Covid-19/Organização Mundial da Saúde aponta efeitos devastadores da pandemia
Bissau, 19 Mai 23 (ANG) - Novo relatório da OMS divulgado esta sexta-feira, revela que os dois primeiros anos da pandemia da covid-19 custaram quase 337 milhões de anos de vida, provocando a morte prematura de milhões de pessoas.
Segundo dados oficiais, a covid provocou 6,9
milhões de mortos, mas a OMS estima que esse número poderia ser muito maior.
"É como
perder 22 anos de vida por cada morte em excesso", declarou Samira Asma, vice-chefe da OMS para dados e
análises, antes do lançamento desse documento que compilou os dados de 2020,
2021 e 2022.
Segundo A OMS, a partir do ano passado, o
número de mortes continuou a aumentar, embora a um ritmo mais lento, o que
levou ao recente levantamento do alerta sanitário mais elevado.
A covid-19, contudo, não desapareceu,
avisa a OMS que ao enunciar o número oficial de 6,9 milhões de mortos desde o
começo da pandemia até ao dia 17 de Maio, estima que o número efectivo de
vítimas da covid-19 poderá ser quase três vezes superior, com pelo
menos 20 milhões de mortos, a OMS considerando que certos países forneceram
dados pouco fidedignos.
Para chegar a estas estimativas, a
Organização Mundial da Saúde baseia-se no cálculo do excesso de mortalidade,
definido como a diferença entre o número de mortes reais e o número de mortes
estimado na ausência de pandemia.
Esses 20 milhões de vítimas incluem as mortes
directas da covid, mas também as mortes relacionadas com impacto da
pandemia nos sistemas de saúde.
No relatório publicado esta sexta-feira, a
OMS insiste sobre o facto de "desigualdades significativas
condicionarem a repartição dos casos e das mortes da covid-19, bem como o
acesso à vacinação".
Para a OMS, a pandemia contribuiu também
significativamente para a degradação dos indicadores de saúde que estavam a
melhorar nos últimos anos.
Esta entidade onusiana refere
que, nas duas primeiras décadas deste século, o mundo registou importantes
melhorias na saúde materno-infantil, na incidência de
doenças infecciosas como o HIV, a tuberculose e a malária, assim
como no risco de mortes prematuras causadas por doenças não transmissíveis.
Neste contexto, passou-se de uma esperança
média de vida de 67 anos no ano 2000, para 73 anos em 2019, a nível global.
A covid-19 rebateu as cartas, nomeadamente no que tange à evolução da
malária e a tuberculose, observa a OMS.
Noutro aspecto, a OMS avisou igualmente
nesta sexta-feira que mil milhões de pessoas em 43 países estão expostas à
cólera e que apesar de os meios para parar "esta
pandemia dos mais desfavorecidos" sejam bem conhecidos,
continuam a faltar recursos para implementá-los. ANG/RFI
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