quinta-feira, 3 de julho de 2025

      Moçambique/ Autoridades alertam para aumento do consumo de drogas

Bissau, 03 Jul 25 (ANG) - As autoridades moçambicanas estão preocupadas com o aumento do consumo de drogas juntos dos adolescentes, sobretudo em Maputo, alertando para o elevado número de atendimento nas unidades sanitárias, nos primeiros três meses do ano.

No primeiro trimestre deste ano, a capital moçambicana registou mais de 1000 atendimentos, entre adolescentes e jovens, devido ao consumo de drogas como a cocaína e heroína entre outras substancias psicotrópicas. O anúncio foi feiro pelo secretário de estado da cidade de Maputo, Vicente Joaquim, que sublinha que ainda assim estes números não descrevem a realidade que se vive no país.

“Há várias pessoas que não se dirigem aos hospitais e esses dados vamos ter que fazer um outro tipo de trabalho para saber qual é a real dimensão, mas é uma situação preocupante termos esses números só para o acesso aos serviços de saúde”, alertou.

A complexidade no combate ao consumo de drogas, muitas vezes associado ao consumo excessivo de álcool, preocupa o director do Gabinete de Combate à droga, Filipe Filimone, que reconhece a necessidade das autoridades continuarem a trabalhar para combater este flagelo.

“O consumidor, traficante reinventa-se e fá-lo porque há uma necessidade (…) [Precisamos] de trabalhar para minimizara situação de consumo e tráfico de droga e já se disse os números tendem a subir”, notou.

Actualmente, está em curso em Moçambique um programa de combate ao consumo de droga e de álcool , substâncias que tem estado igualmente a contribuir para a desistência escolar e o aumento da delinquência juvenil. ANG/RFI

Portugal/Português em greve de fome até Portugal reconhecer estado da Palestina

Bissau, 03 Jul 25 (ANG) - Um ativista dos direitos humanos português entrou hoje no terceiro dia de uma greve de fome por tempo indeterminado para pressionar o Governo português a reconhecer a Palestina como Estado e ajudar a pôr termo ao que considera um genocídio.

Em declarações à agência Lusa, Nuno Gomes, 57 anos, camionista de pesados nos transportes internacionais, encontra-se ora em frente ora no jardim lateral da Assembleia da República (Parlamento) desde terça-feira, em Lisboa.

"As razões [da greve de fome] passam por denunciar o genocídio que está a acontecer em Gaza, que não é noticiado devidamente em Portugal. Não é uma guerra que está a acontecer em Gaza, não é um conflito que está a acontecer em Gaza, é um genocídio", sublinhou Nuno Gomes, natural de Lisboa e residente em Coimbra. 

Para o ativista, que tem estado acompanhado pela mulher e pelos dois filhos, bem como por diversos amigos e ativistas, o governo português recusa-se a reconhecer o Estado da Palestina, "mas tem de forçar a ação de entrada de ajuda humanitária com caráter urgente em Gaza".

Exige também a entrada de ajuda humanitária em Gaza e que as televisões generalistas portuguesas mostrem a "realidade do genocídio" nos territórios palestinianos perpetrado por Israel.

"O terceiro aspeto, é a parte da comunicação social, que é muito permissiva também nestes assuntos, e que continua a não mencionar com a frequência que deveria que o que está a acontecer em Gaza é um genocídio, não é uma guerra, não é um conflito, é um genocídio", insistiu.

Questionado pela Lusa sobre o facto de o Governo português não reconhecer o Estado da Palestina, Nuno Gomes, que está a fazer a greve de fome no período de férias do trabalho, respondeu que o vê com "uma grande revolta".

"É por isso que entro depois nesta ação. Já foi aprovado no Parlamento o reconhecimento do Estado da Palestina, e não é posto em prática. O Governo tem de agir. Não podemos andar a enganar os portugueses assim desta forma. O Estado da Palestina tem o direito a ser reconhecido de acordo com o direito internacional, e o Governo português tem a obrigação de o fazer, até porque tem na Constituição da República que diz no artigo 7 que tem de o fazer", acrescentou.

Sobre quanto tempo irá prosseguir com a greve de fome, Nuno Gomes explicou que vai durar "até que o governo reconheça o Estado da Palestina, até que a ajuda humanitária entre em Gaza, e até que as televisões também do 'mainstream', RTP, SIC, TVI, comecem a dar as notícias de forma devida que não estão a fazê-lo".

Se nenhuma das três reivindicações for atendida, Nuno Gomes disse que irá, mesmo assim, continuar com a greve de fome.

