UE/Chefes da diplomacia reúnem-se hoje para discutir 11.º pacote de sanções à Rússia
Bissau, 22 Mai 23(ANG) – Os chefes da diplomacia da União Europeia (UE) reúnem-se hoje para discutir o novo pacote de sanções à Rússia, visando evitar a evasão das medidas restritivas e abranger, como último recurso, países terceiros que estejam a apoiar Moscovo.
A discussão surge depois de, no início de maio, a Comissão Europeia ter enviado aos Estados-membros uma proposta sobre o 11.º pacote de sanções à Rússia, que está desde então em discussão no Coreper (acrónimo de Comité de Representantes Permanentes dos Governos dos Estados-Membros da UE, ou seja, os embaixadores dos 27).Apesar
de não ter sido oficialmente apresentada à imprensa, a proposta inclui o
combate à evasão das sanções da UE, disse a presidente do executivo
comunitário, Ursula von der Leyen, aquando de uma visita à capital ucraniana,
Kiev, admitindo um mecanismo de “último recurso” para abranger países terceiros
que ajudem a Rússia.
À
semelhança dos 10 pacotes de sanções anteriores, também este terá de ter
unanimidade entre os 27 Estados-membros da UE para ser aprovado.
Segundo
fontes europeias, a proposta visa um alargamento das listas de pessoas e
entidades abrangidas pelas medidas restritivas para proibir que países
terceiros ajudem a Rússia a contornar intencionalmente as sanções da UE,
podendo estar em causa empresas da China, Emirados Árabes Unidos, Uzbequistão,
Síria e Irão.
Além
disso, de acordo com as mesmas fontes, a proposta visa o alargamento das listas
de artigos sujeitos a restrições para os controlos das remessas em trânsito
através da Rússia, como produtos de tecnologia avançada e peças de aeronaves, bem
como restrições à venda de determinados artigos para países terceiros
específicos onde haja o risco de serem utilizados para contornar as regras.
Estão
ainda em causa novas proibições à importação de petróleo russo e ainda ao
acesso de navios russos considerados suspeitos (por conter produtos
sancionados) aos portos da UE.
A UE
impôs sanções à Rússia em resposta à guerra de agressão desencadeada contra a
Ucrânia, que começou em 24 de fevereiro de 2022, e à anexação ilegal das
regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson.
As
sanções já em vigor incluem medidas restritivas específicas (sanções
individuais), sanções económicas e medidas em matéria de vistos e acrescem às
medidas impostas à Rússia desde 2014, na sequência da anexação da península da
Crimeia e da não aplicação dos acordos de Minsk (relativos ao conflito no leste
ucraniano entre o exército da Ucrânia e os separatistas pró-russos).
O
objetivo das sanções económicas é provocar consequências graves à Rússia pelas
suas ações e impedir eficazmente a capacidade de Moscovo de prosseguir a
ofensiva militar contra a Ucrânia.
As
sanções individuais visam as pessoas responsáveis pelo apoio, financiamento ou
execução de ações que comprometam a integridade territorial, a soberania e a
independência da Ucrânia, ou que beneficiam dessas ações.
A
ofensiva militar russa no território ucraniano mergulhou a Europa naquela que é
considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial
(1939-1945). ANG/Inforpress/Lusa
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