quarta-feira, 3 de maio de 2023

 Israel/ Khader Adnane, primeiro detido palestiniano a morrer de greve de fome

Bissau, 03 Mai 23 (ANG) - Khader Adnane, alto dirigente da organização Jihad Islâmico, faleceu terça-feira depois de 80 dias de greve da fome numa prisão israelita, anunciaram as autoridades do estado Hebreu.


Pouco depois desta que foi a primeira morte de um preso palestiniano por greve de fome, foram efectuados tiros de roquetes a partir da faixa de Gaza para Israel. Os tiros não foram reivindicados para já.

De acordo com as autoridades penitenciárias, Khader Adnane, 45 anos, foi encontrado esta madrugada "inconsciente na sua cela" e foi transportado para o hospital. A morte do activista segue-se a 80 dias de greve da fome encetada logo após a sua detenção a 5 de Fevereiro, a administração da prisão alegando que ele "recusava passar exames médicos e receber tratamento".

Já várias vezes detido no passado, Khader Adnane já tinha também efectuado outras greves da fome, tendo granjeado visibilidade ao longo do tempo junto da população palestiniana.

Reagindo à sua morte, o ramo israelita da organização 'Physicians for human rights' referiu ter recentemente apelado à sua hospitalização "imediata", afirmando que a sua vida estava em perigo. De acordo com uma fonte israelita, o activista indiciado pelo seu envolvimento no Jihad Islâmico e por incitação ao ódio, tinha visto o seu pedido de libertação ser recusado pela justiça militar.

O chefe do governo palestiniano acusou Israel de ter "assassinado" Khader Adnane "rejeitando os seus apelos para a sua libertação, negligenciando-o e mantendo-o na sua cela, apesar da gravidade do seu estado de saúde".

Também indignado, o Jihad Islâmico, movimento palestiniano considerado "terrorista" por Israel, os Estados Unidos e a União Europeia, afirmou que Israel iria "pagar o preço deste crime".

Em conferência de imprensa, a esposa do activista declarou que a sua morte era motivo de "orgulho" e lançou um apelo para que não seja seguida de violência. "Não queremos que nem uma gota de sangue seja derramada, não queremos que alguém responda ao martírio do Sheik (Adnane), não queremos que alguém lance tiros de roquetes e depois ataque Gaza", disse.

Este apelo contudo não foi ouvido. Ao amanhecer, três roquetes e um morteiro foram disparados de Gaza contra Israel, sem causar vítimas, indicou o exército israelita. Esta manhã também, de acordo com jornalistas no local, comerciantes palestinianos da Cisjordânia ocupada mantiveram os seus estabelecimentos encerrados, em resposta a um apelo à greve geral.ANG/RFI

 

        Imprensa/Repórteres Sem Fronteiras alerta para a desinformação

Bissau, 03 Mai 23 (ANG) - O último relatório da Repórteres Sem Fronteiras revela esta quarta-feira, 3 de Maio, que o Senegal e a Tunísia foram os países que mais recuaram no índice da liberdade de imprensa.


Na edição de 2023, a organização destaca particularmente os efeitos da desinformação, com a Noruega a ser o país melhor colocado no ranking e a Coreia do Norte a ocupar a última posição.

Propaganda política, manipulação económica e conteúdos falsos, criados pela inteligência artificial. O efeito da desinformação é a grande ameaça à liberdade de imprensa em todo o mundo, reconhece a organização Repórteres Sem Fronteiras no último relatório.

A organização sublinha que a Noruega continua a ocupar o primeiro lugar do ranking, pelo sétimo ano consecutivo, destacando, porém, que a Irlanda subiu para a segunda posição, passando à frente da Dinamarca que desceu para o terceiro lugar.

No outro extremo da tabela também há mudanças, com os últimos três lugares a serem ocupados exclusivamente por países asiáticos: O Vietname a China e, sem grande surpresa, a Coreia do Norte ocupa a última posição.

No Senegal, onde a possibilidade de um terceiro mandato do Presidente Macky Sall suscita oposição, a Repórteres sem Fronteiras denuncia "a acentuada deterioração das condições de segurança dos jornalistas". O Senegal que foi até aqui um "modelo regional até recentemente".

Nesta 21° edição, a ONG denuncia “o crescente autoritarismo do Presidente da Tunísia e da incapacidade de Kais Saied tolerar as críticas da comunicação social”. A Tunísia que ocupa a 121.ª posição, desceu 27 lugares.

Cabo Verde e Angola desceram de posição no índice da liberdade de imprensa. Cabo Verde ocupa agora na 33.ª e Angola, que perdeu 26 lugares, ocupando a 125.ª posição.