"Propus-me a fazer esta greve por tempo indeterminado, e só saio daqui quando eles pararem, quando eles efetuarem aquilo a que eu me propus. É claro que corremos riscos pelo facto de estarmos vivos. Uma greve de fome por tempo indeterminado pode provocar a morte, é correto", admitiu, desdramatizando, porém, a situação.

"Mas é assim, nós temos de fazer algo, nós temos de fazer algo em prol da causa, pois é um genocídio que está em causa, e são crianças que estão em causa, e não acho que seja preocupante do meu lado agora, estar a pensar numa coisa que eu não sei se vai acontecer ou se não vai acontecer. O foco desta luta que estou aqui a fazer, são as crianças que estão a ser assassinadas em Gaza, e é nisso que eu me vou focar, e não vou tirar o meu foco daí", concluiu.

A guerra foi desencadeada pelo ataque sem precedentes do movimento islamista palestiniano Hamas ao sul de Israel, a 07 de outubro de 2023.

O ataque causou a morte de 1.219 pessoas do lado israelita, na sua maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP realizada a partir de dados oficiais, e 49 das 251 pessoas sequestradas nesse dia continuam reféns em Gaza, das quais 27 foram declaradas mortas pelo exército israelita.

Mais de 57.000 palestinianos, na maioria civis, foram mortos na campanha de retaliação militar israelita na Faixa de Gaza, de acordo com dados do Ministério da Saúde do Governo do Hamas para Gaza, considerados confiáveis pela ONU.ANG/Lusa

                 
                Etiópia
/Governo concluiu barragem hidroelétrica do Nilo

Bissau, 03 Jul 25 (ANG) - A barragem hidroelétrica da Etiópia no rio Nilo, o maior projeto de produção desta energia em África e fonte de tensão com os países vizinhos, está concluída e será inaugurada em setembro, anunciou hoje o primeiro-ministro etíope.


Lançada em 2011, com um custo de quatro mil milhões de dólares (cerca de 3,9 mil milhões de euros), a Grande Barragem do Renascimento (GERD) é considerada o maior projeto hidroelétrico de África. Tem 1,8 quilómetros de largura e 145 metros de altura.

Os trabalhos "estão concluídos e estamos a preparar a inauguração oficial", anunciou Abiy Ahmed.

"Para os nossos vizinhos a jusante, o Egito e o Sudão, a nossa mensagem é clara: a barragem do Renascimento não é uma ameaça, mas sim uma oportunidade partilhada", acrescentou.

Localizada no Nilo Azul, na fronteira entre a Etiópia e o Sudão, a barragem gerará 5.000 megawatts (MW), o dobro da atual capacidade de produção da Etiópia.

O Sudão e o Egito têm denunciado repetidamente o projeto "unilateral" de Adis Abeba, que, segundo eles, ameaça o abastecimento de água a estes países.

Abiy Ahmed disse que a inauguração estava prevista para setembro e convidou os Governos e a população do Egito, do Sudão e de todos os países da bacia do Nilo a juntarem-se à "celebração deste marco histórico".ANG/Lusa

 

quarta-feira, 2 de julho de 2025

Sociedade/ Liga dos direitos humanos denuncia prisão de activista Ibrahima Conté

Bissau, 02 Jul 25 (ANG) -   A liga dos direitos humanos da Guiné-Bissau denuncia a detenção policial de Ibrahima Conté a 14 de Junho e  indica que  ele está detido desde então e privado do contacto com o exterior.


A organização de defesa dos Direitos Humanos na Guiné-Bissau admite que poderão estar em causa  as críticas de Condé às “disparidades do calendário religioso muçulmano e à recente festa do sacrifício do carneiro, conhecida como Tabaski".

 “O senhor Ibrahima Conté foi detido no dia 14 de junho. Até hoje, já lá vão mais de duas semanas. Ele está detido em condições extremamente degradantes. Não tem contactos com os familiares, não tem contactos com advogados, muito menos os amigos. E ele está numa situação de isolamento absoluto, o que para nós se consubstancia numa violação grave dos seus direitos e liberdades fundamentais”, disse Turé, em entrevista a RFI.

A LGDH exige ao  Ministério do Interior a sua libertação imediata e incondicional, e diz que, se ele cometer algum crime, as instâncias próprias devem ser accionadas: o Ministério Público, a Polícia Judiciária.

“Não é o caso. Significa que ele não cometeu nenhum crime. O que está a acontecer é, na nossa perspectiva, um abuso de poder, uma arbitrariedade e que deve ser denunciada. E por isso estamos a denunciar isso vigorosamente, exigindo a sua libertação imediata”, disse Turé em entrevista a RFI.

