Japão/Líderes do G7 reúnem-se em Hiroxima
com guerra na Ucrânia como maior preocupação
Bissau,18 Mai 23 (ANG) – Os líderes do G7 vão
reunir-se em Hiroxima, no oeste do Japão, a partir de sexta-feira, para
endurecer a posição em relação à Rússia e adotar uma linha comum em relação à
China.
A
Ucrânia é o tema em destaque na cimeira de três dias, realizada numa cidade que
simboliza os efeitos de uma guerra por ter sido destruída por uma bomba atómica
norte-americana em 1945.
O
primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, cujo país exerce a presidência
rotativa do G7, admitiu haver “o receio de que a situação na Ucrânia se agrave”
e de que a guerra seja prolongada.
“É
neste contexto que o G7 se deve reunir novamente e mostrar força e
solidariedade para com a Ucrânia”, afirmou Kishida numa entrevista à televisão
japonesa NHK, na quarta-feira.
O
grupo dos sete países mais industrializados reúne Alemanha, Canadá, Estados
Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, bem como a União Europeia (UE).
O
Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, deverá discursar na cimeira por
videoconferência, poucos dias depois de ter visitado os quatro países europeus
do G7, além do Vaticano.
“A
Ucrânia impulsionou este sentido de propósito comum” para o G7, disse à agência
norte-americana AP Matthew P. Goodman, do Centro de Estudos Estratégicos e
Internacionais.
A
China é outro tema em foco em Hiroxima, dada a preocupação do G7 com a
crescente assertividade do gigante asiático na região e a tensão com Taiwan, a
ilha que Pequim ameaça tomar pela força se declarar a independência.
Os
líderes do G7 deverão ser cautelosos em relação a Pequim, segundo a agência
francesa AFP, mostrando unidade em relação a Taiwan, mas tentando evitar o
aumento das tensões.
Não
se trata de “um G7 anti-China”, disse fonte da Presidência francesa à AFP, com
Paris na expectativa de “uma mensagem positiva” de cooperação.
Preocupada
com a segurança económica, a cimeira de Hiroxima deverá abordar também a
influência chinesa nas cadeias de abastecimento cruciais.
“Procuramos
uma abordagem multidimensional das nossas relações económicas com a China”,
declarou, na segunda-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der
Leyen.
Mas
“esta abordagem caracteriza-se pela redução dos riscos e não pela dissociação”,
afirmou, citada pela AFP.
Fumio
Kishida deverá chamar a atenção para os riscos da proliferação nuclear durante
a reunião em Hiroxima, local do primeiro bombardeamento atómico do mundo.
O
programa nuclear da vizinha Coreia do Norte constitui uma preocupação regional
e global, bem como as ameaças da Rússia de utilizar armas nucleares na Ucrânia.
Também
a China está a expandir rapidamente o arsenal nuclear, passando das atuais 400
ogivas para 1.500 em 2035, segundo estimativas do Pentágono (Departamento de
Defesa dos Estados Unidos).
As
preocupações com a economia global, a subida dos preços, a crise do limite de
endividamento nos Estados Unidos e as alterações climáticas estarão também
entre as preocupações dos líderes.
O G7
convidou para Hiroxima líderes de países como Brasil, Índia, Indonésia, Coreia
do Sul, Austrália, Ilhas Cook e Vietname, bem como a ONU.
À
margem da cimeira, deverá ocorrer um encontro entre os líderes dos Estados
Unidos, Japão e Coreia do Sul.
Face
à crise do endividamento dos Estados Unidos, o Presidente Joe Biden vai
regressar a Washington no domingo.
A
decisão levou ao cancelamento da cimeira sobre segurança da aliança Quad, em
que iria participar com os líderes da Austrália, Índia e Japão na próxima
semana, na cidade australiana de Sydney. ANG/Lusa
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