A Guiné-Bissau também subiu para a 78.ª posição e Moçambique subiu quatro lugares, estando 102.º lugar. A Guiné Equatorial regista a maior subida dos lusófonos, ocupando agora 120.º lugar.

Portugal passou a liderar o grupo de 44 países com “uma situação satisfatória”. No ano passado, ocupava o 7.º lugar e estava no grupo de oito países com uma “situação muito boa”.

De acordo com a edição de 2023, publicado  por ocasião do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa e com 180 países, as condições para o exercício do jornalismo são más em 7 de cada 10 países. ANG/RFI

 

 

 

França/Unesco atribui prémio de liberdade de imprensa a mulheres jornalistas presas no Irão

Bissau, 03 Mai 23(ANG) – A Unesco atribuiu este ano o Prémio Guillermo Cano para a Liberdade de Imprensa a três mulheres jornalistas presas no Irão: Niloofar Hamedi, Elaheh Mohammadi e Narges Mohammadi.


“Agora, mais do que nunca, é importante prestar homenagem a todas as mulheres jornalistas que são impedidas de fazer o seu trabalho e que enfrentam ameaças e ataques à sua segurança pessoal”, declarou a diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Audrey Azoulay, em comunicado divulgado hoje.

A presidente do júri, Zainab Salbi, afirmou que “o trabalho corajoso das mulheres jornalistas iranianas” conduziu a “uma revolução histórica liderada por mulheres”, pela qual pagaram “um preço elevado”.

Salbi reiterou o compromisso de “honrá-las e garantir que as suas vozes continuem a ressoar em todo o mundo até que estejam seguras e livres”.

Noloofar Hamedi trabalhava para o principal diário reformista iraniano, Shargh. Foi ela quem deu a notícia da morte da jovem Masha Amini, enquanto estava sob custódia policial, depois de ter sido detida a 16 de setembro de 2022 por não respeitar o uso do véu islâmico.

Hamedi está detida em regime de isolamento na prisão de Evin, em Teerão, desde setembro de 2022.

Elaheh Mohammadi, que escreve para o jornal reformista Ham-Mihan, fez a reportagem do funeral de Masha Amini e está também detida na mesma prisão.

As duas foram galardoadas com o Prémio Internacional de Liberdade de Imprensa 2023 dos Jornalistas Canadianos para a Liberdade de Expressão e com o Prémio Louis M. Lyons para a Consciência e Integridade no Jornalismo da Universidade de Harvard.

A revista Time incluiu-as na sua lista das 100 pessoas mais influentes do mundo em 2023.

Narges Mohammadi, que trabalhou durante anos para várias publicações, é também diretora-adjunta da organização não-governamental Centro de Defensores dos Direitos Humanos em Teerão.

Está a cumprir uma pena de 16 anos de prisão em Evin, de onde tem continuado o trabalho como jornalista, incluindo o livro de entrevistas com outras prisioneiras intitulado “White Torture”.

Em 2022, Mohammadi recebeu o Prémio Coragem dos Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

Em 1997, a UNESCO criou o prémio para a liberdade de imprensa em homenagem ao jornalista colombiano Guillermo Cano, assassinado em dezembro de 1986 à frente da redação do seu jornal, El Espectador.

A organização recordou que as mulheres jornalistas e outros trabalhadores dos meios de comunicação social em todo o mundo enfrentam cada vez mais ataques e ameaças “desproporcionadas e direcionadas”. ANG/Inforpress/Lusa

 

Comunicação Social/Carta a autoridades de transição do Mali e Burkina Faso sobre liberdade de imprensa

Bissau, 03 Mai 23 (ANG) Trinta  organizações, incluindo a Repórteres sem fronteiras e meios de comunicação da África ocidental, mas também esta estação emissora, a RFI, dirigiram uma carta às autoridades do Mali e do Burkina Faso para denunciar as pressões e ameaças em relação à comunicação social e respectivos profissionais. 

Ao todo são 30 organizações de meios de comunicação social de África e do mundo: canais de televisão, estações de rádio, jornais, federações de jornalistas como Joliba TV News, L’observateur Paalga, France 24, a Federaçãi dos jornalistas africanos, a RFI, Omega MédiasLe MondeWakat SeraLibération.

A missiva, dirigida às autoridades de transição do Burkina Faso e do Mali, coincide com o Dia mundial da liberdade de imprensa.

A iniciativa acaba por ser um repto lançado a ambos os regimes quanto ao mau desempenho destes no que diz respeito à liberdade dos profissionais de comunicação social, lembrando os compromissos por estes assumidos neste âmbito, nomeadamente, no que diz respeito à Carta africana dos direitos humanos e dos povos.