 O senhor Ibrahima Conté, segundo o Pressidenteda LGDH,  também corre riscos de tortura, porque, “como tem sido o modus operandi do Ministério do Interior, todas as pessoas detidas nas suas instalações nos últimos tempos são submetidas a sessões criminosas e torturas”.

Abubacar Turé disse já haviam denunciado   vários casos desses tipos de operações ilegais que são executadas por esquadrões especializadas de torturas que existem no Ministério do Interior e noutras instituições de segurança.

Ele tinha criticado esta disparidade em relação ao calendário muçulmano para a Festa do sacríficio do carneiro, o Tabaski. Este foi um dos últimos posicionamentos públicos dele de que se tenha conhecimento ?

Sim, sim. O senhor Ibrahima Conté tem feito várias sensibilizações sobre o Islão. Suspeita-se, de de acordo com a família, que é o motivo da sua detenção. Quem acompanhou as suas declarações não se consubstancia. Não há nenhum elemento que possa indicar a prática de crime a não ser um abuso de poder e autoritarismo... Que não tem poupado meios para limitar o exercício das liberdades fundamentais dos cidadãos. É algo incrível, impensável. Como é possível prender um cidadão nacional há mais de duas semanas sem nenhum processo, sem nada privado das suas liberdades fundamentais, sem contacto com os familiares e ainda por cima detido em condições extremamente degradantes ?! Pelas informações que dispomos, o senhor Ibrahima está detido numa cela da segunda esquadra chamada Cela Sul. É dos piores sítios que existem na Guiné-Bissau. Não tem iluminação, não tem casa de banho. É um espaço exíguo onde costumam encarcerar as pessoas delinquentes, pessoas indiciadas pela prática de crimes horríveis. Portanto, é desumano, é bárbaro este comportamento em que o Ministério do Interior colocou o senhor Ibrahima.

E porventura por uma questão de opinião, não é ?

Exactamente isso uma questão de emitir uma simples opinião. E ele está a pagar um preço elevado por ter ousado exercer as suas liberdades fundamentais. Que é a liberdade de expressão...é um direito fundamental que assiste a todos os cidadãos. Portanto, havendo algum ilícito nas suas declarações, as instituições competentes estão lá para lidar com essa situação. E não esta forma de ilegalidade, de arbitrariedade que o Ministério do Interior, aliás, é uma instituição que, supostamente, do ponto de vista constitucional, tem como vocação a protecção do cidadão. Hoje transformou-se num santuário de ilegalidades e um corredor de tortura. Portanto, isso é extremamente triste e lamentável num país que se diz um Estado de Direito democrático, os seus responsáveis, sobretudo do Ministério do Interior, possam comportar-se desta forma desumana, contra as pessoas, contra os cidadãos. ANG/RFI

Regiões/ Ansião Conselheiro de tabanca de Biacha pede os habitantes para cuidarem de cibes plantados há 4 anos naquela localidade

Canchungo, 02 Jul 25 (ANG) - O Ansião e Conselheiro de tabanca de Biacha, no sector de Canchungo, região de Cacheu, norte do país, apelou aos habitantes da zona no sentido de se cuidarem dos mais de uma centena cibes plantadas ,há qiuatro anos, naquela localidade.

Upa Djam falava ao Correspondente regional da ANG na região de Cacheu, por ocasião do Dia Mundial da Árvore, que se assinalou terça-feira(o1).

Disse que  foi feito o repovoamento de cibes em Biacha, tendo em conta a importância dos mesmos na construção de casas ,o valor nutricionista dos seus frutos como o ancol,  palmites  entre outras necessidades dos homens.

Upa Djam  pediu aos jovens para apostarem no trabalho de desenvolvimento comunitário para um futuro melhor das gerações em Biacha

Criticou  que os jovens não têm ajudado no trabalho da limpeza da zona repovoada de cibes. ANG/AG/MI/ÂC//S
G

Sociedade/Elci Pereira Dias eleita novo presidente de REMPSECAO-GB para um mandato de quatro anos

Bissau, 02 Jul 25 (ANG) – A Presidente Interina da Rede Paz e Segurança para as Mulheres no Espaço da CEDEAO Antena Guiné-Bissau (REMPSECAO-GB) Elci Pereira Dias, foi eleita, terça-feira, para um mandato de quatro anos, nova Presidente da organização, com 38 votos a favor, na  terceira Assembleia-Geral da organização.

Na sua intervenção depois da votação, a nova Presidente da REMPSECAO agradeceu à Comissão Eleitoral, pela transparência demonstrada na condução do processo.

Agradeceu  à todos pela  confiança depositada na sua pessoa  e prometeu trabalhar  para não decepcionar durante os quatros anos de mandato  na REMPSECAO.

