segunda-feira, 15 de novembro de 2021


Dia das Forças Armadas
/“Cultura de ódio não deve fazer parte dos guineenses”, diz Presidente da República

Bissau, 15 Nov (ANG) – O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló defendeu  hoje que a cultura de ódio e violência não deve fazer parte da convivência dos  guineenses.

Sissoco Embaló falava esta segunda-feira na inauguração da Avenida Malam Bacai Sanhá, no âmbito da celebração do Dia das Forças Armadas, que será assinalado terça-feira(16) em simultânio com o dia da independência do país, 24 de Setembro.

Na ocasião, Umaro Sissoco Embalo, considerou o ex-Presidente Bacai Sanhá, de um “homem humilde”e que morreu na humildade porque entendeu que a política não é o lugar para se  enriquecer.

“Não sei se o Malam Bacai Sanhá tem outra casa além daquela que o Estado lhe deu. Também a sua humildade se nota na sua família”, salientou.

Pediu aos guineenses para não aceitarem a separação só por belo prazer de uma ou duas pessoas.

O ministro da Defesa Nacional e dos Combatentes da Liberdade da Pátria, Sandji Fati disse que é com “muito orgulho” que se inaugura hoje a  Avenida  Malam Bacai Sanhá, que diz ser  um homem de tabanca mas que se revelou, frisando que falar desse homem é falar da história da Guiné-Bissau.

Para Sandji Fati chegou  a altura em que o país tem de se reconciliar, para que impere a cultura do  mérito, que segundo ele, significa que quem é melhor deve ser dado o que merece.

A esposa do falecido Presidente Bacai, Mariama Mané Sanhá agradeceu o gesto, e disse que o gesto do Presidente da República não é uma  surpresa porque sabia que ia fazer alguma coisa para honrar  a memória de alguém  que considerou de seu pai (Malam Bacai Sanhá), uma vez que viveram juntos durante a sua estadia no exterior.

Segundo o  Conselheiro Político do Presidente da República; Fernando Delfim da Silva, Malam Bacai Sanhá era o melhor quadro da sua geração.

“Bacai Sanhá foi o primeiro Presidente da Assembleia Nacional popular no regime da democracia e a subida de Sanhá para esse cargo foi gradual e sólida”, disse Delfim acrescentando que o país tem que ter uma política que honre as memórias e a identidade de pessoas cujas obras, seus passados e percusos merecem ser preservados.

A Avenida ora inaugurada com o nome do falecido Presidente da República, Malam Bacai Sanhá era denominada de Guerra Mendes, e liga as Alfândegas ao Prédio dos Antigos Combatentes no bairro de Antula. ANG/DMG/ÂC//SG

 

       Covid-19/Pandemia já matou pelo menos 5.094.101 pessoas no mundo

Bissau, 15 Nov 21(ANG) – A pandemia provocada pelo novo coronavírus já causou pelo menos 5.094.101 mortos em todo o mundo desde que foi notificado o primeiro caso na China em Dezembro de 2019, segundo o balanço feito no domingo pela  agência France-Press.

Mais de 252.864.960 casos de infecção pelo SARS-CoV-2 foram oficialmente diagnosticados em todo o mundo desde o início da epidemia, indica o balanço até às 11:00 , com base em fontes oficiais.

No sábado, registaram-se 7.908 mortes e 472.528 novos casos de infecção em todo o mundo, segundo os números coligidos e divulgados pela AFP.

Os países que registaram mais mortes nos seus relatórios mais recentes são os Estados Unidos, com 1.240 óbitos, Rússia (1.219) e Brasil (731).

Os Estados Unidos continuam a ser o país mais afetcado, tanto em número de mortes como de infecções, com um total de 762.972 mortes para 47.051.430 casos, de acordo com os dados da Universidade Johns Hopkins.

Depois dos Estados Unidos, os países mais afectados são o Brasil com 611.222 mortes e 21.953.838 casos, a Índia com 463.530 mortes (34.437.307 casos), o México com 291.089 mortes (3.844.791 casos) e a Rússia com 255.386 mortos (9.070.674 casos).

Entre os países mais atingidos, o Peru é o que regista o maior número de mortes em relação à sua população, com 608 mortes por 100.000 habitantes, seguido pela Bulgária (376), Bósnia (365), Macedónia do Norte (351), Montenegro (350), Hungria (330) e República Checa (294).

Em termos de regiões do mundo, América Latina e Caraíbas totalizaram 1.530.406 mortes para 46.276.783 casos,

Europa 1.453.054 mortes (78.361.727 casos), Ásia 883.199 mortes (56.465.562 casos), Estados Unidos e Canadá 792.288 mortes (48.797.575 casos), África 220.517 mortes (8.559.709 casos), Médio Oriente 211.613 mortes (14.120.415 casos) e Oceânia 3.024 mortes (283.189 casos).

Estes valores têm como base os balanços comunicados diariamente pelas autoridades sanitárias de cada país, mas excluem as revisões realizadas por alguns organismos responsáveis por estatísticas.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima, tendo em conta a mortalidade direta e indireta relacionada com a covid-19, que o balanço da pandemia pode ser duas ou três vezes superior ao que é oficialmente recenseado.

