
em dezembro reduzir sua oferta acumulada de 1,2 milhão de barris por dia(mbd)
para estimular os preços do petróleo.
A extensão das quotas parece gerar consenso entre a OPEP e seus
parceiros, já que há necessidade de estabilizar os valores num contexto de
fortes tensões geopolíticas em torno do Irã, da fraca demanda e uma oferta
abundante. Os riscos geopolíticos parecem ofuscados por uma demanda de energia
lenta e uma desaceleração global.
No entanto, apesar do voto unânime, a crescente influência da
Rússia e da Arábia Saudita, que se aliaram há três anos para enfrentar a queda
nos preços, causa desconforto entre alguns produtores.
Quando chegou nesta segunda (1°) a Viena, o ministro do Petróleo
iraniano, Bijan Namdar Zanganeh, denunciou o carácter unilateral do acordo
entre Moscou e Riad. "O principal perigo que a Opep enfrenta agora é a
unilateralização", disse o ministro, acrescentando que "a Opep
morrerá com esse procedimento" de decisões, liderado por seu rival
regional saudita.
Ainda assim, Teerã apoiará o teto de produção, do qual é isento
em razão da reintrodução das sanções americanas, que sufocam suas exportações
de petróleo, informou o representante iraniano.
A Agência Internacional de Energia reduziu suas previsões
mundiais de demanda de petróleo para 2019. A produção de petróleo de xisto dos
EUA continua a crescer, competindo com a OPEP e inflacionando as já elevadas
reservas mundiais.
O anúncio do acordo russo-saudita permitiu que o preço do barril
de petróleo WTI ultrapassasse os US$ 60 nesta segunda-feira (1°), na abertura
das bolsas europeias.
ANG/RFI/AFP
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