Ali Ouattara acusado de colocar o filho numa mala paga
multa de 92 euros
Bissau, 21 Fev 18
(ANG) - O homem marfinense acusado de colocar o filho dentro de uma mala para
atravessar a fronteira de Ceuta, em 2015, foi condenado terça-feira em tribunal a pagar apenas uma
pequena multa(92 euros), podendo assim toda a família viver em Espanha.
"Tudo acabou. Vamos
recomeçar a viver, todos juntos, a minha esposa, a minha filha, o meu filho e
eu", respondeu Ali Ouattara, demonstrando alívio à saída da audiência.
A 07 de maio de 2015,
numa das entradas da fronteira em Ceuta, uma mala que estava a ser carregada com
muitas dificuldades por uma jovem marroquina foi submetida ao controlo das
autoridades espanholas.
Os guardas
descobriram na tela do scanner a silhueta de uma criança em
posição fetal, um facto inédito neste ponto de controlo da cidade espanhola
autónoma de Ceuta - enclave no norte de Marrocos -, numa das fronteiras
terrestres entre a África e a União Europeia.
O Ministério Público
pediu, inicialmente, três anos de prisão para o pai do menino, Ali Ouattara, de
45 anos, que tentou, através desta ação clandestina, reunir o filho com o resto
da família em Espanha.
"A vida da
criança foi posta em perigo, numa mala pequena sem ventilação", disse o
presidente do tribunal, Fernando Teson, resumindo a argumentação da acusação.
Entretanto, o
Ministério Público acabou por aplicar apenas uma multa, de 92 euros,
constatando que não se conseguiu provar que o arguido "sabia como o seu
filho seria levado" para a Espanha e levando em conta o facto de ter
passado um mês em prisão preventiva.
Os magistrados
tomaram a decisão rapidamente, depois de ouvir a criança.
O rapaz, de 10 anos,
contou aos juízes que foi a rapariga marroquina que o colocou dentro da mala,
sublinhando que o pai lhe havia dito que atravessaria a fronteira de carro e
que nunca tinha referido nas conversas a mala.
ANG/DN
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