Uma grande parte dos casos menos graves ou assintomáticos continuam por detetar, apesar da intensificação dos processos de despistagem adotados em vários países.

Este balanço foi feito com base em dados obtidos pela AFP junto das autoridades nacionais e informações da OMS.
Devido a correções feitas pelas autoridades e a notificações tardias, o aumento dos números diários pode não corresponder exatamente à diferença em relação aos dados avançados na véspera. ANG/Inforpress/Lusa

Saúde/Fundação Rosa  Vaz doa aparelho de esterilização ao Bloco Operatório do Hospital Simão Mendes

Bissau, 15 Nov 21(ANG) – A Fundação Rosa Vaz doou hoje  um aparelho de esterilização para o serviço de Bloco Operatório do Hospital Nacional Simão Mendes(HNSM).

Em declarações à imprensa, após o acto de entrega do referido material,  o administrador  da Fundação, Alfredo Barbosa anunciou  que brevemente a Fundação vai doar ao HNSM 10 máquinas de ecografias portátil, salientando que no passado tinham equipado o serviço de bloco operatório e cuidados intensivos com  camas articuladas e alguns equipamentos de oxigénio portátil.

Questionado se a Fundação atua especificamente na área de saúde, respondeu que intervem em diferentes sectores nomeadamente saúde, educação, agricultura e outros.  

Por sua vez, a Secretária de Estado da Gestão Hospitalar, Cornélia Lopes Man disse que o gesto simboliza a importância da parceria entre as duas instituições.

Afirmou que o bloco operatório dispõe de  esterilizadores  mas não dessa qualidade que acabam de receber da Fundação, frisando que o  material recebido vai resolver enormes problemas.ANG/JD/ÂC//SG

 

 COP 26/"As conclusões são insuficientes para travar as alterações climáticas"

Bissau, 15 Nov 21 (ANG) - A cimeira do clima da ONU que decorreu em Glasgow, na Escócia, terminou sábado com um acordo que tem o objectivo de acelerar a luta contra o aquecimento global.

Januário Nascimento, Presidente da Associação para a Defesa do Ambiente e Desenvolvimento (ADAD), uma ONG de Cabo Verde, fez a RFI a sua análise sobre este encontro.

Nascimento começou por defender que as conclusões finais da COP 26 são manifestamente insuficientes para travar as alterações climáticas.

"São manifestamente insuficientes. Eu confesso que não estava muito optimista em relação a esta conferência porque eu já tinha participado na conferência do ICN e algumas dessas recomendações foram levadas para a COP, mas, de qualquer forma, há algum avanço/retrocesso, mas o que eu posso afirmar aqui é que não é o ideal para resolver o problema das alterações climáticas", começou por dizer.

Januário Nascimento refere que é necessário que todos os países assumam os seus compromissos: "De qualquer forma, há um acordo, que é melhor do que não haver um acordo. Agora, é preciso assumir os compromissos, tanto da parte dos países desenvolvidos, como dos países em desenvolvimento para ajudar a mitigar esse grande problema das alterações climáticas".

O ambientalista apontou as 3 conclusões-chave que, no seu entender, sairam do encontro do clima das Nações Unidas.

"Para nós é muito importante a mitigação, a questão da adaptação e dos combustíveis fósseis. Quanto à adaptação, nós entendemos que a mobilização de recursos é muito importante. Tendo em conta a minha experiência no Acordo de Paris, não houve muitos avanços, mas de qualquer forma já há um esforço. O que é preciso é que os países mais pobres também façam um esforço, embora não contribuam muito para a poluição, mas entendo que é necessário que haja esse esforço conjunto para que todos possamos avançar", defendeu.

O texto final aprovado não tem em conta as reinvindicações dos países mais pobres que pediam apoio para fazerem face às alterações climáticas. Não há garantias que se atinja o valor definido em 2020, de 100 mil milhões de dolares, até 2022, nem que se aumente as verbas após essa data. O documento não define uma data exata, nem valores. 

O presidente da ADAD considera que não existiram avanços significativos neste dossier: "Não posso falar de avanços significativos, no entanto, há de qualquer forma um esforço, mas o mais importante é que esse dinheiro,  esses montantes sejam canalizados para os países que menos poluem".

Na óptica de Januário Nascimento, a pandemia de Covid-19 também teve impacto neste não cumprimento da atribuição de apoio por parte dos países mais ricos.

"Devido à crise provocada pela Covid-19 não se poderia esperar grande coisa. Pelo menos aquilo que foi prometido, que seja encaminhado para os países, desde que sejam apresentados projectos bem preparados que possam ajudar a mitigar esses grandes problemas", reiterou.

Quanto à participação dos países africanos nesta COP, o defensor ambiental salienta que ficou aquém das expectativas e explica que muito se deveu às restrições relativas à Covid-19 e à difícil acreditação no acesso ao encontro.

Na noite deste sábado, 13 de Novembro, os 196 países que participaram na COP 26 chegaram finalmente a um acordo, depois de demoradas discussões, que atrasaram em um dia o final do encontro.

