quarta-feira, 9 de julho de 2025

    Save Soil/”Um terço dos solos do planeta está degradado”, alerta estudo

 Bissau, 09 Jul 25 (ANG) - Um terço dos solos do planeta já está "moderadamente a altamente degradado", indica um estudo divulgado hoje pelo movimento internacional 'Save Soil', que pede "ação imediata e um compromisso global para priorizar solos saudáveis e vivos".

estudo, 'Degradação do Solo e Perda de Biodiversidade', alerta que a base da vida na Terra, o solo, está em crise, "ameaçando a intrincada teia de vida no planeta".

Com base numa "extensa pesquisa" e em oito estudos de caso regionais, o relatório especifica que os principais motivos para os 33% de solos degradados são as práticas de gestão agrícola insustentáveis e as pressões climáticas.

"Com o solo a acolher mais de 50% de toda a vida, a sua degradação ameaça metade da vida debaixo da superfície da Terra, o que acarreta riscos dramáticos para toda a vida acima da superfície", avisa o movimento.

Praveena Sridhar, diretora científica e técnica do 'Save Soil', diz que o relatório deixa claro que a degradação do solo está profundamente entrelaçada com o colapso da natureza em todo o mundo. E acrescenta: "As consequências para a humanidade vão além do que atualmente conseguimos compreender".

Segundo as conclusões do documento, na Europa quase 40% da terra é usada para a agricultura, sendo as práticas agrícolas intensivas um dos principais fatores para a degradação dos solos e dos habitats.

Quase uma em cada 10 espécies de abelhas na Europa "está ameaçada de extinção, em grande parte devido a estas práticas, impactando diretamente os polinizadores cruciais para mais de 75% das culturas alimentares globais".

Outros dados indicam que na Índia quase 30% da área geográfica total (cerca de 96,4 milhões de hectares) está a passar por degradação do solo, e na América do Norte mais de um terço da biodiversidade nos Estados Unidos está em risco de desaparecer.

A Ásia Central enfrenta "taxas alarmantes de degradação das terras agrícolas", com uma combinação de desflorestação, salinização e práticas insustentáveis, e África está também "a sofrer uma degradação generalizada dos solos".

As consequências desta crise têm impacto na produtividade agrícola, na regulação da água, no controlo de pragas e até na regulação climática, avisam os autores do relatório, no qual também se releva que é possível uma mudança para práticas de gestão agrícola mais sustentáveis.

A agricultura regenerativa por exemplo, que se concentra em reconstruir o ecossistema de vida no solo através do regresso da matéria orgânica, é uma boa solução para combater a atual crise do solo. Dizem os responsáveis pelo documento que há soluções, como minimizar a perturbação do solo, manter uma cobertura contínua do solo, diversificar culturas, integrar o gado de forma responsável e adicionar emendas orgânicas como composto.

A adoção generalizada da agricultura regenerativa, apoiada por políticas e incentivos financeiros, "não é apenas um imperativo ambiental, mas um caminho para a produção sustentável de alimentos, mitigação das mudanças climáticas através do sequestro de carbono, e a conservação da biodiversidade global", diz o movimento.

O 'Save Soil'é um movimento global de defesa do solo e de apoio à agricultura regenerativa, apoiado por diversas estruturas da ONU e que colabora com governos no estabelecimento de políticas de saúde do solo.ANG/Lusa

 

Direito Internacional/Tribunal europeu responsabiliza Rússia por invasão e queda do voo MH17

Bissau, 09 Jul 25 (ANG) - OTribunal Europeu de Direitos Humanos (TEDH) condenou hoje a Rússia por violação do direito internacional na Ucrânia e pela queda do voo da Malaysia Airlines que matou 298 pessoas em 2014

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Em ambos os casos, foram decisões inéditas, já que foi a primeira vez que um tribunal internacional considerou Moscovo responsável por abusos dos direitos humanos desde a invasão da Ucrânia em 2022 e que decidiu que a Rússia está por trás da queda do voo MH17.

Estas são as duas primeiras decisões do TEDH contra a Rússia num conjunto de quatro ações interpostas pela Ucrânia e pelos Países Baixos, abrangendo um vasto leque de alegadas violações dos direitos humanos desde o início do conflito mais amplo, que remonta a 2014, incluindo a queda do voo e raptos de crianças ucranianas.

Após uma deliberação lida durante mais de 40 minutos pelo presidente do Tribunal, o juiz francês Mattias Guyomar, a Rússia foi considerada culpada pela execução de "civis e militares ucranianos fora de combate", "atos de tortura", "deslocação injustificada de civis" e "destruição, pilhagem e expropriação" durante uma operação na região ucraniana do Dombass.

