Bélgica/China critica relatório de Bruxelas cheio de "preconceitos e mentiras"
Bissau, 14
Dez 23 (ANG) - A Missão da China na União Europeia (UE) criticou hoje um
relatório
de Bruxelas sobre a relação com Beijing que considerou estar repleto de
"preconceitos e mentiras" e instou as autoridades europeias a acabar
com "observações irresponsáveis".
O relatório difundido pelo Parlamento
Europeu "infringe gravemente" a soberania da China, "interfere
nos assuntos internos" chineses e "viola" as normas básicas que
regem as relações internacionais e os compromissos políticos da UE, disse um
porta-voz da Missão da China em Bruxelas, em comunicado.
Em causa está um relatório difundido pelo
Parlamento Europeu sobre as relações UE - China na quarta-feira.
No documento, o Parlamento Europeu reconheceu o papel da China como parceiro,
mas também destacou que Pequim é um concorrente e rival sistémico da UE.
"A China está a reforçar o seu papel e
a sua influência sobre as instituições internacionais, com a intenção e os
meios económicos, tecnológicos e militares para remodelar a ordem internacional
baseada em regras", lê-se.
O Parlamento Europeu recomendou que a UE
"reduza riscos no comércio com a China para garantir a autonomia
estratégica aberta da Europa". A UE deve também fazer mais para limitar o
controlo por empresas chinesas sobre infra-estruturas críticas no continente,
recomendou.
"O relatório exagera muito as
diferenças ideológicas e de valores entre a China e a UE, destacando os dois
lados como rivais institucionais e até alega falsamente que a China tomou a
iniciativa de mudar a natureza das relações China - UE para rivais
institucionais", disse o porta-voz.
A missão chinesa acusou o relatório de
fazer "observações falsas" sobre a política económica, social e
externa da China e difamar a situação dos Direitos Humanos na China "com
base em preconceitos e mentiras".
A Missão da China considerou que as
referências no documento a questões relacionadas com Taiwan, Xinjiang, Tibete,
Hong Kong e Macau "violam gravemente" a soberania da China e
constituem uma "interferências nos assuntos internos" do país
asiático.
O relatório foi publicado após a realização
da 24.ª Cimeira China - UE, na semana passada, em Beijing.
O porta-voz salientou ainda que, durante a
sessão plenária do Parlamento Europeu, alguns membros afirmaram que a China é
um parceiro importante da UE e apelaram a Bruxelas para que reforce o diálogo e
faça uma gestão correta das diferenças.
"Estas vozes objetivas e racionais não
devem ser abafadas por ruídos baseados em preconceitos ideológicos e
desinformação", disse o porta-voz.
"Exortamos o Parlamento Europeu a
encarar o desenvolvimento e o progresso da China de uma forma abrangente e
objetiva, a respeitar o Direito internacional e as normas básicas que regem as
relações internacionais, a deixar de interferir nos assuntos internos da China,
a deixar de fazer comentários irresponsáveis e a fazer mais para contribuir
para o desenvolvimento das relações China-UE", disse o porta-voz.
ANG/Angop
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