O texto final aprovado na COP 26 mantém como ambição conter o aumento da temperatura da terra em 1,5 graus celsius e regula o mercado de carbono. 

O carvão foi o ponto que gerou mais discórdia nas discussões e foi revisto até aos últimos instantes, por pressão da Índia e da China. Estes países fizeram uma proposta de alteração, de última hora, onde pediam que se alterasse o texto de "fim progressivo do carvão" por uma "redução progressiva", numa clara tentativa de suavização da linguagem, uma proposta que foi aceite com muito desagrado por parte de várias delegações.

Quanto ao financiamento aos países mais pobres, o texto dá conta "com preocupação" de que as verbas alocadas aos países mais pobres para a adaptação às alterações climáticas "continua a não ser insuficiente". Este foi um dos principais pontos de discórdia entre os países desenvolvidos e os países em densenvolvimento e que levou a um impasse de várias versões até ao documento final.

O acordo apela aos países mais desenvolvidos que dupliquem o financiamento até 2025, mas não existiram garantias palpáveis quanto ao tema.

Nos próximos dois anos vai ser lançado um processo negocial específico para encontrar uma meta global sobre adaptação. Esta última chama-se Programa de Trabalho Glasgow-Sharm-El-Sheik, numa referência à COP27 que vai realizar-se no Egipto, em 2022.

Os cortes de emissões de gases com efeito de estufa mantêm-se insuficientes para cumprir as metas do Acordo de Paris. A aposta vai para a revisão mais cedo que o previsto desses cortes propostos pelos países, a começar já no final de 2022, quando estava prevista para 2025, nos termos do Acordo de Paris.

Foi publicada, também, uma proposta técnica de regulamentação do artigo 6 do Acordo de Paris para a criação dos mercados de carbono, que será analisada pelos especialistas.

Há falta de consenso sobre os artigos das chamadas perdas e danos causados pelas alterações climáticas. Os países mais pobres querem compensações reais pelos estragos causados pelo clima, desequilibrado pelas emissões dos países ricos. Alegam que Estados Unidos, União Europeia e Austrália bloquearam um mecanismo  que visa  canalizar mais dinheiro para compensar os países pelos fenómenos climáticos extremos  a que estão sujeitos.

Recorde-se que a cimeira das Nações Unidas reuniu milhares de especialistas, activistas, chefes de Estado e de governo, que discutiram durante vários dias a problemática das alterações climáticas. ANG/RFI

Dia das Forças Armadas/PR reconhece João Bernardo Vieira como um dos principais herois da independència da Guiné e Cabo Verde

Bissau, 14 Nov 21 (ANG) – O Presidente da República (PR), reconheceu no domingo,  o ex-Presidente da República João Bernardo Vieira(Nino), como um dos principais herois, que deram a vida para a libertação da Guiné e Cabo Verde.

O reconhecimento de Umaro Sissoco Embaló foi feito  na cerimónia da inauguração da Avenida Joáo Bernardo Vieira, que havia sido batizada com o nome de Avenida dosCombatente de Liberdade da Pátria. Uma extensão de 7,5 quilometros do Aeroporto Internacional à Mãe de Àgua, no Alto crim

O Presidente da República susutentou  que esse reconhecimento das actuais autoridades não pode ser visto como um favor a alguém  que denominou de “Gigante combatente”, que arrecadou histórias no periodo de libertação de Guné e Cabo Verde.

Disse que o gesto é um reconhecimento d
o Estado guineense para  o ex-combatente “João Bernardo Vieira” por tudo o que fez para conquistar a soberania nacional.

“A Avenida hoje inagurada, anteriormente foi  batizado com o nome de Avenida 14 de Novembro, na época de mandato de Nino Vieira, recordando a história do golpe de 1980, que derrubou o regime de Luís Cabral, onde o Nino Vieira decidiu acabar, entre outros, com o genucídio, altura em que nós os guineenses estavamos a tirar a vida dos nossos irmãos”, explicou.

Acrescentou  que na altura, Nino Vieira, viu que aquilo era incorreto e decidiu fazer um Movimento Reajustador para pôr fim a prática,  no dia 14 de Novembro de 1980.

O chefe de Estado disse  que nenhum filho da Guiné deve condenar o referido golpe militar de 14 de Novembro, sustentando que é uma data em que o ex-presidente Nino Vieira colocou fim à ondas de calúnias, matanças que no momento causavam magoas e sofrimentos aos guineenses.  

Umaro Sissoco Embaló apelou  aos guineenses para se renunciarem ao ódio, e procurarem ser uma “geração de concreto”, de concordia e paz, para o bem do país.

O Chefe de Estado pediu ao ex-primeira Dama Isabel Romano Vieira, presente na cerimónia para parar de chorar  quando se fala do seu falecido marido.

“Penso que hoje é um dia muito importante para a viúva Isabel, porque inauguramos uma avenida que vai permitir que o nome do seu felecido marido, “Nino Vieira”, não seja esquecido pelos guineenses, e também pelos  os estrangeiros residêntes no país”, sustentou o Chefe de Estado.

