Política/Presidente da República dissolve parlamento e promete
data das próximas eleições legislativas antecipadas
Bissau, 04 dez 23
(ANG) – O Presidente da República anunciou hoje a dissolução do parlamento da
XI legislatura através do Decreto Presidencial nº 70/2023, três meses depois da investidura do Governo, e promete a
marcação da data para realização das próximas eleições legislativas antecipadas,
num tempo oportuno.
No Decreto
Presidencial lido na voz do Conselheiro Politico do Presidente da República,
Fernando Delfim da Silva, o Chefe de Estado justificou a dissolução da
Assembelia Nacional Popular(ANP), com gravidade dos acontecimentos do 30 de Novembro
e 01 de Dezembro deste ano.
Na madrugada e na manhã de sexta-feira, 01 de Dezembro, o
batalhão da guarda presidencial e a Polícia Militar atacaram o comando da
Guarda Nacional para retirar o ministro da Economia e Finanças, Suleimane
Seidi, e o secretário de Estado do Tesouro, António Monteiro.
Os dois governantes foram para lá levados pela Guarda Nacional que os
retirou das celas da Polícia Judiciária, onde estavam em prisão preventiva por
ordens do Ministério Público que os investiga no âmbito de um processo de
pagamento de dívidas a 11 empresas.
Do ataque ao quartel da Guarda Nacional resultaram
dois mortos, a retirada dos dois governantes, que foram novamente conduzidos às
celas da PJ e ainda a detenção do comandante da corporação, coronel Vítor Tchongo,
e mais alguns elementos.
No Decreto,Umaro Sissoco Embaló diz que perante
os propósitos assumidos pela Guarda Nacional, por obstruir pela força,
deligências em curso no Ministério Público, ficou claro a complecidade da
corrupção com determinados interesses políticos instalados no aparelho de
Estado.
“A recente debate
parlamentar sobre o desvio dos fundos públicos, a ANP, em vez de pugnar pela
aplicação rigorosa da lei de execução orçamental, de exercer o seu papel de
fiscalizador dos actos do Governo proferiu sair em defesa dos membros do Governo
suspeitos de envolvimento na prática de atos de corrupção, que lesaram gravemente
os intereeses superiores do Estado”, lê-se no Decreto Presidencial nº 70.
O Decreto acrescenta
que perante essa “tentativa de golpe de Estado”,que seria consumada pela Guarda
Nacional e a existência de fortes indícios de cumplicidade de politicos tornou-se
insustentável o normal funcionamento das instituições da República, factos que
fundamentam a existência de uma greve crise politica no país.
Em declarações à
imprensa, depois da reunião do Conselho de Estado, o chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco
Embaló disse que depois de reúnir o Conselho de Estado tomou a decisão de
dessolver o parlamento, por causa da “tentativa de golpe de Estado de 01 de Dezembro”.
“Após estes
acontecimentos entendo que o parlamento é sempre foco de instabilidade e não
tem mais condições para continuar a funcionar
e vamos chamar mais o povo para decidir, não vamos permitir desordem e
desmandos”, concliu o Presidente da República.
Disse que, a guerra de 07 de junho de 1998 foi criada no parlamento, o golpe de 2003 contra
o Presidente Kumba Yalá foi através do
parlamento e 01 Fevereiro e 01 de dezembro, “isto quer dizer que todos os
problemas que o país enfrentou foram criados na Assembleia Nacional Popular”.
Em relação a ausência
do Presidente da ANP Domingos Simões Pereira na reunião do Conselho de Estado,
Úmaro Sissoco Embaló disse que não participou
na reunião porque não tomou posse como membro desse órgão.
ANG/LPG/ÂC//SG
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