Por outro lado, o juiz considerou Moscovo responsável pela queda do Boeing 777, que voava de Amesterdão para Kuala Lumpur, e que foi abatido a 17 de julho de 2014 com um míssil 'Buk', de fabrico russo, disparado de um território no leste da Ucrânia controlado por rebeldes separatistas. Todos os 298 passageiros e tripulantes morreram, incluindo 196 cidadãos holandeses.

As decisões são, no entanto, sobretudo simbólicas, já que o órgão dirigente do tribunal expulsou Moscovo em 2022, após a invasão em grande escala.

No entanto, as famílias das vítimas do desastre do voo MH17 veem a decisão como um marco importante na sua busca por justiça, que já dura há 11 anos.

Já em maio, a agência de aviação da ONU tinha considerado a Rússia responsável pelo desastre.

O TEDH é uma parte importante do Conselho da Europa, a principal instituição de direitos humanos do continente.

A Rússia foi expulsa do conselho devido à invasão e consequente guerra na Ucrânia, mas o tribunal ainda pode julgar casos contra a Rússia anteriores à sua expulsão.

Em 2023, os juízes decidiram a favor da Ucrânia e dos Países Baixos numa contestação sobre a jurisdição, concluindo que havia provas suficientes para mostrar que as áreas no leste da Ucrânia controladas pelos rebeldes separatistas estavam "sob a jurisdição da Federação Russa", incluindo o fornecimento de armas e o apoio político e económico.

A decisão hoje não será a última do TEDH sobre a guerra, seguindo as deliberações sobre outros dois processos apresentados pela Ucrânia e mais quase 10.000 interpostos por particulares.

As decisões em Estrasburgo são independentes de um processo-crime nos Países Baixos, onde dois russos e um rebelde ucraniano foram condenados à revelia por múltiplos assassinatos no âmbito da queda do voo MH17.

Em 2022, o Tribunal Internacional de Justiça, o tribunal superior das Nações Unidas, ordenou à Rússia que interrompesse as operações militares na Ucrânia enquanto estivesse a ser julgada, indicação que Moscovo desrespeitou.

No mês passado, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, aprovou formalmente os planos para a criação de um novo tribunal internacional para processar responsáveis russos pela invasão da Ucrânia. ANG/Lusa

       
EUA/Governo pede ao Equador extradição de líder criminoso 'Fito'

Bissau, 09 Jul 25 (ANG) - Tribunal Nacional de Justiça do Equador anunciou que os Estados Unidos solicitaram a extradição do narcotraficante José Adolfo Macías Villamar, mais conhecido como 'Fito', líder de Los Choneros, o maior grupo criminoso equatoriano.

"Os Estados Unidos apresentaram ao presidente do Tribunal Nacional de Justiça, José Suing Nagua, o pedido formal de extradição de José Adolfo M. V., procurado pela justiça dos Estados Unidos", anunciou o tribunal.

Numa mensagem publicada na rede social X, na terça-feira, o tribunal acrescentou que o processo será tratado "de acordo com o ordenamento jurídico equatoriano".

A agência não especificou uma data para a extradição, mas o ministro do Interior equatoriano, John Reimberg, disse estar confiante de que 'Fito' chegará aos Estados Unidos ainda este ano.

Na terça-feira, o ministro destacou, também na rede social X, que o pedido de extradição acontece "graças a um quadro legal que o permite e ao bom relacionamento entre este governo e os Estados Unidos".

"O que oferecemos, cumprimos. O crime organizado já não tem aliados nem esconderijos. Vamos terminar o que começámos e até dizer: boa viagem, 'Fito'", acrescentou Reimberg.

Também na terça-feira, o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, elogiou o Equador pela captura de 'Fito', em conversa com a ministra dos Negócios Estrangeiros e da Mobilidade Humana equatoriana, Gabriela Sommerfeld.

A declaração foi feita pela porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, num comunicado divulgado pela Embaixada dos EUA no Equador.

O Secretário de Estado destacou ainda a parceria entre os países "para promover a segurança em todo o nosso hemisfério".

Rubio e Sommerfeld também discutiram "esforços partilhados para conter a imigração ilegal em massa e combater o crime transnacional" na região.

'Fito' voltou no final de junho para a prisão de segurança máxima La Roca, depois de ser capturado, quase ano e meio após ter fugido da prisão.

O líder dos Los Choneros foi condenado em 2011 a 34 anos de prisão por vários crimes, incluindo tráfico de droga, homicídio e crime organizado.