O nome Avenida 14 de Novembro havia sido substituido pela Avenida dos Combatentes da Liberdade da Pátria no mandato do ex-primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior.ANG/LLA/AC//SG

   Covid-19/Novo surto leva China a colocar em quarentena 1.500 estudantes

Bissau, 15 Nov (ANG) – A China colocou cerca de 1.500 estudantes universitários em quarentena nos seus dormitórios e em hotéis, após um surto de covid-19 ter sido detectado na cidade de Dalian, no noroeste do país.

A ordem foi emitida no domingo, depois de várias dezenas de casos terem sido relatados no distrito universitário de Zhuanghe. Centenas de estudantes foram transferidos para hotéis e colocados sob observação.

Os alunos estão agora a ter aulas ‘online’ e as refeições são entregues nos seus quartos.

Trata-se de mais um exemplo da abordagem de tolerância zero da China em relação à doença.

Quarentenas, testes obrigatórios e restrições nas viagens tornaram-se o novo normal para grande parte da população chinesa.

A taxa de vacinação do país está entre as mais altas do mundo e as autoridades estão a administrar agora doses de reforço à medida que o inverno chega.

Embora estas medidas tenham encontrado pouca resistência aberta, o recente abatimento por profissionais de saúde do cão de uma pessoa em quarentena gerou uma onda de reclamações nas redes sociais.

O incidente, na cidade de Shangrao, levou as autoridades locais a emitir um comunicado a dizer que o dono do animal e os profissionais de saúde tinham “chegado a um entendimento”.

Após o incidente, a Associação de Protecção de Pequenos Animais da China pediu um sistema de quarentena para cuidar de animais de estimação apanhados neste tipo de situação.

“Os animais de estimação são parceiros espirituais das pessoas e não devem ser prejudicados sob o pretexto da luta contra a pandemia”, afirmou a organização.

Entre outras novas medidas, Pequim passou a exigir que todas as pessoas que chegam de outras partes do país de avião, comboio, autocarro ou carro apresentem um teste negativo para o vírus feito nas 48 horas anteriores.

Apesar de casos isolados, registados em várias partes do país, a China foi capaz de suprimir surtos no passado. O país soma um total de 98.315 casos e 4.636 mortes desde o início da pandemia.

A Comissão Nacional de Saúde anunciou hoje 32 novos casos de transmissão local nas 24 horas anteriores, entre os quais 25 em Dalian.

A covid-19 provocou pelo menos 5.094.101 mortes em todo o mundo, entre 252.864.960 infecções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

A doença é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detectado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e que conta actualmente com variantes identificadas em vários países.ANG/Inforpress/Lusa

 

Cooperação/Chefe das Forças Armadas portuguesas encontra-se de visita à Guiné-Bissau

Bissau,15 Nov 21(ANG) - O chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas portuguesa, almirante Silva Ribeiro, encontra-se no país, para uma visita oficial e participar no dia das Forças Armadas guineenses, que se assinala na terça-feira.

Durante a sua estada em Bissau, que vai prolongar-se até dia 18, o almirante Silva Ribeiro vai reunir-se com o seu homólogo guineense, Biagué Na N'Tan, e o com o ministro da Defesa da Guiné-Bissau, general Sandji Fatti.

O almirante Silva Ribeiro vai também dar uma conferência sobre noções de liderança e gestão identificadas durante a pandemia do novo coronavírus no auditório do centro cultural português em Bissau.

A visita inclui também deslocações ao Hospital Militar, aos três ramos das Forças Armadas guineenses e ao centro de formação de Cumuré, a cerca de 50 quilómetros de Bissau.

Do programa de visita constam também uma deslocação ao cemitério de Bissau para homenagem aos antigos combatentes portugueses e uma visita de trabalho à residência da cooperação no domínio da Defesa com militares portugueses.ANG/Lusa

 

 

Caso avião retido no aeroporto/ Presidente da República diz tratar-se de uma distração para desviar atenção do problema da droga no país

Bissau,15 Nov 21(ANG) - O Presidente da República Umaro Sissoco Embaló, disse no sábado que o caso do avião retido no aeroporto de Bissau, por ordens do Governo, é uma distração para desviar a atenção do problema da droga que está a combater no país.

“Sobre o avião eu não sou bandido e nem ando com bandidos”, disse Umaro Sissoco Embaló em declarações aos jornalistas, quando chegava ao país, proveniente de França, onde esteve nos últimos três dias, em visita de trabalho.

Sem que os jornalistas perguntassem sobre o avião retido no aeroporto desde o passado dia 29 de outubro, Sissoco Embaló afirmou não existir nada de anormal com o aparelho, que, disse, pertence a uma empresa estrangeira que pretende abrir um hangar de manutenção de aeronaves em Bissau.

“Todo este filme é por causa do combate à droga e à corrupção que estou a levar a cabo e que vou continuar”, precisou Embaló, prometendo uma reação sobre a situação geral do país a seguir ao Conselho de Estado (órgão de consulta do Presidente da República), que marcou para o dia 17.

“Dia 17 vão ver a minha reação, porque tudo tem o seu limite”, sublinhou o Presidente guineense, realçando que nada de anormal se irá passar a seguir à sua decisão.