Sadibou Marong é responsável do escritório para África da RSF em Dacar, no Senegal. Ouvido por Guillaume Thibault ele explica as razões desta iniciativa.

"É preciso batalhar pela liberdade de imprensa e pela liberdade de expressão de forma mais vasta !

Trata-se para nós de uma iniciativa de solidariedade lembrando, de alguma forma, a importância capital do respeito e promoção da liberdade de imprensa.

E isto tanto no caso do Mali, que perdeu dois lugares na classificação dos Repórteres sem fronteiras, descendo para a posição número 113, como no caso do Burkina Faso, que se tornou 58° e recuou 17 lugares na classificação de RSF.

Poder-se-ia tratar de um despertar para que as autoridades destes dois países percebam o que está em causa e tomem imediatamente as decisões para que todos os jornalistas possam exercer sem risco de represálias. 

Nomeadamente quanto aos compromissos internacionais em termos de liberdade de expressão e de liberdade de imprensa, e em particular a Carta africana dos direitos humanos e dos povos."

A RFI, Radio France Internationale, nomeadamente, viu as suas emissões serem suspensas em ambos os países em 2022.ANG/RFI

Futebol Feminino/ FC Barcelona e Wolfsburgo na final da Liga dos Campeões europeus

BissaU, 03 MAI 23 (ANG) - As espanholas do FC Barcelona e as germânicas do Wolfsburgo vão disputar a final da Liga dos Campeões europeus feminina.

O FC Barcelona vai tentar arrecadar um segundo troféu, enquanto o Wolfsburgo quer angariar um terceiro troféu na liga milionária.

As catalães empataram a uma bola na segunda mão das meias-finais da Liga dos Campeões europeus feminina no Estádio Camp Nou frente às inglesas do Chelsea.

Um tento das ‘blaugranas’ foi da autoria da norueguesa Caroline Hansen, enquanto o golo das londrinas foi apontado pela também norueguesa Guro Reiten.

As espanholas seguem em frente na prova visto que na primeira mão tinham vencido por 0-1 em Londres com um tento marcado Caroline Hansen, que acabou por ser o carrasco das inglesas.

O Wolfsburgo arrecadou um triunfo importante, após prolongamento, por 2-3 na deslocação ao terreno do Arsenal.

A eliminatória esteve indecisa até ao fim. Após o empate a duas bolas na primeira mão, na Alemanha, as equipas tinham de vencer para ultrapassar esta fase visto que o maior número de golos apontados fora não entra na decisão da eliminatória como antigamente.

As inglesas abriram o marcador com um tento apontado pela sueca Stina Blackstenius, mas as germânicas responderam com dois golos marcados pela neerlandesa Jill Roord e pela alemã Alexandra Popp.

A perder por 1-2, as britânicas vão alcançar o empate graças a um tento da escocesa Jennifer Beattie, levando a eliminatória para o prolongamento. Nessa fase, e aos 119 minutos, a um minuto do fim do jogo, a alemã Pauline Bremer do Wolfsburgo marcou o terceiro golo que deu o apuramento à equipa germânica.

A final da prova decorre entre o FC Barcelona e o Wolfsburgo a 3 de Junho no Philips Stadion em Eindhoven nos Países Baixos.

Recorde-se que as germânicas conquistaram duas vezes o título, em 2013 e em 2014, e as espanholas apenas uma vez em 2021.

O Lyon, detentor do título, foi eliminado nos quartos-de-final nessa fase da Liga dos Campeões feminina.

O detentor do título, o Lyon, e que venceu cinco das seis últimas edições da prova europeia, foi eliminado da Liga dos Campeões feminina.

 A equipa do Sul da França venceu por 2-1 na deslocação ao terreno das inglesas do Chelsea, mas como tinha sido derrotada na primeira mão, os dois clubes tiveram de ir para o desempate na marcação das grandes penalidades.

Neste exercício específico, as britânicas derrotaram as francesas por 4-3 e apuraram-se para as meias-finais.

O Lyon, comandado pela luso-francesa Sonia Bompastor, tinha vencido a prova em 2022, mas fica pelo caminho desta vez.

Recorde-se que a equipa francesa já arrecadou 8 vezes o troféu da Liga dos Campeões feminina, sendo o clube com o maior número de títulos conquistados na prova.

O segundo clube com o maior número de títulos é a germânica “1. FFC Frankfurt” que, entretanto, se juntou ao Eintracht Frankfurt. ANG/RFI

 

Legislativas antecipadas/Presidente da República reafirma realização das eleições na data prevista, 04 de Junho

Bissau, 02 Mai 23 (ANG) – O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló reafirmou a realização das eleições legislativas s na data previas,04 de Junho próximo.

