Polícia desocupa sede do PAIGC e os congressistas voltam ao trabalho
Bissau,
02 Fev 18 (ANG) – Os trabalhos do IX
congresso do PAIGC estão agora a decorrer na sede nacional do partido, depois
de a polícia guineense ter desocupado quinta-feira o edificio sede do Partido
Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
líder do PAIGC prestando declarações após desocupação da sede |
A
desocupação foi saudada com uma festa
popular de militantes em Bissau, com vivas à democracia e à liberdade.
Alegando
ordens judiciais, a polícia ocupou a sede do PAIGC desde segunda-feira,
impedindo o início do congresso do partido previsto para terça-feira a tarde.
Após
algumas horas do cerco ao edifício, situado a um metro do palácio presidencial,
a polícia acabaria por expulsar do imóvel alguns militantes e dirigentes que aí
se encontravam e que se dirigiram para a sede das Nações Unidas para pedir
socorro.
Na
noite de terça-feira, numa cerimónia improvisada num hotel de Bissau, o líder
do partido, Domingos Simões Pereira, procedeu a abertura do congresso.
O
secretário nacional do PAIGC, Aly Hijazi, disse aos jornalistas que a devolução
da sede aos militantes foi ordenada pela Comunidade Económica de Estados da
África Ocidental (CEDEAO), que enviou a Bissau uma missão de alto nível.
O
dirigente não desmentiu que o novo primeiro-ministro, Artur Silva, proposto
pelo Presidente do país e rejeitado pelo PAIGC, tenha contribuído para a
recuperação da sede do partido, de que é também dirigente.
“É uma
contribuição válida, não podemos deixar de citar isso, mas não foi só isso”,
observou Aly Hijazi, quando questionado pela Lusa sobre se confirmava a
indicação de que teria sido Artur Silva a ordenar ao ministro do Interior do
Governo demissionário, Botche Candé, a devolução da sede ao PAIGC.
Hajazi
enalteceu o trabalho feito pelos órgãos do partido, a resistência demonstrada
pelos militantes e ainda o facto de a actuação da polícia não ter cobertura
legal, para o desfecho que hoje motivou uma festa popular aos apoiantes do
PAIGC.
Após
uma revista minuciosa, para determinar se não foram colocados materiais
suspeitos, nomeadamente microfones e ou objectos ou substâncias
comprometedoras, o congresso foi retomado por volta da meia noite.
Dezenas
de militantes afluíram à sede, poucos minutos depois de a polícia levantar o
cerco, cantando e dançando, elogiando a coragem do líder do partido, Domingos
Simões Pereira, mas também gritando vivas à democracia e à liberdade.
A festa
que se montou em frente à sede estava colorida com bandeiras, cachecóis e
chapéus do PAIGC. ANG/Inforpress/Lusa
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