Costa
do Marfim/TPI absolveu
Laurent Gbagbo e Charles Blé Goudé
Bissau, 01 Abr
21 (ANG) - O Tribunal Penal Internacional confirmou quarta-feira, 31 de abril a absolvição pronunciada em janeiro de 2019 de Laurent Gbagbo,
Presidente da Costa do Marfim entre 2000 e 2010,e do ex-líder dos Jovens Patriotas Charles Blé
Goudé.
Os dois foram considerados não culpados de
crimes contra a humanidade e de crimes de guerra, perpetrados entre 2010 e
2011, durante a violência pós-eleitoral que assolou a Costa do Marfim e causou
mais de 3.000 mortos, depois de Laurent Gbagbo recusar aceitar a vitória
de Alassane Ouattara.
Esta decisão, que reitera a precedente de
2019, deve-se ao facto de os juízes terem considerado que as provas das
acusações eram insuficientes e que não tinha havido erros de procedimento como
alegado, o que abre a via ao regresso
à Costa do Marfim de Laurent Gbagbo, após uma década de ausência.
Sorrindo o antigo Presidente aplaudiu a
decisão do tribunal de recurso do TPI e ergueu os polegares em sinal de
vitória.
Os juízes rejeitaram o recurso interposto
em setembro de 2019 pela então procuradora do TPI, a gambiana Fatou Bensousa,contra a decisão
em primeira instância que em janeiro de 2019 absolveu Laurent Gbagbo e
Charles Blé Goudé, que sempre clamaram a sua inocência.
Laurent Gbagbo e Charles Blé Goudé podem
pois regressar à Costa do Marfim, mas de momento foram reconduzidos às suas
residências respectivamente na Bélgica e Holanda.
Laurent Gbagbo ainda não se pronunciou,
mas Charles Blé Goudé afirmou "penso
que nos próximos dias terei tempo para me dirigir amplamente aos
marfinenses, aos africanos e a todo o mundo, mas tenho uma única palavra na
boca reúnam os marfinenses".
Segundo a advogada de Laurent Gbagbo,
desde a sua absolvição em 2019 ele possui dois passaportes marfinenses, um
normal e um diplomático pelo que nada o impede de regressar à Costa do Marfim,
desejo que ele manifestou em dezembro último. ANG/RFI
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