Umaro Sissoco Embaló garantiu que Kumba Ialá foi o último presidente a ser derrubado por um golpe militar na Guiné-Bissau e João Bernardo ‘Nino’ Vieira foi o último chefe de Estado a ser morto em funções.

O chefe de Estado garantiu que vai sair do Palácio da Presidência pelos seus próprios pés como fez o seu antecessor no cargo, José Mário Vaz.

Questionado sobre as suas atuais relações com o primeiro-ministro, Nuno Nabiam, que deu ordens de retenção do avião, Embaló disse ser ele o chefe de Estado e alguém que foi eleito pelos guineenses.

“O primeiro-ministro foi nomeado por mim, porque não ganhou as eleições para lá estar. No dia em que não o quiser, tiro-o. Quando José Mário Vaz não me quis, tirou-me e nada aconteceu. Eu não posso ter problemas com quem eu mando ou quem eu nomeio”, declarou Umaro Sissoco Embaló.

Ainda sobre o avião, disse que não se encontra retido e que se der ordem ao ministro da Defesa o aparelho vai levantar voo.

Eu sou o comandante supremo das Forças Armadas”, destacou Embaló.ANG/Lusa

 

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

  Prevenção contra coronavirus

No plano individual deve-se  manter o distanciamento físico, usar  uma máscara,  lavar as mãos  regularmente e tossir fora do alcance  dos outros. Façam  tudo isso!

A nossa mensagem às populações e aos governos é clara. Façam tudo isso!"

                                        ( Tedros Adhanom Ghebreyesus - DG da OMS)

Saúde/Secretária de Estado de Gestão Hospitalar enaltece  esforço dos técnicos da Faculdade de Medicina em prol da melhoria do sistema de saúde do país

Bissau, 12 Nov 21 (ANG) – A Secretária de Estado da Gestão Hospitalar (SEGH), enalteceu hoje os esforços demonstrados pelos técnicos da Faculdade de Medicima “Raul Hergueles” na melhoria do sistema de saúde pública do país.

Ao presidir as cerimónias comemorativas dos 35 anos da criação daquela instituição de formação superior,  Cornelia Aleluia Lopes Man disse que  a criação de Faculdade de Medicina na Guiné-Bissau, sob a tutela do Ministério de Saúde (MSP), é sinal de reconhecimento das relações históricas entre a Guiné-Bissau e a República Comunista de Cuba, que remontam desde a fase de luta para a independência da pátria de Amilcar Cabral.

“É preciso reconhecer os esforços da República de Cuba para com a Guiné-Bissau, em prol do desemvolvimento sustentável. O povo cubano esteve ao lado do povo guineense, desde a luta armada para a independência, e continua a desempenhar um papel crucial, no período de luta pelo desemvolvimento, facto provado com a criação da  Faculdade de Medicina”, disse a Secretária de Estado de Gestão Hospitalar.

Por seu Turno, o Embaixador da República de Cuba, Raúl de Lá Penha Silva, assegurou que o seu país vai continuar a apoiar a Guiné-Bissau, no domínio de  formação de médicos  para servirem ao seu povo.

Considerou  que o laço que une os dois povos irmãos, é um triunfo para os dois governos, no que diz respeito a cooperação para o desenvolvimento em diferentes sectores, apontando a saúde como o  principal .

“A Faculdade de Medicina tem enfrentado muitas dificuldades ao longo dos anos do seu funcionamento, nomeadamente no que tem a ver com a construção de uma infraestruturas própria para o seu funcionamento,dentre os quais um laboratório, e de mais ferramentas para um funcionamento com a eficácia”, lamentou o Embaixador.

Lá Penha Silva aproveitou o momento para felicitar a Brigada Médica cubana, pela participação massiva na campanha nacional de vacinação de povo guineense, contra a Pandemia de Covid-19.

Em representação dos estudantes da Faculadade de Medicina, Davikson Agostinho Có disse que os 35 anos daquela Faculdade representam o pilar da cooperação entre os dois países .

“Ao longo do trajecto da relação entre a Guiné-Bissau a Cuba, a existência de Faculdade de Medicina, tem sido um dos pilares  fundamentais nesta relação. Prova disso, o país hoje  dispõe de vários quadros no sector da saúde, e muitos deles são o fruto desta Faculdade”, disse Có.

Apelou  ao governo guineense, a ter como uma das suas  prioridades, o sector de saúde, por ser um sector que  mexe com a vida humana.”Deve merecer especial atenção de governantes”, sublinhou.

A Faculdade de Medicina “Raul Hergueles” foi fundada em 1986 e já formou 577 médicos .ANG/LLA/ÂC//SG 

           Comunicação Social /Governo lança TGB no Canal Plus sob nº 318

Bissau, 12 Nov 21 (ANG) – O Governo guineense através do Ministério da Comunicação Social anunciou hoje oficialmente a integração da Televisão da Guiné-Bissau (TGB) no   Canal Plus, passando  a única estação televisiva guineense a figurar numa rede de centenas de  canais que podem ser vistos, através de um codificador, em qualquer parte do mundo.

Falando no acto do lançamento, o ministro da Comunicação Social disse que o feito representa um  “grande desáfio” e um enorme compromisso que vai desde a produção de conteúdos, a qualidade dos programas, a ininterruptibilidade do sinal  e a formação dos quadros técnicos.

