Kiev/Ucrânia
considera CPLP "importante plataforma" com crescente peso na cena
internacional
Bissau, 14 Dez 23 (ANG) - A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
(CPLP) é para a Ucrânia uma "importante plataforma" com um peso
crescente na cena internacional, uma das razões pelas quais o país apresentou
oficialmente esta semana o pedido para ser Observador Associado.
"O
aprofundamento das relações com os países de língua portuguesa, nomeadamente
através do diálogo com a CPLP, é parte integrante da política externa
ucraniana", assume o ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro
Kuleba, numa carta dirigida ao secretário executivo da organização, Zacarias da
Costa, com a manifestação formal de interesse daquele Estado em ser observador
associado.
Na
missiva que já está a circular pelos nove Estados-membros da organização e a
que a Lusa teve acesso, Kiev considera a organização lusófona uma
"importante plataforma criada para unir países de língua portuguesa"
com um "peso e autoridade" na cena internacional "em constante
crescimento".
No
documento, o chefe da diplomacia ucraniana declara o interesse do país em
estabelecer "uma cooperação permanente com a CPLP a fim de fortalecer as
relações amigáveis e a cooperação mutuamente benéfica com os países membros da
organização", em diversos domínios como o político, socioeconómico,
cultural, humanitário, da educação e da ciência.
A
Ucrânia manifestou, formalmente, na passada segunda-feira, o seu interesse para
ser país Observador Associado da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
(CPLP), confirmou hoje à Lusa Zacarias da Costa.
A
informação foi avançada terça-feira por Dmytro Kuleba, num post colocado nas
redes sociais, a afirmar que "a Ucrânia pediu para ser Observador
Associado da CPLP".
Na
missiva, Dmytro Kuleba realça o facto de que a Ucrânia, apesar de ser um país
distante geograficamente, "mantém laços históricos com Estados de Língua
Portuguesa".
A
propósito refere a forte comunidade emigrante ucraniana em Portugal e o número
significativo de emigrantes ucranianos no Brasil, assim como a quantidade de
estudantes de língua portuguesa que foi e continuará a ser formada nas
universidades ucranianas.
A
CPLP conta com 34 observadores associados, entre países e organizações, após a
aprovação da candidatura do Paraguai, na 14.ª conferência de chefes de Estado e
de Governo.
Na
cimeira de São Tomé e Príncipe, em Agosto passado, foi também aprovado o novo
regulamento dos observadores associados, que os vincula a estabelecerem
"uma parceria no âmbito dos objetivos gerais" da organização de
língua portuguesa - a concertação política e diplomática em matéria de relações
internacionais, a cooperação em todos os domínios e a difusão e promoção da
língua portuguesa.
Assim,
no processo de candidatura à atribuição de categoria de observador associado da
CPLP, a entidade que pretende atingir aquela categoria "apresenta a sua
manifestação de interesse e exposição dos motivos da candidatura, em carta
redigida em língua portuguesa, dirigida ao secretário executivo da CPLP, que a
submete ao comité de concertação permanente para apreciação preliminar".
Caso
o comité - que reúne os embaixadores dos nove Estados-membros - concorde com o
pedido, "o secretariado executivo solicita à entidade candidata o plano de
parceria (...), que deve dar entrada no secretariado executivo até três meses
antes da data da realização da conferência de chefes de Estado e de
Governo", onde será aprovada a candidatura. ANG/Angop
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