quinta-feira, 13 de junho de 2024

França/Número de pessoas deslocadas à força em todo o mundo atinge recorde de 120 milhões

Bissau, 13 Jun 24 (ANG) - O mundo tinha um número recorde de 12
0 milhões de pessoas deslocadas à força no final de abril, um número que continua a aumentar e “  uma terrível acusação ao estado do mundo  ”, denunciou a ONU, esta quinta-feira, 13 de junho.

As guerras em Gaza , no Sudão e na Birmânia contribuíram significativamente para aumentar o número de pessoas forçadas a fugir dos seus locais de residência durante mais de um ano, sublinhou o Alto Comissariado para os Refugiados (ACNUR) no seu relatório anual. “  A guerra continua a ser o principal motor do deslocamento em massa  ”, explicou o chefe do ACNUR, Filippo Grandi, durante uma conferência de imprensa em Genebra.

No final do ano passado, 117,3 milhões de pessoas estavam deslocadas. Isto é quase 10 milhões a mais que no ano anterior e marca 12 anos consecutivos de aumento. Há também quase três vezes mais pessoas deslocadas à força do que em 2012 e o número de pessoas deslocadas é agora equivalente à população do Japão. 

Há um aumento palpável das crises e as alterações climáticas estão a atiçar ainda mais as brasas dos conflitos em todo o mundo. No ano passado, o ACNUR declarou 43 emergências em 29 países, mais de quatro vezes o que era a regra há apenas alguns anos, insistiu Grandi. Ele deplorou “  a forma como os conflitos são conduzidos... em total desrespeito  ” ao direito internacional, e “  muitas vezes com o objetivo específico de aterrorizar as populações ”, o que “ é claro ”  contribui  para fortalecer ainda mais o fenômeno.

Filippo Grandi reconheceu que actualmente parece haver pouca esperança de inverter a tendência. “  A menos que haja uma mudança na geopolítica internacional, infelizmente vejo este número continuar a aumentar  ”, disse ele. Do total global de 2023, 68,3 milhões de pessoas foram deslocadas internamente, de acordo com o relatório divulgado quinta-feira.

A guerra civil que assola o Sudão desde Abril de 2023 deslocou mais de nove milhões de pessoas adicionais, deixando quase 11 milhões de sudaneses desenraizados até ao final de 2023, disse o ACNUR. Na Faixa de Gaza, a ONU estima que 1,7 milhões de pessoas – 75% da população – foram deslocadas desde a guerra lançada por Israel em retaliação ao ataque do Hamas ao seu território em 7 de Outubro.

Quanto à Ucrânia, que luta contra a invasão russa, cerca de 750.000 pessoas foram recentemente deslocadas internamente no país no ano passado, com um total de 3,7 milhões de pessoas deslocadas internamente registadas no final de 2023. A Síria continua a ser a maior crise de deslocamento do mundo, com 13,8 milhões de pessoas ainda estão deslocadas à força dentro e fora do país, disse o ACNUR.ANG/RFI

 

    Espanha/Medvedev defende "causar o máximo dano" aos EUA e aliados

Bissau, 13 Jun 24(ANG) – O ex-presidente russo Dimitri Medvedev defendeu hoje "ca
usar o máximo dano" aos EUA e seus aliados pelas sanções contra Moscovo, incluindo entrega de armas "aos inimigos do mundo ocidental" e recurso a notícias falsas.

"Novas sanções norte-americanas. Em breve haverá sanções europeias. É necessário responder? Parece que não, uma vez que já somam dezenas de milhares. Aprendemos a viver e a desenvolver-nos apesar das sanções", escreveu Dimitri Medvedev numa mensagem publicada na sua conta no canal Telegram, citada pela Europa Press.

O antigo presidente da Rússia e actual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, ressalvou contudo que, "por outro lado, é necessário (responder)".

Medvedev denunciou que Washington e os seus aliados declararam uma "guerra sem regras" a Moscovo, sublinhando que "é necessário tentar causar todos os dias o máximo de dano aos países que impuseram estas restrições" à Rússia e seus cidadãos, insistindo em impor "danos onde se possam causar danos".

Medvedev defendeu a imposição de "danos às suas economias, instituições e governantes" e "danos ao bem-estar dos seus cidadãos e à sua confiança no futuro".

"Para isso devemos procurar as vulnerabilidades chave das suas economias e aplicar-lhes golpes em todas as áreas. Causar danos em todas as partes, paralisar as empresas e agências governamentais", acrescentou.

"Receiam que entreguemos armas aos inimigos do mundo ocidental? Devemos dar-lhes todo o tipo de armas, excepto armas nucleares, por enquanto" defendeu, continuando: "Receiam a anarquia e uma explosão do crime nas principais cidades? Devemos ajudar a desorganizar os seus governos locais".

"Queixam-se da nossa utilização de notícias falsas? Vamos transformar as suas vidas num pesadelo louco em que já não sejam capazes de distinguir a ficção mais clara da realidade do dia-a-dia", disse.

ANG/Inforpress/Lusa


                   Itália/Ucrânia e Médio Oriente dominam cimeira do G7

Bissau, 13 Jun 24(ANG) - As guerras na Ucrânia e no Médio Oriente, a Inteligência Artificial e a situação em África e América Latina fazem parte da agenda da cimeira do G7, que decorre entre hoje e sábado em Itália.

Além dos chefes de Estado e de Governo da Alemanha, França, Itália, Reino Unido, Estados Unidos, Canadá e Japão, o encontro contará com vários convidados, entre os quais o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, o brasileiro, Lula da Silva, e o argentino, Javier Milei.

A sessão de abertura nesta quinta-feira será dedicada a África, alterações climáticas e desenvolvimento.

Seguir-se-á uma sessão dedicada à situação no Médio Oriente e depois debates sobre a Ucrânia - considerado o tema central da cimeira - antes de um jantar oficial.