Em abril, o governo norte-americano acusou formalmente 'Fito', incluindo por conspiração para distribuir cocaína internacionalmente, uso de armas de fogo e contrabando de armas de fogo dos EUA.

De acordo com a acusação, o grupo Los Choneros e o cartel mexicano de Sinaloa controlavam as principais rotas de tráfico de cocaína, através do Equador, e operavam uma rede em grande escala "responsável pelo envio e distribuição de toneladas de cocaína da América do Sul, através da América Central e do México, para os Estados Unidos e outros locais".

O grupo Los Choneros foi também sancionado pelo Gabinete de Controlo de Ativos Estrangeiros, do Departamento do Tesouro dos EUA, que bloqueou contas e propriedades ligadas ao grupo ou ao próprio 'Fito'.ANG/Lusa

 

Rússia/ Governo declara que  não vai cumprir decisões do tribunal europeu

Bissau, 09 Jul 25(ANG)A presidência russa (Kremlin) anunciou hoje que não vai cumprir as decisões do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) que responsabilizam Moscovo por violações dos direitos humanos na Ucrânia, tendo classificado as deliberações da instância como insignificantes.

"Não as cumpriremos. Consideramos que são insignificantes", afirmou o porta-voz presidencial, Dmitri Peskov, durante a sua conferência de imprensa diária.

O TEDH condenou hoje a Rússia por violação do direito internacional na Ucrânia, sendo esta a primeira vez que um tribunal internacional considera Moscovo responsável por abusos dos direitos humanos na invasão da Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022.

Segundo o presidente da instância judicial, o juiz francês Mattias Guyomar, a Rússia foi considerada culpada pela execução de "civis e militares ucranianos fora de combate", "atos de tortura", "deslocação injustificada de civis" e "destruição, pilhagem e expropriação" durante uma operação na região ucraniana do Donbass (leste da Ucrânia).

O TEDH também anunciou a sua decisão sobre uma outra ação, interposta pelos Países Baixos, considerando o Kremlin responsável pela queda do voo MH17 da Malaysia Airlines, que matou 298 pessoas em 2014.

 

Em ambos os casos, foram decisões inéditas, já que foi a primeira vez que um tribunal internacional considerou Moscovo responsável por abusos dos direitos humanos desde a invasão da Ucrânia em 2022 e que decidiu que a Rússia está por trás da queda do voo MH17.

Todos os passageiros e membros da tripulação do voo MH17 foram mortos quando o aparelho que estabelecia a ligação entre Amesterdão e Kuala Lumpur foi atingido no leste da Ucrânia, controlada pelos separatistas russófonos, por um míssil.

Estas foram as primeiras decisões de um processo contra a Rússia que envolve quatro ações: as duas primeiras, apresentadas pela Ucrânia em 2014, relacionadas com a guerra no leste do país e com as ações russas, incluindo a deslocação forçada de crianças para território russo e o envolvimento direto de Moscovo no financiamento e armamento das tropas separatistas.

A terceira foi apresentada pelos Países Baixos em 2020, a propósito da queda do voo MH17. Entre as vítimas mortais, cerca de metade eram neerlandesas.

A quarta ação foi novamente interposta pela Ucrânia após o início da guerra em 2022.

Embora a Rússia tenha sido expulsa do Conselho da Europa em 2022, o TEDH mantém a jurisdição porque os atos cometidos abrangem o período em que o país ainda era membro.

O TEDH é o órgão jurisdicional do Conselho da Europa, organização criada em 1949 para defender os Direitos Humanos, a Democracia e o Estado de Direito e que integra atualmente 46 Estados-membros, incluindo todos os países que compõem a União Europeia. ANG/Lusa

 

      Quénia/Protestos massivos e repressão marcaram dia "Saba Saba"

Bissau, 09 Jul 25 (ANG) - O Quénia viveu, a 7 de Julho, uma nova vaga de protestos que abalaram várias cidades do país, incluindo Nairobi, durante as comemorações do 35.º aniversário do “Dia Saba Saba” quando o povo queniano se revoltou para exigir o regresso do sistema multipartidário e à democracia em 1990. “Saba Saba” significa “sete sete” em Swahili, a segunda língua oficial do país.