Segundo a eleita, a vida é um exercício permanente e transitório, uma vez que, diz Elci,  “as pessoas passam, as instituições, o legado e os princípios ficam”.

“Por isso, quando fomos confiados a dirigir uma instituição, temos que ter na mente estes valores, porque o tempo nunca acaba”, disse Pereira Dias.

Ciente dos desafios que lhes espera, a ex-Diretora-geral do jornal Nô Pintcha declarou  que as portas da direção da REMPSECAO estão abertas e que vão continuar abertas para todos.

“Conto com todos para levar avante este barco, que ninguém excita em fazer uma chamada, mandar um sms para um conselho ou um não, Elci”, salientou.

Para a presidente cessante da REMPSECAO, Elisa Tavares Pinto, vulgo (Lili), é de muita responsabilidade assumir o cargo da Presidente de uma Rede Sub-Regional, com uma dimensão elevada,  trabalhar para a garantia da paz e segurança no país, e assim como nos países da sub-região.

“São atividades de muita responsabilidade, que exigem muita credibilidade,  e  ainda muito sigilo para o bem dos nossos países”, alertou Elisa Tavares Pinto.

Aquela responsável, aproveitou o momento para anunciar   a Rede e aos demais convidados na cerimónia que terminou a sua era a frente de REMPSECAO, mas que será candidata ao cargo da Presidente Regional da mesma organização
.

A Elci Pereira Dias foi a única candidata a sucessão de Elisa Pinto na terceira Assembleia Geral da REMPSECAO que decorreu sob o lema “Paz é um Bem que deve ser Cultivado em Todos os Níveis”.ANG/LLA/ÂC//SG

    

 

Cabo Verde/ Quatro  chefes de Estado confirmam presença na  festa alargada dos 50 anos

Bissau, 02 Jul 25 (ANG) - Quatro chefes de Estado confirmaram presença para a festa dos 50 anos da independência de Cabo Verde que inclui um programa cultural alargado com dezenas de artistas, na sexta-feira e sábado, dia oficial das celebrações.


Marcelo Rebelo de Sousa, Sissoco Embaló (Guiné-Bissau), Diomaye Faye (Senegal) e o Grão-Duque do Luxemburgo, Henrique, confirmaram o lugar, disse hoje à Lusa fonte ligada às comemorações.

Amina J. Mohammed, secretária-geral adjunta das Nações Unidas, também deverá estar presente, assim como a primeira-ministra de Moçambique, Maria Benvinda Levy, acrescentou a mesma fonte.

O programa cerimonial vai decorrer no sábado, na cidade da Praia, e arranca às 9 horas (11 horas em Lisboa) com a tradicional deposição de coroa de flores no Memorial Amílcar Cabral, seguindo-se uma sessão solene na Assembleia Nacional.

Durante a tarde haverá um desfile das forças de segurança e para as 18:00 (20:00 em Lisboa) está agendada uma sessão evocativa com a intervenção de todos os chefes de Estado convidados para as celebrações, em frente ao Quartel Jaime Mota, no centro histórico da capital.

Um programa paralelo de atividades inclui, na sexta-feira e sábado, conferências, exposições, mostras de cinema, um festival gastronómico e uma feira do livro, que se prolonga até dia 13.

Mais de duas dezenas de artistas vão animar três palcos com espetáculos no centro da capital nas noites de sexta-feira e sábado.

O Governo cabo-verdiano concedeu tolerância de ponto na sexta-feira.

A independência de Cabo Verde foi declarada a 5 de julho de 1975, numa cerimónia no Estádio da Várzea, na atual baixa da cidade da Praia, colocando fim ao regime colonial português no arquipélago.ANG/RFI

EUA/Juiz dos EUA bloqueia ordem para suspender proteção de haitianos

Bissau, 02 Jul 25 (ANG)O tribunal federal de Nova Iorque impediu na terça-feira a administração liderada pelo Presidente Donald Trump de suspender o estatuto de proteção temporária aos haitianos, dias depois de a secretária da Segurança Interna, Kristi Noem, ter anunciado que o estatuto, que impede a deportação de alguns imigrantes haitianos, terminaria em setembro.

Nomeado por George W. Bush, o juiz federal Brian M. Cogan considerou que a decisão de Kristi Noem era ilegal e ordenou que o estatuto se mantivesse em vigor até à data final prevista, a 03 de fevereiro.

A secretária da Segurança Interna tinha solicitado uma redução do período do estatuto que está em vigor para cerca de 350.000 haitianos, mas abrange cerca de 520.000 pessoas desta nacionalidade a viver nos Estados Unidos, de acordo com o Departamento que tutela.