Zelensky deverá insistir no pedido de ajuda aos seus aliados ocidentais. O exército ucraniano, com falta de munições e de homens, está a debater-se com dificuldades, nomeadamente devido ao atraso na entrega da ajuda militar ocidental.

Na véspera da reunião, a Casa Branca (presidência norte-americana) anunciou que o Presidente Joe Biden e o homólogo ucraniano iam assinar um acordo bilateral de segurança à margem do G7.

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, anfitriã da cimeira (Itália assume a presidência rotativa do grupo), que decorre em Apúlia, sul de Itália, assumiu que quis proporcionar “uma visão mais ampla e global”, tendo convidado líderes africanos e árabes.

Na sexta-feira, o Papa Francisco aborda a Inteligência Artificial e a paz, antes do encerramento da cimeira, pelas 19:00 locais (menos duas horas em Cabo Verde).

No sábado à tarde, a primeira-ministra italiana dá uma conferência de imprensa. ANG/Inforpress/Lusa


Atualização Cadernos Eleitorais/CNE divulga relatório preliminar com “fraca afluência” às brigadas de recenseamento

Bissau,13 Jun 24(ANG) - A Comissão Nacional de Eleições (CNE) divulgou na   quarta-feira, o relatório preliminar de atualização dos cadernos eleitorais, que decorreu em todo o território nacional, de 25 de Março à 25 de Maio, e no estrangeiro de 25 de Maio a 25 de Junho em curso, com fraca afluência das pessoas às brigadas de recenseamento.

De acordo com o documento divulgado pelo chefe do Departamento da Educação Cívica da CNE, Diamantino Barrai, a instituição lamentou a situação, tendo evocado como motivo, o facto de  se tratar do primeiro evento desta natureza depois da abertura democrática no país.

Aquele responsável associou a fraca afluência das pessoas junto dos brigadistas à  incapacidade logística e reduzido nível de informação e de sensibilização, pelas Comissões Setoriais  de Recenseamento (Comissão dos 5).

Diamantino Barrai salientou que, na sequência dos trabalhos de atualização dos cadernos eleitorais, a CNE reativou todas as estruturas regionais das eleições, ou seja as  Comissões Regionais de Eleições(CREs), com a assistência financeira do Governo, ainda que parcial, conseguiram assegurar a componente logística e de recursos humanos.    

Disse  que o período da campanha da castanha de caju criou alguns constrangimentos aos trabalhos de atualização, porque a atenção da população centrou-se na apanha deste produto.

Destacou que a utilização de moto-carros melhorou o desempenho dos operadores, bem como facilitou os trabalhos das comissões setoriais de recenseamento.

Barrai disse que a CNE , para o sucesso da atualização dos cadernos eleitorais, recomenda que sejam revistos  os critérios de seleção dos membros das comissões setoriais de recenseamento, que seja feito pagamento atempado de honorários aos contratados, em particular ao pessoal em serviço no terreno antes de início da atualização de cadernos eleitorais.

A CNE recomendou ainda  à uniformização da versão eletrónica dos Mapas das Assembleias de Voto, entre a CNE e o Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral (GTAPE),  de forma a evitar disparidades de dados. ANG/ÂC//SG

quarta-feira, 12 de junho de 2024


Comunicação Social
/Ministra Maria da Conceição Évora encoraja profissionais da Rádio Capital FM a continuarem a fazer seus trabalhos

Bissau, 12 Jun 24 (ANG) - A ministra de Comunicação Social encorajou os profissionais da Rádio Capital Fm no sentido de continuarem a fazer seus trabalhos, sublinhando que ser jornalista não é fácil em qualquer parte do mundo, pelo que passam pelas situações muito dificeis e que por isso existem organizações que saem em defesa deles.


Maria da Conceição Évora falava a margem da visita que efetuou terça-feira a referida Rádio para se inteirar do seu funcionamento e disse que qualquer cidadão comum condena os ataques à Rádio Capital.

Porque, de acordo com a governante, todos os países tem que ter a liberdade de expressão e direito de fazer aquilo que quer, por isso que nas Rádio estão os profissionais que escolheram fazer a comunicação para ajudar a formar e informar os guineenses.

″Isso não vos vai fazer baixarem os braços, porque sabemos que é uma função ingrata, mais enorme ao mesmo tempo, portanto continuam a fazer o vosso papel, porque o importante disso tudo é fazer uma comunicação com isenção, rigor e transparência.″frisou.

Referiu que o país está num contexto complicado, pelo que devem pautar sempre pela isenção, pela verdade, contraditório, porque na comunicação isso é mais importante.

Para a governante, o ataque a esta estação de rádio é lastimável e que prova foi a perda de grande parte dos materiais que tinham, e aquilo faz com que estão a trabalhar com algumas limitações.

“A título de exemplo constatei que  a mesa de mistura que a Radio urilia actualmente não é profissional, e que é mais usado no sentido privado pela pequenas organizações”, disse Maria da Conceição Évora.    

Por seu turno, o Diretor Excutivo da Rádio Capital FM, Tiago Seide, disse estarem contentes com a visita da ministra da Comunicação Social, por ser a primeira visita que receberam desde que o projeto da estação emissora foi lançado em 2015.

Disse que, é de conhecimento de todos que a Rádio foi atacada duas vezes e que a justiça não foi feita, sublinhando que estão a recuperar aos poucos, porque os materiais foram todos danificados.

Aquele responsável explicou que o objetivo da Rádio é trabalhar para o bem estar da população e do povo guineense e para uma boa imagem da Guiné-Bissau, pelo que o Governo tem que saber que há uma institução que vai o ajudar, porque é com o questionamento da população que possam saber qual caminho a andar para resolver os seus problemas.