Sissoco Embaló fez esta reafirmação na, segunda-feira, no quadro da celebração de 01 de Maio, Dia dos Trabalhadores marcado em Bissau por desfile do Batalhão da Presidência da República e na presença do Vice-Primeiro-ministro, Soares Sambú e do Chefe de Estado-maior das Forças Armadas, Biaguê Na Ntam.

“Já não vou fazer mais nenhum decreto para marcar a data das eleições porque já o fiz duas vezes. E isso significa que haverá as eleições no dia 4 de Junho”, frisou, sublinhando ainda que essas eleições vão ser “ordeiras, pacíficas e transparentes”.

O Chefe de Estado acrescentou que não há nada que impede a realização das eleições no período marcado, porque segundo diz, é uma data consensual entre os partidos políticos signatários.

De acordo com Embaló, todos os partidos políticos são livres de participar ou não nas eleições de 4 de Junho,  e diz que  o país nunca mais será refém de ninguém e que o caso semelhante a 1 de Fevereiro de 2021 não volta a acontecer “ caso contrário terá resposta adequada”.

“Garanto-vos que a Guiné-Bissau nunca mais será refém de ninguém. E o que passou no dia 1 de Fevereiro não volta a acontecer  e qualquer coisa terá  resposta adequada”, disse

Umaro Sissoco Embaló disse que prefere sair do palácio a adiar as eleições marcadas para  04 de Junho próximo.

O PNUD e o Governo da Guiné-Bissau assinaram em março o Projeto de Apoio ao Ciclos Eleitorais, para o período entre 2023 e 2025, no valor de 5,3 milhões de euros.

Segundo a Lusa que cita o ministro das Finanças, Ilídio Vieira Té,as eleições legislativas da Guiné-Bissau estão orçadas em 7,9 mil milhões de francos cfa (cerca de 12 milhões de euros).

De acordo com o ministro, até ao início de Fevereiro, o Estado guineenses já tinha disponibilizado 5,7 mil milhões de francos cfa (cerca de 8,6 milhões de euros). ANG/DMG//SG  


Justiça
/Supremo Tribunal pede Coligaçao-CE para corrigir “Denominação e Símbolo”

Bissau, 02 Mai 23 (ANG) - O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) da Guiné-Bissau pediu à coligação eleitoral integrada pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde e mais quatro outras formações políticas para corrigir a “Denominação e Símbolo”.

Segundo a agência Lusa qu cita fonte judicial, a “denominação e o símbolo” da coligação, chamada PAIGC — CE, se “confunde com um único partido político”, ou seja, com o PAIGC.

A coligação PAIGC-CE, que foi notificada na sexta-feira, tem  72 horas para fazer as alterações necessárias para ter “autonomia identitária”, disse a mesma fonte.

A coligação inclui para além do PAIGC, vencedor das últimas eleições mas atual líder da oposição, a União para a Mudança, o Partido da Convergência Democrática, o Movimento Democrático Guineense e o Partido Social-Democrata.

Questionada pela Lusa sobre se mais partidos foram notificados, a fonte explicou que a “maioria dos partidos foram notificados para suprimirem irregularidades relacionadas com a documentação”.

Entretanto, a Coligação dos cinco Partidos do Espaço de Concertação Democrática, assinaram terça-feira  a adenda da mudança do símbolos no Supremo Tribunal de Justiça.

A Guiné-Bissau realiza eleições legislativas em 04 de junho. A campanha eleitoral vai decorrer entre 13 de maio e 02 de junho.

O Supremo Tribunal de Justiça deverá fixar na próxima semana as listas definitivas das candidaturas dos partidos políticos às eleições legislativas.

Duas coligações e 22 partidos entregaram no Supremo Tribunal de Justiça candidaturas às eleições legislativas, previstas para 04 de Junho próximo.ANG/Lusa


Cooperação/Projecto Ntene Terra lança projecto “No tene diritu a um vida sem violência”

Bissau, 02 Mai 23 (ANG) A União Europeia(UE)  lança na próxima sexta-eira(05) o projecto “No tene diritu a um vida sem violência”, um mecanismo para o reforço dos mecanismos de proteção às vítimas de Violência Baseada no Genero (VBG) e promoção dos direitos das mulheres na Guiné-Bissau.


Segundo um comunicado à Imrensa da UE, o  evento se realiza no âmbito das comemorações do “Dia da Europa”, que se celebrará ao longo de todo o mês de Maio, com a organização de vários eventos em diversas localidades do país.

“No tene diritu a um vida sem violência” visa apresentar as atividades, os objetivos e os resultados esperados ao longo da execução do projeto, junto dos parceiros, financiadores e entidades governamentais.