O estatuto de proteção temporária permite aos imigrantes viver e obter uma autorização de trabalho nos Estados Unidos devido a circunstâncias no seu país de origem, como guerra ou catástrofe natural.

Atualmente, estão em vigor nos Estados Unidos proteção internacional a pessoas de origem de 17 países, como o Nepal, o Líbano, a Ucrânia e o Iémen.

O Departamento de Segurança Interna tinha anunciado que iria suspender o estatuto para outros países, incluindo o Afeganistão e a Venezuela, decisões que enfrentaram contestações judiciais.

Em maio, o Supremo Tribunal decidiu que a administração Trump poderia cancelar as proteções temporárias para alguns venezuelanos, embora a decisão ainda estivesse em fase de recurso judicial.

O estatuto tem, por norma, uma duração de seis a 18 meses, tendo sido concedido pela primeira vez ao Haiti em 2010, após um terramoto devastador, e renovado inúmeras vezes desde então.

Em 2018, durante o primeiro mandato presidencial de Donald Trump, o Departamento de Segurança Interna tentou suspender o estatuto, mas este foi restabelecido pelo governo democrata de Joe Biden mesmo com a decisão anterior sob contestação judicial.

A renovação mais recente do estatuto para o Haiti aconteceu em julho do ano passado, por um período de 18 meses, ainda determinada pela administração Biden.

Os advogados dos cidadãos haitianos que apresentaram uma ação ao tribunal argumentaram que não é razoável que as pessoas que seriam forçadas a regressar sejam confrontadas com uma redução inesperada do seu tempo de preparação.

O juiz federal Brian M. Cogan concordou, escrevendo na sua deliberação que "quando o Governo concede um benefício por um período fixo, é razoável que o beneficiário espere recebê-lo pelo menos até ao final desse período fixo".ANG/Lusa

 

                                  Senegal/ País africano mais endividado

Bissau, 02 Jul 25 (ANG) - Um relatório do banco britânico Barclays avaliou a dívida do Senegal a 119% do PIB em 2024, e os mercados financeiros sancionaram de imediato o país devido a essa informação.

No Senegal, a dívida pública, estimada pelo tribunal de contas em 99,7% do PIB (ndr: Produto Interno Bruto) em 2023, acabou por ser agora avaliada em 119% do PIB segundo um relatório do banco Barclays.

O Senegal é o país mais endividado em África e um dos três a ultrapassar os 100% com a Zâmbia e Cabo Verde.

Estes números preocupam visto que houve um salto de quase 20%, um aumento vertiginosoPara calcular esta taxa de endividamento, o banco britânico baseou-se sobre a dívida estimada por Dacar que era de 23 500 mil milhões de francos CFA no fim do ano passado, não havendo indicações sobre o PIB em 2024.

A Barclays não é a primeira instituição a vincar este problema: no mês de Abril, o FMI (ndr: Fundo Monetário Internacional) estimou a dívida em 111,4% do PIB.

A primeira consequência é a sanção nos mercados financeirosApós a divulgação desse relatório, as obrigações senegalesas perderam 9,1% do seu valor, isto significa mais do que a Ucrânia com 8,6%.

Concretamente, isto significa que o país vai ter de pedir empréstimos com taxas mais elevadas nos próximos meses, enquanto o empréstimo do FMI, avaliado em 1,8 mil milhões de dólares, continua suspenso.

O FMI espera uma maior visibilidade no que diz respeito às finanças senegalesas antes de libertar a ajuda financeira.

Do lado do Governo senegalês, a única reacção foi que há um estudo em curso sobre a dívida pública de 2019 a 2024 e que os números não podem ser apresentados por não serem ainda fiáveis. ANG/RFI

 

                      França/Onda de calor está a sufocar a Europa

Bissau, 02 Jul 25 (ANG) - O sul da Europa está confrontado neste momento com uma onda de calor, com registo de temperaturas de 46 graus em Espanha nesta segunda-feira. Portugal, Itália e França também batem recordes de temperatura.

As temperaturas estão a disparar nestes últimos dias um pouco por toda a EuropaEm França a temporada mais alta cifra-se nos 38°C para a região parisiense.

Esta onde de calor está a ter várias consequências para os habitantes em França. A nível nacional, 1 350 escolas públicas foram parcial ou totalmente encerradas nesta terça-feira, num total de 45 000 estabelecimentos escolares.

Todos os serviços de emergência estão preparados em França e em alerta máximo para reagir a qualquer incidente.

Em França, esta é a 50ª vaga de calor desde 1947, e a 33ª desde que entrámos no Século XXI, isto num contexto de mudanças climatéricas que aumenta o número desde acontecimentos.