Pediu a proteção do Governo, uma vez que tem legalidade  de garantir segurança para toda a população e que os deixem para que possam fazer aquilo que gostam de fazer.ANG/MI/ÂC

   

Agricultura/”Horticultura impulsiona economia familiar nas comunidades de Oio e Cacheu”, revela a ONG Ianda Guiné

Bissau, 12 Jun 2024 (ANG) - A Organização Não Governamental (ONG) Ianda Guiné  divulgou que, a horticultura tem vindo à  impulsionar economia familiar nas comunidades de Oio e Cacheu nos últimos tempos através de apoio da “Ação Ianda Guiné Hortas”.

A informação foi divulgada no Site da referida ONG, visitado hoje pela ANG,  no qual consta ainda que, desde 2020, a Ação “Ianda Guiné Hortas” tem vindo a apoiar a produção hortícola em 40 comunidades rurais das regiões de Cacheu e Oio, com o objetivo de dinamizar a produção hortícola, organizar a fileira e proporcionar mais e melhores oportunidades económicas a mais de duas mil produtoras rurais, enquadradas em clubes de agricultores familiares.

De acordo com o site da ONG Ianda Guiné, o Presidente da Cooperativa dos Horticultores da região de Cacheu, Chiquinho Tchuda, enalteceu a importância da cooperativa na organização da fileira e no desenvolvimento do sector produtivo.

“Estamos agora mais organizados e unidos, temos mais forças de trabalhar, para aumentar a produção nas nossas comunidades”. Atualmente estamos a ter intervenções importantes nas diferentes hortas coletivas (questões de produção, seleção de sementes e da evacuação de produtos da horta até aos mercados ou centros comerciais)”, disse Tchuda.

Por sua vez, o Presidente da Cooperativa dos Horticultores da região de Oio, Domingos Nbunde, avaliou a construção do centro de processamento, conservação e comercialização de produtos hortícolas, considerando que traz uma mais-valia para os horticultores, uma vez que segundo ele resolve as dificuldades de conservação, transformação, evacuação de produtos e de acesso ao mercado.

Para horticultora de Binocule nos arredores de Cacheu, Suzete N´bunde, o trabalho da horta está a mudar as suas vidas na tabanca, porque traz-lhes bastante benefícios desde a alimentação, rendimentos para o pagamento de algumas despesas da casa, bem como para  compra de roupas, sapatos e pagamento da escola dos seus filhos.

A horticultora de Ngharon uma comunidade a quase 7 quilómetros da cidade de Bissorã, Mai Mancal vê a horticultura como uma solução para as mulheres rurais.

Olhando para os impactos sociais e económicos da produção hortícola, Mai Mancal, que lidera mais de 50 produtoras da horta coletiva da sua comunidade, salientou que “a horta dá-lhes o que os seus maridos não conseguem dar hoje, frisando que conseguiram satisfazer as suas necessidades sem depender de ninguém”.

Mai louvou os resultados da intervenção do projeto Ianda Guiné na sua comunidade, quer na melhoria produtiva, como organizacional, facto que na sua opinião lhes permite dinamizar o mutualismo ou abotas: um sistema de microcrédito através do qual conseguem gerir as suas hortas.

Segundo o Site de ONG Ianda Guiné, foram formados sessenta (60) pequenos produtores rurais jovens, entre os quais 37 raparigas, nos domínios da hortifruticultura e nutrição, com o propósito de promover melhorias na produção hortícola com a introdução de novas técnicas sustentáveis e ecológicas, com vista a aumentar a produção e produtividade, em prol da segurança alimentar e nutricional nas comunidades rurais beneficiárias do projeto.

No Site sustentaram que, os mencionados jovens estão a causar mudanças nas suas comunidades, promovendo as boas práticas produtivas e causando grandes impactos ao nível da economia familiar e segurança alimentar.

Para apoiar a dinâmica das atividades do projeto nas comunidades e assegurar a sustentabilidade da produção hortícola nas comunidades envolvidas, a Ação Hortas, implementada em Cacheu e Oio criou duas cooperativas de horticultores nessas duas regiões.

Cooperativas essas que serão responsáveis pela gestão dos dois centros regionais de processamento, conservação e comercialização de produtos hortícolas construídos no âmbito do projeto, em Bissorã e Cacheu. Além de garantir a sustentabilidade dos objetivos da Ação, estes Centros visam potencializar a fileira, criando oportunidades económicas.ANG/AALS/ÂC


Desporto/
Anaxímenes Pereira doa materiais desportivos à Estrela Negra de Bissau

Bissau, 12 jun 24 (ANG) – O técnico adjunto da Seleção Nacional de Futebol, Anaxímenes Pereira (Netche) ofereceu esta terça-feira a equipa sénior masculina de Estrela Negra de Bissau um par de equipamentos e bolas.

O donativo é composto por 4 bolas, 2 braçadeiras de capitão e 20 camisolas com seus respectivos calções.

A informação consta na página do portal desportivo, Fut 245, consultado hoje pela ANG, no qual informa que o ato decorreu no campo de “transmissão” do aquartelamento de “QG” na  presença dos dirigentes e jogadores dessa formação que milita na segunda divisão do futebol nacional.

Após a entrega dos materiais, o antigo jogador da Estrela Negra de Bissau Anaxímenes Pereira, agradeceu a direção do clube pela receção e promete continuar apoiar o clube, que representou  vários anos antes de viajar a Portugal.

Estou de volta a casa, não como jogador, mas como um treinador e com um gesto simbólico para os mais jovens. Pode ser pequeno, porém tem um grande significado, porque a Estrela Negra de Bissau é a única equipa que suporto, sou um adepto fanático dessa equipa e vou dar o meu máximo para ajudar a direção no que for possível“, garantiu Anaxímenes Pereira.

