Sudão/Exército aceita prolongar trégua por mais três dias
Bissau, 02 Mai 23 (ANG)
- O Exército sudanês aceitou prolongar por mais três dias a trégua que
terminava domingo, após o grupo paramilitar Força de Apoio Rápido ter anunciado
a sua adesão à extensão do cessar-fogo e depois de pressões das Nações Unidas.
Em comunicado, o
Exército refere que, a pedido da mediação saudita-americana, concordou estender
a trégua por mais 72 horas, que "começará a partir do final do período do
armistício actual", que vence à meia-noite local (23h00 em Angola).
A nota pede aos
paramilitares que "cumpram os requisitos da trégua" e manifesta a
"plena vontade" das Forças Armadas em respeitarem o cessar-fogo.
A resposta do Exército
sudanês surge depois de o Mecanismo Trilateral - que agrega a Missão Integrada
da ONU de Assistência à Transição no Sudão, a União Africana e a Autoridade
Intergovernamental para o Desenvolvimento na África Oriental - ter instado as
partes beligerantes a prorrogarem o cessar-fogo.
O Mecanismo Trilateral
considera que "este cessar-fogo deve abrir caminho para as conversações
entre ambas as partes com vista ao estabelecimento de um cessar das hostilidades
permanente".
A nova extensão das
tréguas é a terceira de três dias desde que foi anunciada a primeira, na
segunda-feira.
O Sudão entrou domingo
no 16.º dia consecutivo de confrontos entre o Exército e os paramilitares, um
conflito que obrigou cerca de 50 mil sudaneses a deslocarem-se para zonas mais
seguras do país ou a refugiarem-se em nações vizinhas como o Sudão do Sul, o
Egipto ou o Tchad.
A guerra já causou cerca
de 530 mortos e mais de 4.500 feridos.
A trégua iniciada na
sexta-feira foi mediada pelos Estados Unidos e Arábia Saudita para facilitar a
retirada de estrangeiros e a abertura de corredores seguros para a entrada de
ajuda humanitária.
O conflito segue-se a
semanas de tensão sobre a reforma das forças de segurança nas negociações para
a formação de um novo Governo de transição.
Tanto o Exército como a
Força de Apoio Rápido estiveram por detrás do golpe de Estado que derrubou o
Governo de transição do Sudão em Outubro de 2021. ANG/Angop
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