De referir que a causa deste calor intenso é uma abóbada de calor que impede o ar de circular, impedindo a entrada de perturbações.

De notar que em Portugal, em Mora, a cem quilómetros a Leste da capital portuguesa, Lisboa, registou um novo recorde de temperaturas, no mês de Junho, no domingo, 29 de Junho, com 46,6°C.

O precedente recorde tinha sido 44,9°C registado em Alcácer do Sal a 17 de Junho de 2017.

Carlos Pereira, climatologista no Instituto português do mar e da atmosfera, admitiu que as ondas de calor se têm estado a intensificar nas últimas décadas.

Carlos PereiraDe facto, nas últimas décadas, as ondas de calor têm-se intensificado bastante. A frequência, principalmente das ondas de calor, tem-se verificado cada vez mais. Portanto, nós temos exemplos recentes do século XXI. Por exemplo, em 2003, a grande onda de calor na Europa, que afectou também a França de forma bastante significativa, com muitas mortes associadas. Temos também a onda de calor em 2010, que afectou mais o Leste europeu e a zona da Rússia, mas também nos últimos anos bastante recentes. Por exemplo, em 2019, em 2022 ou em 2023. E também aqui na Península Ibérica, em 2018 e em 2022, tivemos ondas de calor que quebraram recordes de extremos de temperatura. Portanto, as ondas de calor, de facto, têm se tornado mais frequentes e mais intensas. Quando olhamos para estas últimas décadas, em comparação com aquilo que sabemos que aconteceu no passado, nas décadas de 70, 80 e 90, elas também ocorriam, mas não com a frequência que tem ocorrido nos últimos anos.

RFI: Isto significa que porventura, vamos ter que aprender a lidar melhor com estas situações, poder co-existir, co-habitar com elas?

Sim, de facto. E agora falando um pouco em sustentação científica, não é ? Aquilo que a ciência nos mostra, portanto, todos os artigos científicos, muitos deles publicados em revistas de grande factor de impacto. Portanto, todos esses artigos e a ciência assim o indica que o futuro passará por ondas de calor com uma maior duração, portanto mais intensas, E este tipo de fenómeno climatológico que se repita de forma cada vez mais frequente. Portanto, isto claro que acontece devido ao aquecimento do planeta. Portanto, e o aquecimento do planeta, no fundo, é o homem que o vai provocando no fundo de nós próprios como humanidade e que escolhemos o caminho que queremos seguir. Portanto, ou queremos seguir um caminho mais ligeiro, com menos impacto nas alterações climáticas. Mas para isso, os países do mundo teriam que adoptar medidas bastante drásticas de redução de emissões de CO2, entre outras.

Para evitar a subida da temperatura, não é?

Para evitar a subida da temperatura, sim, a temperatura global, que depois também tem efeitos regionais, embora em média global. Quando falamos de 1,5 graus de dois graus, estamos a falar na média global, não é? Mas depois...

Limitar a subida da temperatura a 1,5 graus .. essa seria a meta do Acordo de Paris. Mas tudo indica que não vamos conseguir cumpri-lo de forma alguma, não é?

Sim, de facto, a meta do Acordo de Paris eu diria que está praticamente fora da equação, não é? Portanto, nós o nosso caminho agora segue-se para os dois graus, e já com bastante esforço. Portanto, o nosso caminho possivelmente será um cenário intermédio. Eu não quero pensar no cenário gravoso, não é? Portanto, claro, também não quero ter uma perspectiva muito catastrofista da situação. Mas, de facto, nós caminhamos para um cenário que já não é o cenário inicialmente previsto como sendo um cenário mais ligeiro do Acordo de Paris.

Falava em lógicas regionais. De facto, imagino que nenhuma região do globo escape a esta contingência. Fala-se do facto dos pólos estarem a derreter. Agora estamos a falar da Europa, no caso do Sul da Europa, mas não há nenhuma região do globo que fique imune a esta realidade, pois não?

Existem algumas regiões do globo, segundo as projecções, que podem eventualmente escapar a maior severidade, mas praticamente todo o globo está sujeito a isso. As zonas dos trópicos...verifica-se o aumento da temperatura nas projecções, mas não de uma forma tão significativa como, por exemplo, as latitudes médias. As latitudes onde vivemos ou, por exemplo, os pólos que realmente têm um sinal de amplificação da temperatura bastante elevado. Quando analisamos os cenários futuros. Mas quando eu digo a nível regional é que de facto, quando falamos de dois graus de temperatura média global, isso reflecte-se em valores muito superiores de anomalia de temperatura. Depois, regionalmente, na zona da Península Ibérica, podemos falar de três, quatro graus ou, acima disso, de anomalia de temperatura esperada para o futuro. Portanto, e aqui entramos, portanto, num cenário muito mais preocupante, porque depois são quebrados recordes de temperatura máxima e temperatura mínima, mas principalmente das temperaturas máximas, como temos verificado nos últimos dias.