“Será também uma oportunidade para anunciar a criação de um espaço de diálogo sobre políticas públicas relativas à questão da violência baseada no género na Guiné-Bissau, para o qual as organizações presentes serão convidadas”, refere o comunicado en viado à ANG.

O projeto dará continuidade à ação “No na cuida de no vida, mindjer”, Cooperação Emancipação e direitos para meninas e mulheres na Guiné-Bissau, organização de vários eventos em várias localidades pretendendo consolidar um modelo anteriormente criado de combate à Violência Baseada no Género na Guiné-Bissau, nas regiões de Quinara, Tombali, Bafatá, Gabu, Oio, Cacheu e SAB, em particular o fortalecimento do sistema de proteção e reintegração das vítimas de VBG.

Por outro lado, a UE ainda anuncia para quarta-feira(03) e igualmente por ocasião da comemoração do dia da Europa, a abertura de uma  exposição intitulada “Nha Istória, Nô Istória”,  que  visa divulgar histórias inspiradoras e de sucesso de guineenses, escolhidas de entre centenas de protagonistas que beneficiam de projetos da União Europeia, no âmbito dos seus programas de cooperação com a República daGuiné-Bissau.

Segundo a nota, os protagonistas da iniciativa são pessoas com quem a União Europeia partilha princípios e valores universais, como humildade, a determinação, o respeito pelo próximo, entre outros.

“Cada história será contada através de um valor específico, que demonstra o porquê dos nossos protagonistas serem um exemplo para muitos guineenses e uma inspiração para enfrentar o futuro com força e entusiasmo”, lê-se no comunicado.

O evento contará com a presença do Embaixador da União Europeia e de  convidados da Equipa Europa, Ministérios da Tutela, Câmara Municipal de Bissau e parceiros de desenvolvimento. ANG/MI//SG

 

Alemanha/Human Rights Watch acusa Quirguistão e Tajiquistão de crimes de guerra

Bissau, 02 Mai 23 (ANG) - A organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch acusou as forças armadas do Quirguistão e do Tajiquistão de terem cometido crimes de guerra em ataques a civis em setembro de 2022, num relatório divulgado hoje.


O relatório de 69 páginas intitula-se "'Quando nos movemos, eles atiraram': Violações das leis da guerra no conflito fronteiriço entre o Quirguistão e o Tajiquistão em setembro de 2022" e reporta a quatro dias de combates em 2022, de 14 a 17 de setembro.

"As forças do Quirguistão dispararam contra ambulâncias e carros que transportavam civis e, num caso, mataram pelo menos 10 civis num ataque com uma bomba (...) numa praça da cidade. As forças do Tajiquistão dispararam contra carros que transportavam civis, mataram (...) pelo menos oito civis (...) e permitiram a pilhagem e o incêndio em grande escala de bens privados em aldeias do Quirguistão", pode ler-se no documento.

"Os civis que vivem nas áreas fronteiriças disputadas do Quirguistão e do Tajiquistão pagaram um preço elevado pela conduta insensível das forças quirguizes e tajiques durante os combates de setembro", salientou um dos investigadores de crises e conflitos da Human Rights Watch, Jean-Baptiste Gallopin, acrescentando que "as famílias das vítimas merecem justiça e indemnizações que abram caminho a uma resolução desta disputa em curso que respeite os direitos humanos".

A ONG sublinhou que o seu trabalho foca-se as violações do direito internacional humanitário e que "a organização não toma posição sobre qual dos lados iniciou o conflito".

No final de Outubro e início de Novembro, a Human Rights Watch entrevistou 86 pessoas de ambos os lados da fronteira, incluindo 69 sobreviventes, testemunhas ou familiares de vítimas. Os investigadores visitaram as aldeias afetadas, examinaram as munições que ficaram no terreno, verificaram 12 vídeos, analisaram imagens de satélite e construíram modelos 3D dos ataques.

A Human Rights Watch também enviou uma série de perguntas aos governos do Quirguistão e do Tajiquistão em dezembro de 2022 e março de 2023. "O Governo do Quirguistão respondeu com informações sobre ataques contra os seus cidadãos, mas não deu informações sobre ataques envolvendo as suas próprias forças. O Governo do Tajiquistão não respondeu às perguntas da Human Rights Watch", indicou.

No total, a Human Rights Watch documentou a morte de 37 civis, incluindo cinco crianças, e ferimentos em 36 outras pessoas de ambos os lados. "Relatos da imprensa e listas oficiais de vítimas indicam que o número total pode chegar a 51 civis mortos e 121 feridos. Estima-se que 130.000 pessoas tenham sido deslocadas só no Quirguizistão e, em janeiro de 2023, pelo menos 4.000 ainda não tinham regressado às suas casas", aponta-se no relatório.

