Cabo Verde/Jorge Carlos Fonseca lidera com optimismo missão da CEDEAO de observação às eleições na Guiné-Bissau
Bissau,30
Mai 23 (ANG) – O ex-presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos
Fonseca, disse hoje que vai liderar, com optimismo, a missão da CEDEAO de
observação às eleições legislativas na Guiné-Bissau marcadas para o próximo
domingo, 04 de Junho.
Em
conversa com a Inforpress, Jorge Carlos Fonseca adiantou que o recebeu o
convite do presidente da Comissão da CEDEAO, Omar Alieu Touray, devendo estar
em Bissau de 31 de Maio a 09 de Junho, num período que abrange a parte final da
campanha eleitoral, o dia do escrutínio e uns dias após às eleições.
Conforme
indicou, será a mais larga e representativa das missões de observação presentes
na Guiné-Bissau, com muitas dezenas de observadores.
“Eu
irei chefiar a missão que terá um número vasto de observadores de várias
categorias. Haverá membros das comissões eleitorais dos países da CEDEAO,
membros do Tribunal da Justiça da CEDEAO, deputados dos parlamentos dos países
da CEDEAO, experts dos Ministério dos Negócios Estrangeiros, embaixadores da
CEDEAO junto países membros e representantes de organizações da sociedade
civil”, apontou.
Jorge
Carlos Fonseca indicou que uma delegação técnica da CEDEAO, incluindo membros
cabo-verdianos, já está no terreno há algum tempo, nomeadamente para apoio à
comissão eleitoral local, mas igualmente para acompanhamento de todos os
aspectos do processo eleitoral.
Apesar
do contexto político reinante no país e do número considerável de forças
concorrentes, afirmou que vai para essa missão com optimismo, tendo em conta a
experiência adquirida recentemente nas eleições gerais de Angola em que chefiou
a missão da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
“Se
fosse pela primeira eu podia estar mais preocupado ou ansioso. A
experiência em Angola foi uma experiência muito interessante porque é um
país enorme, com uma previsão de eleições muito disputadas politicamente
como se provou”, justificou.
“Portanto, vou com
pensamento positivo. É de certa maneira aliciante fazer uma
missão num país que é próximo de Cabo Verde, com quem
temos relações históricas e culturais muito fortes e vão
ser eleições muito disputadas, já que são 22 forças concorrentes”,
acrescentou.
Jorge
Carlos Fonseca adiantou que desde que aceitou o convite tem acompanhado
mais próximo as notícias que têm vindo de Bissau, mantendo
contactos permanentes com a estrutura da CEDEAO, recebendo informações,
relatório sobre a situação do dia-a-dia das campanhas eleitorais.
O
ex-presidente cabo-verdiano conta ainda chegar a tempo de reunir-se com
partidos políticos, com comissão eleitoral, órgãos judiciais
com competências eleitorais e até assistir a comícios de alguns
partidos concorrentes.
“Portanto,
com tudo isso, eu parto com optimismo
que haverá eleições concorridas, disputadas, naturalmente haver
picardias, como é normal existir em eleições importantes. Eu
conheço relativamente bem o contexto político, social e cultural em
que se vão desenrolar as eleições na Guiné-Bissau”, disse.
“É um
país que conheço relativamente bem. Conheço muitos dos actores
políticos, não tenho dificuldades de dialogar. Portanto,
talvez isso até tenha concorrido para eu ser convidado para
presidir essa missão”, acrescentou.
Confrontado
com as recentes declarações do Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissocó
Embaló, de que não irá nomear certos nomes para cargo de primeiro-ministro
mesmo que os partidos/coligação ganharem as eleições legislativas, Jorge Carlos
Fonseca explicou que a missão tem uma função muito particular que é
de observar e avaliar o processo eleitoral.
“Portanto,
o nosso papel é de observar o processo eleitoral, os aspectos logísticos, as
campanhas eleitorais, o papel dos mídia, o acesso à comunicação social dos
concorrentes, se são cumpridos os princípios e regras que regem as eleições, a
Constituição, as leis ordinárias e os regulamentos eleitorais, assistir o acto
do escrutínio, ver se é feita de forma livre, se não há meios de coacção”,
exemplificou acrescentando que não cabe à missão eleitoral estar a fazer
avaliações de comportamentos das entidades no pós-eleições.
A
campanha eleitoral para as legislativas de 04 de Junho, na Guiné-Bissau,
arrancou no dia 13 de Maio, com 20 partidos políticos e duas coligações
eleitorais a lutar para conquistar os 102 lugares que compõem o parlamento
guineense.ANG/Inforpress
Sem comentários:
Enviar um comentário