“Guerra” entre Estados Unidos e China sem fim à vista
Bissau, 8 mai 19 (ANG) - O Presidente Donald Trump
anunciou que a partir de sexta-feira as taxas alfandegárias dos produtos
chineses importados pelos Estados Unidos aumentarão de 10 para 25%, o que
contraria o espírito positivo saído da última ronda a 3 de Maio em Pequim.
O anúncio do aumento de taxas aduaneiras de 10 para
25% foi feito este domingo (5/05) pelo presidente Donald Trump (como habitualmente através da sua conta
twetter) e abrange cerca de 200
mil milhões de dólares de produtos importados anualmente da China,visando obrigar o gigante asiático a submeter-se às
exigências americanas, para a conclusão de um acordo comercial mútuo.
Esta reviravolta do Presidente Trump, que em Dezembro suspendeu os aumentos das tarifas
alfandegárias, devido à retoma positiva das negociações com a China
(cuja última ronda teve lugar em Pequim no passado dia 3 de Maio), revela
uma reescalada na tensão entre as
duas maiores potênciais económicas mundiais, no momento em que uma nova ronda estava agendada para dia 8 de Maio.
Trump acusa a China de roubo de propriedade
intelectual, de opôr barreiras à entrada de empresas norte-americanas no país,
de subenvencionar as empresas públicas e pretende acima de tudo reequilibrar as trocas comerciais entre
os dois países,de forma a reduzir
o colossal défice bilateral dos Estados Unidos para com a China que foi de
378,73 mil milhões de dólares em 2018.
Trump denuncia ainda a demasiada morosidade de Pequim,
que, segundo ele, pretende renegociar o acordo comercial, mas Pequim continua a preparar a nova ronda,
embora de momento não se saiba se esta será anulada o que relançará a guerra comercial, ou adiada e neste caso, se o vice
primeiro ministro chinês Liu He a
presidirá como inicialmente previsto.
Se tal acontecer poderá seguir uma cimeira entre Donald Trump e Xi Jinping para
assinarem um tratado comercial, que terá valor histórico.
Trump escreveu como sempre na sua conta twerter no
domingo "durante 10 meses a China pagou aos Estados Unidos taxas de 25%
sobre 50 mil milhões de dólares de produtos de alta tecnologia e de 10% sobre
200 mil milhões de dólares de outros produtos, estes 10% serão elevados a
25% na sexta-feira...325 mil
milhões de dólares de bens que a China nos expede serão brevemente sujeitos a
25% de taxas".
Este anúncio provocou uma queda imediata na segunda-feira (6/05) da moeda chinesa o yuan que
perdeu 1,3% face ao dólar e da Bolsa
de Shangai que perdeu 5%, bem como da Bolsa de Nova Iorque onde o índice de Dow Jones perdeu 1,61% e o Nasdaq 2,23%,
bem como os das grandes multinacionais como Apple que perdeu 1,96% e Caterpillar que registou uma
queda de 2,50%, ou ainda o sector de semi-condutores fortemente dependente das
relações com a China, caso de Advanced Micro Devices que perdeu 4,29% ou Nvidia
3,25%.
Os mercados interrogam-se sobre se as ameaças do Presidente Donald Trump correspondem
a uma mera técnica de negociação,
ou se a guerra comercial entre os
dois países se vai acentuar, mas alguns analistas avançam que estas
ameaças têm apenas 40% de probabilidade de se concretizarem.
Os Estados
Unidos começaram a aumentar os direitos alfandegários aos
produtos chineses no verão de 2018, o que suscitou uma retaliação imediata por
parte da China e importaram
em 2018, 539,5 mil milhões de dólares de produtos chineses, que ameaçam aumentar
para 25% se não for concluido um acordo.
Donald Trump publicou esta segunda-feira um novo tweet,
indicando que os Estados Unidos
perdem anualmente entre 600 e 800 mil milhões de dólares nas suas trocas
comerciais e que só com a China perdem 500 mil milhões de dólares.
As exportações chinesas para os Estados Unidos
representam cerca de 5% do PIB chinês, enquanto as exportações dos Estados
Unidos para a China equivalem a 0,5% do PIB norte-americano, logo em caso de guerra comercial aberta
Pequim terá mais a perder do que Washington. ANG/RFI
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