ANG/Lusa

 

           ONU/França repreendida  por racismo e violências policiais

Bissau, 02 Mai 23 (ANG) - O Conselho dos direitos humanos da ONU criticou a França pelas violências policiais, discriminação racial e ataques contra migrantes.

Vários membros da instituição apelaram o país a redobrar esforços. 

A França não escapou às críticas sobre o estado dos direitos humanos no país. Ataques a migrantes, discriminação racial e violência policial foram os temas levantados pelo Conselho dos direitos humanos da ONU durante um procedimento a que estão regularmente submetidos os Estados membros das Nações Unidas.

Vários países expressaram a sua preocupação pela violência policial em França, nomeadamente contra manifestantes, num novo dia de protestos contra a reforma das pensões. Entre eles, a Suécia, a Noruega e a Dinamarca. 

A delegação do Liechtenstein exigiu um inquérito independente sobre estes excessos, o Luxemburgo pediu que a França "repensasse a sua política em matéria de manutenção da ordem" e a Malásia reclamou que os responsáveis "fossem punidos".

A Rússia, a Venezuela e o Irão, três países cujas graves violações dos direitos humanos são regularmente condenadas pela ONU e pelos organismos de defesa dos direitos humanos, criticaram também as violências policiais. "Estamos preocupados com as medidas duras e por vezes violentas destinadas a dispersar cidadãos pacíficos", declarou a representante russa Kristina Sukacheva.

Durante a sessão das respostas da delegação francesa, Sabrine Balim, conselheira jurídica do Ministério da Administração Interna, defendeu-se alegando que "o uso da força é estritamente enquadrado, controlado e em caso de falta sancionado".

Além disso, recordou que as forças da ordem tinham a obrigação de ostentar um número de identificação individual "a fim de assegurar uma visibilidade e rastreabilidade das suas acções". Uma obrigação nem sempre respeitada. 

 Os Estados Unidos e a China também pediram à França maiores esforços para combater a discriminação racial e religiosa.

"Recomendamos à França que intensifique os seus esforços para lutar contra os crimes e as ameaças de violência motivados pelo ódio religioso, como o anti-semitismo e o ódio anti-muçulmano", declarou a representante americana, Kelly Billingsley.

"Há um aumento do racismo e da xenofobia", acusou o representante chinês, que apelou à França a deixar de tomar "medidas que violem os direitos dos migrantes".

O Brasil, assim como o Japão, criticaram "a caracterização racial pelas forças de segurança" e a África do Sul convidou as autoridades francesas "a tomar medidas para garantir investigações imparciais por organismos exteriores à polícia em todos os casos de incidentes racistas envolvendo polícias".

Estas críticas surgem numa altura em que as autoridades francesas lançaram a "operação Wambushu" na ilha francesa de Mayotte, que visa expulsar migrantes em massa do território francês do Oceano Índico e desmantelar bairros de lata para "lutar contra a delinquência". A primeira operação de desmantelamento foi suspendida pela justiça da ilha francesa.    

Vários Estados exortaram também a França a trabalhar pela defesa dos direitos das mulheres, como a Espanha e o Reino Unido, apontando para a recorrência da violência doméstica.

Outros países salientaram a importância dos direitos das mulheres muçulmanas, como a Malásia que apelou a França a "rapidamente" modificar as leis que lhes proíbem de se cobrir o rosto em espaços públicos.  

Por fim, a Eslováquia pediu que, durante os Jogos Olímpicos, as "medidas de vigilância" respeitassem "os princípios de necessidade e de proporcionalidade". O recurso à videovigilância algorítmica, previsto pela lei votada em Março no Parlamento, suscita algumas das preocupações.  ANG/RFI

 

 

              África Lusófona/ “A situação dos trabalhadores é preocupante”

 Bissau, 02 Mai 23 (ANG) - Assinalou-se , segunda-feira, 1 de Maio, o Dia Internacional do Trabalhador , data em que todos os anos os líderes sindicais denunciam as condições de trabalho precárias que persistem em muitos países.

 Na África Lusófona, os trabalhadores vivem uma situação “preocupante” com algumas empresas, sobretudo asiáticas, que operam no continente africano, a serem acusadas de “escravatura moderna”.

Em Angola, o secretário da Central Geral de Sindicatos Independentes e Livres, Francisco Jacinto, lamento o facto de as autoridades angolanas tentarem criar leis para limitar o exercício da actividade sindical.

“Há toda a tentativa de o Estado angolano tentar criar leis para limitar o exercício da actividade sindical. Está em discussão, na Assembleia Nacional, um projecto de lei- o código do processo de trabalho- que prevê, num dos artigos, a intervenção de qualquer empregador impugnar uma decisão de greve dos trabalhadores. Impugnar mesmo antes que se realize. (…) No país, há toda e qualquer tentativa para criar limites ao exercício da actividade sindical”, alerta.