Milhares de jovens manifestaram-se contra o governo de William Ruto, exigindo reformas económicas, o fim da brutalidade policial e maior justiça social. O ambiente foi marcado por confrontos violentos, com registo de dez mortos nas manifestações segundo a ONG queniana de Defesa dos Direitos Humanos, para além de feridos e 567 detenções segundo a polícia. As autoridades instalaram bloqueios nas estradas principais o que desviou os manifestantes em zonas residenciais justificando a segurança das populações.  Segui depois confrontos com vários grupos de manifestantes a incendiar propriedades e atacar infra-estruturas enquanto as forças de ordem responderam com gás lacrimogéneo e cargas em direção

Francis Auma membro da ONG Muslims for Human Rights denunciou a situação :

« Todas as lojas estavam fechadas por causa do grande aparato policial. As forças da ordem chegaram, usaram força excessiva para dispersar os manifestantes e até permitiram que vândalos roubassem impunemente. Para nós, isso é totalmente inaceitável. Não é o povo, é o governo que orquestra tudo isto, deliberadamente, para espalhar o medo. »

William Ruto, presidente queniano ainda não reagiu publicamente a situação. A tensão política aumenta num país onde a contestação popular ganha força, alimentada por redes sociais e por um sentimento generalizado de exclusão económica. O governo, por sua vez, insiste na manutenção da ordem. ANG/RFI

Diplomacia/Presidente da República expõe oportunidades de investimentos na Guiné-Bissau  na Mesa Redonda Executiva de Negócios Guiné-Bissau/EUA

Bissau, 09 jul 25(ANG) - O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, fez hoje uma explanação sobre o potencial de oportunidades de negócios e  investimentos na Guiné-Bissau , na Mesa Redonda Executiva de Negócios Estados Unidos / Guiné-Bissau, realizada na sede da Câmara de Comércio dos EUA, em Washington.

De acordo com uma nota do Gabinete de Comunicação da Presidência da República, à que a ANG teve acesso, o encontro reuniu empresários norte-americanos interessados em investir na Guiné-Bissau e serviu como espaço de diálogo sobre oportunidades concretas nos setores da energia, agricultura, tecnologia e infraestruturas.

Na ocasião, o Chefe de Estado destacou o potencial económico do país, que dispõe de um Código de Investimento atrativo, e que representa a porta de  acesso  aos mercados regionais, de mais de 200 milhões de consumidores.

Kender Kessen, do Centro de Negócios Estados Unidos/África, admite que o encontro poderá elevar o nível da cooperação económica e do fomento de uma relação comercial entre os EUA e a Guiné-Bissau.

O Presidente da República encontra-se desde segunda-feira(07) de visita aos Estados Unidos, e deve  reunir hoje com o  Presidente Donald Trump, em Washington, para discutir possibilidades  de investimento e cooperação económica entre os dois países. ANG/ÂC//SG

Caso Centro de Hemodiálise//Ministério Público arquiva processo de denúncia proferida pelo Presidente da LGDH

Bissau, 09 Jul 25(ANG) - O Ministério Púbico ordenou, terça-feira, o arquivamento do processo sobre a denúncia proferida pelo Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos(LGDH), Bubacar Turé, segundo a qual todas as pessoas submetidas ao tratamentos no Centro de Hemodiálise teriam falecido na sequência do tratamento.

Segundo a RSM , que cita uma nota desta instância judicial, o Ministério Público fundamenta a sua decisão com alegações de que  faltam  indícios que provam a veracidade dos factos  nas diligências levadas a cabo, no decurso da investigação junto das autoridade sanitárias competentes.

A nota acrescenta que o próprio denunciante comprometeu-se na inquirição, a apresentar elementos probatórios, provas documentais e indicar as testemunhas para serem inquiridas, promessa que, segundo Ministério Público,  não se dignou a cumprir ,decorridos três meses da data em que a denúncia foi feita.

Perante este facto, refere a nota, o Ministério Publico concluiu que, não havendo quaisquer evidências da prática do crime ou de irregularidades médica no funcionamento do referido centro, deve ser arquivado o processo.

O Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos(LGDH), Bubacar Turé, afirmou no passado dia 10 de Abril do corrente ano, que os pacientes alvo de tratamentos de hemodiálise no Hospital Nacional Simão Mendes, acabaram por falecer.

Em conferência de imprensa, o director interino do Hospital Nacional Simão Mendes, Abel Matar da Silva negou que tenham morrido as pessoas submetidas ao tratamento de hemodiálise no referido centro, contrariando as denúncias da LGDH.ANG/RSM

terça-feira, 8 de julho de 2025

Administração Territorial/Ministro Aristides Ocante da Silva aponta diferendos fronteiriços como base de muitos conflitos em África

Bissau 08 Jul 25 (ANG) – O ministro da Administração Territorial e Poder Local, disse hoje que os diferendos fronteiriços estiveram na base de vários conflitos em diferentes pontos da África no passado.