Netche, alcunha pelo qual é vulgarmente chamado, explicou na mesma ocasião que ficou satisfeito pelo crescimento do clube, apelou aos antigos jogadores do conjunto “castrense”, as apoiarem o clube.

O secretário-geral da Estrela Negra de Bissau Mutaro Camará visivelmente satisfeito com apoio que receberam do treinador guineense, lembrando que e existe vários jogadores que passaram pelo clube e que ainda podem fazer algo importante para o clube.

Mutaro Camará, assegurou que os materiais oferecidos vão minimizar as dificuldades que a equipa tem enfrentado nos últimos tempos, prometendo um bom uso dos mesmos.

Importa lembrar que Anaxímenes Pereira, foi antigo capitão da Estrela Negra de Bissau, clube em que esteve por 3 épocas (2004 a 2007), na altura denominado FARP.

Na temporada finda (2023/2024), jovem técnico sagrou-se campeão da segunda Liga turca, pelo Eyüpspor e ocupa atualmente a função do adjunto treinador do Luís Boa Morte na seleção nacional (Djurtus).

ANG/ In fut 245

 

      Cultura/Odete Costa Semedo vence Prémio Literário “Guerra Junqueiro” 

Bissau,12 Jun 24(ANG) - A escritora guineense, Odete Costa Semedo, é uma das nove vencedores do prémio literário “Guerra Junqueiro Lusofonia 2023”. Foi formalmente comunicada a notícia à 20 de maio passado, devendo receber o galardão em julho próximo.

Dentre os galardoados destacam-se Mário Cláudio de Portugal, José Luís Mendonça de Angola, Cida Pedrosa do Brasil, Daniel Medina de Cabo Verde, Laureano Nsue Nguema da Guiné-Equatorial, Paulina Chiziane de Moçambique, Inocência Mata de São Tomé e Príncipe e José Ramos Horta do Timor Leste.

Em entrevista exclusiva ao Nô Pintcha, Odete Costa Semedo manifestou-se satisfeita pela distinção, que, antecipadamente, dedicou à sua mãe que, segundo ela, era mulher iletrada, mas que lhe proporcionou, juntamente com seus irmãos, a oportunidade de ir à escola e hoje é escritora.

De igual modo, dedicou esse prémio a todas as mulheres, em especial às mulheres guineenses que lutam para proporcionar uma vida melhor aos seus filhos e filhas; diz ela que, além de ser um incentivo, o prémio é também um desafio lançado às escritoras guineenses, particularmente as que ainda não tiveram oportunidade de publicar uma obra individual
Assim, convidou a todos os escritores nacionais a redobrarem esforços para elevar a literatura guineense aos patamares mais altos, para conseguirem projetar o nome da Guiné-Bissau no mundo da literatura.

Segundo a curadora do Prémio, Dra. Avelina Ferraz, opinião com a qual diz a escritora concordar, “esse galardão vai ser um instrumento de discussão para o aprofundamento das relações interculturais entre os diversos territórios e povos lusófonos, tecendo uma rede de neurónios ligados por uma língua comum.”

Esclareceu que a primeira edição deste prémio iniciou em 2017 em Freixo de Espada à Cita, terra natal de Guerra Junqueiro (1850-1923) e vila anfitriã do prémio em Portugal.

Entretanto, na senda de sucessos, a escritora Odete Costa , eleita presidente da Liga de Escritoras Africanas, para a Guiné-Bissau durante o Congresso da Liga de Escritoras de África e Marrocos realizado em Rabat em 2023.

Ainda foi indicada como porta-voz das Escritoras africanas no Colóquio da Liga de Escritoras de África e Marrocos, realizada de 21 a 23 de Maio de 2024, em Marrocos, tendo falado em nome de todas.

O Colóquio foi promovido pela Liga de Escritoras de África e Marrocos e teve como tema: “Dimensão do desenvolvimento cultural africano, pontes e desafios nas culturas transfronteiriças”.
A escolha desse tema, segundo a escritora guineense, deve-se ao facto de o desenvolvimento estar a ser debatido com base na dimensão holística da cultura, e esta enquanto fator primordial de desenvolvimento. E a literatura é tida como uma das pontes entre os vários países que fazem parte da Liga de Escritoras, sendo que a literatura pode suplantar as eventuais barreiras linguísticas nas relações transfronteiriças entre os países que, apesar de vizinhos, falam línguas diferentes.


É um desafio, explica Odete Semedo, porque a África é um continente composto de vários povos, comunidades, línguas, várias culturas afetadas por diferentes marcas da colonização.

Nesta senda, Odete Costa Semedo, sublinhou que durante o colóquio, foram referenciados pensamentos e obras de grandes intelectuais africanos, as suas perspetivas de Cultura e da grandeza de África e dos africanos. Amílcar Cabral foi um dos pensadores citados, sobretudo a dimensão holística da Cultura africana no processo de desenvolvimento.

Segundo ela, a organização pretende criar associações de escritoras em cada um dos países africanos, para que as vozes da literatura feminina possam ser escutadas, e as obras literárias possam também produzir algum efeito, no que diz respeito à cooperação sul-sul.

Disse que hoje em dia as produções literárias em África são vastas no que diz respeito não só à literatura, mas também às ciências sociais, à política, entre outros.
No referido colóquio foi também debruçado sobre o colonialismo e a escravatura em África, pois, pensa-se que a escravatura já não existe. Mas, na opinião da escritora, ainda existe escravatura nas nossas mentes, porque África sofreu vários séculos de colonização que transmitiu aos africanos o sentimento de fracassado, provocando a baixa autoestima e menosprezo pelas próprias capacidades diante do outro.

De acordo com a escritora, ela acredita na necessidade de as academias passarem por um processo de “descolonização das mentes”, uma forma de “conscientização” ou ainda de “africanização dos espíritos”, conceitos dos pensadores como Cabral, Freire.