Francisco Jacinto reconhece que o trabalhador angolano vive uma situação preocupante e acusa algumas empresas, sobretudo asiáticas, de praticarem “escravatura moderna” em Angola.

“Em Angola, temos empregadores que tratam o trabalhador como objecto e não como força produtiva. Há empresas, sobretudo asiáticas, que estão em Angola a praticar uma moderna escravatura laboral”, denuncia.

Na Guiné-Bissau, o secretário Nacional de Assuntos da Juventude na União Nacional dos Trabalhadores, João Correia, afirma que o aumento do custo de vida empurrou os guineenses para uma situação de vulnerabilidade económica.

“Os funcionários na Guiné-Bissau têm um salário inferior a 100 mil francos CFA- cerca de 150 euros- e nos últimos anos o custo de vida subiu bastante. Durante a Covid-19, o Governo introduziu novos impostos e isso acabou por se reflectir na vida dos trabalhadores porque -em termos práticos- houve uma redução salarial. A inflação generalizada sobre os bens de primeira necessidade, a Covid-19 e a guerra na Ucrânia deixaram os trabalhadores guineenses numa situação de sobrevivência”, explica.

João Correia insta as empresas a criarem melhores condições de vida para os trabalhadores, lembrando que a própria Organização Internacional do Trabalho defendeu, recentemente, um ambiente seguro e saudável para todos os trabalhadores.

“As nossas reivindicações passam pelo aumento salarial, melhoria das condições de trabalho, melhoria das estruturas de inspecção de trabalho e ambientais. A recente declaração da Organização Internacional do Trabalho defendeu que todos os países membros devem criar um ambiente de trabalho saudável e seguro para”, lembra.

O Secretário-geral da Organização Nacional de São Tomé e Príncipe- Central Sindical- João Tavares, admite que os governantes não souberam implementar medidas para que a população não sentisse o impacto da crise económica mundial, associada à guerra na Ucrânia.

“Nós não estamos fora do mundo global. O efeito da crise da guerra na Ucrânia e a conjuntura internacional têm um impacto negativo na vida dos cidadãos são-tomenses. (…) Os salários não acompanham o nível de vida. No ano passado, fechamos o ciclo a rondar uma taxa de inflacção de 24 %. Esse montante devia ter-se repercutido nos salários, repondo a posição de compra ao valor da inflação. No entanto, os nossos governantes não trabalham nesse sentido”, nota.

João Tavares salienta que a aprovação tardia do orçamento é um pronuncio de um futuro incerto para os trabalhadores são-tomenses.

“Este ano vai muito difícil para os trabalhadores. Já é o quinto mês do ano e o Orçamento geral do Estado foi aprovado no final da semana passada. Isto revela que o futuro será crítico, conclui.

O Dia Internacional do Trabalhador teve origem na primeira manifestação de 500 mil trabalhadores nas ruas de Chicago e numa greve geral em todos os Estados Unidos, em 1886. ANG/RFI

 

       Turquia/ Erdogan anuncia morte do actual líder do Daesh na Síria

Bissau, 02 Mai 23 (ANG) -  O presidente turco  confirmou que forças turcas matara
m Abu Hussein al-Qurayshi, líder do autoproclamado Estado Islâmico na Síria.

A operação, que envolveu drones, terá sido levada a cabo no sábado por forças especiais turcas, disse Erdogan ontem à noite, numa entrevista ao canal estatal de TV TRT. Segundo o presidente turco, os serviços secretos turcos já seguiam al-Qurayshi há muito tempo. Erdogan ainda disse que “a Turquia continuará a combater todas as organizações terroristas, quaisquer que elas sejam”.

O actual líder do que resta do Estado Islâmico na Síria estaria escondido numa casa rural na região de Jindires, na provincial de Afrin, que é controlada por milícias rebeldes pró-turcas.

Abu Hussein al-Qurayshi foi nomeado líder dos jihadistas depois dos americanos terem eliminado o anterior chefe, Abu al-Hassan al-Hashimi. Al-Qurayshi era um veterano do Daesh, e participou na estonteante conquista de uma vasta área do norte da Síria e do Iraque por parte dos jihadistas em 2014.

Ainda que o Daesh tenha sido derrotado - o último território jihadista na província síria de Deir el-Zoor, junto à fronteira com o Iraque, foi reconquistado pelas milícias curdas sírias em Março de 2019, várias células permaneceram na clandestinidade em vários pontos do norte da síria e no deserto central, e tem-se reagrupado e reorganizado recentemente, tendo levado a cabo vários ataques contra as milícias curdas sírias, e soldados do regime de Bashar al-Assad.