 “Também é uma grande oportunidade que se nos oferece em termos de visibilidade e negócios ou seja, uma empresa que hoje publica os seus produtos na TGB sabe que não está só a fazé-lo dentro das fronteiras da Guiné-Bissau mas sim que está a chegar aos quatros cantos do mundo”,destacou.

O governante frisou que o momento é de grande orgulho para todos os guineenses, tendo  felicitado à Direcção da TGB e os funcionários pelo empenho e dedicação e espirito de sacríficio e amor à pátria,  que permitiram que agora, e, pela primeira vez, a TGB possa levar imagens do país à todo mundo transportando a cultura, costumes e outras potenciais  guineense.

Para o  Director-geral  da TGB, Amadú Djamanca o acontecimento representa  um passo importantíssimo na exportação posítiva da imagem do país para o exterior, uma vez que, segundo ele, até há um ano atrás, a TGB resumia as suas emissões à Bissau.

 “A entrada no Canal Plus foi um sonho que se tornou realidade, uma vez que não foi  fácil. Deve-se a assistência do Governo e sobretudo do Chefe de Estado que queria que os guineenses na diáspora possam acompanhar a realidade vivida no país, não o que se passa nas redes sociais, onde muitas das vezes as informações não são verdadeiras”, disse Djamanca.

Jamanca reconheceu as dificiências, em geral  nos orgãos de comunicação social estatal  tendo pedido o máximo de acompanhamento do Estado à TGB nessa caminhada na família Canal Plus, que implicará a mudança da  grelha de programação e dos conteúdos.

Fallou Badiane, em representação do Canal Plus na Guiné-Bissau, que opera  através da empresa Darling Bissau disse estarem satisfeito com a entrada da TGB no grupo Canal Plus e sublinhou que as  redes sociais não conseguem sustituir a Rádio e Televisão uma vez que estas estações são mais credíveis.

O evento contou com a presença dos directores-gerais dos  orgãos de Comunicação Social público, e da  INACEP, a grafica pública guineense.ANG/MSC//SG

 

 

 

África do Sul/ Antigo presidente pede desculpas pelo ‘apartheid’ em vídeo póstumo

Bissau, 12 Nov 21 (ANG) – O antigo presidente sul-africano De Klerk deixou uma mensagem póstuma, divulgada  pouco após a sua morte, em que pede “desculpas pela dor e o sofrimento, a indignidade e os danos” causados aos negros, mulatos e indianos.

“Esta é a minha última mensagem dirigida ao povo da África do Sul”, diz Frederick De Klerk no início do vídeo, colocado na página electrónica da Fundação FW de Klerk pouco após a morte do ex-presidente.

De Klerk, que surge magro e frágil no vídeo, diz que em muitas ocasiões lamentou “a dor e a indignidade” que o regime do ‘apartheid’ provocou nas pessoas de cor na África do Sul.

“Muitos acreditaram em mim, mas outros não”, admitiu.

“Por isso deixem-me hoje, nesta última mensagem, repetir: Eu, sem reservas, peço desculpa pela dor e o sofrimento, e a indignidade e os danos aos negros, mulatos e indianos na África do Sul”, declara o antigo chefe de Estado.

O antigo presidente diz falar como antigo dirigente do Partido Nacional, que impôs o regime do ‘apartheid’ em 1948, mas também como pessoa.

Reconhecendo que defendeu a segregação do ‘apartheid’ na juventude e mesmo como deputado e ministro, De Klerk garante que a sua opinião “mudou completamente” no início dos anos 1980, evocando uma experiência próxima de uma conversão.

“No fundo do meu coração, tomei consciência de que o ‘apartheid’ era um erro, que tínhamos chegado a um local moralmente injustificável”, conclui.

O antigo presidente sul-africano Frederik W. de Klerk, o último chefe de Estado da era do ‘apartheid’ da África do Sul, morreu hoje na Cidade do Cabo aos 85 anos, vítima de cancro.

De Klerk morreu após uma batalha contra o cancro na sua casa, na zona de Fresnaye, na Cidade do Cabo, confirmou hoje um porta-voz da Fundação F.W. de Klerk.

Foi De Klerk, que partilhou o Prémio Nobel da Paz com Nelson Mandela, que, num discurso proferido no parlamento da África do Sul no dia 02 de fevereiro de 1990, anunciou que aquele que viria a ser o primeiro presidente negro da África do Sul, seria libertado da prisão após 27 anos de cativeiro.

O anúncio eletrizou na altura o país, que durante décadas tinha sido desprezado e sancionado por grande parte da comunidade internacional pelo seu brutal sistema de discriminação racial conhecido como ‘apartheid’.

Com o aprofundamento do isolamento da África do Sul e a sua economia outrora sólida a deteriorar-se, De Klerk, que tinha sido eleito presidente apenas cinco meses antes, anunciou também no mesmo discurso o levantamento da proibição do Congresso Nacional Africano (ANC) e de outros grupos políticos anti-‘apartheid’.

Vários membros do parlamento abandonaram nesse dia a câmara enquanto o presidente discursava.