Aristides Ocante da Silva fez estas declarações na abertura do seminário de capacitação dos membros da Comissão Nacional de Fronteiras da Guiné-Bissau(CNF-GB), sobre diversas temáticas relacionadas com a governação de fronteiras nomeadamente, “a delimitação de fronteiras”, “cooperação transfronteiriça” e “politicas de gestão de fronteiras”.

Segundo o governante, igualmente Presidente da CNF-G-B, nas perspetivas das resoluções dos conflitos relacionados as fronteiras será necessário que haja sobretudo a cooperação transfronteiriça e não a delimitação, uma vez que todas as fronteiras já haviam sido delimitadas.

“Por isso, esperamos que no final deste ateliê, que  os objetivos traçados fossem largamente atingidos. E gostaria de agradecer a União Africana pela iniciativa e engajamento em prol da estabilidade física nas fronteiras africanas e ao Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento(PNUD), pelo apoio e cooperação permanente à nossa CNF e na promoção da estabilidade fronteiriça para paz e o desenvolvimento socioeconómico das nossas populações”, disse.

Por seu turno, o representante da União Africana(UA) no país, Ovídio Pequeno salientou que desde as independências dos Estados africanos,  as fronteiras traçadas pelas potências coloniais têm sido a causa de recorrentes conflitos e de diferendo a nível do continente.

“O programa fronteiras da União Africana constitui uma resposta directa aos desafios que ainda persistem na base dos princípios da intangibilidade e ela é baseada em três eixos, sendo o primeiro na assistência aos Estados membros nas questões ligadas a delimitações, a segunda, na demarcação e a gestão das suas fronteiras e a terceira tem a ver com trabalhar diretamente com as comunidades económicas regionais com vista a facilitar as iniciativas de cooperação transfronteiriças “, explicou.

Pequeno assegurou que  a UA  está interessada em continuar a ajudar a Guiné-Bissau no reforço do  controlo das fronteiras.

A representante do PNUD, Alessandra Casazza, explicou que a gestão eficaz das fronteiras envolve a protecção dos direitos das comunidades fronteiriços, o incentivo ao comercio legal, a regulação de fluxos migratórios, o uso sustentável de terra, e o combate coordenado contra ameaças graves, tais  como tráfico de drogas, de seres humanos, contrabando e a corrupção.

Casazza defendeu que  fortalecer a governação das fronteiras é uma medida estratégica e necessária para enfrentar os desafios transversais da Guiné-Bissau e da sub-região, diz que o ateliê representa , entre outras, a oportunidade do diálogo e cooperação com o Senegal e a República da Guiné para o desenvolvimento de uma visão estratégica sobre as fronteiras terrestres e marítimas da Guiné-Bissau.

“O PNUD reafirma sua total disposição de continuar a apoiar os esforços da Guiné-Bissau rumo ao fortalecimento da sua governação territorial, com foco na transparência, nos direitos humanos e no desenvolvimento sustentável”, disse.

Durante os quatro dias de formação isto é, de 08 á 11 de Julho, os participantes abordarão, entre outros, temas relacionadas com a “governação de fronteiras” sobretudo o que tem haver com a “delimitação”, cooperação transfronteiriça e “politicas de gestão de fronteiras”.ANG/MSC/ÂC//SG

 

Desporto/Costa de Sol de Candé e Bura soma segunda vitória no Moçambola 2025

Bissau, 08 Jul 25(ANG) - O Costa do Sol comandado pelo antigo selecionador nacional, Baciro Candé, regressou às vitórias no campeonato do primeiro escalão do futebol moçambicano, ‘Moçambola’ 2025.

Com o internacional guineense Bura no onze inicial, Costa do Sol venceu na deslocação ao reduto do Desportivo de Matola por (0-1) na partida disputada  segunda-feira, (07/07), referente à quinta jornada do ‘Moçambola 2025’.

Os comandados do mister Candé entraram na partida com a missão de mudar a tendência da derrota sofrida na passada jornada diante do campeão Black Bulls.

O único tento da partida surgiu no segundo tempo graças ao autogolo do defesa central Mambucho, aos 56 minutos, depois de um fantástico remate de Estevão.

Com esta vitória, a Costa do Sol, passa a ocupar a sexta posição com sete pontos na tabela classificativa, frutos de duas vitórias, um empate e duas derrotas.

Enquanto o Desportivo de Matola mantém-se na última posição, com zero pontos.

ANG/O Golo GB

Reconhecimento/Secretário Executivo do OGDT distinguido com prémio “África Emerging Leaders Conference and Award 2025”

Bissau, 08 Jul 25 (ANG) - O Secretário Executivo do Observatório Guineense da Droga e da Toxicodependência (OGDT) Abílio Aleluia Otairo Có Júnior foi distinguido com o prémio “África Emerging Leaders Conference and Award 2025” em reconhecimento a sua dedicação e “valiosa contribuição”, no combate e prevenção do uso de drogas na Guiné-Bissau.