E o grande constrangimento, talvez, se prenda com o facto do arrefecimento noturno ser mínimo e as pessoas terem dificuldade em recuperar. Em relação ao cansaço que isto provoca, não é?

Sim, de facto, embora não a minha especialidade não seja tanto na parte da saúde, mas de facto, temperaturas mínimas muito elevadas não permitem o que nós chamamos de recuperação térmica nocturna. Portanto, nós, até mesmo as casas não conseguem recuperar a temperatura durante a noite, não conseguem atingir um valor mais baixo durante a noite, para também potenciar um melhor conforto térmico de quem lá habita. Portanto, as nossas próprias casas acabam por acumular o calor ao longo dos dias.

Elas não arrefecem..

Pois claro, não arrefecem. Isto, obviamente que depois tem implicações bastante dramáticas na saúde das pessoas, principalmente as pessoas que vivem mais isoladas e que têm doenças respiratórias ou que têm problemas de saúde.ANG/RFI

 

Médio Oriente/Hamas rejeita Trégua de Trump, mas diz estar "pronto e sério" para acordo

Bissau, 02 Jul 25 (ANG) - O grupo extremista palestiniano Hamas manifestou-se hoje disponível para um acordo com Israel que leve ao fim da guerra em Gaza, mas sem aceitar uma proposta norte-americana para uma trégua imediata de 60 dias.


Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na terça-feira que Israel concordou com os termos de um cessar-fogo de 60 dias em Gaza e apelou ao Hamas para aceitar o acordo antes que as condições se agravem.

Numa curta declaração, um alto funcionário do Hamas, Taher al-Nunu, respondeu que o grupo que controla Gaza desde 2007 está "pronto e sério em relação a chegar a um acordo", segundo a agência de notícias norte-americana Associated Press (AP).

O Hamas está "pronto a aceitar qualquer iniciativa que conduza claramente ao fim total da guerra", acrescentou, no entanto, insistindo na posição de longa data de que qualquer acordo ponha fim ao conflito em Gaza.

 “Estamos a demonstrar um elevado sentido de responsabilidade e estamos a realizar consults nacionais para disutir As propostas que nos foram enviadas pelos irmãos mediadores”,disse o Hamas, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).

Trata-se de chegar "a um acordo que garanta o fim da agressão, a retirada [israelita] e a ajuda urgente ao nosso povo na Faixa de Gaza", disse ainda, de acordo com a AFP.

"Os mediadores estão a fazer esforços intensos para reduzir as diferenças entre as partes, chegar a um acordo-quadro e iniciar uma ronda de negociações sérias" para pôr fim ao conflito, acrescentou, segundo a agência de notícias espanhola Europa Press.

Uma delegação do Hamas deverá reunir-se hoje com mediadores egípcios e do Qatar no Cairo para discutir a proposta, de acordo com um funcionário egípcio, que falou à AP na condição de não ser identificado.

Ao longo dos quase 21 meses de guerra, as conversações sobre o cessar-fogo entre Israel e o Hamas têm falhado repetidamente sobre se a guerra deve terminar como parte de qualquer acordo.

O Hamas afirmou que estava disposto a libertar os restantes 49 reféns, menos de metade dos quais estarão vivos, em troca de uma retirada total de Israel de Gaza e do fim da guerra.

Israel disse que só aceitará acabar com a guerra se o Hamas se render, desarmar e se exilar, algo que o grupo se recusa a fazer.

Um funcionário israelita afirmou que a última proposta prevê um acordo de 60 dias que incluiria uma retirada parcial de Israel de Gaza e um aumento da ajuda humanitária ao território.

Os mediadores e os Estados Unidos dariam garantias sobre as conversações para acabar com a guerra, mas Israel não está a comprometer-se com isso como parte da última proposta, disse a mesma fonte à AP.

Israel ainda não comentou publicamente o anúncio de Trump, que deverá receber o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, na segunda-feira, em Washington.

A atual guerra na Faixa de Gaza, um enclave palestiniano com mais de dois milhões de habitantes, começou em outubro de 2023, após um ataque do Hamas contra Israel que causou cerca de 1.200 mortos e 251 reféns.

A ofensiva militar israelita que se seguiu ao ataque provocou mais de 57.000 mortos em Gaza, a destruição de grande parte das infraestruturas do território e uma crise na assistência da população, que se viu privada de ajuda alimentar e médica.

