Kiev/Ucrânia nega envolvimento no ataque com
'drones' contra Moscovo
Bissau, 30 Mai 23 (ANG) – A Ucrânia negou
hoje qualquer “ligação direta” com o ataque de aparelhos não tripulados
(‘drones’) contra Moscovo, mas previu que o número de ataques deste tipo irá
aumentar na Rússia.
“Observamos
os ataques com grande prazer e prevemos que o número de ataques irá aumentar,
mas não temos qualquer ligação direta com eles”, disse o conselheiro da
presidência ucraniana Mikhailo Podoliak, citado pela agência espanhola EFE.
A
Rússia acusou a Ucrânia de ter lançado hoje um ataque com ‘drones’ contra
Moscovo numa operação que classificou como “ação terrorista”, causando dois
feridos ligeiros e pequenos danos em vários edifícios.
Durante
uma transmissão em direto no canal YouTube do jornalista russo Alexander
Plushev, Podoliak comentou, a brincar, que o ataque a Moscovo se insere no
“domínio da inteligência artificial”.
“Possivelmente,
nem todos os ‘drones’ estão prontos para atacar a Ucrânia e querem voltar aos
seus criadores e perguntar-lhes porque é que os lançam contra as crianças da
Ucrânia, contra Kiev”, disse.
Podoliak
disse que o que se passa em Moscovo não tem qualquer importância para a
Ucrânia, e que o que o preocupa são as dezenas de ‘drones’ e mísseis lançados
contra Kiev apenas nos últimos dois dias.
“Ontem
[segunda-feira], quando houve 11 ataques de mísseis balísticos Iskander em
plena luz do dia, as nossas crianças correram a gritar para os abrigos. É isto
que nos preocupa”, afirmou.
Podoliak
disse que foram lançados quase 20 ataques contra Kiev em maio, apesar de não
existirem instalações militares no centro da cidade, segundo afirmou.
“As
pessoas acreditam que podem jogar um jogo unilateral, que podem destruir um
Estado soberano com absoluta impunidade”, criticou, referindo-se à liderança
russa.
“Após
15 meses [de guerra], ainda não compreenderam que não será assinado um acordo
sobre as linhas de separação”, acrescentou.
O
Presidente russo, Vladimir Putin, ordenou a invasão da Ucrânia em 24 de
fevereiro de 2022, para “desmilitarizar e desnazificar” o país vizinho.
Kiev
exige a retirada das tropas russas de todo o território ucraniano, incluindo
das regiões da Crimeia, Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, que Moscovo
declarou como anexadas, como pré-condição para eventuais negociações de paz.
Na
véspera dos ataques a Moscovo, o presidente da câmara de Kiev, Vitali
Klitschko, manifestou-se indignado por os moscovitas terem uma vida normal,
enquanto os ucranianos sofrem constantemente com os bombardeamentos russos.
“Porquê?”,
questionou Klitschko durante um programa noticioso, dirigindo-se ao
comandante-chefe das Forças Armadas ucranianas, Valery Zaluzhny.
As
informações divulgadas pelas duas partes sobre o curso da guerra não podem ser
verificadas de imediato por fontes independentes.
A
guerra na Ucrânia mergulhou a Europa naquela que é considerada como a crise de
segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Desconhece-se
o número de mortos e feridos em 15 meses de combates, mas diversas fontes,
incluindo a ONU, admitem que será muito elevado. ANG/Lusa
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