Essa dinâmica, segundo ela, passa pela criação de novos apriorismos, novos paradigmas nos estudos africanos e nas academias africanas e não só.
“Daí, entende-se que a cultura africana deve ser estudada de acordo com os fatores culturais africanos sem descorar aquilo que já foi desenvolvido nas academias, mas desafiar esses canons com outros paradigmas, com outras visões, isto é, pôr na balança as várias dimensões das nossas culturas e histórias comuns”, sublinhou Odete Semedo.

Por outro lado, acrescentou: o coloquio discutiu sobre as universidades, como é que elas podem ser pontes e desafios, tendo em conta que elas deparam com faltas de meios, sobretudo financiamento para desenvolver vários trabalhos de estudos e de investigação, o que tem limitado a capacidade desses Centros, porque quando pedem financiamento, os doadores muitas vezes condicionam os temas dos trabalhos investigativos, pondo em causa os produtos ou resultados da investigação.

Durante o colóquio também se debruçou sobre a fuga de cérebros africanos, não só ao nível da investigação em ciências sociais, mas também a nível da medicina e outras áreas das ciências exatas. Muitos especialistas africanos estão ausentes e encontram-se na Europa, América ou na Ásia onde são formados. Muitos nem sequer chegam a voltar à terra natal, pois se o país de acolhimento os reconhecer como exper nos domínios de formação, e reconhecendo as suas capacidades e potencialidades, são as instituições desses países que os assediam a ficar e a servir nessas instituições, deixando o país mais fragilizado, assim como o continente, em termos de quadros especializados.

Odete Costa Semedo reconheceu o enorme desafio que tem pela frente, para efetivar a afirmação e consolidação desta projetada estrutura da Liga de Escritoras Guineenses, tendo em conta “o país que temos”.

Disse que a primeira ação será a elaboração de um plano de atividades que vai ter como primeira prioridade a identificação e inscrição de todas as escritoras, tanto aquelas que estão no país como as que vivem na diáspora, para depois seguir com a legalização.

Citou nomes de algumas escritoras que estão na diáspora, como Artemisa Odila Candé Monteiro (Brasil), Antonieta Rosa Gomes (Portugal), assim como Rita Ié, Filomena Correia Umabano, Filomena Embaló, Kátia Cassimiro, Domingas Samy, entre outras que vivem na diáspora. No país vivem as escritoras Vanessa Margarida Buté Vaz (Nê Vaz), Helena Neves Abrahamsson, Nelvina Barrreto.
Certo é que, para Odete Costa Semedo, as escritoras que se encontram no país têm que arrancar, encorando as que estão na diáspora a se juntarem a elas, para impulsionar esse barco, pois, afinal, são as letras e a cultura guineenses que estão em causa.

A escritora Odete Semedo acredita que o desenvolvimento e valorização das obras literárias nacionais, vão também ajudar a alimentar as bibliotecas e os centros culturais com mais livros para consultas e trabalhos de investigação de alunos e estudantes universitários, investigadores e outros que queiram desenvolver um trabalho científico para aprofundamento dos seus conhecimentos. Porém, é preciso que as bibliotecas sejam criadas fisicamente e estruturadas em termos de acervo, numa política do livro e da leitura.

As obras também ajudam a promover a cultura de leitura no país, porque, segundo a escritora, não se pode exigir das pessoas que leiam, se não houver livros, livrarias e bibliotecas, acrescentando que o Governo tem mais que uma palavra a dizer nesse sentido.
“A Direção Geral da Cultura está a trabalhar com artes e culturas, e dentro da Cultura temos a música, o teatro, a literatura, as artes, as produções científicas que constituem um volume de trabalho enorme e da responsabilidade do Governo que deve terb uma política clara e de investimento no sator, defende a escritora.

Assim, instou o Governo a apoiar o setor literário, particularmente as escritoras nacionais. Disse que é preciso que haja política do livro, política de amor a leitura. Ensinar as pessoas a ler, faz-se com obras. “Aliás, o país tem obras que podem servir e que valem a pena serem consideradas obras de leitura obrigatória nas escolas, nas universidades, faculdades e nos centros de formação de professores, nos institutos, tanto públicos como privados.

De salientar que a escritora Odete Costa Semedo já tem obras literárias publicadas no Brasil, em Portugal e outras traduzidas em italiano e que estão sendo estudadas na Itália e no Brasil em várias universidades.ANG/JNP

 

          
Preços das moedas para quarta-feira, 12 de junho de 2024

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 Fonte:BCEAO

             Trabalho Infantil/Cabo Verde quer apertar regras contra a prática

Bissau,12 Jun 24(ANG) - O Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil assinala-se esta quarta-feira, 12 de Junho. Cabo Verde quer apertar regras para combater o trabalho infantil, afirmou o ministro da Família, Elísio Freire.


Aumentar de 15 para 16 anos a idade para um adolescente poder exercer pequenas actividades é uma das medidas que o ministro da Família, Inclusão e Desenvolvimento Social, Elísio Freire, quer implementar.

Em declarações à agência Lusa, o ministro explicou que “ao nível do código de trabalho é possível aos 15 anos, com autorização dos pais e estando a estudar, uma criança exercer pequenas actividades”, mas disse que o Governo vai “aumentar essa idade para 16 anos”.

Além disso, o executivo prevê um novo Estatuto da Criança e Adolescente “com regras mais apertadas para quem deixe as crianças trabalhar”. Vão também ser revistas as definições de trabalhos perigosos “que não devem ser feitos por crianças” e regulamentados os chamados “trabalhos leves”. Por outro lado, vão continuar acções de sensibilização junto das famílias para mostrar que “as crianças precisam de cuidados e protecção e não de trabalhar”. O Governo destinou, por isso, verbas do Fundo Mais para construir e reabilitar 11 centros nas ilhas com actividades para ocupar as crianças durante todas as horas do dia.