Al-Qurayshi é o terceiro líder do Deash morto, desde que Abu Bakr al-Baghdadi, o fundador do Estado Islâmico, foi abatido por tropas americanas no norte da Síria em outubro de 2019.

Erdogan anunciou esta operação em plena campanha eleitoral, também para demonstrar o poder e alcance dos serviços de inteligência e das forças armadas turcas, que estão envolvidas em vários conflitos na região. Erdogan, há duas décadas no poder, enfrenta uma renhida batalha, com as sondagens a sugerirem um empate técnico entre o candidato da oposição unida, Kemal Kiliçdaroglu, e o todo-poderoso presidente turco a 14 de Maio, o que sugere que haverá uma segunda volta a 28 de Maio. ANG/RFI

            Uganda/Secretário de Estado  morto a tiro por um guarda-costas

Bissau, 02 Mai 23 (ANG) - Um secretário de Estado do Governo do Uganda foi hoje morto a tiro por um guarda-costas, numa aparente disputa privada, segundo o exército e os meios de comunicação social locais.

O agressor, que não foi identificado publicamente, disparou depois a arma contra si próprio, segundo a emissora estatal UBC e outros.


A vítima, Charles Engola, trabalhou no Governo do Presidente Yoweri Museveni como secretário de Estado responsável pelo Trabalho e era um coronel reformado do exército.

O porta-voz do exército, Felix Kulayigye, disse numa breve declaração que um "infeliz incidente" levou à morte de Engola. "Informaremos o público dos pormenores à medida que investigarmos conjuntamente o assunto", disse Kulayigye no Twitter.

O tiroteio ocorreu dentro da casa de Engola, num subúrbio da capital do Uganda, Kampala, onde se encontra ainda a polícia.

O motivo não foi imediatamente esclarecido, mas a imprensa local disse que terá resultado de uma aparente disputa sobre o salário do guarda.

"Testemunhas afirmam que o soldado gritava que há muito tempo que não lhe pagavam, apesar de trabalhar para um secretário de Estado", refere o jornal online NilePost.

O incidente poderá gerar reacções num país onde outros oficiais de alto nível foram mortos em ataques a tiro ao longo dos anos.
Em 2021, um antigo chefe do exército do Uganda ficou ferido e a sua filha foi morta quando homens armados dispararam contra o seu veículo em Kampala.ANG/Angop

 

               Sudão/Exército  aceita prolongar trégua por mais três dias

Bissau, 02 Mai 23 (ANG) - O Exército sudanês aceitou prolongar por mais três dias a trégua que terminava domingo, após o grupo paramilitar Força de Apoio Rápido ter anunciado a sua adesão à extensão do cessar-fogo e depois de pressões das Nações Unidas.

Em comunicado, o Exército refere que, a pedido da mediação saudita-americana, concordou estender a trégua por mais 72 horas, que "começará a partir do final do período do armistício actual", que vence à meia-noite local (23h00 em Angola).

A nota pede aos paramilitares que "cumpram os requisitos da trégua" e manifesta a "plena vontade" das Forças Armadas em respeitarem o cessar-fogo.

A resposta do Exército sudanês surge depois de o Mecanismo Trilateral - que agrega a Missão Integrada da ONU de Assistência à Transição no Sudão, a União Africana e a Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento na África Oriental - ter instado as partes beligerantes a prorrogarem o cessar-fogo.

O Mecanismo Trilateral considera que "este cessar-fogo deve abrir caminho para as conversações entre ambas as partes com vista ao estabelecimento de um cessar das hostilidades permanente".

A nova extensão das tréguas é a terceira de três dias desde que foi anunciada a primeira, na segunda-feira.

O Sudão entrou domingo no 16.º dia consecutivo de confrontos entre o Exército e os paramilitares, um conflito que obrigou cerca de 50 mil sudaneses a deslocarem-se para zonas mais seguras do país ou a refugiarem-se em nações vizinhas como o Sudão do Sul, o Egipto ou o Tchad.

A guerra já causou cerca de 530 mortos e mais de 4.500 feridos.

A trégua iniciada na sexta-feira foi mediada pelos Estados Unidos e Arábia Saudita para facilitar a retirada de estrangeiros e a abertura de corredores seguros para a entrada de ajuda humanitária.

O conflito segue-se a semanas de tensão sobre a reforma das forças de segurança nas negociações para a formação de um novo Governo de transição.

Tanto o Exército como a Força de Apoio Rápido estiveram por detrás do golpe de Estado que derrubou o Governo de transição do Sudão em Outubro de 2021. ANG/Angop