“Crises africanas devem ser
resolvidas por líderes africanos”, diz António Guterres
Bissau,21 Fev 18(ANG) - O secretário-geral da ONU
acredita na capacidade da liderança africana para pôr fim ao impasse político
na Guiné-Bissau.
A Organização Nações Unidas (ONU) vai continuar a
apoiar as organizações regionais e sub-regionais, como a União Africana (UA) e
a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), para que seja
encontrada uma solução definitiva e duradoura que ponha fim à crise política
que dura desde 2015 na Guiné-Bissau, assegura António Guterres.
"Sou um grande defensor da liderança africana
para resolver os problemas africanos e entendo que as Nações Unidas devem ser
um foco de apoio às iniciativas africanas e é assim que vemos a ação da CEDEAO
na Guiné-Bissau", afirmou o secretário-geral da ONU quando questionado
pela DW África, em conferência de imprensa, se as Nações Unidas iriam assumir
uma posição mais firme que evite o arrastamento da crise política na
Guiné-Bissau, depois das sanções aplicadas pela CEDEAO a figuras da classe
política guineense, apontadas como responsáveis pela obstrução à solução do
impasse.
"Temos uma visão clara de parceria com as
instituições africanas. Temos com a União Africana uma relação de enorme
cooperação e estamos a fazer o mesmo com as organizações sub-regionais como a
CEDEAO", realçou o antigo primeiro-ministro português, que assumiu a liderança da ONU em 2017.
De acordo com a ONU, o prolongamento do diferendo político na Guiné-Bissau requer uma presença
internacional contínua de apoio aos esforços dos líderes guineenses, visando a
nomeação de um primeiro-ministro "aceitável", a criação de um Governo
inclusivo, a organização de eleições - legislativas em 2018 e presidenciais em
2019 - e a implementação de reformas prioritárias abrangendo a administração
pública, justiça, defesa e segurança, conforme estipulado no Acordo de Conacri.
Há dias, reagindo a tais sanções, o Governo
português, através do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva
disse que continua a pensar que a
solução para os problemas que estão à vista de todos é o cumprimento do Acordo
de Conacri, o que implica a formação de um governo consensual encarregado,
entre outras coisas, de preparar as próximas eleições.
“Portugal espera que haja consenso entre os
partidos políticos para que o calendário eleitoral possa ser respeitado”, disse
Santos Silva aos jornalistas.
ANG/DW
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