"Tudo isto é para apertarmos o cerco [ao trabalho infantil] dentro daquilo que são as nossas responsabilidades que é actuar a nível da legislação, actuar a nível da fiscalização, actuar a nível da sensibilização. Mas há aspectos que nos ultrapassam que é dentro de casa de cada um. Por isso, tem de haver maior sensibilização das próprias famílias para nos ajudarem com acções complementares para podermos eliminar o trabalho infantil", declarou Elísio Freire à agência Lusa.

Estatísticas oficiais divulgadas em Fevereiro mostra que o trabalho infantil afecta 4,2% das crianças de Cabo Verde (dos 5 aos 17 anos), ou seja, cerca de 4.900 menores. Os números colocam Cabo Verde em melhor posição que os congéneres lusófonos de África e que a generalidade do continente.

 O Instituto Nacional da Criança de Angola registou, entre Janeiro e Maio, 2.484 casos de exploração de menores para trabalho infantil, sobretudo na agricultura, venda ambulante e exploração de diamantes. A informação é avançada pela agência Lusa.

Em Angola, existe um Plano de Ação Nacional para a Erradicação do Trabalho Infantil, que foi aprovado em 2021 e que tem como objectivo a implementação de medidas que promovam a aplicação prática dos direitos da criança como forma de prevenção e erradicação do trabalho infantil. Para o segundo semestre de 2024, o PANETI prevê a realização de acções nas 18 províncias do país, nomeadamente a capacitação da sociedade civil, incluindo a comunicação social, para travar a exploração infantil.

Para muitas crianças angolanas, o trabalho significa travar uma luta contra a fome. Centenas trabalham para o seu sustento e para o sustento das suas famílias. Nas ruas, avenidas, bairros, aldeias e mercados do país são visíveis crianças a vender produtos ou a fazer trabalhos agrícolas ou outros, como cobradores de táxi, engraxadores e lavadores de carros.

A mesma situação leva centenas de crianças às ruas, por exemplo, de Maputo, em Moçambique. De acordo com a agência Lusa, as autoridades estimam que cerca de 2,4 milhões de crianças trabalhem, sobretudo nas zonas rurais, mas admitem melhorias nos últimos anos, com a criação de condições para acesso à educação, formação profissional, distribuição de cestas básicas e subsídio social básico às famílias mais carenciadas. Nos últimos tempos, está a crescer o número de crianças que trabalham na cidade de Pemba, capital da província de Cabo Delgado, que tem vindo a sofrer com ataques de insurgentes desde 2017.

Na Guiné-Bissau, o director-geral do Ensino Básico e Secundário, Paulo Có, disse à Lusa que está preocupado com o abandono escolar de crianças neste período da campanha de apanha do caju, principal produto agrícola do país. O ministério da Educação, com o apoio da UNICEF e de uma operadora local de telemóveis, lançou uma campanha denominada "Ka no pará Aprendi" ["Não paremos de aprender"], em que realça que a campanha do caju “não deve interromper a educação do seu filho. A educação é fundamental!”. A campanha decorre nas rádios do país e através de SMS de todos os utilizadores daquela rede.

O trabalho infantil refere-se a qualquer actividade que prive as crianças da sua infância e que seja prejudicial para a saúde física e mental. Os direitos à educação, saúde e pleno desenvolvimento são direitos fundamentais da criança.

De acordo com dados da Organização Internacional do Trabalho, cerca de 160 milhões de crianças em todo o mundo (quase uma em cada dez) são submetidas a trabalho infantil e quase metade está envolvida em tarefas potencialmente perigosas.ANG/RFI

 

               Russia/Putin reconhece que Rússia vive "tempos difíceis"

Bissau, 12 jun 24 (ANG) – O presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu hoje que o país atravessa “momentos difíceis”, ressalvando que o povo russo “sempre conseguiu ultrapassar todos os obstáculos e dificuldades”.

Num discurso por ocasião do Dia da Rússia, feriado nacional, Putin disse que o seu país “passou por inúmeros momentos difíceis e trágicos”, o que “aumenta a grandeza da pátria”.

“Hoje é um dia difícil para o nosso país. Estamos novamente unidos pelo patriotismo e pela responsabilidade perante o destino da nossa nação”, acrescentou o líder russo.

“Estes sentimentos servem de apoio a todos aqueles que lutam no âmbito da operação militar especial. Todo o país apoia os nossos heróis”, assegurou Putin, referindo-se aos combatentes destacados para a invasão da Ucrânia.

“É correto celebrar o Dia da Rússia como símbolo da continuidade do caminho milenar da nossa pátria”, disse o presidente russo durante a cerimónia de entrega das medalhas de ouro aos heróis do trabalho - uma importante condecoração.

Putin sublinhou que são precisamente estes cidadãos agraciados que “representam a crença e a adesão à tradição de trabalhar pelo bem comum”.

Hoje, as autoridades russas que o presidente manteve recentemente uma conversa telefónica com o seu homólogo bielorrusso, Alexander Lukashenko, com quem trocou opiniões sobre a situação atual na região.

Os dois líderes abordaram ainda questões económicas, tais como a implementação de políticas comuns para resolver problemas de segurança.

Uma outra questão na mente de Putin e Lukashenko tem sido a cooperação entre os dois países, com ambos os presidentes a concordarem em manter novos contactos num futuro próximo.ANG/Lusa

 

  Guerra Médio Oriente/Hezbollah ameaça intensificar ataques contra Israel

Bissau, 12 jun 24 (ANG) – O movimento xiita libanês Hezbollah vai intensificar os ataques contra Israel após a morte de um alto comandante num ataque israelita, avisou hoje Hashem Safieddine, chefe do comité executivo da organização pró-iraniana.