Nove dias mais tarde, Mandela saiu em liberdade e quatro anos depois seria eleito o primeiro presidente negro do país, em resultado de os negros terem pela primeira vez exercido o direito de voto.

De Klerk e Mandela receberam o Prémio Nobel da Paz em 1993 pela sua cooperação, muitas vezes intensa, no processo de afastamento da África do Sul do racismo institucionalizado e em direcção à democracia.ANG/Inforpress/Lusa


Ambiente
/ONG Tiniguena apresenta estudo de diágnóstico sobre patrimónios autóctones e comunitários do país

Bissau,12 Nov 21(ANG) – A ONG Tiniguena reuniu hoje num workshop, os técnicos e autoridades ligados ao ambiente para a validação de um  diagnóstico sobre  potenciais  patrimónios autóctones e comunitários do país.

Ao presidir a cerimónia de abertura do evento, o director executivo da Tiniguena, Miguel de Barros disse que a questões de gestão das áreas do património autoctones e comunitário denominado APAC, constituem uma novidade na Guiné-Bissau, mas que  já existem em muitos países da costa ocidental africana, onde funcionam algumas redes.

Acrescentou  que são países que têm estruturas de gestão e acompanhamento do mecanismo de gestão do território.

“Na Guiné-Bissau ainda não existe uma acção que pudesse favorecer essa modalidade de compreensão de como é que se pode gerir territórios que não têm estatutos de áreas protegidas, quer de ponto de vista histórico, natural, cultural, económico, e cuja acção de gestão possa ser muito eficaz, na perspetiva de salvaguardar alguma segurança para a comunidade”, explicou.

Segundo Miguel de Barros existem quatro dimensões fundamentais que os sítios de patrimónios autóctones e comunitários(APAC) requerem: em primeiro lugar, tem a ver com a natureza, ou seja em que medida é que o património existente constitui um don para as comundades.

“Podem ser rios, vales, florestas, bolanhas, matas sagradas, campos de produção ou seja todos os potenciais de recursos naturais que acabam por ter uma relação com a presença e fixação das comunidades nesses territórios”, disse.

Barros sublinhou que, um outro elemento fundamental que a APAC reporta, é que as questões culturais estão intimamente ligadas com a própria preservação desses patrimónios.

Disse a título de exemplo existirem  na Guiné-Bissau vários rituais de sacralização de espaços e recursos(mandjidura), frisando que o mais vulgar,é a mangueira e cajueiros quando estão na fase de floração. “Há tendência de colocar lá alguma coisa que simboliza que aquilo é sagrado”, acrescentou.

Disse que essa prática acaba por ser um mecanismo de gestão para demonstrar que é preciso ter possibildades de conservação até maturação dessas frutas para depois serem usados enquanto algo de sustento.

“Todos esses elementos que animam todo esse processo de conservação é conhecido como saber cultural que permite a preservação desses espaços e recursos naturais”, referiu.

O Workshop com a duração de um dia, é subordinado ao tema “ Valorizar e Reconhecer as APAC não só uma questão ecológica, mas também de direitos humanos e salvaguarda de modos e vida das comunidades”.ANG/ÂC//SG

         África do Sul/Manuel Chang será extraditado para os EUA

Bissau, 12 Nov 21 (ANG) - O antigo ministro das finanças de Moçambique
, Manuel Chang, será extraditado para os Estados Unidos da América na sequência do caso das dívidas ocultas que ocorre no seu país, decidiu quarta-feira um Tribunal sul-africano.

Após a leitura da sentença, de 75 páginas, por videoconferência, a juíza Margarete Victor concluiu que a decisão do ministro sul-africano da justiça, Ronald Lamola, de deportar Chang para Moçambibique "é inválida". 

"Em resultado, ordeno, em primeiro lugar, que a decisão do segundo respondente [ministro da Justiça] em 23 de Agosto de 2021 para extraditar o primeiro respondente [Manuel Chang] para a República de Moçambique é declarada inconsistente com a Constituição da República da África do Sul, de 1996, e é inválida e nula", declarou. 

"Em segundo lugar, a decisão do segundo respondente [ministro da Justiça] em 21 Maio de 2019 é substituída pelo seguinte: o Sr. Manuel Chang deve ser entregue e extraditado para os Estados Unidos da América para ser julgado pelos seus supostos crimes, nos Estados Unidos da América, tal como está contido no pedido de extradição de 28 Janeiro de 2019", concluiu a juíza sul-africana.

O Ministério da Justiça sul-africano e o advogado de Manuel Chang afirmaram que vão comentar a decisão depois de verem a sentença por escrito.

O antigo governante moçambicano, detido na África do Sul desde Dezembro de 2018 a pedido dos EUA, está alegadamente envolvido no caso das 'dívidas ocultas', de mais de 2,2 mil milhões de dólares (cerca de dois mil milhões de euros), contraídas entre 2013 e 2014 junto das filiais britânicas dos bancos de investimento Credit Suisse e VTB pelas empresas estatais moçambicanas Proindicus, Ematum e MAM.

