Bruxelas/Hungria quer travar início do processo de adesão da Ucrânia à União Europeia
Bissau, 14 Dez 23 (ANG) - O primeiro-ministro húngaro defendeu hoje antes do início do Conselho Europeu que está reunido em Bruxelas e que deverá decidir sobre o futuro da adesão da Ucrânia à União Europeia, que Kiev não reúne as condições necessárias para começar a preparar a integração europeia.
"Não há qualquer razão para discutir o
que quer que seja porque as pré-condições não estão reunidas", defendeu
Orban à chegada ao Conselho Europeu esta manhã em Bruxelas. O primeiro-ministro
húngaro tem sido uma das vozes mais ativas contra a entrada acelerada da
Ucrânia na União Europeia.
Nesta disputa em que está isolado, Viktor
Orban, próximo de Moscovo, vê a possibilidade de ver desbloqueados milhões de
euros de subvenções europeias que ficaram congeladas devido aos consecutivos
incumprimentos do Governo húngaro em relação ao Estado de direito no
país.
Mesmo sendo o único líder europeu que se
opõe abertamente a esta adesão, Orban tem poder, já que a decidiu de abrir o
processo formal de adesão tem de ser tomado por unanimidade entre os 27
Estados-membros. Como prova de boa-fé por parte de Bruxelas, a Comissão
Europeia desbloqueou recentemente 10 mil milhões de euros de fundos congelados
à Hungria, uma ação que chocou o Parlamento Europeu, que viu isto como um
suborno para que este país facilitasse a adesão da Ucrânia.
Já António Costa, primeiro-ministro
demissionário de Portugal, disse que a União Europeia deve ir de encontro às
expectativas criadas pelas instituições e Governos junto dos ucranianos.
“A UE
criou muitas expectativas junto dos ucranianos, muitos ucranianos encontraram
nesta possibilidade de adesão à União Europeia as forças suplementares de que
necessitavam, um suplemento de alma de que necessitavam, para se levantarem em
armas e resistirem à brutalidade da invasão da Rússia”, considerou
António Costa na quarta-feira à entrada para uma cimeira entre a UE e os países
dos Balcãs Ocidentais, em Bruxelas.
Segundo um relatório da Comissão Europeia,
a Ucrânia não cumpre pelo menos três critérios de adesão, mas foi mesmo assim
recomendado que o processo continue, já que as reformas a nível judicial e
político estão a ser levadas a cabo.
O Conselho Europeu que decorre entre hoje e
manhã, e que pode ser prolongado caso as negociações continuem, deve também dar
luz verde à atribuição de um pacote de 50 mil milhões de euros para financiar a
adaptação da Ucrânia aos critérios europeus durante os próximos quatro anos. ANG/RFI
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