“Vamos aumentar a intensidade, o poder, o número e a qualidade das nossas operações”, afirmou Safieddine no funeral de Taleb Sami Abdallah, morto na terça-feira à noite, juntamente com três outros combatentes, num ataque israelita no sul do Líbano.

As declarações de Safieddine surgem depois de o exército israelita ter declarado que cerca de 90 projéteis foram disparados hoje do Líbano contra Israel, após um ataque israelita ter matado um alto comandante do Hezbollah no sul do Líbano na terça-feira.

“Aproximadamente 90 projéteis foram identificados [a entrar em Israel] a partir do Líbano”, disse o exército israelita num comunicado ao início da manhã, indicando que o número subiu para cerca de 160 ao princípio da tarde.

Vários projéteis foram intercetados, mas outros caíram no norte de Israel, causando incêndios em alguns locais, acrescentou o exército, sem especificar a extensão do incidente.

Por volta das 10:00 (08:00 em Lisboa), sirenes de alerta de foguetes soaram novamente em mais de uma dúzia de localidades no norte de Israel, situação que, mais tarde, voltou a repetir-se.

O ataque de hoje foi um dos maiores lançados em número e alcance a partir do território libanês desde outubro, já que pela primeira vez os projéteis atingiram a cidade de Tiberíades, a 65 quilómetros da fronteira, e outras cidades mais distantes da região fronteiriça com o Líbano.

Segundo os serviços de emergência israelitas, até ao momento, não foi relatada a existência de feridos.

O grupo xiita Hezbollah assumiu a responsabilidade pelo ataque, frisando tratar-se de uma resposta à morte de militantes do grupo no ataque israelita no sul do Líbano.

Hoje de madrugada, o Hezbollah anunciou a morte de Taleb Sami Abdallah, conhecido como Hajj Abou Taleb, um dos principais comandantes militares do movimento xiita.

Segundo fonte militar libanesa, citada pela agência de notícias France-Presse (AFP), o ataque aéreo que matou quatro militantes xiitas, incluindo o comandante, ocorreu na cidade de Jouaiyya, a cerca de 15 quilómetros da fronteira com Israel, na noite de terça-feira.

A fronteira entre Israel e o Líbano vive o pico de tensão mais elevado desde 2006 e os ataques já provocaram a morte de mais de 400 pessoas, a maioria do lado libanês e das fileiras do Hezbollah, que confirmou cerca de 310 mortes de milicianos, alguns na Síria, além de cerca de 90 civis.

Em Israel, 25 pessoas morreram no norte do país, 10 delas civis.

As hostilidades começaram em outubro, após o início da guerra na Faixa de Gaza, com o Hezbollah a demonstrar a sua solidariedade ao grupo Hamas e demais movimentos islamitas palestiniano.ANG/Lusa

França/Macron apela à união dos políticos que “disseram não aos extremos” nas legislativas em França

Bissau, 12 jun 24 (ANG) – O Presidente francês, Emmanuel Macron, apelou hoje à união de todos aqueles que “disseram não aos extremos” para derrotar a extrema-direita nas eleições legislativas antecipadas, marcadas para 30 de junho.

“Espero que, no momento oportuno, antes ou depois (das eleições), os homens e mulheres de boa vontade que, em conjunto, souberam dizer ‘não’ aos extremos, se juntem”, disse Emmanuel Macron numa conferência de imprensa no Pavilhão Cambon Capucines, em Paris.

O Presidente francês deu instruções aos partidos que fazem parte da sua coligação para dialogarem com as outras formações políticas para afastar a extrema-direita, que acusa de defender a exclusão, e a extrema-esquerda, que acusou de antissemitismo e anti-parlamentarismo.

“Não quero dar as chaves do poder à extrema-direita em 2027”, afirmou Macron, aludindo à data das próximas eleições presidenciais, tentando defender o seu partido (Renascimento) como a única opção moderada na atual reconfiguração acelerada das alianças entre a esquerda e a direita.

Perante os extremismos, “o bloco central, progressista, democrático e republicano (...) está unido e claro na sua relação com a República, a Europa e as suas prioridades”, assegurou.

Emmanuel Macron defendeu ainda que as eleições legislativas antecipadas anunciadas no domingo, após a vitória do partido de extrema-direita União Nacional nas eleições para o Parlamento Europeu, representam “uma resposta democrática” à atual situação política do país e rejeitou a "possibilidade absurda” de se demitir após a ascensão histórica da extrema-direita.

“Os nossos compatriotas exprimiram as suas preocupações em matéria de segurança, imigração, poder de compra”, disse o Presidente francês, referindo que no cenário atual não bastavam “mudanças de governo ou coligações”.

Durante o seu discurso, Macron afirmou ainda que “desde domingo à noite”, e do anúncio da dissolução do Parlamento, “as máscaras estão a cair” e que as eleições legislativas são também “um teste de verdade entre aqueles que escolhem fazer prosperar as suas 'boutiques' e aqueles que querem fazer prosperar a França”.

O chefe de Estado francês condenou as “reviravoltas” e as “alianças profanas nos dois extremos, [entre parceiros] que não estão de acordo em quase nada, para além dos cargos a partilhar, e que não serão capazes de implementar qualquer programa”.

“A direita republicana, ou pelo menos o seu responsável [Eric Ciotti], acaba de fazer pela primeira vez uma aliança com a extrema-direita, e refiro-me à extrema-direita quando digo União Nacional (RN na sigla em francês)", referiu o chefe de Estado francês.

Para Emmanuel Macron, o líder dos Republicanos, “vira as costas, em poucas horas, à herança [dos ex-presidentes] General de Gaulle, de Jacques Chirac e de Nicolas Sarkozy”, criticando-o por se posicionar a favor da reforma com o aumento da idade dos 62 para os 64 anos, quando o partido RN se mostrou contra a reforma das pensões aprovada em 2023.