Este reconhecimento foi revelado em Comunicado à imprensa da organização, à que a ANG teve acesso hoje.

A cerimónia oficial da celebração da distinção deve decorrer entre os dias 21 e 23 de Agosto próximo em Acra, Gana.

 “Com um compromisso firme e contínuo, Abílio Có tem liderado iniciativas que enfrentam com determinação, a crescente ameaça sobre o risco, a redução dos danos e consequências do consumo de substâncias psicoativas entre adolescentes e jovens, uma realidade que se impõe como um desafio urgente de saúde pública no país”, refere o comunicado publicado nas redes sociais pelo próprio Abílio.

De acordo com o mesmo documento,  sob a liderança de Abílio Có no OGDT, foram realizadas mais de 50 campanhas de sensibilização e prevenção do uso de drogas em escolas públicas e privadas ,por todo território nacional.

Essas campanhas envolveram cerca de 8.400 estudantes, professores e diferentes bancadas situadas nas regiões de Bafatá, Gabu e no Sector Autónimo de Bissau (SAB).

“O seu trabalho destaca a importância da educação precoce e da mobilização social como instrumentos fundamentais de prevenção, num contexto em que o acesso ao tratamento e a reabilitação ainda é limitado”, refere.

O prémio “África Emerging Leaders Conference and Award”, instituído em 09 de Agosto de 2024, é uma iniciativa do West African Leadership and Empowerment Centre, que  reconhece, celebrar e inspira jovens líderes emergentes em África.ANG/AALS/ÂC//SG

 

Política/”Umaro Sissoco Embaló tem mais a ganhar com a reaproximação ao Braima Camará”, diz o politólogo Rui Jorge Semedo

Bissau, 08 Jul 25(ANG) - O politólogo guineense Rui Jorge Semedo afirmou segunda-feira  que o Presidente Umaro Sissoco Embaló tem mais a ganhar com uma aproximação ao líder de uma ala do MADEM-G15, Braima Camará, do que o próprio partido.

Segundo Semedo, essa possível reaproximação poderá fortalecer “a estratégia de Embaló rumo a um segundo mandato”, numa altura em que o cenário político nacional se mostra cada vez mais fragmentado.

Há quase dois anos que Braima Camará e Umaro Sissoco Embaló,  duas principais figuras do MADEM-G15, a segunda maior força do parlamento dissolvida em dezembro de 2023, estão em desacordo. O conflito entre ambos, segundo analistas, terá estado na origem da  divisão interna no partido, em  duas alas .

A análise de Rui Jorge Semedo surge após a circulação, no último sábado, de um vídeo e de várias fotografias mostrando Braima Camará e Sissoco Embaló juntos num hotel em Lisboa. Para o analista, “o ponto-chave é entender se Braima Camará chegou à conclusão de que a forma de governar de Embaló se aproxima, hoje, dos valores democráticos que ele próprio defende”.

O analista considera que esta suposta aproximação entre Braima Camará e Sissoco Embaló não é surpreendente, pois “a política guineense é marcada por incoerências sendo esta mais uma, e protagonizada por Braima Camará”.

Em abril passado, Braima Camará defendeu publicamente a necessidade de reconciliação interna no seio do MADEM-G15 e afirmou que quem não estivesse “disponível” para o acompanhar nesse processo deveria “afastar-se”. Essa declaração gerou inquietação entre alguns dos seus apoiantes.

Com as imagens divulgadas no sábado, em Lisboa, é possível que novas decisões partidárias surjam, alianças sejam reconfiguradas e a coligação Aliança Patriótica Inclusiva (API - Cabas Garandi) corra o risco de fragmentar-se.

O Braima Camará, por enquanto contínua em silêncio mesmo com as imagens a circularem nas redes sociais e com algumas reações e questionamento sobre o seu possível reaproximação  ao presidente Embaló

Entretanto, enquanto Sissoco Embaló e Braima Camará se aproximam, José Carlos Macedo Monteiro e Botche Candé entram em rota de colisão. Há duas semanas, o líder do PTG acusou José Carlos Macedo de se “imiscuir” nos assuntos internos do seu partido. Após essas acusações, surgiram denúncias de um suposto mal-estar entre os dois dirigentes do Ministério do Interior e da Ordem Pública.

Sobre o assunto, Rui Jorge Semedo afirma que “o atual cenário resulta da proximidade das eleições simultâneas legislativas e presidenciais ou de uma tentativa de agradar o presidente Sissoco Embaló”.