Das 251 pessoas raptadas em Israel em outubro de 2023, 49 continuavam detidas em Gaza, mas 27 delas foram declaradas mortas pelo exército israelita.

O Hamas é considerado uma organização terrorista por Israel, pelos Estados Unidos e pela União Europeia. ANG/Lusa

Ambiente/Bissau acolhe 1ª Reunião Anual 2025 do Comité Regional de Pilotagem dos Projectos WACA ResIP

Bissau,02 Jul 25(ANG) – Os técnicos e membros dos Comités Nacionais de Pilotagem dos Projetos de Investimento para a Resiliência das Zonas Costeiras da África Ocidental(WACA ResLP), estão reunidos  em Bissau, por ocasião da 1ª Reunião Anual de 2025 da referida organização.

Ao presidir a cerimónia de abertura do evento, o ministro do Ambiente, Biodiversidade e Ação Climática pediu ao Comissário responsável pelo Departamento da Agricultura, dos Recursos Hídricos e do Ambiente da UEMOA para transmitir às autoridades da organização, o sincero reconhecimento do povo guineense pelo apoio constante e pelas iniciativas em prol do bem estar das populações, tanto do interior como do litoral.

Viriato Luís Soares Cassamá disse que os projetos WACA ResLP são um exemplo concreto da solidariedade que unem os países membros em torno de um objetivo comum de proteger as zonas costeiras e fortalecer a resiliência das comunidades.

“Permitam-se igualmente, saudar de forma especial o papel determinante do Banco Mundial. O seu apoio técnico e financeiro  tem sido crucial para permitir que os países beneficiários dos Projetos WACA voltem a valorizar o mar como fonte de vida, de oportunidades e de equilíbrio ambiental”, salientou.

O governante agradeceu igualmente à Comissão da União Económica e Monetária Oeste Africana(UEMOA), pelo seu  empenho e liderança na coordenação regional dos esforços de preservação do litoral da África Ocidental.

Viriato Luís Soares Cassamá sublinhou que a Guiné-Bissau junta-se agora a esta dinâmica regional, como país beneficiário do segundo projeto de investimento WACA ReLP.

“Estamos plenamente comprometidos em cooperar com os seis países pioneiros que implementaram o primeiro projeto e desejamos aprender com as suas experiências, os seus sucessos e os desafios”, enalteceu.

Por sua vez, o Comissário responsável pelo Departamento da Agricultura, dos Recursos Hídricos e do Ambiente da UEMOA, exortou aos participantes que, enquanto intervenientes nos respetivos países, não há necessidade de lhes lembrar que a aceleração dos riscos de erosão costeira, de inundações e da salinização dos solos, exacerbada pelos efeitos das alterações climáticas, é tal que nenhum país, individualmente, conseguiria lidar, de forma eficaz e definitiva, com a situação.

Mahamadou Gado disse citando  dados do Banco Mundial, que cerca de 56 por cento do Produto Interno Bruto(PIB), de África provêm diretamente das zonas costeiras, o que, diz,  conduz a consequência negativas firmes, particularmente em termos de segurança alimentar, meios de subsistência das populações e custos económicos e sociais elevados em caso de ataques climáticos.

“É por isso que, em nome da Comissão da UEMOA, reitero o nosso apelo aos países vizinhos para reforçarem os seus meios de cooperação. Uma sinergia de ações costeiras comuns, partilhando os ecossistemas costeiros”, disse.

Em representação do Banco Mundial na Guiné-Bissau, Verónica Golanda Jarrin disse que os países membros da WACA  são os mais vulneráveis perante as  alterações climáticas.

Por isso, afirmou que WACA tem se comprometido  desde 2020, em ajudar as instituições a fazerem uma boa gestão das zonas costeiras.

Nesta 1ª Reunião Anual 2025 do Comité Regional de Pilotagem dos Projetos WACA ResIP, com a duração de um dia, serão debatidos os temas ligados os Projetos WACA, e realizadas  trocas de experiências entre as diferentes instituições membros.

Os projetos WACA ResIP visam, entre outras metas, reforçar as capacidades institucionais, promover soluções baseadas na natureza, melhorar infraestruturas costeiras e apoiar as comunidades vulneráveis. Financiados por parceiros multilaterais como o Banco Mundial, os projetos são implementados em vários países da África Ocidental, nomeadamente Guiné-Bissau, Senegal, Guiné Conacri, Gâmbia,  Benin, Costa do Marfim, Togo, Mauritânia e incluem ainda São Tomé e Príncipe.ANG/ÂC//SG