França/Paris acolhe negociações
sobre o plástico
Bissau, 30 Mai 23 (ANG) - A capital francesa é palco, até à próxima sexta-feira, de negociações
sobre um tratado mundial relativo ao plástico. Emmanuel Macron lembra não haver
tempo a perder sobre o assunto.
Sabemos que teremos de investir em soluções de tratamento e de
reciclagem em todo o planeta. Se quisermos evitar que o crescimento
económico e demográfico dos países em vias de desenvolvimento se traduza amanhã
numa poluição massiva de plásticos no oceano e no ar", começou por dizer
o Presidente francês.
Emmanuel Macron falou depois sobre a necessidade de por termo a um
modelo insustentável relativo ao plástico: "Temos de por termo a um modelo globalizado e
insustentável que consiste em produzir o plástico na China, ou nos países da
OCDE, para, em seguida, os exportar sob forma de resíduos para os países em
vias de desenvolvimento que estão, porém, menos bem equipados em termos de
tratamento de resíduos".
"Actualmente
extraímos petróleo para produzir plástico que queimamos ou enterramos meses
depois. É um paradoxo, do ponto de vista económico e ecológico! Devemos inovar,
por um lado, para desenvolver novas correntes de valor que permitam compensar o
desaparecimento deste plástico que se tinha tornado indispensável em tantos
sectores.Por outro lado para que o fim da poluição do plástico venha a criar
valor: sobre todos estes assuntos somos interdependentes! É por isso que
temos necessidade de um tratado internacional juridicamente vinculativo",
salientou ainda.
Na capital francesa, estão presentes representantes de 175 países para esta semana de
negociações, que terá lugar na sede da UNESCO.
O encontro conta com a participação de diversos países, muitos
deles com opiniões muito distintas sobre o tema. Para além disso, participarão
nas discussões várias organizações não-governamentais, empresas do
sector do plástico e também activistas.
"Se não agirmos, em 2050, haverá mais plástico
do que peixe nos oceanos", disse Catherine Colonna, ministra
francesa dos Negócios Estrangeiros.
De salientar que, há cerca de um ano, vários países firmaram um
acordo inicial, no Quénia, com o objectivo de se chegar a um tratado juridicamente vinculativo, para acabar com a
poluição global proveniente do plástico, num plano ambicioso, sob a égide da
ONU, que deveria entrar em vigor até 2024.
Para cumprir este objectivo, a Assembleia das Nações
Unidas para o Meio Ambiente criou, no ano passado, o denominado "Comité de
Negociação Intergovernamental" (CIN).
Em Paris, o CIN retoma agora os trabalhos até ao próximo dia 02 de
Junho, naquela que é a segunda de cinco etapas de negociações para se tentar
chegar a um acordo histórico sobre
o ciclo de vida do plástico. O objectivo deste encontro na capital francesa é
estabelecer as linhas orientadoras deste tratado.ANG/RFI
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