Este clima de desconfiança e acusações pode também pôr em risco a Plataforma Republicana (Nó Kumpo Guiné), da qual ambos os políticos são membros influentes.ANG/RSM

Regiões/Cerca de 2000 alunos da Escola “1 de Junho” de Canchungo iniciam   Provas Finais do ano letivo 2024/2025

Canchungo, 08 Jul 25(ANG) - Cerca de 2000 alunos da Escola do Ensino Básico “1 de Junho”, do sector de Canchungo, região de Cacheu,  norte do país,  iniciaram , segunda-feira, as  Provas Finais do ano letivo 2024/2025.

Em entrevista à ANG, o Diretor da  escola, destacou que as provas finais representam um dos requisitos  para os alunos provarem que estão aptos para transitar ou não de classe.

Luís Mendes, garantiu ainda que os professores estão colocados nas diferentes turmas para a fiscalização dos alunos para não cabularem, e acrescentou que os alunos de Primeiro ao quarto ano deram o pontapé de saída com a realização de provas de Português, os de quinto ao nono anos fizeram as provas de Português e Educação Social.

As Provas Finais nesta Escola,  decorrerão  de 07 à 11 de Julho de 2025. ANG/JD/ÂC//SG

França/Continente europeu enfrenta "maior desafio desde a década de 1940"

Bissau, 08 Jul 25 (ANG) - A primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, assumiu hoje que o reforço da segurança vai ser a prioridade da presidência do Conselho da União Europeia (UE), assim como fez a Polónia até julho.

 

"A Europa vai ser forjada pelas suas crises, e vai ser a soma de todas as soluções adotadas para resolver essas crises", disse a primeira-ministra dinamarquesa, citando Jean Monnet, considerado um dos 'arquitetos' da UE, acrescentando que "estas palavras são hoje mais verdadeiras do que nunca".

Durante um debate sobre as prioridades da presidência do Conselho da UE encabeçada por Copenhaga até dezembro, no Parlamento Europeu (PE), em Estrasburgo (França), Mette Frederiksen fez uma reedição da prioridade da presidência polaca que ocupou a primeira metade de 2025: reforçar a segurança dos 27 países do bloco comunitário.

Para a primeira-ministra dinamarquesa, o continente europeu está a enfrentar o "maior desafio desde a década de 1940", aludindo a Segunda Guerra Mundial.

Hoje, prosseguiu Mette Frederiksen, a Europa está a braços com "a guerra brutal de [Vladimir] Putin" contra a Ucrânia, a pressão nas fronteiras externas e um conflito no Médio Oriente", assim como as consequências socioeconómicas que derivam destes acontecimentos.

Para a presidência dinamarquesa, é necessário continuar todo o trabalho que começou em janeiro e até antes, nomeadamente a conclusão do acordo com os países do Mercosul (Argentina, Brasil, Bolívia, Paraguai e Uruguai), avançar na competitividade da UE e, sobretudo, continuar a reforçar as áreas da defesa e segurança.

"Temos de saber levantar-nos pelos nossos próprios meios", defendeu, pedindo um reforço da indústria da defesa com os olhos postos na Ucrânia.

A Ucrânia desenvolveu uma "impressionante indústria da defesa, produzindo mais e com mais rapidez" do que a UE, enquanto "está a combater numa guerra".

"Devemos continuar a apoiá-los, como pudermos e pelo tempo que for necessário", acrescentou.

Mette Frederiksen considerou que os 27 países do bloco político-económico são "muito mais do que o alcance dos países e a soma das populações".

Para a primeira-ministra dinamarquesa, a UE é, "acima de tudo, uma ideia", que se escreve pelo respeito "pela liberdade, democracia e o Estado de direito".

A Dinamarca vai encabeçar a presidência rotativa do Conselho da União Europeia até dezembro de 2025.ANG/Lusa

Médio Oriente/Negociações entre Hamas e Israel: "Não foram alcançados avanços"

Bissau, 08 Jul 25 (ANG) - As negociações indiretas entre o grupo islamita palestiniano Hamas e Israel para um cessar-fogo na Faixa de Gaza, que estão a decorrer em Doha, no Qatar, não tiveram "qualquer avanço" hoje, segundo uma fonte palestiniana próxima das negociações.

 

Não foram alcançados avanços até ao momento, mas as negociações continuam", disse a mesma fonte, citada pela agência de notícias francesa AFP.

Este é o terceiro dia de negociações realizadas sob os auspícios de mediadores estrangeiros, mais de 21 meses após o início da guerra em Gaza.