Os empréstimos foram secretamente avalizados pelo Governo do partido Frelimo (no poder em Moçambique), liderado pelo Presidente da República à época, Armando Guebuza, sem o conhecimento do parlamento e do Tribunal Administrativo do país vizinho.ANG/Angop

 

 

ANP/Presidente do parlamento diz que há uma "linha vermelha" quanto à revisão constitucional

Bissau,12 nov 21(ANG) - O presidente da Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassamá, disse quinta-feira à Lusa que "há uma linha vermelha" que não pode ser ultrapassada quanto à competência para a revisão da Constituição, processo que considera ser da exclusiva competência dos deputados.

"Penso que há uma linha vermelha que nós não podemos, enquanto deputados da nação, é admitir ninguém de ultrapassar essa linha vermelha", disse Cipriano Cassamá, que falava à Lusa à margem do seminário internacional realizado quinta-feira em Lisboa, para assinalar o 25.º aniversário da criação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Cipriano Cassamá, que participou no seminário na qualidade de presidente em exercício da Assembleia Parlamentar da CPLP, referia-se à polémica por que passa a Guiné-Bissau, depois de o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, ter admitido a possibilidade de dissolver o parlamento, quando questionado pela imprensa sobre a revisão constitucional, no passado dia 20 de outubro.

"Digo-vos a UDIB (antiga sala de cinema de Bissau) fechou. O local dos filmes já não trabalha, eu não frequento salas de teatro. A assembleia tem os dias contados. Dias contados significam que posso dissolver o parlamento hoje, amanhã, no próximo mês ou no próximo ano. A dissolução do parlamento está na minha mão e nem sequer levará um segundo", disse, em crioulo, o Presidente guineense.

O tema da revisão constitucional, e a substituição do atual regime semipresidencialista por um presidencialista, defendido em entrevista à agência Lusa, no passado dia 01 de novembro, pelo porta-voz do Governo, Fernando Vaz, foi igualmente abordado por Cipriano Cassamá nas declarações feitas à Lusa.

"Se alguém tiver algo interessante que possa ajudar na revisão da Constituição, que leve para o parlamento que nós vamos receber. Agora, dizer que vamos mudar de regime? Ninguém, nenhum guineense tem essa competência. Ninguém", vincou.

O presidente da Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau sublinhou que todos os políticos estão a prazo nos órgãos para que foram eleitos.

"Eu estou hoje no parlamento, amanhã saio. Amanhã quem estiver, quem está nos outros órgãos sai. Nós fomos emprestados a essas funções e nós, enquanto deputados representantes de povo, temos que fazer o nosso trabalho”, salientou.

"Nós não podemos admitir a ninguém naquele país fazer o que bem entender ou mudar a Constituição ou mudar o regime. O regime não se muda assim", acrescentou.

 

Para Cipriano Cassamá, "nenhum guineense tem esse direito de fazer a interpretação pessoal da Constituição à maneira que quiser".

Na sessão em curso os parlamentares têm em agenda a revisão da Constituição da República, na base das propostas elaboradas por uma comissão de deputados que havia sido criada pela ANP. ANG/ LUSA

 

  Birmânia/Jornalista americano condenado a 11 anos de prisão no Myanmar

Bissau, 12 Nov 21 (ANG) - Danny Fenster, jornalista americano de 37 anos, detido há quase seis meses pela junta militar do Myanmar, foi condenado quinta-feira a 11 anos de prisão por alegada incitação à dissidência, associação ilegal e violação da lei sobre os vistos.

Fenster é o primeiro jornalista ocidental em anos a ser detido na Birmânia, onde os militares retomaram o controlo do país e derrubaram o governo civil de Aung San Suu Kyi em Fevereiro.

De acordo com o advogado do jornalista americano, este último ainda não decidiu se vai recorrer da sentença ou não, o jornalista sendo igualmente acusado noutro processo de terrorismo e sedição, o que o expõe a uma possível condenação à prisão perpétua. 

O 'Frontier Myanmar', um dos principais órgãos de imprensa independentes do país, do qual Fenster era o chefe de redacção, deu conta da sua "profunda decepção". Já Phil Robertson, vice-director do departamento asiático da Human Rights Watch, qualificou este veredicto de "escandaloso e inaceitavel", o activista denunciando "acusações forjadas". No mesmo sentido, a Amnistia Internacional falou num "caso viciado desde o início"

Por sua vez, ao comentar que "este regime não respeita nenhuma regra", o International Crisis Group considerou também que isto representa “um grande revés para a diplomacia americana” que tem envidado esforços para obter a libertação do jovem jornalista.

Danny Fenster, foi preso no passado dia 24 de Maio no aeroporto de Rangun, quando se preparava a deixar o país. Desde então, tem estado recluso numa das prisões da capital económica do Myanmar. 

Desde que os militares retomaram o poder no país, segundo uma ONG local, a Associação de Assistência aos Presos Políticos, mais de 1.250 civis foram mortos e 7.000 foram detidos, havendo relatos de casos de tortura, violações e execuções extra-judiciais. Outra ONG local de defesa dos Direitos Humanos, a Reporting Asean, refere que mais de 100 jornalistas foram detidos nos últimos meses e 31 permanecem ainda presos.ANG/RFI