Comunicação
Social/Carta a
autoridades de transição do Mali e Burkina Faso sobre liberdade de imprensa
Bissau, 03 Mai 23
(ANG) – Trinta organizações, incluindo a Repórteres sem
fronteiras e meios de comunicação da África ocidental, mas também esta estação
emissora, a RFI, dirigiram uma carta às autoridades do Mali e do Burkina Faso
para denunciar as pressões e ameaças em relação à comunicação social e
respectivos profissionais.
Ao todo são 30 organizações de meios de
comunicação social de África e do mundo: canais de televisão, estações de
rádio, jornais, federações de jornalistas como Joliba TV News, L’observateur
Paalga, France 24, a Federaçãi dos jornalistas africanos, a RFI, Omega
Médias, Le Monde, Wakat Sera, Libération.
A missiva,
dirigida às autoridades de transição do Burkina Faso e do Mali, coincide com o
Dia mundial da liberdade de imprensa.
A iniciativa acaba por ser um repto
lançado a ambos os regimes quanto ao mau desempenho destes no que diz respeito
à liberdade dos profissionais de comunicação social, lembrando os compromissos
por estes assumidos neste âmbito, nomeadamente, no que diz respeito à Carta
africana dos direitos humanos e dos povos.
Sadibou Marong é
responsável do escritório para África da RSF em Dacar, no Senegal. Ouvido por Guillaume Thibault ele explica as razões
desta iniciativa.
"É preciso
batalhar pela liberdade de imprensa e pela liberdade de expressão de forma mais
vasta !
Trata-se para nós de uma iniciativa de solidariedade lembrando, de
alguma forma, a importância capital do respeito e promoção da liberdade de
imprensa.
E isto tanto no caso do Mali, que perdeu dois lugares na
classificação dos Repórteres sem fronteiras, descendo para a posição número
113, como no caso do Burkina Faso, que se tornou 58° e recuou 17 lugares na
classificação de RSF.
Poder-se-ia tratar de um despertar para que as autoridades destes
dois países percebam o que está em causa e tomem imediatamente as decisões para
que todos os jornalistas possam exercer sem risco de represálias.
Nomeadamente quanto aos compromissos internacionais em termos de
liberdade de expressão e de liberdade de imprensa, e em particular a Carta
africana dos direitos humanos e dos povos."
A RFI, Radio France Internationale, nomeadamente, viu as suas emissões serem suspensas em ambos os países em 2022.ANG/RFI
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