As negociações, que visam alcançar tréguas na Faixa de Gaza, tem-se focado nos "mecanismos de implementação" de um acordo de cessar-fogo e numa "troca dos reféns" israelitas mantidos em Gaza por palestinianos mantidos em Israel, acrescentou a mesma fonte.

A mesma autoridade palestiniana já tinha avançado que, no domingo à noite, foi realizada uma sessão exploratória em Doha, entre os mediadores, para uma "troca de opiniões sobre o mecanismo para a troca de reféns e prisioneiros, o cessar-fogo e a retirada [israelita]" da Faixa de Gaza.

A delegação do Hamas estava numa sala e a delegação israelita noutra, no mesmo edifício, relatou.

"O Hamas está a falar a sério e empenhado em chegar a um acordo para pôr fim à guerra e ao sofrimento do nosso povo, desde que o lado israelita demonstre boa-fé e não procure obstruir ou atrasar o processo", afirmou ainda.

A guerra em curso em Gaza foi desencadeada pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, que causaram cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.

A retaliação de Israel já provocou mais de 57 mil mortos, a destruição de quase todas as infraestruturas de Gaza e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas. ANG/Lusa

EUA/Trump fala em "caça às bruxas" a "amigo" Bolsonaro e Lula responde à letra

Bissau, 08 Jul 25 (ANG) -Donald Trump decidiu interferir, esta segunda-feira, na atualidade política e judicial do Brasil, causando um reboliço de reações no seu país vizinho.

Tudo começou com uma publicação nas redes sociais, onde Donald Trump dirigiu vários elogios ao antigo presidente brasileiro Jair Bolsonaro, considerando-o, entre outras coisas, um “líder forte” e que “amava o seu país”.

"O Brasil está a fazer uma coisa terrível no tratamento dado ao antigo presidente Jair Bolsonaro. Eu assisti, tal como o mundo, ao facto de não terem feito outra coisa senão persegui-lo, dia após dia, noite após noite, mês após mês, ano após ano! Ele não é culpado de nada, exceto de ter lutado pelo povo", escreveu o republicano numa publicação na sua plataforma, a Truth Social, sem mencionar diretamente os processos judiciais nos quais o antigo presidente do Brasil está envolvido.

O norte-americano prossegue ainda, considerando que Bolsonaro está a ser alvo de uma "caça às bruxas”, garantindo que acompanhará “de perto” a situação que envolve o ex-governante.

As reações à publicação de Trump não se fizeram esperar, com Lula da Silva a remeter um comunicado curto, para avisar o norte-americano para não se meter onde não é chamado.

Para isso, lembrou que "a defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros”. 

“Somos um país soberano. Não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja", atirou, considerando que “ninguém está acima da lei”.

Também a ministra das Relações Institucionais do Brasil, Gleisi Hoffmann, aconselhou Donald Trump a "cuidar dos seus próprios problemas". 

"Donald Trump está muito equivocado se pensa que pode interferir no processo judicial brasileiro. O tempo em que o Brasil foi subserviente aos EUA foi o tempo de Bolsonaro, que batia continência para sua bandeira e não defendia os interesses nacionais. Hoje ele responde pelos crimes que cometeu contra a democracia e o processo eleitoral no Brasil", começou por escrever numa publicação na rede social X (antigo Twitter).

O responsável pela troca 'azeda' entre Trump e Lula também viria a público para mostrar a sua posição, aproveitando para salientar que a relação com Trump sempre se destacou por ambos defenderem "os interesses dos nossos povos e a liberdade de todos".

"Convivi por dois anos com o presidente Trump, onde sempre defendemos os interesses dos nossos povos e a liberdade de todos. Este processo ao qual respondo é uma aberração jurídica (Lawfare), clara perseguição política, já percebida por todos de bom senso", escreveu na sua conta de Twitter.

Jair Bolsonaro, recorde-se, é acusado de estar envolvido num golpe de Estado no país, após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva, nas eleições de outubro de 2022.

Além de Bolsonaro, são réus neste processo o deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem, o ex-comandante da Marinha brasileira Almir Garnier Santos, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno,  o ex-assessor da Presidência e delator do processo Mauro Cid, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o ex-ministro da Defesa e da Casa Civil Walter Braga Netto.

Todos os réus foram pronunciados por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de património.

Bolsonaro tentava a reeleição e não aceitou a derrota nas urnas. Segundo a acusação, foi então elaborado um plano de golpe de Estado para impedir a posse de Lula da Silva, que culminou com a invasão das sedes dos três poderes em 08 de janeiro de 2023.ANG/Lusa