Legislativas
antecipadas/”Há fome na Guiné-Bissau
porque castanha de caju não está a ser comercializada”, diz Nuno Nabiam
Bissau, 31 mai 23 (ANG) – O
primeiro-ministro e candidato às legislativas pela Assembleia do Povo Unido –
Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), Nuno Gomes Nabiam, afirmou
terça-feira que há fome no país porque a castanha de caju não está a ser
comercializada.
“De momento o que se
verifica na Guiné-Bissau é uma situação muito difícil, porque há fome de
verdade, há fome, porque a castanha de caju não está a ser comercializada e
isto tudo nós sabemos os fatores”, afirmou Nuno Gomes Nabiam.
O primeiro-ministro
falava aos jornalistas em Canchungo, na região de Cacheu, a cerca de 80
quilómetros de Bissau, antes de realizar um comício no âmbito da campanha
eleitoral para as legislativas de domingo.
“Não depende da
situação interna do país, mas de uma situação conjuntural. O preço hoje da
castanha de caju não é bom a nível internacional e isso tem uma reflexão
profunda na Guiné-Bissau. A população está a sofrer”, salientou o líder da
APU-PDGB.
O primeiro-ministro
explicou que, por outro lado, como a campanha eleitoral coincidiu com a
campanha de caju, os “investidores estão com receio”.
“Na Guiné-Bissau tudo
corre bem, mas depois das eleições há sempre problema. Esperemos que nestas
eleições seja diferente, porque estão criadas todas as condições básicas
necessárias para que as eleições sejam disputadas de uma forma ordeira e
transparente”, disse.
Nuno Gomes Nabiam
pediu para que os resultados da legislativas de domingo sejam aceites para que
os “comerciantes e homens de negócio possam começar a entrar nas 'tabancas'
[aldeias] e concretizarem o processo de compra de castanha de caju”.
A castanha de caju é
o principal produto de exportação da Guiné-Bissau, do qual depende a economia
do país e cerca de 80% da população guineense.
Desde o início da
campanha de comercialização, em abril, que os agricultores se têm queixado da
falta de compradores para escoar o produto.
Já em relação às
legislativas de domingo, Nuno Gomes Nabiam disse estar confiante.
“O partido cresceu
muito. Não vai haver um vencedor com maioria absoluta nestas eleições. É
impossível. É bom que sejamos honestos politicamente falando, que é para
transmitir essa mensagem à nossa população”, afirmou.
“Ninguém sabe quem
vai ficar à frente desta corrida. Nós contamos que a APU esteja em condições de
estar à frente e estando à frente estamos em condições de trabalhar com
qualquer partido político, sociedade civil e diáspora guineense”, salientou.
Nuno Gomes Nabiam
reafirmou que “nenhum partido está preparado para governar a Guiné-Bissau
sozinho”.
“Vai haver sempre
necessidade de concertação, de busca de capacidades, tanto na diáspora, como
nos outros partidos, para formar um Governo forte, capaz de dar um arranque ao
desenvolvimento”, conclui.
Duas coligações e 20
partidos políticos guineenses disputam domingo as sétimas eleições legislativas
do país, após o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, ter dissolvido, em
maio de 2022, o parlamento do país.ANG/Lusa
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