Nova Iorque/ONU
defende autodeterminação e independência da Palestina no 75º aniversário da
‘Nakba’
Bissau, 16 Mai 23(ANG) – A Organização das Nações Unidas (ONU) defendeu segunda-feira o direito dos palestinianos à autodeterminação e independência, admitindo que “continuam a diminuir” perspectivas de um processo político com Israel conducente a uma solução de dois Estados.
Numa
reunião especial de alto nível em Nova Iorque, que marcou pela primeira vez na
sede da ONU o 75.º aniversário do deslocamento em massa de
palestinianos – conhecido como `Nakba` (“a Catástrofe”) – aquando da
criação do Estado de Israel, a subsecretária-geral da ONU para Assuntos
Políticos e de Consolidação da Paz, Rosemary DiCarlo, frisou que
a posição da ONU “é clara: a ocupação deve acabar”.
“A
questão da Palestina está intimamente ligada à história e à Carta das Nações
Unidas. O respeito pelo direito internacional e pelos direitos humanos, a
autodeterminação e a resolução pacífica de conflitos constituem a razão de ser
da nossa Organização. Os palestinianos merecem uma vida de justiça e dignidade
e a realização do seu direito à autodeterminação e independência”, disse DiCarlo.
“Uma
solução de dois Estados que traga paz e segurança duradouras para israelitas e
palestinianos deve ser alcançada de acordo com o direito internacional,
resoluções da ONU e acordos anteriores”, acrescentou.
Em 30
de Novembro do ano passado, a Assembleia Geral da ONU aprovou uma
resolução convocando a comemoração do 75.º aniversário da `Nakba`.
De
acordo com a subsecretária-geral, o legado daquela crise continua vivo,
estimulando à continuação dos esforços para encontrar uma
solução justa e duradoura para o conflito israelo-palestiniano.
Contudo, DiCarlo
manifestou “profunda preocupação” pelo facto de as perspectivas de
reiniciar um processo político rumo a uma solução de dois Estados “continuarem
a diminuir”.
“Por
toda a Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, a rápida expansão dos
colonatos — ilegais sob a lei internacional — está a alterar dramaticamente o
território previsto para um futuro Estado Palestiniano”, disse.
A
violência, incluindo a relacionada aos colonatos, continua generalizada, enquanto continuam
incessantes os despejos, demolições e apreensões de propriedades
de palestinianos, observou, acrescentando que tais ações minam as
perspectivas de estabelecimento de um Estado Palestiniano “viável e
contíguo”.
“Queremos
ver um Estado independente da Palestina a viver lado a lado com Israel, em paz
e segurança, com Jerusalém como a capital de ambos os Estados”, reforçou
DiCarlo.
Esta
foi a primeira vez na história da ONU que foi comemorado o
aniversário da `Nakba` de acordo com o mandato da Assembleia Geral.
O
evento de alto nível foi organizado pelo Comité da ONU para o Exercício dos
Direitos Inalienáveis do Povo Palestiniano, cujo presidente, o embaixador
senegalês Cheikh Niang, conduziu os trabalhos.
Ainda
hoje terá lugar na sede da ONU um evento comemorativo especial sobre a
Palestina, que terá como objetivo criar uma experiência imersiva da `Nakba`
através de música ao vivo, fotografias, vídeos e testemunhos pessoais.ANG/Inforpress/Lusa
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