Para além disso, o chefe de Estado francês acusou a extrema-direita francesa de ser “ambígua em relação à Rússia” e criticou a sua vontade de “abandonar a NATO”.

Já com o acordo entre o Partido Socialista, França Insubmissa, Ecologistas e Comunistas, Macron criticou a aliança entre a “esquerda republicana e os seus líderes, que pareciam ter feito escolhas claras durante a campanha europeia” com a extrema-esquerda, que durante a campanha foi acusada de "antissemitismo, comunitarismo e antiparlamentarismo".

A extrema-esquerda apresenta “uma visão balcanizada da nossa política, da nossa diplomacia”, afirmou o chefe de Estado, acrescentando que esta posição “não é possível, nem em relação à Ucrânia, nem em relação ao Médio Oriente”.

Esta conferência de imprensa ocorre na sequência da sua decisão de dissolver o Parlamento após as eleições europeias de domingo e 18 dias antes da primeira volta das eleições legislativas em França (30 de junho). Como o sistema eleitoral francês prevê a realização de duas voltas, a segunda ocorrerá a 07 de julho.ANG/Lusa

terça-feira, 11 de junho de 2024

Finanças pública/Secretário de Estado do Tesouro diz que gestão da tesouraria do Estado é um grande desafio para credibilidade do país

Bissau, 11 Jun 24 (ANG) - O Secretário de Estado do Tesouro disse que  a gestão da tesouraria do Estado é um grande desafio para a credibilidade e o crescimento económico do país.

Mamadú Baldé que presidia, hoje, a abertura do Whorkshop da Conta Única do Tesouro(CUT),  disse que o efeito de uma boa e racional gestão ativa de tesouraria permite ao Estado honrar os seus compromissos, atempadamente, para evitar o risco de acumulação de atrasados.

“Essa ferramenta contribuiria para o dinamismo do setor privado e para a criação do emprego, e  o Estado poderia ainda recorrer ao mercado financeiro regional ou internacional no momento exato da sua necessidade”, salientou.

O governante explicou  que o  objetivo do Whorkshop é de  informar à todos os autores Estatais sobre as reformas em curso na Direção Geral do Tesouro e Contabilidade Pública, relacionadas  a implementação da Conta Única do Tesouro, assim como de conscientizar os referidos autores sobre os méritos da iniciativa, a fim de eliminar quaisquer ambiguidade e  mal entendido sobre a matéria.

″A referida formação se realiza no  quadro das reformas em curso do Ministério das Finanças, particularmente na Direção Geral do Tesouro e da Contabilidade Público DGTCP, para o pleno cumprimento duma exigência geral dos países de zona rural de UEMOA, em que  a Guiné-Bissau faz parte”, disse.

Mamadú Baldé sublinhou que, o ateliê se enquadra nos acordos firmados com os parceiros de desenvolvimento, nomeadamente o Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional e União Europeia, com o propósito de melhorar e assegurar  a utilização das receitas públicas.

Disse que a CUT  funciona como um funil para onde convergem todos os recursos do Estado, ou seja , um instrumento fundamental  para a transparência e  eficiência na gestão dos recursos públicos para garantir uma visão consolidada de todos os fundos públicos disponíveis, em tempo real.

Explicou que nessa conta todos os recursos públicos devem ser depositados e todas as despesas públicas devem ser realizadas. “Uma estrutura unificada de contas bancárias de Administração Pública, operada por tesouro público”, acrescentou.

Referiu que, ao longo dos anos do serviço e sempre com apoio dos parceiros técnicos do desenvolvimento, nomeadamente o Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional, a União Europeia, o país tem se empenhado na modernização do quadro da gestão das Finanças Públicas, através da melhoria da gestão da tesouraria do Estado, que se tem articulado em torno do Comité Técnico de Arbitragem de despesas orçamentais  e do Comité do Tesouro, assim como  adoção de boas práticas.

A Representação do Banco Mundial na pessoa de Maria Ruam Lopez reiterou na ocasião o compromisso de continuar a apoiar a  Guiné-Bissau para que essa reforma seja uma realidade.

“O Banco Mundial está empenhada na implementação da Conta Única do Tesouro para fortalecer a gestão das finanças públicas, melhorando o controlo de fluxos financeiros e aplicar uma gestão rigorosa da tesouraria”, disse Ruam Lopez.

Acrescentou que o  apoio faz parte do projeto de reforço do setor público que vai decorrer até 2028 e que tem como objetivo melhorar a supervisão dos recursos fiscais e humanos e reforçar as competências dos funcionários do setor público na Guiné-Bissau.

Para aquela responsável, um dos desafios que o Tesouro público guineense enfrenta atualmente é a inconformidade da sua atuação com a expetativa que compõe o quadro monetário das Finanças públicas da UEMOA, adaptadas em 2009, nomeadamente as ligadas ao trabalho de implementação da Conta Única do Tesouro Público.

Disse que as representações orçamentais do Estado, tanto fiscais assim como não fiscais e outras despesas, por uma multiplicidade de contas bancárias não consolidadas, impedem ao Estado de ter uma visão global das contas desponíveis.

Realçou que a implementação da estrutura unificada de contas bancárias estatais proporcionaria uma visão geral de liquidez estatal e resolveria problemas que advém de contas públicas abertas, para além de  permitir o acompanhamento da gestão mais eficaz dos recursos de tesouraria, bem como, uma melhor transparência na utilização dos fundos públicos.

Durante dois dias de formação, os participantes vão  abordar, entre outros temas,  “o quadro institucional  da obrigatoriedade da existência da Conta Única  do Tesouro”, “os príncipios e vantagens da Conta Única do Tesouro, bem como a sua implementação e procedimentos, requisitos regulamentares e institucionais.ANG/MI/ÂC//SG