Grécia/Líder do partido grego Syriza rejeita
mandato para formar novo governo
Bissau, 23 Mai 23 (ANG) – O
ex-primeiro-ministro grego Alexis Tsipras, líder do partido de oposição
esquerdista Syriza, recusou-se hoje a aceitar o mandato para formar um novo
governo, após a derrota nas eleições legislativas de domingo.
“A
correlação das forças políticas (no Parlamento) não permite a formação de um
governo”, disse Tsipras à Presidente da Grécia, Katerina Sakelaropulu, que
havia mandatado o ex-primeiro-ministro em cumprimento da lei grega.
Tsipras
admitiu, ao sair da sede da presidência, que o resultado eleitoral foi
“doloroso” e “um choque”.
De
acordo com a lei, a chefe de Estado deverá atribuir a tarefa de formação de
governo ao candidato do segundo partido mais votado caso o vencedor das
eleições devolva o mandato, o que aconteceu na segunda-feira quando o
conservador Kyriakos Mitsotakis rejeitou a incumbência.
O
Nova Democracia (ND), no poder, liderado por Mitsotakis, venceu as eleições de
domingo, com 40,8% dos votos, de acordo com os resultados finais.
O
Syriza, principal rival que encarnou as esperanças da esquerda
radical na Europa quando chegou ao poder em 2015, sofreu um duro revés ao
ficar-se por 20% dos votos.
Os
sociais-democratas do Pasok-Kinal ficaram em terceiro lugar, com 11,5%.
Mitsotakis
recusou-se a tentar chegar a um acordo de governação com qualquer dos seus
adversários, esperando que estes também não consigam formar um executivo com
maioria parlamentar e que, assim, seja necessário convocar novas eleições.
De
acordo com o sistema proporcional de distribuição dos 300 assentos do
parlamento grego que se aplica ao resultado eleitoral, nenhum dos partidos
conseguiu alcançar maioria absoluta para governar sozinho.
Mas,
se se repetirem as eleições, será incluído um bónus de até 50 lugares para o
partido mais votado, o que permitirá à ND obter a desejada maioria de 151 dos
300 mandatos parlamentares.
Segundo
a lei grega, o mandato para formação de governo deverá agora passar para Nikos
Andrulakis, o terceiro classificado nas eleições, que também não tem hipótese
de alcançar o objetivo da maioria absoluta.
Katerina
Sakelaropulu poderá ainda fazer uma última tentativa, convocando os líderes de
todos os partidos políticos, ou ordenar de imediato a dissolução do parlamento,
convocar novas eleições e nomear um Governo interino que dirija o país até ao
escrutínio. ANG/Lusa
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